Casamento Forçado escrita por Marie


Capítulo 28
Um contrato


Notas iniciais do capítulo

SIM! EU DEMOREI SÉCULOS.
SIM! EU MEREÇO UMA SURRA.
SIM! VOCÊS DEVEM ESTAR BRAVOS COMIGO.
MAS NÃO! EU NÃO ABONDEI A FIC.

Antes de tudo, quero agradecer a Kayce Gasai por ter recomendado Casamento Forçado. Muito obrigada, linda! Esse tipo de recomendação é daqueles que ler só uma vez não é o suficiente. Eu amei muito. Obrigada.

Vamos as minhas justificativas. Bem, eu estava sem total criatividade e não conseguia escrever nem uma linha da fic. Não queria forçar as ideias, porque eu sabia que iria acabar saindo ruim e por isso decidi tomar uma férias do Nyah e da escrita e organizar as minhas fics e só quando eu tivesse pronta, voltar a postar frequentemente, ou pelo menos, não demorar um mês, ou quase isso.

Espero que entendam e me perdoem, porque eu não estava conseguindo escrever de jeito nenhum. Não estou 100% segura com o capítulo, porque ainda estou com um pequeno bloqueio, mas depois que li a recomendação da Kayce, podemos dizer que senti saudades de postar e isso colaborou para que eu escrevesse.

Não quero mais segurar vocês aqui, falo mais lá no final... Podem ir matar a saudade do Noah, eu deixo.
Boa leitura.



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Entro desesperada no hospital, quase gritando pelo meu pai. Minha visão estava embaçada por causa das lágrimas e meu coração apertado. Saio empurrando tudo que estava no meu caminho até chegar onde o meu pai estava. Noah vinha logo atrás de mim, gritando para eu ter calma, mas era impossível ter calma naquela situação.

Ela estava bem, tão forte e indo tão bem com os tratamentos e agora, essa doença desgraçada decide voltar e fazer mal a minha mãe. Eu me sentia tão fraca só em pensar que qualquer deslize do médico, eu poderia perdê-la para sempre. Eu não conseguia me imaginar sem ela.

Lauren sempre foi meu tudo. Pra quem sempre eu corria quando precisava, mas ela acabou ficando tão mal com o câncer que acabamos nos distanciando. Ela só vivia em hospitais e eu não podia nem falar com ela direito. Queria tanto voltar ao tempo só para fazê-la buscar um médico e se curar antes que o câncer tomasse conta de todo o corpo dela, mas não era possível.

Nada que eu realmente quero, é possível.

– Pai! – digo, já chorando quando o vejo de pé na sala de espera.

Corro para seus braços e ele me envolve com força. Choro no seu peito, assim como ele chorava no meu ombro, mesmo Tom tentando ser forte para me dar apoio, ele não conseguia.

Minha mãe era nosso ponto fraco e era só qualquer coisa dar errado com ela que tudo ao nosso redor desmoronava.

– Ela estava tão bem. – ele fala, com a voz embargada.

Eu odiava vê-lo chorar. Apesar de tudo que ele fez, vejo que no fundo, era por uma boa causa. Sem o contrato, não sei nem se chegaríamos até aqui com ela. Já teríamos perdido a Lauren há muito tempo.

– Ela não pode morrer, pai. – continuo chorando. Ele me abraça com mais força e tenta me acalmar.

Nós dois sempre apoiamos um ao outro quando o assunto era ela. Não importava as brigas, nem nada, quando precisávamos, esquecíamos tudo e focávamos apenas em dar força ao outro.

– Mel? – ouço uma voz feminina familiar me chamar e separo-me do meu pai, olhando para trás.

Assim que me viro, dou de cara com a minha tia Lena. Irmã da minha mãe. Fazia anos que eu não a via e, é bom saber que ela está aqui conosco no momento em que precisamos.

– Tia. – digo e vou até ela, abraçando-a.

Ela parecia com a minha mãe, não só na aparência, mas no jeito de ser também. Era uma boa pessoa.

– Eu sinto muito por tudo isso, querida. – ela diz, passando as mãos no meu cabelo. – Mas eu sei que a sua mãe te ama independente do que aconteça, ela sempre te amará. – não aguento ouvir isso e volto a chorar.

– Eu não quero perdê-la, tia.

A minha mãe tinha poucos parentes e a maioria dessas poucas pessoas, não gostavam dela. Tudo isso porque ela engravidou com dezessete anos e de um homem dez anos mais velho. Lauren já havia enfrentado os pais, já recebeu ameaça dos tios, dizendo que matariam o bebê – no caso, eu – isso a levou a fugir do Texas, vindo morar em Nova Iorque com meu pai.

Lena sempre ficou do lado da minha mãe, apoiando, enquanto todos a julgavam. Era bom saber que mais uma vez minha tia estava do lado dela.

– Vai ficar tudo bem, ela é forte. – Lena tenta me dar esperanças, mas eu sabia que dessa vez, não tinha volta. Ela estava em estado terminal e poderíamos perdê-la a qualquer momento.

Separamo-nos depois de mais alguns segundos abraçadas e vou até Noah, que não havia dito nada enquanto estava lá. Ele coloca o braço ao redor do meu ombro e ficamos assim. Lena nos olha e tenta sorri para nós.

– Então você é o felizardo que roubou o coração da minha sobrinha. – ela diz, tentando quebrar o clima triste que estava instalado ali, mas isso não era suficiente.

– Felizmente sim, sou eu. – Noah responde, com um pequeno sorriso nos lábios, os dois dão um aperto de mão e voltam a ficar em silêncio.

Envolvo meus braços no corpo do Noah, o abraçando mais forte, ele faz o mesmo. Eu amava tanto quando ele ficava assim comigo, me apoiando nesses momentos difíceis e é melhor ainda saber que ele gosta de mim, de verdade.

Meu pai nos olha surpreso. Provavelmente pensando no porquê de toda aquela aproximação. Mas não diz nada, aquele não era o momento para conversar sobre tal assunto.

– Ela vai ficar bem, você precisa ter fé na sua mãe. – Noah sussurra só para eu ouvir e beija o topo da minha cabeça.

Sorrio. Era impossível não sorrir. Ele conseguia me deixar tranquila nas piores situações. Eu amava isso.

[...]

Ficamos bons minutos lá, esperando um médico, ou alguém que trabalhasse ali nos dar alguma noticia sobre a minha mãe. Meu pai havia me dito apenas que ela estava passando por algum procedimento, os médicos estavam tentando controlar a situação e que não podia receber visita.

Sem escolhas, ficamos conversando, tentando nos distrair, mas o que a minha mãe estava passando, não saia da minha mente, e eu sabia que o meu pai não estava diferente, mesmo nos enchendo de pergunta.

Somos interrompidos quando, finalmente, um médico vem até nós.

– Senhor Castilho? – ele chama pelo meu pai, que rapidamente levanta, assim como os outros. Noah segura a minha mão.

– Sim?! – meu pai responde, esperando que ele continue. O médico dá uma olhada em todos nós e continua.

– Bem, como já avisado, infelizmente a Lauren está em estado terminal. – ele responde, lamentando. – Fizemos alguns procedimentos e a situação está sobcontrole, mas não podemos garantir nada. Ela vai ficar sobre vigia e qualquer coisa estranha, vamos avisar a vocês. – ele continua, olhando uma ficha que estava na mão dele. – Não tem mais volta, agora vocês só podem esperar pelo pior. Sentimos muito. – ele finaliza.

Não tinha como evitar não chorar. Era impossível para mim. Só por saber que ela estava com os dias contados e um dia eu iria acordar e ver que eu não poderia mais conversar com ela, nem abraçá-la era de destruir o meu coração. Noah me abraçou assim que comecei a chorar e tentou me acalmar.

Eu odiava estar nessa situação.

No final de tudo, esse contrato não valeu pelo real motivo dele. A minha mãe estava morrendo e o dinheiro que meu pai estava ganhando não iria trazê-la de volta quando ela morresse.

– Amanhã ela poderá receber visitas, mas hoje não. Ela está se recuperando. – ele avisa. – Bem, era só isso. Tenho mais pacientes para atender agora. Boa sorte! – ele diz e dá as costas, saindo de lá.

Meu pai se sentou de volta no sofá e colocou as mãos no rosto. Minha tia foi para o lado dele e começou a consolá-lo, enquanto quem fazia isso para mim, era o Noah.

Não tinha mais para onde correr, agora era só esperar o pior chegar. Eu odiava ter que aceitar isso, era tão doloroso saber que logo ela, que sempre foi uma boa pessoa, ter sido a escolhida para estar nessa situação.

Eu iria perdê-la. Só de imaginar perder a minha mãe, doía. Não quero chegar no dia que isso vai acontecer.

Eu a amava tanto.

[...]

Uma semana depois…

– Droga! – grito e levanto da cama indo correndo para o banheiro.

Já era a terceira vez na madrugada que eu levantava da cama só para ir vomitar. Eu odiava vomitar, não fazia isso há tempos e agora, essa droga decidiu me atormentar.

– Melissa? – Noah acordou assustado e veio correndo atrás de mim para o banheiro.

Abaixei-me em direção ao vaso sanitário e coloquei para fora o que ainda tinha no meu estomago. Já era o segundo dia que eu sentia enjoo e a terceira vez na madrugada que eu levantava para vomitar. Eu não sabia o que estava acontecendo, porque se tem algo raro, esse algo era eu ficar doente.

Assim que coloco o que restou para fora, fecho a tampa do vaso, sento-me nela e olho para o Noah, que me encarava assustado. Dou risada ao vê-lo de samba-canção, era uma cena engraçada.

– Você está passando mal e ri? – ele pergunta, ajoelhando-se na minha frente e colocando as mãos sobre meus joelhos. – O que você tem? – Noah pergunta preocupado. Suspiro, retomando minhas forças para falar.

– Eu não sei. – digo, tocando minha testa para ver se eu estava com febre. – Acho que aqueles tacos não me fizeram bem. – lembro-me da última refeição que havíamos feito.

Eu não gostava de tacos, mas o Noah havia me obrigado a comer. Ele amava e quis me fazer amar também, talvez o meu psicológico não tenha aceitado isso e agora está me fazendo pôr tudo para fora.

– Tem razão. – Noah fala pensativo. – Mas tem certeza que foi só os tacos? – ele pergunta, encarando-me com certa desconfiança.

Levanto a cabeça e o fito. Franzo o cenho e penso no que ele queria dizer com aquilo. Mas não há nada de estranho em seu corpo rejeitar tacos.

– Sim. – digo, tentando deixá-lo mais tranquilo. – Só os tacos. – tenho me deixar tranquila também.

Sim, várias coisas se passaram pela minha mente como o real motivo de todo aquele enjoo, mas eu preferia ignorá-las e focar só na comida que não me fez bem. Eu não queria nem pensar em outras possibilidades. Seria terrível.

– Que bom então. – ele se levanta e segura a minha mão, puxando-me para cima. – Você está tomando anticoncepcionais, não é? – Noah pergunta, ainda um pouco desconfiado.

Arregalo os olhos minimamente com a pergunta dele. Não acredito que ele também estava com essa ideia na cabeça. Mas isso é algo que não poderia acontecer nunca. Não gosto nem de pensar se isso acontecer.

– Noah, não pense nisso. – o repreendo, indo para a pia e lavando a minha boca em seguida. Ouço Noah suspirar.

– Só passou pela minha cabeça, sei lá. – ele responde.

Viro-me para Noah novamente e balanço a cabeça negativamente.

– Não se preocupa, está tudo bem. – digo e passo por ele, saindo do banheiro.

Com certeza havia sido o tacos. Queria deixar longe da minha mente as outras possibilidades. Apesar de que enjoo e vomito não significa só aquilo, há tantos motivos. Mas é incrível como o meu bendito cérebro quer ir logo pelo caminho mais difícil e colocar essas coisas na minha mente.

Isso não vai acontecer. Não quero que aconteça.

– Vamos dormir, já são quatro da manhã, vou cedo ao hospital ver a minha mãe. – digo, chamando o Noah de volta para o quarto.

Ando até a cama e deito de volta no meu lugar, em seguida, Noah deita ao meu lado, puxando-me pela cintura para deitarmos abraçados. Ele beija o topo da minha cabeça e ficamos assim…

A sensação de tê-lo perto de mim era ótima. Maldita paixão que me fez viciar no Noah.

[...]

– Tem certeza que quer ir à festa? – Noah pergunta enquanto terminava de vestir a roupa.

– Noah, eu já disse que estou melhor. – respondo, já irritada com tanta preocupação dele.

Nós havíamos acabado de voltar do hospital. Fomos visitar a minha mãe, que, infelizmente, não estava tendo sucesso nas tentativas para melhorar. Parceria que nada estava mais dando certo com ela, era só regresso, ao invés de progresso. Eu ficava triste toda vez que a via deitada na cama do hospital, impossibilitada de fazer qualquer coisa sozinha, ela vivia dormindo, os medicamentos davam sono e nunca tínhamos chances de conversarmos. Eu estava odiando tudo aquilo, ainda mais sabendo que qualquer dia eu vou acordar e pensar que nunca mais vou vê-la.

Noah queria me levar a uma festa para que eu pudesse distrair a mente, mesmo sabendo que não iria funcionar, eu iria. Era uma festa de reencontro dos amigos do colégio e, obviamente eu não deixaria o Noah ir sozinho para uma festa onde todas as ex-paqueras dele estariam.

Claro que confio nele, eu só não confio nelas.

– Tem certeza? – Noah pergunta.

Viro-me para ele e o encaro um pouco irritada.

– A pergunta é: você quer que eu vá? – pergunto, quando termino de vestir a minha blusa. – Porque parece que quer ficar sozinho com suas antigas amigas na festa. – digo ainda irritada.

Noah revira os olhos, entediado e se aproxima de mim. Ele envolve seus braços na minha cintura e me encosta à parede. Ele sempre fazia isso quando estávamos perto de discutir.

Não que eu não gostasse, claro que não.

– Quantas vezes eu vou ter que te dizer que só tenho olhos para você? – ele pergunta e aproxima seus lábios dos meus. – Não quero mais ninguém. Bota isso nessa sua cabeça. – ele termina com a pequena distância dos nossos lábios, beijando-me.

Era claro que eu não iria recusar os beijos dele, ainda mais quando eu sabia que aqueles beijos e as palavras eram verdadeiros. O nosso sentimento era verdadeiro.

Depois que Noah – desastrosamente – se declarou para mim, o nosso relacionamento vinha ficando mais forte do que já era. Eu já gostava dele, mas depois de finalmente saber que ele sentia o mesmo por mim, não tive mais para onde correr. A paixão tomou conta de mim e ele estava sendo, no momento, o meu porto seguro. Para onde eu sempre corria quando precisava e, ele não me decepcionava uma vez se quer.

Estava sendo um homem de verdade.

Afasto-me dele quando ouço batidas na porta e, claro, ele não gostou. Provavelmente era a Gracie, havíamos convidado ela para ir com a gente. Além do mais, ela estava de namoradinho novo e ele era um dos antigos estudantes, era claro que ela ia. James estava fazendo muito bem a ela.

– Vá abrir a porta, eu vou terminar de me arrumar. – ando até o guarda-roupa para escolher algo que combinaria com a blusa.

– Vai ficar me devendo. – Noah diz enquanto sai do quarto. Sorrio e continuo procurando uma roupa.

Tenho a confirmação de que era a Gracie quando ouço um grito de empolgação dela. Depois de um tempo vindo aqui em casa, ela e Noah fizeram uma boa amizade, eles já gostavam do outro e quanto mais se conheciam, mais amigos ficavam.

Nunca sentiria ciúmes disso, confio mais na Gracie do que em mim mesma.

Olho-me no espelho pela última vez antes de sair do quarto. Eu estava usando uma blusa branca colada e com decote, um short jeans escuro e uma sandália simples. Era uma festa na piscina e eram duas da tarde, não tinha porque caprichar em nada.

Chego à sala e vejo Noah e Gracie conversando, James também estava lá.

– Boa tarde! – digo, tomando a atenção deles para mim.

– Boa. – Gracie responde.

– Boa tarde mulher que roubou o coração do meu amigo e agora ele está perdidamente apaixonado por você. – James responde. – Ele quem me disse isso, só para avisar. – Noah ri e abaixa a cabeça, envergonhado. Sorrio, envergonhada também.

– Mas é claro que eles estão apaixonados, seu bobo. Eles são casados. – Gracie responde.

Ela não sabia de nada.

Apesar de que tudo agora parecia de verdade, todos continuavam achando que o casamento surgiu por pura vontade nossa. Não podíamos contar nada para ninguém, ainda me sentia mal por isso, mas não tínhamos escolha.

– Podemos dizer que não éramos tão apaixonados assim, mas agora, eu estou louco por ela. – Noah diz, deixando-me muito envergonhada.

– Que lindos! – ela diz, emocionada.

­– Eu sei, sou um amor de pessoa. – digo, fazendo todos rirem.

– Pronto! Chega de amor e vamos para a festa. – James fala, puxando Gracie para fora do apartamento.

Noah se aproxima de mim e me dá um rápido beijo nos lábios.

– Então quer dizer que você disse isso para o James? – pergunto, fazendo-o rir.

– E muito mais. – ele responde, puxando-me para fora.

Esse homem vai acabar me deixando louca.

[...]

Chegamos a casa onde a festa estava acontecendo. O som estava muito alto e havia pessoas bêbadas saindo de lá com copos na mão e outras entrando, para acabar saindo do mesmo jeito.

James estaciona o carro junto com os outros e saímos em seguida. Noah vem para o meu lado e coloca o braço ao redor dos meus ombros, James e Gracie estavam do mesmo jeito. Noah os encara e ri.

– O que foi? – James pergunta confuso.

– Nunca pensei que viríamos a uma festa com você acompanhado de uma mulher. – Noah responde. – Gracie, é bom você segurar esse rapaz. – Noah aconselha.

– Não preciso, ele sabe que sou melhor que todas aí dentro. – ela responde. Não evito a risada, assim como nenhum dos outros.

– Eu tenho que concordar! – James fala, divertindo-se.

– Ok, vamos entrar logo. – digo, fazendo todo mundo ir para dentro.

Entramos pelo fundo da casa, já que era lá que a festa estava acontecendo. Não tinha muita gente, mas também não chegava a ser poucas pessoas. Algumas dançavam em frente à mesa de som do DJ, enquanto o resto ficava sentado na beira da piscina, ou nadando. Eu tive que me acostumar com festas, já que nisso o Noah não havia mudado nem um pouco.

Colocamos nossas coisas em uma mesa que estava vazia e logo a anfitriã da festa veio nos cumprimentar. Ela chegou gritando e pulando no colo do James e do Noah.

– Que bom que vocês vieram. – ela gritou de alegria.

Os dois ficaram envergonhados e, claro, Gracie e eu enciumadas, mas não falamos nada. Sabíamos que eles não fariam nada demais… pelo menos não com nós duas ali.

– Não poderíamos faltar, não é mesmo?! – James diz assim que ela os solta.

– Pode acreditar que não, eu iria buscar vocês dois se faltassem. – ela respondeu com um sorriso enorme estampado.

Os três ficaram conversando por um tempo, enquanto Gracie e eu continuávamos ignoras no canto, apenas observando quando a garota – que eles estavam chamando de Mandy – iria nos notar… e depois de três minutos, finalmente ela no viu.

– E quem são essas? – Mandy perguntou, aproximando-se de nós, ainda com seu sorriso alegre.

Ela parecia inofensiva.

– Essa é a minha esposa Melissa. – Noah respondeu sem hesitar, antes de assumirmos nossa paixão, ele sempre ficava meio inseguro de dizer o que eu era dele, mas isso não existia mais. Sorri. – E essa é a Gracie, amiga da Melissa e quase atual namorada do James. – ele nos apresentou e Mandy sorriu.

– Uau! – ela diz. – Fiquei sabendo que você se casou, mas não tinha certeza disso. Isso me surpreendeu. – Noah devia ser mesmo muito galinha, todos se surpreendem quando ele diz que eu sou a esposa dele. – Mas vocês estão de parabéns, ótimas escolhas, muito bonitas. – os dois concordaram e Gracie e eu sorrimos agradecidas. – Aquela ali é a Ashley, minha namorada. – Mandy virou-se de costas para nós e apontou piscina, que era onde a sua namorada estava.

Gracie e eu nos entreolhamos e, com certeza, estávamos pensando a mesma coisa. Estávamos com ciúmes à toa. Mandy gosta da mesma coisa que os nossos rapazes gostam.

– Bom, fiquem a vontade e podem se divertir, eu vou nadar um pouco. – ela disse e nos deixou.

Nós quarto trocávamos olhares e sem motivos, rimos. Somos quatro idiotas.

– Gracie, você vem para a piscina comigo? – James perguntou para ela.

– Pode ir à frente, já te acompanho. – ela respondeu, James assentiu e saiu de lá.

Noah e eu sentamos em uma espreguiçadeira, sento entre as pernas dele e ele me abraça, Gracie ficou na nossa frente, nos encarando curiosa. Franzo o cenho.

– O que foi? – pergunto.

– Vocês são tão bonitinhos que chega a dar nojo desse amor. – ela responde, rimos.

– Obrigado, eu sei que sou lindo. – Noah responde.

– Convencido. – Gracie diz, revirando os olhos.

Ficamos alguns minutos jogando conversa fora. Gracie fazia as mesmas perguntas que vivia fazendo para mim ao Noah. Ele respondia tranquilamente, como se não ligasse que ela estava invadindo até demais a nossa privacidade. Não que eu não confiasse na Gracie, mas vamos combinar que ela às vezes exagera nas perguntas.

Depois de tirar a roupa, ela decidiu ir para a piscina ficar um pouco com o James, deixando-me só com o Noah.

Continuávamos abraçados, mas dessa vez em silêncio, observando aquelas pessoas ao nosso redor dançando loucamente. Algumas chegavam até a serem engraçadas, não evitávamos o riso.

Surpreendo-me quando Noah beija meu pescoço, seguindo para uma mordida e meu corpo todo se arrepia.

– Russel, aqui é um péssimo lugar para você começar com as suas provocações. – respondo, tentando ignorar os beijos que ele estava dando no meu ombro, pescoço e mordendo o lóbulo da minha orelha. – Para, Noah. Alguém pode ver. – digo, quando consigo me afastar dele. Ele ri, reviro os olhos.

– Não faça isso, eu sei que você gosta. – ele responde, como se tivesse total certeza daquilo.

Tudo bem, ele tem, mas não preciso alimentar o ego do meu querido marido.

– Não quando tem várias pessoas a nossa volta. – digo, com uma falsa irritação e ele ignora, aproximando-se de mim e dando um rápido beijo nos meus lábios.

– Então vamos poder fazer tudo quando estivermos sozinhos depois. - ele fala, abrindo o seu sorriso safado de sempre.

– Você só pensa nisso. – respondo, ele ri e eu reviro os olhos, porque não era totalmente mentira.

Noah segura minha mão e beija as costas dela, em seguida, volta a olhar pra mim, com o seu lindo e contagioso sorriso. Malditas sejam essas borboletas estomacais.

– Sexo faz parte, mas você sabe que eu gosto de você. – ele diz, redimindo-se. – Quer que eu repita tudo que eu já te disse? Que eu estou me apaixonando por você todos os dias? – meu coração acelera só de ouvir. Noah mexe comigo de um jeito que não tenho nem como explicar.

Era inacreditável que aquele rapaz estava apaixonado por mim e além do mais, me fez corresponder essa paixão.

– Eu também… - começo a falar, mas sou interrompida quando ouço uma voz masculina chamar pelo Noah.

– Noah, meu amigo. – um homem se aproxima de nós e os dois dão as mãos, ele puxa Noah para cima e eles se cumprimentam.

– Tyler, quanto tempo. – Noah responde quando se separam.

– Achei que nunca mais nos veríamos, você sumiu das minhas festas. – o tal do Tyler diz, Noah olha rapidamente para mim. – Ah, me lembrei, você se casou. – Noah assente. – Inacreditável. – e como sempre, mais um se surpreendendo. – Bela esposa. – Tyler diz, olhando para mim. Sorrio em agradecimento.

– Muito. – Noah responde, com seus olhos cravados em mim. Continuo sorrindo.

– Vamos ver a galera, estão lá na frente. Todo mundo está aqui e perguntando por você. – Tyler fala.

Noah olha para mim, mas dessa vez, como se pedisse permissão para poder ir ver a tal galera que o amigo falava. Preocupava-me quem fazia parte dessa galera, como eu já havia pensando, existem as ex do Noah.

– Ah, já entendi. – Tyler diz, rindo e se aproxima de mim. – Posso roubar o seu homem por um minuto? – ele pergunta, em um tom de brincadeira.

Penso por alguns segundos se valia a pena deixar o Noah ir, afinal, eu não fazia ideia de quem estava lá, ou o que estavam fazendo e o que podiam convencer o Noah a fazer. Confio no Noah, mas não sei se posso confiar nos seus amigos.

– Contando que ele volte vivo, fique à vontade. – respondo, fazendo Tyler abrir um sorriso.

– Prometo que ele voltará vivo. – ele diz, passando por mim e esperando Noah o acompanhar.

Noah se aproxima de mim e beija minha testa.

– Eu já volto. – ele diz, apenas sorrio e o deixo ir.

Fiquei muitos minutos sozinhas, minutos até demais. Enquanto o Noah estava com “a galera”, continuei sentada no mesmo lugar, observando todas as pessoas a minha volta. Não conhecia ninguém ali, mas lembrava de ter visto alguns deles na festa do casamento, mas eles não devem se lembrar de mim.

– Onde está o Noah? – saio do transe ao ouvir Gracie.

Olho para ela, que estava de biquíni e molhada. Pelo jeito a piscina estava boa.

– Não sei, um amigo dele veio chamá-lo para ver uma tal galera. – respondo.

Gracie espreme seu cabelo, tirando a água que ainda estava nele. O loiro dela era natural e bem bonito, e combinava bastante com os olhos azuis dela.

– Entendo. – ela disse, sentando-se ao meu lado. – Vai ficar de roupa a festa toda? – Gracie pergunta, rapidamente reviro os olhos, porque eu sabia o que iria acontecer a partir daquela pergunta.

– Não quero tomar banho de piscina, então continuarei de roupa. – respondo desinteressada na conversa.

– Ah, mas não vai mesmo. – Gracie diz, levantando-se na cadeira e me puxando pela mão logo em seguida. – Quer mesmo ficar com marcas de roupa na pele? Deixe pelo menos a do biquíni. – ela insiste. – Vamos, tire logo essa roupa. – ela segura a minha blusa e começa a levantá-la, tiro as suas mãos de lá e me afasto.

– Não quero ficar de biquíni, você sabe que não gosto de ficar tão amostra para as pessoas. – respondo.

Por mais que parecesse algo idiota, era a verdade. Demorei até para poder conseguir ficar tranquilamente seminua na frente do Noah, imagine na frente de várias pessoas que não conheço.

– Pare com isso, Melissa. – Gracie diz quase gritando e volta a tentar tirar a minha blusa. – Você sabe que tem um corpo bonito e quer escondê-lo? Ah, poupe-me.

Eu sabia que chegaríamos a essa discussão. Era sempre assim quando a Gracie queria uma coisa de mim, se eu não fizesse ela ficaria no meu pé até conseguir. Isso é desde o começo a amizade, eu nem sei como ainda me incomodo com isso.

Ficamos iguais a duas crianças. Ela estava tentando tirar a minha blusa e eu tentando mantê-la no meu corpo, até que minha paciência chegou ao fim.

– Ok! – gritei. – Você ganhou. – digo e ela abre um sorriso vitorioso.

Desisto de tentar convencê-la e tiro a blusa, mas eu ainda estava com raiva da Gracie por isso. Arrumo o biquíni, deixando-o certo nos meus seios e olho para a Gracie, que fitava a minha barriga com o cenho franzido.

– O que foi? – pergunto, fazendo-a olhar para meu rosto.

– Hm, você está mais gordinha. – ela diz, voltando a analisar a minha barriga.

– Não estou não. – digo, passando a mão por ela. – Não como tanto igual à antes. – ela olha para mim, um pouco desconfiada.

– Talvez não seja comida. – Gracie responde e curva seus lábios em um sorriso travesso. Reviro os olhos, irritada.

– Isso não vai acontecer, desista! – respondo, virando-me de costas para ela e indo procurar pelo Noah, que por acaso, já estava demorando demais para voltar.

– Vou voltar para a piscina com o James. – ouço a Gracie gritar e viro-me apenas para assentir.

Perdi a conta de quantos minutos já haviam passado e o Noah continuou lá. Eu não estava desconfiada. Eu sei que ele estava com os antigos colegas e precisava matar a saudade e contar novidades, mas ele veio comigo e eu não conhecia ninguém ali. Injusto me deixar isso.

Passei por toda a casa e não o encontrava. Até que encontrei uma única pessoa que eu conhecia, um amigo do Noah que foi até o Havaí para a festa.

– Melissa, quanto tempo. – Dylan diz assim que me vê. Abraçamos-nos rapidamente.

– Verdade! Pensei que não nos veríamos mais. – respondi, sorrindo.

– Precisamos marcar mais uma festa daquela, hein? – ele pergunta, referindo-se a festa de aniversário do Noah e pisca em seguida.

– Sim, com certeza. – continuo sorrindo. – Mas veremos isso depois. Você viu o Noah por aí? – pergunto direto, já que não aguentava mais esperar.

– Ele está lá frente com um pessoal, quer que eu vá chamá-lo? – Dylan pergunta, mas eu queria ir ver o que estava acontecendo lá.

– Não precisa, eu vou chamá-lo, mas obrigada! – sorrio e saio de lá.

A festa já estava ficando chata e como eu estava sozinha, ficou pior ainda. Eu já queria ir pra casa e não hesitaria em pedir para o Noah me levar para a casa, além disso, eu estava começando a ficar enjoada novamente e ao mesmo tempo com muita fome, eu não havia comido nada.

Entro em um pequeno beco que ficava na lateral da casa, ele me levaria até o jardim, que segundo Dylan, era onde o Noah estava. Quanto mais perto eu ficava, mais risadas eu ouvia. Pelo jeito a festa particular da galera estava ótima.

Chego até o jardim e não encontro o Noah, mas havia uma roda de amigos e assim que um me viu, todos se viram para mim e me encararam como se estivessem vendo alguém de outro mundo, eu não podia reclamar, porque quando a roda abriu e pude ver o Noah, foi assim que também fiquei.

A raiva me consumiu em segundos, eu queria muito bater no Noah e xingá-lo com todos os palavrões existentes e não existentes. Assim que todos saíram na frente dele, vi a Sasha. Mas ela não estava lá como alguém qualquer, ela estava com os braços ao redor do pescoço do Noah, enquanto ele estava com os deles na cintura dela, e o sorriso que estava no rosto dos dois… não havia ódio entre eles.

Noah fica sério assim que me ver e rapidamente empurra Sasha, que continuou sorrindo.

– Idiota! – é apenas o que eu digo, antes de me virar e sair o mais rápido possível dali.

Parece que o mundo odeia quando Noah e eu estamos de bem e nos entendendo. É incrível como tudo dá errado. Logo agora que estávamos nos assumindo para o outro que depois de tudo, estávamos nos apaixonando… tudo na minha vida tem que dar errado.

– Melissa, espera! – ouço Noah gritar, mas obviamente eu não iria parar.

Corri o máximo que eu conseguia, passei pela piscina e ouvi a Gracie gritar quando me viu correndo, mas a ignorei. Eu estava com raiva demais para conversar com alguém naquele momento. Eu queria espancar alguém… e esse alguém era o Noah.

Continuei correndo, mas com certeza dificuldade, já que eu estava ficando tonta e com tanta fome que chegava a ficar fraca. Saí pelo portão dos fundos e cheguei à calçada da rua. Olhei para os lados, pois eu nunca tinha estado ali e se saísse correndo, obviamente eu iria me perder.

– Melissa. – ouvi mais uma vez o Noah me gritar, mas o ignorei.

Eu iria continuar fugindo dele, mas eu não fazia ideia para onde ir, e o tempo que eu perdi pensando, foi o mesmo que ele demorou a chegar até mim e segurar o meu braço assim que eu ia sair.

Ele me puxou para continuar ali e assim que nossos olhos se cruzaram, os meus começaram a latejar e logo encheram de lágrimas. Eu estava odiando ser fraca.

– Me solta, eu não quero conversar com você. – digo, tentando puxar o meu braço.

– Me ouve, Melissa. Posso te explicar. – Noah disse, segurando meu braço com força.

– Explicar o quê? – gritei e com toda a forçada que ainda tinha, puxei meu braço, afastei-me do Noah. – É sempre assim, Noah. Sempre. – continuei gritando, mas com a voz embargada, eu estava chorando.

– Melissa, por favor, não tire conclusões precipitadas do que você viu, tenho uma explicação… - o interrompi.

– Não adianta explicar, isso vai se repetir. – digo, passando a mão no meu rosto e enxugando as lágrimas que caíram. – É sempre assim, Noah. Acha que sou idiota? – pergunto, gritando. – Primeiro você diz que odeia a Sasha, que quer distância dela, mas é só ela aparecer que você se derrete todo por ela e se esquece que é casado comigo. ­– eu não conseguia controlar a minha voz, eu precisava gritar e tentar me acalmar.

– Se você me ouvisse dessa vez, poderia até entender. – ele tenta me convencer de se explicar, mas eu estava com raiva demais para ouvir.

– Quer saber? – pergunto. – A idiota sou eu mesmo. Não sei como eu acreditei quando você me disse que gostava de mim. – voltei a chorar. – Vai ver todo esse amor que você jura sentir por mim está no contrato, não é mesmo? – Noah rapidamente começa a balançar a cabeça negativamente. – Essa é a única explicação, porque você jura odiar a Sasha, mas olha só o que sempre acontece quando ela aparece. Eu sou uma idiota por ter acreditado nessa droga de sentimento, mas já sei a explicação, estava tudo no contrato. - eu iria deixá-lo lá e sair, mas ele começou a falar.

– Eu não gosto dela. – ele gritou. – Te amar não estava no contrato e não é mentira. Só porque o casamento é falso, não significa que meus sentimentos são.

Sinto uma leve pontada no meu peito ao ouvir isso. Eu queria tanto acreditar nele, mas no momento estava sendo impossível.

Viro-me para ele novamente, mas antes que eu pudesse falar alguma coisa, sou interrompida.

– Agora eu entendi tudo. – ouvimos e viramo-nos para o portão, que era de onde vinha à voz. – Não acredito nisso… é tudo um contrato? – Gracie pergunta.


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Notas finais do capítulo

Vão me dizer que não esperavam que um dia ela iria descobrir?
Pois é, ela descobriu.

Preparados para ver no que vai dar isso? Bem, veremos em breve.
Espero que tenham gostado do capítulo e que me perdoem por qualquer erro nele, eu estava com pressa para postar e pode ter saído algo errado, ou ruim, sei lá. Só me perdoem, ainda estou com bloqueio.

Espero que gostem e que, mesmo eu não merecendo, comentem, assim quem sabe, escrevo mais, não? (bajulação vagabunda a minha, hahaha)

Mas é isso, obrigada mais uma vez a Kayce e espero que vocês tenham gostado.

Comente, favorite, recomende, fale comigo, me ame, me mande presentes e leia a fic da minha amiga, quem sabe assim a cachorrinha posta mais rápido, ajudem-me, porque também estou sofrendo com essa maravilhosa fic em hiatus: https://fanfiction.com.br/historia/595108/Coracao_Amaldicoado

AMO VOCÊS, AMORES. BEIJOS.
Ps.: Para os leitores de I Got U, não se preocupem, vou atualizá-la logo, logo, quem sabe dou a louca e posto dois capítulos em dias seguidos, não?
Beijos.