Casamento Forçado escrita por Marie


Capítulo 26
Sem Coração - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Não, eu não ia postar hoje, maaaas, agradeçam a Ana Carolina e ao Mr Lovegood por terem mandando duas recomendações maravilhosas para mim. Eu simplesmente amei ambas. Muito obrigada para vocês dois, fiquei muuuito feliz quando entrei e vi mais duas recomendações. Obrigada!

Bem, aqui está a segunda parte do capítulo e, eu gosto dele, mas não acho que esteja lá isso tudo, achei que li tantas vezes para ver se estava bom que acabou perdendo a graça pra mim haha, mas espero que vocês gostem.

Prontos para a Sasha? hahaha

Boa leitura!



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– Ora, ora. Pensei que não nos veríamos aqui.

Viro-me para trás e dou de cara com a Sasha. Ela carregava seu sorriso cínico de sempre. Ela também estava bem vestida, mas não de branco como os outros convidados, ela estava de preto.

Respirei fundo e a fitei.

– Eu estava torcendo para isso não acontecer. – digo e correspondo o sorriso falso dela.

E finalmente está começando.

– Não fale assim, eu fico magoada. – ela responde e faz uma cara de triste. Mas claro, era falsa como ela.

– Tudo bem, Sasha. O que você quer? – digo, a fitando séria.

Eu queria ir logo com pressa, tinha coisas mais interessantes para fazer e não envolvia brigar com a Sasha na frente de todos.

– Eu? – ela pergunta e põe a mão sobre o peito. – Nada. – responde a própria pergunta. – Mas e você? – ela se aproxima de mim. – O que você quer?

– Igualmente. Nada. – respondo e reviro os olhos, já entediada com aquela conversa.

Sasha ri e se aproxima de mim.

– Você é tão idiota. – ela diz.

Reviro os meus olhos e bufo de raiva. Só podia ser uma brincadeira. Então essa era a minha surpresa na festa. Brigar com a Sasha. Pois bem, eu teria o prazer de dizer umas verdades para ela.

Então, que comece o show.

– Tudo bem, Sasha. – digo. – Comece a falar o que estava no seu roteiro dado pela Amy e vamos adiantar com isso. – peço. Ela franze o cenho e me encara.

– Eu não tenho nada a ver com a Amy. – ela responde. – Só te chamei de idiota porque você é mesmo uma. – Sasha se aproxima mais de mim. – Eu vi como você e o Noah estavam na festa. Juntos, se beijando, e eu vi o jeito que você olha pra ele. Tão boba. Não se anime com essas coisas que ele faz, eu conheço muito bem o Noah e sei que não é fácil alguém entrar no coração dele. – novamente reviro os olhos. – Isso é só um contrato, Melissa. Você sabe quem o Noah ama e sabe que esse alguém não é você.

Tive que rir. A Sasha com certeza era louca. Com tantas coisas para falar, ela quer mesmo tocar nesse assunto.

– Eu não acho que ele ama ninguém. – retruco. – Estou apenas curtindo o momento. – aproximo-me dela. – E sinceramente, Sasha, eu não tenho culpa se você teve o amor do Noah, não soube aproveitar e agora que está “arrependida” quer arranjar briga porque ele está com outra pessoa. – levanto as minhas mãos fazendo as aspas, porque ela não estava arrependida.

Eu menti. Noah não havia me dito se gostava, ou não de mim, mas eu sei que tem sentimentos na nossa relação, mas eu não vou dizer isso para a Sasha. Até porque ela não precisava saber disso e, se soubesse que Noah e eu estávamos tão bem, com certeza contaria a Amy e aí que ela iria fazer de tudo para acabar.

– Eu aproveitei e muito o Noah. – ela responde. – Mais do que você até. – Sasha sorri. – Lembro-me perfeitamente daquelas mãos me tocando, dos lábios dele beijando os meus, meu corpo no dele. – ela fala lentamente e morde o lábio. Claro que fiquei com raiva. – Você sabe que se eu quiser sentir tudo isso novamente é só eu fazer isso aqui. – Sasha levanta a mão e estala os dedos. – Eu tenho tudo o que ele quer, sei satisfazê-lo como nenhuma outra mulher. E sabe quem me disse isso? – ela se aproxima. – Ele.

Ela estava conseguindo me provocar. Eu odiava admitir isso, mas sim, eu estava começando a ficar com raiva, era isso que ela queria e eu, como não sou uma das pessoas mais calmas que existem, estou deixando me levar pelas provocações dela.

– Você é tão baixa. – digo. – Gosta de arranjar brigas vazias. – aproximo-me dela também. – Sem motivos e ainda acha que pode ganhar. - ela se afasta de mim, sorrindo. – Se acha que o Noah é tão submisso assim a você, porque ele está comigo? – questiono. – Se fosse tão fácil, ele já estaria com você de novo, mas não Sasha… Noah está comigo. – ela ri, reviro os olhos.

– Primeiro que eu não quero nada agora e segundo, se eu quisesse mesmo arranjar briga com você, Castilho, eu saberia bem onde tocar. – ela continua com seu sorriso. – Ou acha que eu não tenho coragem de contar o seu segredinho sujo para todo mundo aqui? – ela fala alto, muito alto, chamando a atenção de todos para nós duas.

Isso não vai acabar bem. Ela não teria coragem de abrir a boca. A Amy não podia fazer isso. Peter acabaria com ela, assim como o Noah. Mas eu não sabia se ela estava falando apenas do contrato, a Amy pode saber de mais coisas, mas eu não faço ideia do que seja.

– Seria uma pena se o real motivo desse casamento chegasse ao ouvido da sua mamãe, não é mesmo? – ela pergunta e ri. – Mostra todo esse amor, mas não passa de uma interesseira. – Sasha continua com o seu sorriso. – Sem contar aquele seu caso com o seu amigo, mesmo estando casada, que feio. – arregalo minimamente os olhos.

Então era isso que a Amy sabia. Só pode ser brincadeira. Olho em volta e todo mundo estava nos fitando curiosos, tentando entender aquela discussão e de como ela começou e esperando para ver aonde chegaria.

– Que moral você tem para falar de mim? – pergunto. Mostrando que eu não tinha medo das suas ameaças. – Porque pelo que eu me lembro, o seu namoro com o Noah foi pelo mesmo motivo – digo, referindo-me ao dinheiro. – E terminou por causa de um caso com um amigo, não é mesmo? – indago e ela me olha curiosa, com certeza, não esperava que eu soubesse disso. – E também, não aceita que o Noah agora tem um novo amor e corre atrás dele como uma cachorrinha. – sorrio.

Eu não iria deixar a Sasha passar por cima de mim. Ela estava falando sobre mim e, eu não ficaria de fora, era claro que eu também falaria dela.

– Vadia. – ela grita. – Além de estar com alguém só pelo bem material, não consegue segurá-lo, fazendo-o vir atrás de outra pessoa para satisfazê-lo.

– E ele ter ido atrás de outro alguém e esse alguém ter feito o que ele quis, só mostra quem é a verdadeira vadia da história. – grito também. – Você. – continuo gritando.

Ela quis comprar briga e conseguiu. Eu não iria parar. Não era isso que ela queria? Pois então que nós vamos até o final, porque eu estou gostando.

– Não me provoque, Melissa. – ela diz. – Acha mesmo que não posso abrir a boca? Acha que estou mentindo? Deveria acreditar em mim, porque eu não tenho nada a ver com isso e vou sair ilesa daqui. – Sasha grita.

– Ah, mas não sairá mesmo. – digo rindo. – Você acha que põe medo em mim, Sasha, mas está enganada. – grito.

– Me provoque e eu abro a minha boca. – ela retruca. – Não só para todos aqui, mas para a sua mamãe idiota que acha que a filha dela é uma princesa, quando na verdade é uma vadia. – Sasha continua gritando.

Ela não deveria ter dito isso. Falar da minha mãe, insultá-la e ainda me chamar de vadia foi uma péssima ideia. Levanto a minha mão e com toda a força que eu tinha, levei até o rosto da Sasha, dando um tapa forte, muito mais forte do que o primeiro que eu já havia dado.

– Parece que você gosta de apanhar, Sasha. – gritei, enquanto eu a observava massagear o rosto tentando fazer parar de doer. – Me chame de vadia novamente que você vai ver do que eu sou capaz.

Respirei fundo, puxando todo o ar que conseguia para os meus pulmões. Eu estava irritada, agitada e com força de sobra para dar uma surra bem dada na Sasha. Ela estava provocando, estava pedindo por aquilo. Eu sei o que ela quis.

– Vadia. - ela gritou.

Sem que eu pudesse desviar. Sasha puxou com força um garçom que estava passando por perto dela e o empurrou para cima de mim. Para deixar tudo pior, ele estava com uma bandeja com copos cheios de vinho. Além de me sujar inteira, ainda me cortei. Caímos no chão.

O garçom saiu de cima de mim, pedindo desculpas e me ajudando a levantar. Olhei em volta e todo mundo estava boquiaberto me fitando. Eu estava com tanta raiva que sentia meu rosto queimar. Meu sangue fervia e eu precisava aliviar toda aquela raiva em alguém, vulgo Sasha.

Fui para cima dela e comecei a bater, ela se defendia, batendo em mim também. Ela puxava meu cabelo e eu não deixava o dela de fora. Algumas pessoas gritavam para nos separar e outras apenas olhavam, mas ninguém fazia nada.

– Isso é pra você aprender a não me chamar de vadia. – digo e dou mais um tapa no seu rosto. Sasha me empurrou com força e cambaleei para trás. – Conseguiu a briga que comprou Sasha. Está feliz agora? – perguntei gritando e passei a mão por cima do corte no meu braço. Olhei em volta e todos estavam espantados. – Isso ainda não acabou. – grito, dando as costas pra ela e ignorando todos os maus olhares que estavam sendo lançados para mim.

– Não mesmo. – Sasha gritou, fazendo-me parar para escutá-la, mas sem me virar. – Você não tem ideia do que está por vim.

Respirei fundo e continuei caminhando para fora da casa. Cheguei ao jardim da entrada, que estava vazio. Todos estavam dentro da casa e isso me deu a chance de chorar. Eu precisava chorar.

Eu estava com raiva, muita raiva. Eu não conseguia controlar a minha respiração. Meus olhos ardiam, junto com os pequenos cortes que foram causados pelos copos que quebraram.

Eu sabia que acabaria assim, sabia que algo de ruim aconteceria, mas eu quis desafiar a Amy, eu quis duvidar do que ela era capaz de fazer e agora estou lidando com as consequências do meu ato burro.

Não consigo segurar as lágrimas, elas caiam descontroladas e eu não conseguia fazer mais nada além de lamentar. Esse era o plano da Amy com a Sasha aqui. Usá-la como “cobaia” para ficar me provocando com o Noah. Isso já deixava claro que ela achava mesmo que estávamos apaixonados, porque trazer uma ex-namorada para tentar destruir o casamento é uma boa jogada.

Eu fui tão burra.

Mais uma vez.

Eu precisava entrar e ver o Noah para irmos para casa. Amy sabia que a briga aconteceria, porque ela tirou o Noah da festa para ele não saber de nada, mas ia contar, até porque isso não terá como esconder.

Eu não conseguia mais ficar ali. Pelo jeito, a festa havia voltado, porque a música já estava nas alturas novamente. Queria ir pra casa, descansar disso, porque eu sabia que teria mais em breve.

Dou um passo para caminhar para a porta, mas sinto um braço me puxar e logo uma mão tampa a minha boca.

– Calada. – uma voz masculina diz.

Meu corpo congela e meu coração batia descontrolado, eu não sabia como reagir, eu não tinha força para afastá-lo de mim. Eu estava desesperada e fico mais ainda quando sinto algo tocando minha cabeça e logo me dou conta de que era uma arma. Meu coração estava tão acelerado que meu peito doía.

– Eu quero as joias, docinho. – ele sussurrou no meu ouvido.

Eu tentava chutá-lo, mas era impossível. Abri a minha boca e mordi a mão dele com força. O homem gritou e tirou a mão, foi a minha chance de sair correndo, mas acabei tropeçando no meu próprio vestido quando tomei um susto pelo tiro que ele deu, não em mim, mas em algum lugar.

Ele correu para me pegar e eu me arrastava tentando me afastar. Ele segurou meu pé e me puxou. Segurou meu braço e me puxou para cima. Ele colocou a arma dentro da calça e me segurou com as duas mãos. Uma delas estava no meu rosto, ele apertava com força, fazendo-me olhar nos olhos dele.

– Não deveria ter feito isso. – ele sussurra e seu hálito com cheiro e álcool invade minhas narinas. – Só quero as joias, mas bem que você não é de se jogar fora. - ele passa o olho pelo meu corpo.

Eu estava assustada e indefesa. Não tinha para onde fugir e gritar não adiantaria nada. O homem segurou meus dois braços e me carregou para o lado do jardim, onde era mais escondido e me jogou no chão. Bati a minha cabeça, mas não a ponto de machucá-la.

Ele levanta a blusa e puxa a arma, mirando-a para mim. Fechei os olhos e eu ainda chorava.

– Por favor, não me mate. – pedi, chorando muito.

Eu estava sem saída e eu sabia que se eu gritar, ou tentar fugir, ele acabaria comigo. Eu estava tão assustada que não conseguia parar de chorar.

– Claro que não. – ele respondeu. – As joias. Agora. – ele preparou a arma e eu sabia que só um pequeno movimento nos dedos, eu estaria morta.

Levantei meu corpo e tirei o colar, a pulseira e os brincos, entregando todos para ele. Eu chorava como uma criança. Nunca tinha passado por aquela situação e eu não sabia como agir. Não tinha palavras para descrever os terríveis sentimentos que tomavam conta do meu corpo.

– Muito bem. – ele disse quando entreguei o último brinco para ele. – Agora abra os olhos. – ele gritou e para evitar desastres, o obedeci. – São lindos. – ele disse, sorrindo. O homem se abaixou e tocou meu rosto, tentei recuar, mas era impossível. Ele mordeu os lábios enquanto me observava e aquela cena era nojenta, era horrível e eu não queria estar ali. Eu estava com medo. Muito medo. – Hoje você perdeu só as joias. – fechei os olhos, não aguentava ficar olhando para aqueles olhos de psicopata dele. – Mas tome cuidado, Melissa. – meu corpo se arrepiou inteiro quando eu o ouvi falar o meu nome. – As joias não são nada comparadas ao que você perderá depois.

Não pode ser… eu já tinha entendido tudo. Amy. Ela fez isso. E eu já sabia o que eu iria perder…

A minha mãe.

Chorei mais. Muito mais. Aquilo só podia ser um pesadelo. O pior pesadelo que eu já tive em minha vida. Por que estava acontecendo? Por que ela estava fazendo isso comigo? O que eu fiz?

Eu não podia perder nada. Não podia perder a minha mãe. Logo ela. Já não bastava o sofrimento que eu passava a vendo todos os dias deitada em uma cama de hospital impossibilitada de levantar e fazer qualquer coisa sem a ajuda de alguém. Perdê-la seria não só o fim dela, mas o meu também. Não conseguia me ver sem a minha mãe.

A Amy não tinha coração.

Sinto as mãos dele soltando o meu corpo. Espero ouvir alguma coisa, mas foram só passos e quando eles estavam longes, abri meus olhos e voltei a chorar.

Ainda não dava para acreditar que isso tinha acontecido. Eu achei que os planos da Amy envolviam apenas a Sasha, mas ela foge de toda a ideia que eu tinha e me surpreende com isso. Estava tudo armado. Inacreditável que ela foi capaz disso.

Levantei do chão e passei a mão na minha cabeça. Estava doendo. Quando ele me jogou, a batida foi forte. Eu havia parado de chorar, mas na minha cabeça estava uma confusão. Eu ainda estava assustada e com medo de mais alguma coisa me pegar de surpresa.

Agora sim, eu estava com medo da Amy. Agora eu sabia do que ela era capaz só pra ver o Noah livre de mim.

Corri para longe do jardim, eu precisava ver o Noah. Precisava me tranquilizar e eu sabia que ele conseguiria fazer isso. Outra coisa que eu precisava ver era a minha mãe. Eu precisava ligar e saber que estava tudo bem, mas eu não podia fazer isso hoje, eu ainda estava assustada e se eu ligasse, meu pai perceberia que algo estava errado.

Voltei a chorar quando me imaginei sem ela.

Chego à entrada da casa e quando vou correr para a porta, vejo sendo aberta e depois vejo o Noah. Quando ele me vê, corre para fora da casa vindo em minha direção.

– Melissa. – ele fala como se estivesse aliviado a me ver.

Não tinha mais forças para correr, esperei o Noah chegar até mim e assim que ele se aproximou, joguei-me nos seus braços e desabei. Chorei como uma criança enquanto ele me abraçava com força. Apesar de que sentir o seu cheiro e tê-lo perto de mim, fazia eu me sentir segura, eu ainda estava com medo.

– Fica calma. – ele pede, abraçando-me com força, envolvo meus braços ao redor do tronco dele e aperto, eu me sentia mais protegida junto dele. – O que aconteceu? – ele pergunta, mas eu ainda não queria responder. Continuo com minha cabeça no peitoral dele e ele com a sua mão em volta do meu corpo e adentrando seus dedos no meu cabelo.

– Ela está bem? – ouço a voz do Peter.

– Não sei. – Noah responde.

Houve alguns segundos de silêncio enquanto eu tentava me recuperar do susto e tentar tirar a imagem daquele sorriso psicopata do homem da minha mente. Nunca me senti tão assustada.

Afasto-me devagar do Noah, mas continuo com as minhas mãos no ombro dele. Olho para seu rosto e ele me olhava com pena. Noah toca meu rosto e passa seu polegar na minha bochecha, enxugando as lágrimas. Meu rosto deveria estar todo manchado por causa da maquiagem. Noah puxou minha cabeça para perto da dele e beijou meus lábios delicadamente. Eu ficava bem quando estava com ele.

– O que aconteceu? – Noah pergunta.

Sinto as mãos do Peter no meu ombro e viro-me para ele, mas continuo com meus braços ao redor do corpo do Noah, assim como ele não havia tirado as mãos de mim.

– Melissa, conte-nos o que aconteceu. – Peter pede. Ele, assim como o Noah, estava preocupado.

Respirei fundo e passei a mão pelo meu rosto, enxugando as lágrimas. Olhei para a porta e meu coração gelou, a Amy estava lá. Abaixei a cabeça e tentei segurar as lágrimas que ainda queriam cair.

– Vamos sair daqui. – Noah sugere. Ele também olhou para onde a mãe estava.

Ele mantém a mão na minha cintura enquanto me guia para longe dali. Eu não conseguiria contar nada com a Amy olhando para mim.

– Pode falar agora. – Peter diz.

Fomos para o jardim, que foi para onde o homem havia me levado. Olhei em volta e as imagens dele em cima de mim, dizendo aquelas palavras voltou a minha mente. Mas me esforcei para ignorá-las, respirei fundo e comecei a contar o que aconteceu.

– A Sasha brigou comigo, ela começou a dizer um monte de coisa e acabamos brigando lá dentro na frente de todo mundo, depois ela jogou o garçom para cima de mim e aconteceu isso. – falo tudo como se eu estivesse desesperada, assustada e de fato eu ainda estava. Olho para baixo, mostrando o vestido que antes era branco, agora roxo e alguns cortes causados pelos copos. – Eu saí e vim pra cá, tentar me acalmar e quando eu vi, fui pega de surpresa por um homem que estava com uma arma. – Peter e Noah me olham assustados, como se não tivessem acreditando nisso. – Ele me ameaçou e roubou tudo que eu estava usando. Depois disse para eu ter cuidado, porque eu ia perder algo muito mais importante que as joias. – volto ao chorar quando penso que o algo poderia ser a minha mãe.

Noah volta a me abraçar e eu continuo chorando.

– Eu não acredito nisso. – Peter fala e ele parecia estar irritado. – Isso é coisa da Amy. – ele completa, como se já soubesse desde o inicio. – A que ponto essa mulher chegou.

– Minha mãe passou dos limites, olha como a Melissa está. – Noah grita, irritado. – Eu não vou aceitar isso. O que a Melissa fez? – ele pergunta, mas era obvio que o Peter não tinha a resposta.

Continuei em silêncio, abraçada com o Noah. Ele me fazia bem, me sentia protegida e não queria me soltar dele até ir embora dali.

Peter suspirou, tentando se acalmar.

– Eu vou ter uma conversa séria com a Amy. – Peter diz e começa a andar de um lado pro outro.

– Noah, eu preciso ver a minha mãe. – digo, preocupada.

Peter para de andar e me fita, assustado. Ele, com certeza, estava pensando como eu. Ele sabia que a Amy era capaz de fazer alguém matar a minha mãe. Ele era casado com a Amy e deveria saber do que ela era capaz.

– Você acha que esse algo que você perderá é a sua mãe? – ele me pergunta.

– Depois disso tudo eu espero tudo. – respondo-o.

Eu odiava pensar nisso. Odiava achar que a Amy era capaz disso. Mas eu precisava vê-la logo, saber como ela estava e garantir que o doutor ficasse de olho para ninguém estranho visitá-la e no fim, acontecer o pior.

– Não, ela não faria isso. – Noah diz, tentando não acreditar naquilo, mas no fundo, ele sabia que ela faria.

– Vão para casa, ligue para o hospital e peça segurança para a sua mãe, eu pago o que tiver que pagar. Eu vou conversar com a Amy e garantir que ela não faça nada, ela passou dos limites. – Peter fala, quase ordenando. Ele se aproxima de mim. – Eu sinto muito por isso, Melissa. Eu pensei que a Amy não chegaria a esse ponto.

Assinto, mostrando que estava tudo bem. Mas na verdade, nada estava bem.

– Por favor, pai converse com ela. Eu vou levar a Melissa para casa, ela ainda está assustada.

– Vão logo antes que a Amy tenha mais alguma surpresa para a Melissa. – Peter diz, passando a mão pelo meu braço. – Sinto muito. – ele dá as costas, saindo de perto da gente.

Afasto-me um pouco do Noah e olho nos seus olhos. Ele aparentava estar preocupado, mas tinha motivos para aquilo.

– Eu sinto muito por tudo isso. – Noah diz, passando a mão no meu rosto com cuidado.

– Foi a sua mãe, você não tem culpa de nada. – respondo, tentando mostrar que já estava tudo bem, mesmo não estando. – Vamos para a casa, por favor. – imploro.

– O homem não te machucou, não foi? – Noah questiona e pega meu braço, olhando os pequenos cortes. – Isso é culpa minha, eu não deveria ter te deixado sozinha, você pediu. – ele lamenta.

– Não. – respondo-o. – Noah, isso não é culpa sua. – tento tranquilizá-lo. – Já estava tudo armado e aconteceu como ela queria, eu estou bem, mas, por favor, vamos logo. – seguro a mão dele e começo a puxá-lo para longe dali.

– Tudo bem, vamos. – ele diz, colocando sua mão ao redor do meu corpo e caminha comigo até o carro.

Mesmo ele me deixando, a culpa não foi dele. A Amy tinha um plano e tudo caminhou como ela quis.

Ela venceu essa fase, mas o jogo ainda estava no inicio.

[...]

Chegamos ao nosso apartamento.

Durante todo o percurso de volta para casa, Noah me encheu de perguntas, querendo saber o que tinha acontecido com todos os detalhes e eu, sem escolhas, tive que contar tudo. Mas não tinha o que esconder, ele precisava saber e agora iríamos tomar mais cuidado com tudo que fazíamos e com a Amy.

Ela não estava brincando.

A única coisa que nós não entendíamos, era o porque disso. Até onde sabíamos, ela não tinha motivos para tentar destruir o casamento. Mas nós íamos descobrir.

Noah abre a porta e dá passagem para eu entrar, ele entra em seguida e fecha a porta.

– Preciso de um banho. – digo, já começando a tirar o vestido. Apesar de gostar de vinho, o cheiro estava insuportável.

– Espera Melissa. – Noah diz e segura o meu braço, impedindo-me de caminhar.

– É que… eu… mandei fazer um… - ele começa a gaguejar e estava envergonhado. – Eu não sabia que isso ia acontecer e pensei que terminaria tudo diferente essa noite. – franzo o cenho e o encaro, não estava entendendo nada.

– O que foi? – questiono, tentando entender aquela cena.

– Vamos para o quarto, você vai entender. – Noah responde.

Caminhamos devagar até lá. Eu não fazia ideia do que o Noah estava falando, mas não fiquei preocupada, com certeza, não era algo grave. Mas fiquei curiosa, porque ele estava agindo estranho.

Chegamos à porta do quarto e o Noah pede para que eu abra, assim faço.

Quando abro a porta do quarto, deparo-me com ele todo decorado. Cama com lençóis vermelhos, rosas vermelhas, taças, Champaign e o quarto todo iluminado a velas.

Hesitei um pouco, porque eu não esperava encontrar isso aqui. Eu sabia que o Noah pretendia terminar a noite com nós indo para a cama, mas não sabia que ele tinha planejado tudo assim.

– Eu mandei arrumar o quarto para nós, eu ia te mostrar algumas coisas, mas tudo aconteceu fora do planejado… - ele justifica tudo aquilo. – Quer dizer, fora do meu planejamento, porque o da minha mãe ocorreu como ela quis. – Noah suspira frustrado.

Também estava nos meus planos terminar como ele queria, mas eu ainda estou traumatizada, não queria decepcioná-lo, mas era preciso, não estava no clima, eu tinha acabado de viver um dos piores momentos da minha vida.

– Me desculpa, Noah. – peço. – Mas não estou no clima. – completo e olho envergonhada para ele.

– Eu entendo. – ele responde. – Vai tomar banho sozinha? – Noah pergunta mudando de assunto e eu sabia que ele esperava por um “não” como resposta.

Eu não queria, porque ele tentaria sexo e eu não estava com vontade. Minha mente ainda estava uma confusão e eu não tinha me esquecido do que havia acontecido, além do mais, ainda estava preocupada com a minha mãe.

– Noah, eu não… - começo a respondê-lo, mas ele assente e me interrompe.

– Não, está tudo bem. É melhor assim. – ele responde. – Vou arrumar essa bagunça aqui para dormirmos. – ele dá as costas e começa a apagar as velas.

Eu odiava deixá-lo assim, ele entendia a minha situação, mas no fundo, eu sabia que eu não devia deixar o que a Amy fez, estragar a minha relação com ele e também, Noah não precisaria de esforços para me ter, eu que estou negando.

– Eu quero ir com você. – falo, fazendo-o virar para mim. Ele estava com o cenho franzido, tentando entender.

Aproximo-me do Noah e seguro a sua mão, olho nos seus olhos e sorrio.

– Vem. – digo e puxo Noah para o banheiro comigo.

Quando entrei, não consegui evitar o riso. A banheira já estava cheia e com pétalas de rosa sob a espuma.

– Isso é sério? – pergunto, divertindo-me com aquilo.

– Tem que fechar a noite em grande estilo. – ele diz, brincalhão.

– Então não vamos deixar a sua mãe estragar todo esse seu plano. – viro-me de frente para ele e começo a desabotoar a sua blusa, assim que termino, passo minha mão pelo peitoral dele e aproximo meu rosto do seu pescoço, mordendo em seguida. – Faça eu me esquecer das coisas terríveis que aconteceram hoje à noite. – falo baixinho no seu ouvido, Noah solta um grunhido.

Em seguida, ele segura minha cintura, levantando-me e me colocando sentada na bancada da pia, abro as minhas pernas, deixando-o entre elas. Começamos a nos beijar.

Sim, aconteceu muita coisa triste essa noite. Sim, eu deveria me preocupar com o que a Amy tem guardado para mim. Sim, ela ia fazer pior. Mas não, eu não vou deixar isso impedir que eu tenha uma noite de amor com o Noah.

Porque ele… só ele, sabia como fechá-la em grande estilo.


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Notas finais do capítulo

Bem, eu não podia deixar todo o capítulo uma depressão total, certo?
Noah tinha que dar uma animadinha na nossa querida Melissa. u-u

Eu espero que tenham gostado, porque depois de ler tanto o capítulo, não sei mais se ele está bom, ou se foi só ilusão por eu estar conseguindo escrever a fic novamente hahaha.
Digam-me vocês. O que acham que a Amy vai fazer? A Sasha? Acham que os pombinhos estão se gostando? Será que Austin vai decidir aparecer de novo? Será que a Lauren vai morrer e o contrato vai acabar? hm... Há tantas coisas para ser discutidas, não comenta quem tem preguiça u-u

O próximo capítulo, com certeza, é um dos meus preferidos.

Comentem, favoritem, recomendem, faça-me feliz como a Ana (olha a intimidade) e o Mr Lovegood fez. hahaha.

Beijos e até o próximo.