Hastryn: Ascensão escrita por Dreamy Boy


Capítulo 37
Um Confronto Sanguinário


Notas iniciais do capítulo

Oie, gente!
A cada capítulo que posto, fico mais arrepiado pra saber qual vai ser a reação de vocês e o que esperam pro final. Socorrinho!
Vamos lá. Boa leitura!



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Elliot

Lothar continuava paralisado, incrédulo com a revelação feita.

Elliot, por outro lado, estava pronto para enfrentá-lo. Derrotaria aquele que quase destruíra sua vida no passado, mas destruíra por completo a de Gregory e a das gêmeas. O suficiente para ser morto sem piedade nenhuma e ser visto como um símbolo ruim para toda a nação. Elliot não demonstraria misericórdia em momento algum e destroçaria todo seu corpo, a fim de que não sobrasse nada que pudesse fazer jus à sua memória. Desse modo, deixaria para trás um período negro em Hastryn do Norte.

Seus homens cercavam Susan para defendê-la dos possíveis e indesejados ataques dos inimigos durante a luta. Ambos os reis se encontravam em suas posições, prontos para iniciar o embate final que decidiria qual deles permaneceria vivo e dominaria os territórios hastrynianos.

— Esperei ansiosamente por esse dia. — Elliot sorria e seus olhos brilhavam ao imaginá-lo sendo perfurado por sua larga e pontuda lâmina de metal produzida especialmente para aquela guerra. — Finalmente o farei pagar por tudo o que fez. Será um momento em que Arroway se despedirá para sempre da tormenta de seu governo, Wildshade. Prepare-se para morrer!

Elliot se aproximou de Lothar, pronto para atacá-lo.

— Não se eu puder evitar. — Despertando do transe causado pela retirada da máscara de Wolfric Luckov, o monarca reagiu ao golpe e segurou a arma com a mão direita, abrindo pequenas feridas entre os dedos. Na esquerda se localizava sua espada, que utilizou para tentar perfurar a barriga do rapaz. Entretanto, Elliot recuou a tempo e não se deixou atingir. — Está com medo? Imaginei que não seguiria adiante com sua estratégia imbecil de roubar meu reino. Desista antes de ser humilhado na frente de seu povo.

— Como possui tanta certeza de que serei eu a sofrer isso? — Após a pergunta, o jovem urrou de raiva e correu velozmente em direção a Lothar, tirando equilíbrio e a posse da arma de ambos. Elliot aproveitou a vantagem para retirar o elmo do adversário e desferir socos em seu rosto, aliviando o sentimento que manteve guardado por cerca de cinco anos.

Cinco anos de mentiras.

Cinco anos de treinamento.

Sangue saía das narinas e da boca de Lothar. Enfurecido, o rei mostrou sua força e jogou o rapaz para longe, conseguindo se levantar e apanhar as duas espadas. Assustado com a reação, Elliot também recuperou o equilíbrio e ergueu o escudo, repelindo as pesadas investidas do inimigo. Agilmente se defendia de dois ataques simultâneos.

Na primeira oportunidade, agarrou um dos braços de Lothar e apanhou de volta a lâmina perdida, tornando proporcionais as chances de vitória. O chocar das espadas era como uma canção aos ouvidos dos guerreiros. Seus movimentos seguiam um ritmo dançante que se intensificava a cada segundo em que se viam envolvidos em um duelo aparentemente interminável. Suor escorria de suas testas e umedecia as vestes por baixo das resistentes e brilhantes armaduras.

Lothar lançou o escudo no rosto desprotegido de Elliot, causando um forte impacto capaz de abrir uma ferida na bochecha esquerda. Em seguida, o empurrou para uma das paredes dos muros, fazendo com que suas costas batessem nas duras e ásperas pedras. 

— Fedelho mimado. — Cuspiu em sua face, com o desejo de fazê-lo se sentir rebaixado perante a sua figura impotente de melhor lutador do continente. Para ele, assim era e assim permaneceria. Ninguém era páreo para os Wildshade. Elliot percebeu isso quando era apenas um menininho e agora observava com mais clareza. — Deveria aprender que nenhuma pessoa possui o direito de me desafiar desta maneira, pois sofrerá um castigo pior do que a morte!

Elliot respirava ofegantemente. Seus movimentos foram ficando mais lentos devido à colisão, trazendo dificuldades para se locomover e se defender sem sentir dor, enquanto o adversário ainda tinha energias, disposto a continuar o embate.

Percebendo a fraqueza do adversário e se aproveitando desta, o mais velho preparou a espada para cravá-la na barriga do jovem e matá-lo com um golpe certeiro. Todavia, assim como em uma época não muito distante, alguém o acertou por trás para defender Elliot, fazendo lembranças rápidas passarem por sua mente.

Era Susan, segurando uma lança. 

Os cabelos ruivos foram soltos e a rainha havia descido de seu cavalo, deixando-o em proteção absoluta com os soldados. Seu olhar era de ódio. Somente então Elliot percebeu que Susan também tinha motivos para organizar aquele conflito. Os Wildshade mataram seus ancestrais, trazendo honra e glória para o norte e momentos de tragédia para os cidadãos do sul. Aquela era a hora de Lothar enfrentar as consequências por seus atos outrora cometidos contra os Prince.

— Ora, ora... Um filhote de mulher pensando que consegue dominar armas contra mim? — Lothar gargalhou. Sua risada era gutural, capaz de assombrar até mesmo animais selvagens que compunham a fauna silvestre de Arroway. — Até que ponto nosso mundo chegou, não é verdade?

— Não! — Elliot gritou, correndo até o lado da esposa. — Este inimigo é meu! Essa vingança é algo que faz parte de meus planos desde o começo. Por favor, não se envolva nisso!

— Nosso acordo dizia claramente que, quando necessário fosse, defenderíamos um ao outro apesar dos apesares. Honre suas palavras e me permita ajudá-lo. Também faço parte dessa vingança!

Elliot não teve muita escolha. Contra sua vontade, sacudiu a cabeça positivamente. Defenderia a rainha com unhas e garras, sem deixar que aquele monstro a machucasse.

— Vamos juntos massacrar esse verme.

O casal caminhou em diferentes direções, cercando Lothar pelos dois lados. Sem saber para qual deles olhar primeiro, o rei se preparou para uma defesa dupla, fazendo uso de seu grande escudo circular, posicionado em um dos braços.

Susan foi a primeira. Em uma sincronia improvisada, utilizou a lança para empurrá-lo até o marido, enquanto este estava pronto para recebê-lo. Elliot desferiu um golpe de cima para baixo em suas costas, porém, o rápido reflexo de Lothar acabou por impedir o ataque e, com os pés, conseguiu tirar a lança das mãos da rainha e parti-la ao meio. Jogou o objeto no chão, sem conserto.

Ao recuperar a postura, o Rei do Norte levantou suas armas e os esperou.

Elliot o analisou por inteiro, à procura de um ponto certo e fatal em seu corpo, a fim de encerrar aquilo de uma vez por todas e declarar Arroway como sua. Foi quando reparou uma gota de suor escorrendo da testa de Lothar, descendo pelo lado esquerdo de seu nariz. O mais velho estava começando a ficar cansado também, o que trazia certa vantagem aos sulistas.

Lothar olhou ao redor por um breve momento, fitando seus companheiros de equipe, esperando encontrar alguém que pudesse auxiliá-lo. No entanto, todos se encontravam ocupados com seus respectivos oponentes, obrigando-o a enfrentá-los sozinho. Enquanto isso, Susan ainda o circundava, como um leão perseguindo sua presa.

 — Parece que a mocinha me dará trabalho... Deseja morrer primeiro, meu docinho? — Tirando um pouco o foco de Elliot, mas não o suficiente para ser pego de surpresa, virou-se para a ruiva, esboçando um sorriso aterrorizante. Aquilo fez Elliot se recordar dos demônios ilustrados nas figuras achadas nas histórias de terror que ficavam nas áreas mais restritas da Grande Biblioteca de Horgeon. Uma visão apavorante.

— Não tente me provocar, porque jamais conseguirá. — Susan entrou no jogo, retribuindo o sorriso. — Seu pânico de morrer é tão notável em sua face. Pensa que consegue escondê-lo de nós? Está enganado.

Como um cão raivoso, não permitiu que a jovem continuasse a insultá-lo. Suas espadas se chocaram e ela, furiosamente, duelava à altura do homem, mostrando todas as habilidades aprendidas em suas aulas desde a infância. Treinamentos pesados, nos quais passava dias inteiros nas zonas de luta para aprimorar sua prática.

Elliot chegou perto, impedindo que Lothar conseguisse sequer encostar-se a ela. Em seguida, alguns membros das tropas nortenhas perceberam o estado de seu soberano e resolveram se juntar, aumentando o número de pessoas dispostas a lutar pela pátria. Seus adversários sulistas os seguiram, iniciando um movimento confuso e sanguinário.

— Essa batalha ainda não terminou! — Lothar mancava, andando com dificuldade até o cavalo mais próximo, retirando o soldado com violência. Montou sobre o animal, segurando as cordas e ordenando que saísse dali, antes de ser morto — Voltarei forte para esmagá-los com minhas próprias mãos.

Elliot tentou alcançá-lo, mas não tinha montarias disponíveis e a velocidade do cavalo era enorme. Os guardas nortenhos formaram uma barreira que o impedia de seguir o caminho enquanto não fossem abatidos. Em poucos instantes, Lothar já havia desaparecido e poderia estar em qualquer local dali, observando atentamente o campo de guerra até a hora de retornar.

“Pode até mesmo não aparecer mais, visto que é um grande covarde que impulsivamente colocaria todos para morrer antes de arriscar seu próprio pescoço, mesmo que seu instinto assassino fale alto.”

A simples possibilidade de perder a coroa definitivamente era ameaçadora o suficiente para Lothar optar se afastar, ignorando a imensa sede por sangue e destruição. Por isso, acreditou que a melhor solução existente seria a de se afastar, até que estivesse recomposto.

Um grito da esposa o deixou mais atento. Um dos capangas de Lothar a tinha desarmado, com uma lâmina próxima de sua garganta. Entretanto, Elliot foi mais ágil e saltou para cima do rapaz, retirando seu elmo e cravando a espada em seus olhos. Susan apanhou a espada no chão e a enfiou no peito do soldado.

O casal foi se separando, aos poucos, devido ao aglomerado de pessoas que lutavam umas contra as outras e as empurravam para diferentes direções. Norte e Sul se combatiam sanguinariamente, e cabia aos dois conseguirem sobreviver até o final.


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