Hastryn: Ascensão escrita por Dreamy Boy


Capítulo 36
Senhoras da Guerra


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!
Vocês já leram o livro entitulado "Senhoras da Guerra"?
Esse capítulo é em referência a ele. Recomendo a leitura ♥



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Charlotte

Katherine partiu com um número considerável de soldados, atrás de novos cidadãos, e Charlotte permaneceu ao lado de Hazel com a população que já se encontrava dentro do castelo. Juntas, a princesa e a ama lideraram a multidão pelos pátios e trajetos internados, até chegarem aos corredores em que se situava uma sala vazia e espaçosa o suficiente para permanecerem abrigados até o fim do conflito. Ali, guardas fariam a patrulha em todas as portas, impedindo que sulistas entrassem para sequestrar ou até mesmo matar os inocentes.

— Venham, queridos. — Hazel disse, conduzindo as criancinhas para o interior do cômodo. Além dos colchões espalhados por todos os cantos e as sacolas guardadas para alimentá-los, não havia absolutamente nada na sala. — Fiquem no cantinho, por favor.

Charlotte e Diana eram responsáveis por cuidar das mães. Colocariam todos para o lado de dentro e, posteriormente, reuniriam as famílias. As mulheres estavam com dificuldades para se afastarem de suas crianças, mas sabiam que era necessário para uma maior organização.

— Fiquem calmas. — A princesa segurava o braço de uma jovem mãe que entregara seu bebê de colo para a ama, que o colocou nas mãos de uma garotinha próxima. Em seguida, fez com que ambos entrassem. — Precisamos controlar tudo para que caibam todos. Assim, vocês poderão ficar juntos novamente. Para que isso seja feito, vocês devem colaborar. Esperem até que todos os pequenos entrem, pois suas vidas são consideradas como prioridade.

Elas finalmente pareceram compreender e ficaram menos aflitas. Depois que todos os filhos estavam seguros, a entrada das mulheres foi permitida. Cada uma correu até o lado de dentro à procura de suas crianças, deixando para trás as que ainda não haviam dado à luz nenhuma. Charlotte sentia na pele a dor e o medo daquelas pessoas, cujos maridos poderiam não retornar vivos para seus lares e ainda eram obrigadas a se distanciar, mesmo que por poucos minutos, do que ainda restava de suas famílias. Tinham a esperança de que aquela tormenta acabasse rápido, para retornarem aos dias cotidianos.

— Graças aos deuses, há espaço para todos! — Charlotte, com o auxílio de Diana, empurrou as pesadas portas que davam acesso à sala e as puxou para dentro, deixando os guardas realizando a patrulha na parte de fora. — Katherine deve chegar logo com mais pessoas. Espero que não precisemos de um espaço maior, pois os seguranças talvez precisariam se separar para dividir a proteção. Vamos torcer para que nenhum soldado que a acompanhe tenha sido abatido no caminho.

— E para que não aconteça nada a ela. — Hazel se sentou ao lado de algumas crianças, que a receberam com carinho. — A rainha tem feito tanto para tornar melhor a situação dos pobres e sem moradias. Não merece ser perseguida por inimigos sulistas.

— Os deuses jamais permitirão isso. Kath estará aqui em breve, com todos aqueles que conseguir juntar. É uma verdadeira heroína e lutará sempre para cuidar de sua nação do melhor jeito que pode. Diferentemente de seu marido.

Nesse momento, os gêmeos Cedric e Daevon se levantaram de seus colchões e caminharam até as três. Charlotte ficou aliviada ao constatar que os irmãos não haviam ouvido seu último comentário. Ambos se sentaram sobre o chão e seus olhares encontraram o da princesa.

— Onde está a mamãe? — Cedric ousou perguntar, impaciente com a demora de Daevon, por conta do pânico que o caçula sentia. — Ela não viria conosco para cá?

— Katherine está a caminho. Em breve, ficará aqui com vocês. Não fiquem com medo, pois ela está cercada de soldados que a protegerão se for preciso. Fiquem despreocupados quanto a isso. Sua mãe é muito forte!

Ficaram calados por pouco tempo, mas Cedric quebrou o silêncio.

— Não quero que o papai morra...

Ao ouvir isso, Charlie reparou nos dois pequenos seres humanos encostados em uma das paredes, no canto. Richard olhava para o teto, disfarçando a dor, enquanto Elizabeth deitava sobre seu ombro, chorando. Ambos temiam a morte de Ulrick Yorkan, pois, caso o perdessem, passariam a ser completamente órfãos.

Charlotte segurou uma mão de cada gêmeo e os levou até os enteados. Lizzie, quando a viu se aproximar, secou o rosto e se prontificou a ouvir o que a madrasta tinha a dizer. A princesa pediu para que fizessem um círculo e ficou de frente para a menina.

— O que tenho a falar é importante. Estão prontos para ouvir?

Esperou até que os quatro confirmassem com a cabeça e começou a gesticular com as mãos, conforme contava seu ponto de vista diante das coisas e dos acontecimentos em Hastryn.

— Vocês certamente conhecem algum herói de histórias que costumam ser contadas, certo? Pois bem, para se tornar um herói, primeiramente é feito algo admirável, como salvar alguém ou até mesmo vencer uma guerra. Homens são obrigados a guerrear quando crescem, e alguns podem morrer no meio do caminho, mas não significa que não tenham sido heróis em seus atos. Devido à valentia, serão elaboradas canções em seus nomes, para que não sejam esquecidos e outras gerações tenham conhecimento deles. Nossos pais, filhos e maridos são bravos lutadores e, mesmo que não retornem vivos, são extremamente corajosos e merecem nosso respeito.

Charlie passava mal conforme dizia aquelas palavras. Estava sendo totalmente sincera quanto ao marido, mas o pai não era digno de nada positivo vindo dos nortenhos. Canções tristes e trágicas seriam compostas a seu respeito, em um período sombrio de Arroway. Entretanto, era o único jeito de tranquilizar os irmãos.

— Hazel, pode ministrar uma oração coletiva?

— Como quiser. — Hazel se levantou de onde estava e foi para o centro do cômodo. Todos pararam o que faziam para prestar atenção na senhora de cabelos longos brancos que os olhava com afeto e carinho. Hazel abriu a boca e falou em alto tom. — Mães e filhos de Arroway, peço que deem as mãos uns aos outros e formem uma corrente de comunhão. As divindades aprovarão esta atitude.

Quando a obedeceram, a ama fechou os olhos e sorriu, se sentindo usada pelas forças divinas de Grimwerd para oferecer a mensagem aos corações desesperados e descrentes.

— Hoje, fomos reunidos aqui com o intuito de rezarmos pelo bem de nossos familiares e torcemos para que nossa nação saia vitoriosa desse árduo conflito. Peço, meus adorados deuses, que abençoem nossas vidas e protejam aqueles que amamos tanto. As famílias não podem ser destruídas desta forma, pois dependemos de forças masculinas para sobreviver, seja no comércio ou na guarda. Para conceder energias e resistências a nossos soldados, formamos essa corrente de oração e lhes suplicamos isso, em nome d’O Supremo Criador.

Charlotte abriu os olhos e os encontrou mais calmos, tomados pela paz do espírito divino. Hazel tinha um maravilhoso dom de trazer tranquilidade aos corações das pessoas. A melhor mãe adotiva que a princesa poderia ter. Charlie não a trocaria por nada.

Caminhou até a ama e a abraçou fortemente, como se estivesse prestes a morrer e aquele fosse o último ato de carinho entre as duas. Os seres humanos partiam rápido e inesperadamente, e a jovem não queria deixar de demonstrar o que sentia pelos entes queridos.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando da trama :3



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