Casamento Forçado escrita por Marie


Capítulo 29
Parabéns!


Notas iniciais do capítulo

NÃO!

Eu não abandonei Casamento Forçado e nunca vou abandoná-la.

Eu peço milhões de desculpa por essa demora enorme. Tanto para postar um novo capítulo, como justificar o sumiço. Eu sei que isso deixa várias leitoras decepcionadas, mas eu estava em um momento não muito bom da minha vida e escolhi me separar um pouco desse mundo até que eu estivesse segura de voltar e acabar decepcionando vocês com os capítulos. Esse eu escrevi há tempos e não sei se está bom, mas espero que sim.
Só peço desculpas pela demora e prometo que agora vou voltar a me dedicar novamente ao Nyah e a vocês também, claro haha. Eu só estava precisando viver a vida, entrar mais no meio social, mas estou de volta e espero que não estejam com raiva de mim, por favor.

Leiam o capítulo, me digam o que acharam e contarei novidades para vocês lá em baixo.
Boa leitura.



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Acho que chegou o dia de tudo dar errado na minha vida. Já não bastava eu estar brigando com o Noah, agora a Gracie descobre sobre o contrato da pior forma possível. O que eu havia feito para merecer tanto castigo de uma vez só?

– Agora eu entendi tudo. – ouvimos e viramo-nos para o portão, que era de onde vinha à voz. – Não acredito nisso… é tudo um contrato? – Gracie pergunta.

No momento em que a Gracie perguntou, tenho certeza que senti o meu coração parando por um segundo. Aquela era o pior jeito dela descobrir a verdade sobre o casamento. Se eu bem conhecia Gracie, eu poderia ter certeza que eu se eu não tivesse uma boa desculpa, ali seria o fim da nossa amizade.

– Respondam! – ela gritou.

Noah e eu continuávamos em silencio, a encarando. Eu sabia que ele não se atreveria a falar uma palavra se quer. Com certeza, ele não estava esperando por isso, do mesmo jeito que eu não estava. Não pretendíamos contar para os nossos amigos que o casamento veio de um contrato tão cedo, mas sem escolhas, lá estava a Gracie.

Arrependi-me amargamente de ter brigado com o Noah naquele momento, com certeza se eu tivesse escutado o que ele tinha para me dizer, não teríamos acabado no assunto do contrato e Gracie não escutaria nada.

Acho que quem está fazendo tudo dar errado na minha vida sou eu mesma.

– Vocês estavam mentindo para mim esse tempo todo? – a Gracie perguntou, abaixando o tom de voz e tentando ficar calma, mas eu sabia que aquilo não aconteceria até ela ouvir o que queria.

– Gracie, nós podemos explicar. – Noah disse e, me surpreendi por ele ter dito algo.

Senti uma rápida tontura antes de começar a falar, mas a ignorei, porque eu precisava dizer alguma coisa, antes que eu começasse, a Gracie me interrompeu.

– É claro que podem! – ela gritou.

– Esse é um péssimo jeito de descobrir tudo, por favor, mantenha calma. – finalmente falo e tomo a atenção da Gracie novamente.

– Então é mesmo verdade? – ela grita. – É só um contrato? – os olhos dela já estavam vermelhos e eu sabia que se brigássemos ali, com certeza ela choraria, assim como eu, que já estava chorando pela briga com o Noah.

– Gracie, não é bem assim. – Noah diz.

Olho de relance para ele, porque mesmo precisando estarmos juntos naquele momento, eu ainda estava com raiva dele. Ele devolveu o olhar, mas ao contrário do que eu fiz, ele continuou com seus olhos grudados em mim.

– Então o que é? – ela gritou.

Novamente me senti tonta por alguns segundos, mas eu continuei ignorando e fiquei firme.

– Não vamos mentir, Noah. – digo e ele me olha um pouco assustado.

Sim! Nós dois já havíamos conversado sobre contar a verdade para o James e para a Gracie, mas não sabíamos como e nem qual seria a reação deles. Também não sabíamos se podíamos fazer isso, por isso deixamos esse assunto de lado.

Mas agora não tínhamos mais escolha e eu havia cansado de mentir tanto sobre o casamento. Apesar de que eu sabia que a Gracie me odiaria por saber a verdade, eu não queria mais mentir pra ela.

– Melissa, já conversamos sobre isso. – Noah chama a minha atenção, lembrando-me da nossa conversa, mas eu não dei ouvidos.

– Gracie, eu juro que queria te contar desde o inicio de tudo isso, mas eu não tinha escolhas, eu tive que guardar segredo até da minha mãe, eu fui obrigada a fazer isso, porque meu pai quis, quando ele me contou, não me deixou escolhas e… teve que ser assim. – começo a contar tudo de uma vez, ela estava com muita raiva, estava claro.

– Como você teve coragem de fazer isso? – Gracie perguntou gritando. – Casar por causa de um contrato e mentir para todo mundo sobre tudo. – ela continuou com a voz alterada.

– Gracie, eu fui obrigada a me casar. – gritei também. – Ninguém além de nós que estávamos envolvidos nisso sabíamos e não podíamos contar para ninguém. – aproximei-me dela. – Você acha que eu quis? Você acha que eu queria esconder isso de você? Eu não tive escolhas. – aproximo-me mais, mas ela se afasta.

Olhei rapidamente para o Noah e eu percebi que ele estava um pouco chateado com as minhas palavras, mas eu não tinha estava mentindo. Posso ter gostado dele depois de algum tempo de convivência, mas de começo, aquela era a realidade, eu não queria me casar, muito menos ter que esconder a verdade da Gracie e dos outros amigos.

– Como você teve coragem de mentir para todo mundo assim? – ela gritou. – Você mentiu para mim, me fez brigar com o meu próprio irmão por causa disso e se afastou dele também. – Gracie se aproximou de mim com seu dedo apontado para mim. – Que por acaso era o seu melhor amigo. – Gracie começou a chorar e eu não aguentaria muito tempo.

– Gracie, eu não queria fazer isso com vocês. – digo, tentando não chorar. – Eu fui obrigada a casar, fui obrigada a esconder isso de todo mundo, não tive escolhas, não podia fugir nem nada, a vida da minha mãe dependia e ainda depende desse contrato. – comecei a chorar, não consegui me segurar.

Noah continuava em silêncio, e ele estava certo em continuar em silêncio, eu sabia que a Gracie estava com mais raiva dele do que de mim e não daria ouvidos ao Noah.

– Então quer dizer que você vendeu a sua mãe? – ela perguntou.

– Meu pai me vendeu. – gritei. – Ele havia pedido só dinheiro, mas o Peter me pediu em troca do dinheiro e eu tive que me casar com o Noah. – justifiquei. – Se você tentasse me entender veria que eu sou a vitima de tudo isso.

Noah colocou a mão no rosto e virou de costas para nós. O que eu estava falando, com certeza, estava o afetando, mas eu não podia fazer nada, aquela era a verdade antes do amor surgir.

E eu acabo de arranjar mais uma discussão com ele.

– Você é louca, Melissa. – ela gritou. – Sua mãe está naquele hospital morrendo a cada dia que passa e você vai deixá-la morrer enganada? – ela voltou a chorar. – Achando que a filha está apaixonada por esse idiota, quando na verdade tudo não passa de um infeliz contrato? – Noah voltou a olhar para nós e ele não estava feliz.

– Não é bem assim, Gracie. – retruquei. – No começo eu menti sobre o que eu sentia pelo Noah porque eu não o conhecia, mas… - respirei fundo e olhei para o Noah, que estava me fitando, esperando que eu continuasse a falar. Não sabia se apesar de estarmos brigando antes da Gracie chegar, valeria a pena dizer o que eu sentia por ele para a Gracie e para ele. – Mas com a convivência e nos envolvendo de verdade, os sentimentos começaram a surgir e eu me apaixonei pelo Noah, eu não menti em tudo. – vi o Noah curvar os lábios em um pequeno sorriso, o que me fez sentir as malditas borboletas. Terminei de falar e pela terceira vez, senti uma tontura, porém, dessa vez foi bem mais forte. – Ai! – reclamo da dor que também senti na cabeça e coloquei a mão sobre a mesma.

– Tá tudo bem, Melissa? – Noah perguntou assustado e se aproximou de mim.

– Não começa a fingir para tentar fugir da conversa. – Gracie gritou. Tudo começou a girar e eu estava muito tonta. – Eu ainda estou chateada, você me fez de idiota esse tempo todo e ainda quer me dizer que gosta do Noah de verdade? Você é outra idiota por ter tido a coragem de ter mentido tão descaradamente para todo mundo assim.

– Ai! – minha barriga também doeu e coloquei a mão sobre ela. – Eu não to fingindo. – Noah ignorou o fato de que nós estávamos brigando há poucos minutos e veio rápido para perto de mim. – Eu não estou bem. – digo.

– Ah, Melissa. Já não basta de mentiras? – ela perguntou, irritada.

Não consegui responder a Gracie, tudo começou a girar a minha volta e tudo ficou preto, a última coisa que me lembro, foi de sentir os braços do Noah me segurando.

[...]

Ao abrir os meus olhos, sinto-os doer pela luz forte do lugar onde eu estava, os fechei novamente e devagar os abri e tentei descobri que lugar era aquele. Logo me dou conta que era um quarto de hospital e que havia uma enfermeira de costas para mim.

Olhei em volta e não tinha mais ninguém além de nós duas ali. Minha cabeça doía um pouco e eu me sentia um pouco fraca, mas isso não me impediu de falar.

– Ei! – chamei a enfermeira, que se assustou quando me ouviu chamá-la, mas logo que se virou para mim, abriu um sorriso enorme.

– Olá! – ela respondeu ainda com seu sorriso enorme. – Que bom que acordou! Como se sente? – ela perguntou, aproximando-se de mim.

– Não sei, minha cabeça está doendo um pouco e estou sentindo minha barriga vazia. – respondi e ela riu.

– Muito pelo contrário, querida. – ela me respondeu alegremente. Franzi o cenho e ela riu de novo, como se já soubesse que eu não acharia graça. – Eu vou chamar o doutor e vocês poderão conversar direito. – ela diz, antes de ir até a porta. – Ah, e meus parabéns... – ela diz e abre a porta, saindo do quarto em seguida.

Continuei com o cenho franzido porque eu não fazia ideia do que ela estava falando. Ela me parabenizou e nem se quer é o meu aniversário. Louca.

Sem que eu pudesse evitar, comecei a pensar nas duas brigas que tive. Só de pensar que ainda terei que discutir com o Noah e ainda tentar me recuperar com a Gracie pela segunda vez – já que quando ela descobriu que perdi a virgindade com o Austin, fez um inferno até eu conseguir a sua amizade de volta -, me deixava cansada.

Saio dos meus devaneios quando vejo o doutor entrando na sala com um sorriso de orelha a orelha. Eu já o conhecia, então por educação, sorri de volta.

– Parece que alguém aqui gosta de desmaiar. – ele disse em um tom de brincadeira.

Lembrei-me de que aquela era só mais uma vez que eu já tinha ido ao hospital por conta desmaio e ri.

– Antes de começarmos, meus parabéns. – ele diz e mais uma vez, franzi o cenho.

– Tudo bem, por que estão me parabenizando? – perguntei confusa.

O doutor pegou a prancheta que estava na mão dele e procurou por uma ficha médica, obviamente a minha e assim que achou, aproximou-se de mim.

– Eu começo com as perguntas aqui. – ele diz, ainda brincando. – Diga-me o que estava sentindo. – ele pega uma caneta e me fita.

Tento me lembrar de tudo que eu estava sentindo de uns tempos pra cá e começo a dizer todos os sintomas. As tonturas, os enjoos… O doutor me fitava com um sorriso estranho, eu estava começando a ficar com medo de que ele fosse um psicopata, mas eu o conhecia e sabia que não faria nada comigo.

– E depois de tudo isso, o que você acha que tem? – ele me pergunta, o encaro confusa.

– Você é o doutor aqui. – respondo e ele ri.

– Tem razão. – ele põe a prancheta com as fichas em cima da mesa e pega um papel que estava lá, entregando-me em seguida. – Aí está a causa de tudo que você vem sentindo. – pego o papel e começo a ler, tentando encontrar onde dizia o que eu tinha. – Enquanto você dormia fizemos um exame de sangue em você… sorte que não tinha comido nada hoje, por isso deu para fazer o exame. – ele se aproximou de mim.

Arregalei meus olhos quando terminei de ler tudo que estava no papel e senti algo estranho no coração. Aquilo não podia ser real. Era a última coisa que eu queria que acontecesse e agora isso está acontecendo.

– Por favor, me diz que isso é uma brincadeira. – implorei, deixando o papel de lado.

– Meus parabéns, mamãe. – ele disse, sorrindo.

Senti vontade de morrer naquele momento. Só podia ser piada. Ser mãe era algo que estava em últimos planos na minha vida. Não queria estar grávida, não queria ter um filho, não agora, não na situação que estávamos, não com o Noah.

Não que eu não achasse que ele seria um pai ruim, mas pelo simples fato de sermos jovens demais para criarmos um filho.

Ser pais era uma responsabilidade enorme e eu não estava preparada para encarar aquilo. Eu não acreditei em nada que li e não queria acreditar no doutor.

– Isso é sério? – perguntei, ainda não acreditando em nada. – Por favor, refaçam esse teste, isso não pode estar acontecendo comigo. – eu estava desesperada e ele não estava entendendo nada.

– Não precisamos refazer nada, se quiser a gente faz um ultrassom agora mesmo, mas esse teste não é preciso. – ele responde. – E eu estava esperando que você ficasse surpresa, mas não que agisse assim. – ele continua falando, enquanto eu lamentava mentalmente por aquilo está acontecendo. – E por acaso, você já está com quase um mês de gestação. – como eu não percebi?

– Não posso. – respondi ainda triste com aquilo. – Isso não é bom. – fechei os olhos e levantei a cabeça, tentando não chorar.

Era claro que eu não estava culpando a criança por aquilo, mas sim lamentando porque eu sabia que o Noah não iria nunca querer ser pai. Ele só tem vinte anos e eu só tenho dezoito. Eu sei que quando o contrato acabar – ou infelizmente, a minha mãe falecer – ele vai querer se livrar do casamento, por mais que ele diga que gosta de mim.

– Espera, você não contou ao Noah, não foi? – perguntei desesperada quando voltei à realidade e me dei conta do que estava acontecendo ali.

– Não! – ele respondeu e eu suspirei aliviada. – Pelo jeito que ele chegou aqui e não disse nada demais sobre o que você estava sentindo, percebi que ele não fazia ideia disso, deixei para você contar. – ele concluiu e afastou-se da minha cama.

– E o que disse a ele? – perguntei.

– Que por você não ter comido nada o dia inteiro, a sua pressão baixou e por isso desmaiou. – ele respondeu. – O que não é totalmente mentira.

Fiquei um pouco aliviada ao ouvir aquilo. Noah precisava saber por mim sobre a gravidez. Apesar de que ainda a ficha não havia caído, eu precisava contar para ele.

– Vou chamá-lo, tudo bem? – o doutor vai até a porta.

Penso um pouco antes de dizer que sim, porque eu ainda não fazia ideia do que eu iria falar para o Noah. Eu não sei contar isso, não sei prepará-lo para essa noticia. Eu sei que falo da gravidez como se fosse uma doença, mas eu também sei que ele não quer ser pai. Por isso não faço a mínima ideia do que devo fazer.

Digo ao doutor para chamá-lo e respiro fundo várias vezes antes de ouvir a porta sendo aberta. Meu coração dispara no mesmo instante em que vejo o Noah parado na porta, olhando para mim como se pedisse permissão para se aproximar de mim. Assenti e na mesma hora ele fechou a porta e veio para perto da cama, ficando ao meu lado.

– Melissa, por favor, me desculpa. – ele começa a falar como se estivesse desesperado. – Eu cansei de te deixar triste por causa da Sasha, mas não sou eu, é ela. A minha mãe colocou essa mulher na nossa vida e agora ela é uma pedra no meu sapato, o que estava acontecendo lá, não passou de… - fechei os olhos e respirei fundo antes de interrompê-lo.

Eu ia soltar a verdade, mas me faltou coragem.

– Noah, para! – foi o que saiu. – Eu que tenho que te pedir desculpas por ter tirado conclusões precipitadas sobre o que eu vi lá na festa, eu só… só… estava com ciúmes. – assumi e olhei para baixo, não queria ver a cara do Noah ao eu assumir pela primeira vez que eu tinha ciúmes dele.

Senti as minhas bochechas queimarem e como sempre, aquela sensação que toma o corpo todo quando estamos com a pessoa que gostamos. Maldita paixão.

Noah segurou meu queixo e levantou meu rosto, fazendo-me olhar nos olhos dele. Ele riu e deixou seu – maravilhoso – sorriso estampado.

– Eu sabia que você tinha ciúmes. – ele disse. Revirei os olhos, mas não evitei o riso.

– Não seja convencido, ainda estou com raiva de você. – respondo e, mesmo sendo mentira, queria brincar um pouco com ele.

– Posso te fazer me perdoar rapidinho assim que formos para casa. – ele respondeu com aquele maldito sorriso safado.

Incrível como esse rapaz consegue me fazer perdoá-lo tão fácil assim. É só ele olhar nos meus olhos, abrir o sorriso lindo que só ele tem e falar coisas nada inocentes que já me encontro totalmente seduzida por ele e pronta para perdoá-lo.

Noah merecia uma surra.

– Não pense que estou fácil dessa vez. – respondi e ele riu.

– Eu gosto tanto de você. – Noah diz, passando a mão pelo meu braço, arrepiando-me. Eu ia responder, mas fui interrompida. – Mas esquecendo disso, o que você tem? – ele pergunta.

Senti o meu corpo congelar e perdi as palavras que eu deveria usar para contar ao Noah o que eu tinha. Eu sei, não posso esconder isso dele, até porque o filho também é dele e um dia a barriga vai crescer. Mas eu ainda estou esperando a minha ficha cair para depois contar ao mundo a minha mais nova noticia.

– Pressão baixa, preciso comer alguma coisa. – respondi, tentando convencê-lo que aquela era a verdade.

Noah me fitou desconfiado e depois riu, não entendi o porquê do riso, mas continuei séria, esperando por uma reação dele. Depois de alguns segundos me fitando, ele se aproximou e colocou a mão na minha cintura, mais na barriga do que na cintura e isso me assustou um pouco, porque isso me fez desconfiar que ele sabia de alguma coisa, logo em seguida, beijou minha testa e assim que abaixou a cabeça, encostou a testa dele na minha e ficou me olhando sem dizer nada.

– Nunca mais me dê um susto deste. – ele pede. Sorrio.

Eu não disse nada, apenas umedeci meus lábios e terminei com a pequena distancia dos meus lábios com o dele e o beijei. Eu não conseguia mais ficar um dia sem beijá-lo, sem sentir o toque dele. Se um dia tudo aquilo acabasse, eu sabia que seria difícil para eu me recuperar dessa paixão.

Apesar de que agora tenho algo para “segurá-lo” comigo.

Não consigo nem imaginar qual será a reação dele quando eu soltar essa bomba.

[...]

Descobri que a Gracie havia ido para casa. Noah me contou que ela disse que precisava descansar a mente e depois iria atrás de mim para podermos conversar direito. Noah pediu que ela tivesse paciência comigo, porque eu tinha razão no que eu disse… fui obrigada a casar, não tive escolhas.

Não sei quando ela virá atrás de mim, mas sei que se eu for atrás dela, não vai querer conversar comigo.

Estávamos no caminho de volta para casa. Por sorte Noah pegou minhas coisas que deixei na festa, porque eu odiaria perder tudo. Não conversamos muito, apenas ouvíamos música na rádio.

Não demoramos muito para chegar. Depois que Noah estacionou o carro, já sai e esperei ele chegar até mim. Como já estávamos de bem, fomos de mãos dadas até o elevador do térreo para chegarmos até o andar onde ficava o nosso apartamento.

– Você que vai cozinhar para mim hoje. – digo, enquanto esperávamos o elevador chegar. Noah ri.

– Você tem certeza? Sabe que a minha comida é horrível. – ele responde e rimos.

– Então acho que vamos pedir uma pizza. – chego à decisão mais segura e ele concorda.

O elevador para e assim que a porta abre, nós dois damos de cara com o Peter.

Quase me assustei ao vê-lo ali, fazia algumas semanas que ele não vinha até a nossa casa e quando vinha, era só para conversar coisas importantes do trabalho com o Noah. Eu não fazia ideia do que ele queria.

– Boa noite, crianças. – Peter da inicio a conversa.

– Boa noite. – Noah e eu respondemos assim que saímos do elevador.

Nós três nos cumprimentamos antes de conversarmos.

– Aconteceu alguma coisa na empresa, pai? – Noah pergunta confuso.

Aposto que ele também não tinha a mínima ideia do que o Peter queria.

– Na verdade não. Vim conversar sobre uma coisa mais pessoal. – Peter responde.

– Eu acho melhor nós três entrarmos. – opino e os dois concordam.

Seguimos o pequeno corredor até a porta do nosso apartamento, que por acaso não estava nem um pouco arrumado.

– Desculpem-nos pela bagunça, saímos por dois dias seguidos e não tive tempo de arrumar. – respondo, antes de me sentar com os dois.

– Não se preocupe com isso. – Peter responde.

Antes que ele começasse a falar o que queria, Noah o impede.

– Não acha melhor ir comer alguma coisa antes? – Noah me pergunta.

– Está tudo bem, eu aguento mais um pouco. – respondo e olho para Peter que estava como cenho franzido.

– Você está doente? – ele me pergunta.

– Acabamos de voltar do hospital. – Noah o responde. – Melissa desmaiou e o doutor nos recomendou que ela comesse logo. – ele completa.

– E o que você tem? – Peter pergunta olhando para mim.

Noah também me fita e eu travo por alguns segundos. O olhar do Noah me intimidava, era como se ele soubesse que eu estava mentindo e sabia qual era a verdade. Isso me deixava com medo, porque quando eu decidir contar da gravidez, com certeza ele ficará bravo se souber da verdade.

– Eu… a minha pressão caiu. – respondo um pouco insegura. Peter assente.

– O que é um pouco estranho, já que ela estava com enjoo de uns dias pra cá, não é? – Noah pergunta.

– Loucura. – respondo sendo breve e solto um riso falso.

– Minhas melhoras pra você. – Peter deseja e assinto em agradecimento. – Mas vamos ao que importa. – ele dá inicio ao que realmente queria falar. – Melissa, a sua mãe está muito doente e fiquei sabendo que seus dias estão contatos. Não quero que pense que não quero ajudar, porque estarei pagando todas as coisas dela até seu último suspiro, mas eu quero saber o que será de vocês dois quando o pior acontecer?! – Peter completa e o silêncio se instala por alguns segundos.

Nós dois nunca nos sentíamos confortáveis conversando sobre nossa relação com nenhum dos nossos pais. Por exemplo, o meu pai nem imagina que nós estamos nos gostando. Já o Peter, duvido muito que o Noah não tenha dito nada a ele, porque desde o começo ele insiste em dizer que estávamos apaixonados, mesmo antes de estarmos.

Era bom vê-lo preocupado com o que será de nós dois quando o pior acontecer. Minha mãe era o que segurava aquele casamento, quando ela se for, o contrato acabará.

Continuávamos em silêncio e por isso, o Peter decidiu voltar a falar.

– Olhe só crianças, eu não queria mais me intrometer na relação de vocês, mas é impossível. Vocês dois nunca sabem o que querem, estão apaixonados por que tem vergonha de falar? – Peter pergunta e Noah e eu soltamos uma risada.

– Acontece que já falamos. – Noah responde e assinto.

– Então vão ficar juntos? – Peter pergunta e ele parecia feliz.

Bem, se por acaso algo nos separar… tem uma pessoa dentro de mim que sempre nos manterão juntos. Então, não sei bem se um dia vamos nos separar definitivamente. Acho que realmente só a morte nos separará.

– Isso é o que está nos nossos planos, mas tudo pode acontecer. – respondo e Noah concorda.

Sim, eu queria continuar com o Noah. Mas eu não fazia ideia do que iria acontecer com nós. Talvez a Amy arranje um jeito de destruir tudo, ou até nós mesmos podemos nos desentender. Nunca se sabe.

– Isso vai dar uma briga feia com a sua mãe, mas o importante é a sua felicidade. – Peter diz e assentimos.

– Eu não me importo com que a minha mãe vai fazer, vamos continuar juntos. – Noah responde e segura a minha mão. Sorrio e o Peter também.

Acho que ele gosta de ver o Noah apaixonado. Talvez ele entenda o sofrimento que o Noah já passou com a Sasha e agora torce para que o Noah seja feliz. E eu tinha quase certeza que eu estava fazendo isso.

– Mas vocês vão ter que se divorciar de qualquer jeito, porque está no contrato, tem que ser cumprido. – Peter diz e franzo o cenho.

– Então quer dizer que não seremos mais casados? – pergunto.

– Eu não sabia dessa parte também. – Noah diz.

– Mas isso não significa que vocês têm que se separar, entende? – Peter fala. – Mas o divórcio foi algo que a Amy exigiu e como ela odiou essa ideia de casamento, eu tive que fazer pelo menos algo que ela queria. – ele justifica. Noah revira os olhos. – Eu desejo muito a felicidade de vocês dois e espero que não deixem a Amy influenciar em nada.

– Não vamos deixar. Eu vou ficar com a Melissa, ela querendo, ou não. – Noah diz decido.

Com certeza a Amy tinha planos colocando o divórcio obrigatório no contrato. Eu não sabia o que era, mas um dia tudo viria à tona.

No momento, minhas únicas preocupações eram: conseguir me desculpar com a Gracie e convencê-la de que eu fui a vitima, assim como o Noah também foi. E claro, o mais importante… criar coragem e contar sobre a gravidez para todo mundo.

Mas primeiro, eu precisava acreditar para depois fazer os outros acreditarem.

Isso era algo tão inesperado… eu ia ser mãe.


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Notas finais do capítulo

SIM! A Melissa será mamãe.

Todas prontas para entrarmos na reta final de Casamento Forçado?

Antes de falar sobre isso, quero novamente me desculpar com vocês pela demora. Ainda esse mês eu vou voltar a postar frequentemente e espero que não fiquem decepcionadas com o rumo que a história mais tomar. Mas vamos lá.

Sim, estamos no final... No final da primeira temporada PORQUE A SEGUNDA ESTÁ MAIS DO QUE CONFIRMADAAAAAAA. Eu não sabia ainda se iria fazer, ou não, mas me dei conta que o final que eu programei precisava de uma continuação e eu vou fazer isso. COMEMOREM!

Eu tenho uma ideia de quantos capítulos ainda temos, mas acredito que não chegaremos a 50. A segunda temporada será curta, mas essencial. Espero que fiquem comido até lá e que gostem.

Por enquanto, é só isso.

Ainda vou responder todos os velhos comentários assim que eu voltar para postar mais um capítulo. Espero que tenham gostado dele, mesmo que tenha sido escrito na minha crise de criatividade e tudo kkk, mas é isso.

Comentem para eu ter certeza que ainda estão aqui. Por favor, eu amo vocês.

Beijos.