Casamento Forçado escrita por Marie


Capítulo 20
Com você.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Voltei rápido, certo? Certo u-u

EU ESTOU MUITO FELIZ. ANNE MASLOW QUE RECOMENDAÇÃO PERFEITA FOI ESSA QUE VOCÊ MANDOU? AINDA ESTOU APAIXONADA POR ELA. MUITO, MUITO OBRIGADA, EU NEM SEI DESCREVER COMO FIQUEI FELIZ DEPOIS DE LER. SÉRIO, MUITO OBRIGADA.

Bem, como eu havia avisado no outro capítulo, esse aqui está bem grandinho e narrado pelo amor de todas... o Noah. kkk
Espero que vocês gostem e que fiquem com menos raiva desse pessoal que só faz bagunça, pois é.

Obrigada pelos comentários, estou muito feliz que vocês estão comentando bastante. Espero que continuem assim. Muito bom u-u

Enfim, boa leitura.



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|Narrado por Noah|

Sabe aquele momento em que você decide pensar na vida e vê que está tudo de cabeça para baixo e que nada está acontecendo como planejado e que talvez não tenha conserto?

Era assim que eu estava me sentindo. O contrato, o casamento, lua de mel, passou tudo tão rápido que nem deu tempo de pensar no que realmente estava acontecendo. A minha vida estava tão confusa que eu não sabia por onde começar para tentar botá-la de volta no eixo.

Era incrível a minha capacidade de deixar tudo mais difícil.

A minha lua de mel estava indo bem. Eu estava encantado pela mulher que estava comigo. A Melissa tem uma personalidade incrível, compreensível, boa de conversa e estava me ajudando a conseguir ser alguém melhor. Mas graças ao meu temperamento não muito calmo, acabei destruindo todas as chances de conseguir fazer um relacionamento nascer entre nós dois.

Eu estava arrependido de ter brigado com ela sem pelo menos ouvir o que ela tinha para me dizer, eu preferi explodir e dizer que cansei de ouvir todas as desculpas dela e sair do quarto sem um rumo certo.

Melissa e eu chegamos mais uma vez perto de transarmos, mas ela parou tudo e disse que tinha algo para dizer, eu simplesmente escolhi não escutar e sair de lá a deixando, sozinha e sem entender nada.

Depois daquilo, fui direto para o bar do hotel. Eu achava que precisava beber para conseguir esquecer tudo e me tranquilizar, mas na verdade eu estava começando o erro dali.

[...]

Saio do quarto sem esperar a Melissa dizer o que ela queria, a ouvi gritar, mas não entendi e preferi não voltar para ouvi-la repetir, era capaz de que eu explodisse mais uma vez e iríamos acabar brigando de novo.

Segui o caminho para o bar e assim que cheguei, fui logo pedindo bebida.

Eu estava cansado de ouvir as desculpas da Melissa, sempre ela tinha algo para me impedir. O problema não era ela não me deixar terminar e sim, ela me fazer ficar desejando-a de uma forma inexplicável e acabar não fazendo nada depois.

Isso cansa qualquer homem, um dia ou outro eu iria ficar irritado e ela sabia disso. Ela nunca dizia o motivo, mas sempre parava. Apesar de estarmos casados por causa de um contrato, combinamos de ter uma relação de marido e mulher normal, mas às vezes eu achava que não era o que ela queria, porque tinha situações que a Melissa fazia tudo ficar mais difícil, e essa era uma dessas situações.

Eu a admirava e a achava uma mulher incrível, eu sei que ela será uma das que cruzou na minha vida e que eu não esquecerei com facilidade, mas ela tinha seus defeitos e um deles acabou fazendo com que nós dois brigássemos.

Depois de beber muitos e muitos copos, eu decido voltar pro quarto. Ela deveria estar dormindo e assim que acordasse, talvez possamos conversar e nos resolvermos como sempre fazemos.

Pago a conta e saio andando pelo hotel ignorando as mulheres que me olhavam, eu estava sem cabeça para dar atenção a elas e eu já tinha arranjado confusão demais graças a isso.

Chego ao saguão e dou de cara com a Sasha. Eu odiava aquela mulher. Ela havia me feito desistir de um sonho, que era terminar a faculdade e ainda me fez sair como culpado de um acidente que tirou a vida de um dos meus melhores amigos. Foi uma grande confusão e eu quase fui preso, mas meu pai pagou vários advogados e eu consegui me livrar da cadeia.

Reviro os olhos quando a vejo e dou as costas entrando de novo no bar, mas era tarde demais, ela já tinha me visto.

Noah. – Sasha gritou e me seguiu.

Outra grande coisa que eu estava odiando… a presença dela no mesmo hotel que eu. Com certeza alguém contou que eu estaria aqui e de lua de mel. Depois da confusão envolvendo policia, Sasha havia fugido para Paris e prometeu nunca mais voltar, mas agora ela está ali, me chamando.

Oi! – respondi desanimado quando ela se aproximou de mim.

Tentei ficar controlado porque eu havia bebido demais e eu poderia acabar concordando com algum esquema maluco dela.

O que está fazendo no bar há essa hora e sem a sua mulher? – Sasha perguntou e se aproximou de mim, me afastei.

Nada que seja da sua conta. – respondi e ela arqueou a sobrancelha, provavelmente surpresa com a minha resposta.

Sabia que eu estou adorando esse novo você? – ela perguntou e se aproximou mais ainda. – Todo bruto. – Sasha mordeu o lábio.

Desviei o olhar, porque mesmo a odiando, ela continuava sendo uma mulher com uma beleza impecável e com um corpo desejável.

Que bom. – respondi e me afastei dela saindo do bar novamente,

Eu sabia que ela não iria deixar acabar ali, com certeza a Sasha viria atrás de mim e insistiria por algo, eu realmente não estava nem um pouco a fim de me estressar com ela. Ela agia como se nada tivesse acontecido há um ano.

Espera! – Sasha gritou, mas continuei andando para o elevador. Infelizmente ela me alcançou.

O que você quer? – perguntei não muito calmo quando ela segurou o meu braço, virando-me pare ela.

Preciso que me ajude com uma coisinha no meu quarto. – Sasha respondeu sorrindo. Revirei os olhos.

Acha que sou idiota? – perguntei estressado. – Eu não sou inocente, Sasha. Sei muito bem em que você precisa de ajuda, mas olhe em volta, tem vários homens por aí, quem sabe você não encontre um solteiro para saciar esses seus desejos de vadia? – perguntei por fim e entrei no elevador.

Como se a minha resposta não fosse o suficiente para ela desistir, Sasha entrou no elevador comigo, mas não disse nada, apenas ficou me observando com olhares nem um pouco inocentes, mas eu estava tentando ignorar. Apesar de eu odiá-la, era impossível não olhar para o corpo dela e me lembrar das coisas que já fizemos. Tentei pensar na Melissa, mas não tinha algo tão forte que fizesse eu me esquecer da figura atraente que estava na minha frente.

A porta do elevador abre e eu espero a Sasha sair, mas ela continua parada encostada na parede do elevador, então decido sair antes dela. Assim que saio, sinto a mão da Sasha segurar o meu braço e com toda a força dela, ela me empurra para a parede e sem pensar duas vezes, me beija.

Não consegui sair de lá. Ela grudou no meu pescoço e não soltou. Segurei a cintura dela tentando empurrá-la para longe, mas estava quase impossível. Tentei não corresponder o beijo da Sasha, mas também era difícil.

Quando ela percebeu que eu estava correspondendo o seu beijo, soltou o meu pescoço e levou sua mão até a minha calça. Aquilo não acabaria bem, eu tinha consciência do que eu estava fazendo, porém o álcool não me ajudaria a pensar muito bem.

Sasha segurou a minha mão e levou para baixo do vestido dela. Ela se movimentava, eu não fazia nada, Sasha separou os nossos lábios e começou a gemer no meu ouvido, aproveitei o momento para empurrá-la.

Sasha, eu não posso fazer isso. – gritei e olhei para os lados conferindo se alguém viu aquilo, mas era tarde e provavelmente quem já estava nos quartos já deveria estar dormindo.

Dei as costas para ela e fui andando em direção ao corredor. Eu queria, não podia negar. A Sasha era gostosa e sabia o que fazer, mas mesmo brigando com a Melissa, eu prometi que seria fiel.

Vai dizer que não quer? – ela gritou e eu me virei para encará-la. – Você pode sim, Noah. Eu sei que brigou com a sua mulher e você pode muito bem ficar calmo. – ela começa a se aproximar de mim, fiquei parado esperando para ver o que ela faria. – Eu sei que você quer, posso realizar todos os seus desejos. – quando me dei conta, Sasha já estava grudada em mim novamente. Nossos rostos estavam muito próximos, não fiz nada.

Sasha beijou a minha bochecha, seguiu para a minha boca e deu um rápido beijo nela, beijou meu pescoço e levou sua mão novamente para a minha calça. Sasha começou a descer para o chão até ficar na altura da minha calça. Ela começou a desabotoar e assim que viu que eu estava excitado, sorriu para mim. Segurei os braços dela e a levantei.

Não aqui. – eu disse.

Eu tentei ser forte, mas era tarde demais. Eu precisava matar todo aquele desejo acumulado dentro de mim, todas as minhas fantasias que eu havia criado e não pude realizar. Eu sabia que eu estava cometendo um grande erro, mas eu precisava daquilo.

Sasha sorriu sedutoramente e segurou a minha mão me puxando para o quarto dela. Não era muito longe dali, entramos apenas em um corredor e o terceiro quarto era o dela.

Assim que abrimos a porta começamos a nos beijar. Eu iria me arrepender, isso era fato. Mas os meus desejos falavam mais alto.

Empurrei a Sasha para a cama sem piedade, ela me olhou com cara de safada, eu gostava daquilo.

Eu adoro quando você está selvagem. – ela disse e em seguida mordeu os lábios.

Ela começou a tirar o vestido e ficou somente de calcinha, já que ela estava sem sutiã. Fui para a cama e ela me empurrou para trás ficando por cima de mim. Ela fez todo o trabalho de tirar a minha roupa e o resto.

Eu não podia negar que Sasha era boa no que estava fazendo, desde quando nós namoramos eu sabia disso.

Naquela noite, fiz tudo que eu tinha direito e o que não tinha. Sasha não recusou nada e eu aproveitei, eu estava necessitado daquilo.

[...]

A última coisa que eu lembro foi de ter bebido muito depois do sexo, não dormimos um segundo se quer. Lembro-me também de ter conversado com a Sasha, só não me lembro muito bem do assunto, mas tinha a ver com a minha mãe e ela.

Só sei que no final de tudo isso, eu acabei me dando mal com a Melissa, lembro-me da briga com ela, e depois que acordei com uma maldita dor de cabeça, me lembrei de quase tudo que eu havia dito. Como esperado, me arrependi amargamente de tudo que eu havia feito, mas agora não tinha mais volta e eu sabia disso desde quando beijei a Sasha.

Agora eu tinha acabado com tudo por causa dela, a Melissa obviamente estava com raiva de mim e no momento em que eu acordei deveria estar muito longe do Havaí, eu queria muito me desculpar com ela, mas eu sabia que não seria uma tarefa fácil.

Depois que a Melissa saiu do quarto com as malas, eu fiquei parado no quarto apenas fitando a porta esperando que ela voltasse, mas eu sabia que aquilo não aconteceria.

Olhei em volta e quando observei a cama, eu me lembrei da ultima noite com ela. Eu não fazia ideia do porque que ela sempre negava sexo. Mas eu precisava descobrir.

Só me lembro de depois ter dormido e ter acordado um dia depois e quando eu estava finalmente limpo de todo o álcool. Quando me dei conta do que eu havia feito, sem pensar duas vezes, arrumei todas as minhas coisas para voltar imediatamente para Nova Iorque. Mas eu realmente não estava com sorte, uma tempestade me prendeu no Havaí e todos os voos foram cancelados, o que me fez ficar mais um dia lá.

Não sai do quarto uma vez se quer, não queria ter o azar de dar de cara com a Sasha e ela acabar me contando os detalhes que eu não lembrava e nem queria lembrar.

[...]

Chego à Nova Iorque no dia seguinte, eu havia saído de lá pela madrugada e cheguei de manhã no aeroporto. Antes de sair do Havaí, tive que pagar todos os nossos gastos extras, não foi nada barato, mas não que eu me importasse, depois que aceitei o contrato, eu estava com mais dinheiro do que antes, mas eu não estava mais me importando tanto com dinheiro como eu me importava. Eu mudei… um pouco, mas mudei.

Assim que cheguei ao meu apartamento, me deparei com a sala bagunçada, vasilhas de pipoca em cima do centro, garrafas de bebidas, pratos e papel de presente. Eu não fazia ideia do que tinha acontecido lá, mas que a Melissa ficou sozinha… isso com certeza não.

– Melissa? – chamo para saber se ela estava lá, mas não obtive resposta.

Andei por todo o apartamento e não a encontrei, mas eu sabia que ela havia ficado no apartamento durante os dois dias porque vi as malas dela no quarto. Provavelmente havia saído.

Tentei ligar para ela, mas estava dando desligado. Então, liguei para a Gracie. Depois de três toques, ela atendeu.

Alô? – Gracie diz quando atende.

– Gracie, é o Noah. – respondi. – Você sabe onde a Melissa está?

Como assim? Ela não está com você? – ela perguntou.

– Ela teve que voltar antes de mim. – eu não iria contar para ela que havíamos brigado, ainda mais o motivo da briga, isso seria vergonhoso. – Estou tentando falar com ela para saber onde ela está, mas não estou conseguindo.

Eu não sei. Não sabia que ela havia voltado, não falou comigo. ­– Gracie respondeu. – Eu vou tentar falar com ela. Daqui a pouco eu te ligo.

– Ok. – respondi e desliguei.

Se ela não estava com a Gracie, eu não fazia ideia de onde e com quem ela estava. Era claro que havia passado ideias dela estar com o Austin, mas as afastei e pensei que ela poderia estar só com a mãe.

Não consegui ficar quieto até receber a ligação da Gracie, depois de três minutos ela me ligou.

Noah, ela está no hospital com o pai e o Austin. Lauren está muito doente e ela foi visitar a mãe, eu não fazia ideia disso. – Gracie não esperou nem eu falar um alô e já foi contando.

– No hospital?! – perguntei um pouco preocupado. – Eu vou passar na sua casa, pode me acompanhar até lá? – eu não queria chegar lá sozinho.

Sim, venha logo, quero saber como a Lauren está. – Gracie responde.

– Já chego aí. – digo por fim e desligo.

Eu não esperava isso. Tom está ganhando tanto dinheiro com o contrato para o tratamento da esposa, mas ela continua doente. Eu sabia que o câncer não tinha cura, mas havia tantos tratamentos e com o dinheiro que ele estava ganhando, Lauren poderia estar bem melhor. Vai saber se ele está mesmo utilizando o dinheiro para tratar a esposa.

De um homem que vendeu a própria filha, eu espero tudo.

[...]

Depois que peguei a Gracie na casa dela, fomos direto para o hospital. Durante o caminho ela me enchia de perguntas sobre a Melissa. Claro que eu não respondi todas, até porque havia algumas coisas que realmente não era da conta dela.

Assim que chegamos, fiquei com um pouco de receio para entrar, a Gracie não entendeu nada e me puxou para dentro do hospital.

Quando tentei conversar com a Melissa, ela simplesmente me ignorou e disse que não estava com cabeça para conversar naquele momento. Eu a respeitei, até porque ela devia mesmo não estar querendo. A sua mãe estava naquele hospital e internada em estado sério, a respeitei e preferi não insistir mais.

Depois que a Melissa saiu com a Gracie para outro lugar do hospital, ficou apenas Tom, o idiota do Austin e eu. Eu não fazia ideia do que Austin estava fazendo ali, eu entendia que ele era amigo da Melissa, mas mesmo assim eu não via motivo para estar ali com ela, o pai já era suficiente para dar forças.

– Como ela está? – pergunto para Tom, referindo-me à sua esposa.

– Não muito bem, piorou de uma hora pra outra e agora estamos aqui. Já faz dois dias que ela foi internada. – ele respondeu.

A causa do contrato estava entre a vida e a morte. Eu sabia que se a mãe da Melissa morresse, o contrato acabaria, mas mesmo se isso acontecesse, eu não seria capaz de deixá-la como se nada tivesse acontecido. Eu sabia que ela precisaria de apoio e eu estaria ali para apoiá-la.

– Eu vou tomar um café, fiquei acordado a noite toda. – Tom diz e sai de lá deixando apenas Austin e eu.

Olho para ele com uma cara não muito amigável, que foi correspondida. Ele estava de pé e eu também. Eu não queria brigar com ele no hospital, então preferi ficar em silêncio.

Pena que ele não pensou do mesmo jeito que eu.

– Então é assim que funciona? – Austin pergunta e eu o encaro com o cenho franzido. – Você briga com a Melissa, sai para beber e transar com vadias e, quando volta diz aquelas coisas para ela?

Eu não fazia ideia de que a Melissa havia contado tudo para ele, mas era de se esperar, ela o considera tanto que era obvio que na primeira oportunidade contaria.

– Você não tem nada a ver com isso. – respondo.

– Mas é claro que eu tenho… - ele responde e se aproxima. – Conheço a Melissa há anos, ela é minha amiga, não merece ser tratada como uma vadia por você. – ele diz e aponta o dedo para mim. – É claro que eu vou defendê-la.

– Isso já passou, foi um erro que cometi. – respondi. – E não importa que ela seja a sua amiga, ela é minha esposa e essa relação é nossa e você não tem que se intrometer em nada. Eu vim para me desculpar com ela.

Austin ri e balança a cabeça como se estivesse concordando com o que eu disse.

– Então você acha que é fácil assim? – ele pergunta. – Você chega e pede perdão por todas as merdas que você fez com ela e ela te desculpa? Você não conhece mesmo a Melissa.

– E você conhece? – pergunto. – Ela está casada comigo, eu a conheço muito bem.

Era claro que eu não tinha certeza do que estava falando, mas eu não iria deixar o Austin passar por cima de mim só porque é amigo dela.

Hm… Interessante você achar que sabe tudo dela. – ele diz ironizando. – Quando na verdade não sabe nada.

– Então só porque você é o amiguinho dela, sabe mais do que eu? – pergunto e arqueio a sobrancelha.

– Isso é claro. Eu gosto da Melissa e a acompanho faz anos, não é agora que vou deixá-la, principalmente agora que está casada com você e eu sei que vai machucá-la mais vezes. – Austin responde e eu reviro os olhos.

Ele estava começando a me irritar, se só a presença dele me incomodava… ter que ouvir a voz e ainda brigar já era para me deixar com muito mais raiva do que o normal. Eu não sabia explicar, mas desde a primeira vez que eu o vi, não gostei dele e isso não mudou.

– Você deveria acordar desse seu conto de fadas e vê que ela não quer mais nada com você. – respondi. Eu sabia que aquilo não era verdade, mas eu precisava me garantir, ou pelo menos garantir que eu era capaz de fazê-la se apaixonar por mim e esquecer o Austin. – A Melissa está casada comigo, eu a amo e ela também. – menti. Mas como eu tinha que seguir a farsa, eu precisava gritar para o mundo que eu amava a Melissa.

Austin ri novamente e eu reviro os olhos da idiotice dele de se intrometer em tudo. A Melissa não tinha que contar nada para ele. No momento, estou até desconfiando de que ela possa ter contado sobre o contrato para esse tal.

– Então você acha que sabe tudo sobre a Melissa e que ela te ama? – Austin pergunta quando se aproxima mais de mim.

Eu estava um pouco inseguro de respondê-lo, afinal ele poderia saber a verdade e eu que iria acabar saindo como o idiota da história, mas a Melissa assinou para confidencialidade, ela não podia contar para ninguém.

– Eu tenho certeza. – respondi. – E pare com isso, você está sendo ridículo e iludido. Acha que ainda terá a Melissa. Acorda Austin! Ela agora é minha. – eu disse firme.

Ele apenas riu e cruzou os braços. Aquilo estava me irritando mais ainda.

– Então… - ele começou dizendo mais baixo. – Vai me dizer que você sabia que a Melissa era virgem quando casou com você? – ele perguntou e eu fiquei sem reação.

Ele só podia estar de brincadeira comigo. Nem fazia sentido a Melissa ainda ser virgem. Até porque ele já me disse que os dois transaram. Não entrava na minha cabeça que ela ainda era virgem. Não que ela tinha a aparência de vadia, ou algo do tipo, mas pelo que eu fiquei sabendo de tudo dela e do Austin, isso era quase impossível. Ou, podia até ser possível. Analisando bem, talvez tenha sido por isso que ela nunca me deixou chegar ao final e talvez tenha sido isso que ela queria ter me contado na noite do meu aniversário, mas eu fui um idiota e não escutei.

– Pois é, Noah. – Austin diz, me tirando dos meus devaneios. – Você achava que sabia de tudo, mas você não sabe de nada. A Melissa era virgem. – ele concluiu e abriu um sorriso no final.

– Era? – perguntei, porque se ela não transou comigo, ela deveria continuar sendo… - Como assim era?

– Bem lembrado. – Austin disse. – Primeiro você descobre que não sabe nada sobre a Melissa e para fechar com chave de ouro… acha mesmo que se ela te amasse teria se entregado para mim na noite passada? – ele sorriu vitorioso.

Naquele momento eu não sentia nada a não ser raiva. Sem pensar duas vezes levantei o meu punho fechado e dei dois soco na cara do Austin.

Eu nunca havia sentido uma raiva tão grande quanto a que eu estava sentido naquele momento. Eu não sabia o motivo certo, porque eu esperava que a Melissa já tivesse feito de tudo com ele, mas não depois de ter se casado comigo. Eu não queria aceitar aquilo.

Austin gritou de dor e eu me aproximei para bater mais nele, mas antes que eu chegasse perto dele um enfermeiro me segurou e puxou para longe do Austin.

– Você vai se arrepender de ter tocado na minha mulher. – gritei e me soltei do enfermeiro que antes que ele pudesse reclamar comigo, fui andando procurando pela Melissa.

Eu queria explodir com ela. Eu sabia que boa parte da culpa é minha, se eu não tivesse brigado com ela, Melissa não teria voltado e nada disso teria acontecido, mas veja bem, eu errei em tudo de novo.

Assim que a acho, sem me incomodar com a presença da Gracie ali, fui logo perguntando ainda com raiva.

– Melissa, que história é essa de que você era virgem e transou com o Austin? – perguntei gritando.

No exato momento em que soltei a pergunta, ela olhou assustada para mim e depois para a Gracie, que estava perplexa olhando para ela, provavelmente não estava esperando aquilo, mas aconteceu.

Melissa não me respondeu, ficou apenas me encarou assustada.

– E então? Estou esperando mais uma de suas desculpas. – insisti até que ela tivesse alguma reação.

Gracie levantou e ficou de frente para a Melissa.

– Como é? – ela gritou. – Melissa, eu não quero acreditar nisso. – Gracie continuou gritando. – Então é isso? Você segura essa droga de virgindade até o seu casamento para depois perdê-la com o Austin? Qual é o seu problema?

– E-eu posso explicar. – Melissa se defende.

– É bom mesmo. – respondi e me aproximei dela e da Gracie. – Gracie, por favor, nos deixe sozinhos, eu preciso conversar com a Melissa. – peço um pouco mais calmo.

– Eu não vou sair daqui até a Melissa me contar essa história. – Gracie responde.

Eu não queria conversar com ela ali, então segurei o braço da Melissa e a puxei para cima a levantando do sofá.

– Gracie, você terá todo o tempo do mundo para isso, já eu… não sei. – respondi olhando nos olhos da Melissa e a tirei dali.

Arrastei Melissa até a porta dos fundos do hospital, já que ela não queria ir, mas continuei a puxando para lá. Eu estava com raiva ainda, eu não conseguia me acalmar. Assim que chegamos ela puxou o braço e se afastou de mim.

– O que você quer? – ela gritou.

– O que eu quero? – perguntei gritando também. – Como transou com o Austin se está casada comigo? Aposto que foi na nossa casa, no nosso quarto. Você não tem vergonha? – Melissa ficou em silêncio me encarando um pouco assustada. – Fala sério, Melissa, por que escondeu a sua virgindade de mim? Eu te pedi pra ser sincera. – eu estava tentando ficar mais calmo, mas estava impossível.

Eu estava me sentindo estranho. Tudo aquilo me afetou, não sabia o motivo, mas eu não estava me sentindo muito bem depois de ter ouvido tudo aquilo do Austin.

– Eu me arrependi – Melissa gritou.

– Ah, se arrepender depois de ter feito é fácil. – gritei também. – Por que você fez isso?

– Por que se importa tanto com isso? – ela se aproximou de mim.

– Estamos casados, Melissa. – respondi e me aproximei também, ela não me respondeu. – E por mais que seja apenas um contrato não significa que eu não me importo com o que você faz. Eu não esperava isso.

– Qual é a sua surpresa? – ela perguntou. – Além do mais você também transou com a Sasha, lembra?

Eu também estava arrependido, mas eu aposto que a Melissa não estava de verdade. Era o Austin, o rapaz que ela amava de verdade, quase impossível dela estar arrependida.

– Eu estava bêbado. – respondi. – E tínhamos brigado, eu estava descontrolado. Já você, eu aposto que estava no seu juízo perfeito. – me aproximei mais dela. – Se você tivesse me dito que ainda era virgem, eu poderia ter feito tudo diferente, Melissa. – ela olhou nos meus olhos.

– Eu tentei, mas você não deixou.

– Um pouco tarde demais, não acha? Eu poderia ter te entendido e fazer as coisas com mais calma, mas você escolheu esconder, se fazer de difícil e no final acabar transando com o Austin. – digo.

De fato se ela tivesse me contado, eu teria feito tudo diferente, eu poderia ter tido mais calma e ter respeitado o espaço dela, mas ela escolheu esconder. Péssima escolha.

– Como eu já disse, estou arrependida. – Melissa disse calma e parecia sincera.

– E como eu já disse… Se arrepender depois de ter feito é fácil. Agora pensar nas consequências antes de fazer tais atos, já é mais difícil para você, não é? – perguntei tentando me acalmar.

Eu não entendia o porquê de todo o meu estresse. Claro que eu estava com raiva dela por ter me escondido à virgindade e depois transar com o Austin, mas tudo aquilo era um contrato. Eu nem deveria estar tão incomodado, mas estou.

– E para você também, não é? Deixasse eu me explicar antes de dar aquele ataque de fúria e sair por aí e acabar com quem? Com a Sasha. Aquela que você jurou odiar e ainda por cima quando voltou me disse aquelas coisas horríveis. – Melissa lembrou.

Se ela soubesse o quanto eu me arrependi, nem teria tocado no assunto, mas assim como ela, eu errei.

– Eu estava bêbado. – repeti. – Eu estava descontrolado, eu não disse aquelas coisas por querer. Eu nunca te diria aquilo. – digo com sinceridade.

– Isso não justifica. – ela responde, suspira para aliviar a raiva e vira de costas para mim. – Está tudo tão errado, tão fora do eixo. – Melissa começa a lamentar. – Eu juro pra você que eu não queria ter feito isso, mas o Austin me pressionou e eu bebi, eu não resisti e acabei deixando. – ela se virou de novo para mim. – Mas eu juro que eu queria com você. – Melissa disse olhando nos meus olhos.

Vê-la falando aquilo depois de todas as brigas era estranho. Mesmo depois das coisas horríveis que eu disse, ela ainda pensava daquele jeito. No fundo, fiquei feliz por ouvir aquilo.

– Estamos casados e o mais certo era isso. – ela continuou depois de ver que eu não diria nada. – Mas agora nada faz mais sentido. – ela deu as costas novamente e começou a andar, mas não eu poderia deixá-la sair de lá antes que nós terminássemos a conversa direito.

Puxei Melissa pelo braço e a trouxe para ficar bem perto de mim, estávamos a poucos centímetros de distância do outro. Ela estava triste.

Eu queria pôr um fim em todas as brigas, apesar de toda a raiva que eu estava sentindo, eu precisava fazer o que eu vim fazer… desculpar-me com a Melissa. Tentei ignorar a raiva e comecei a falar o que eu realmente queria.

– Eu sei que nada está acontecendo do jeito que planejamos. – digo – Eu errei e você errou e se continuarmos assim isso nunca vai parar. Eu sei que está chateada comigo por ter te dito tudo aquilo, e eu estou com você por causa do Austin e não é pouco, não minto. – ela abaixou a cabeça entristecida, mas segurei o queixo dela e levantei fazendo com que ela olhasse nos meus olhos novamente. – Mas nós podemos consertar tudo isso, podemos começar mais uma vez e quem sabe dar certo? Sem segredos, sem mentiras. Preciso da sua sinceridade e eu prometo que serei com você. – continuei falando. Ela esboçou um pequeno sorriso.

E por mais que eu estivesse com raiva de toda a situação, eu queria recomeçar, queria tentar mais uma vez fazer tudo certo, eu só precisava que ela concordasse comigo.

– Me perdoa? – perguntei e a soltei, esperando por uma resposta. – Eu sei que está com raiva de mim, mas… vamos começar de novo? – Melissa sorri um pouco entristecida.

Eu precisava acabar com aquela briga. Eu estava triste pelo que ela fez, mas eu não tinha o direito de julgá-la, já que eu fiz a mesma coisa. Apesar de que ela omitiu a verdade de mim.

Acho que tudo voltaria ao normal a partir dali, pelo menos é o que eu espero que aconteça. Vou tentar ignorar o acontecimento com o Austin e espero que ela ignore o meu com a Sasha. Já erramos uma vez, mas podemos começar do zero e quem sabe agora, tudo poderia dar certo…

Melissa se aproxima novamente de mim e me abraça. A envolvi pela cintura com força, era como se pelo abraço, estivéssemos nos desculpando.

– Vamos começar de novo e de novo se for preciso. – ela diz no meu ouvido. – Prometo que vou me esforçar de verdade dessa vez… Eu… Eu te perdoo.

Eu sabia que dessa vez não seria tão fácil, mas lá vamos nós novamente.


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Notas finais do capítulo

E então, quem ama o Noah de novo? hahaha.
Ele é um fofo, não é? Eu sei.
O coitadinho veio se desculpar com a burra da Melissa e descobre isso. Apesar de que ele também fez merda... Esses casais de hoje em dia... kkk

Enfim gente, quem topa uma conversinha rápida comigo aqui?
Vamos lá... Eu estava lendo uns antigos capítulos já postados para ver se eu encontrava erros (de fato encontrei, mas fiquei com preguiça de arrumar. Desculpa mundo, sou preguiçosa), mas eu também notei que os meus capítulos são bem grandes, eu não consigo me controlar até ver pelo menos 3000 palavras escritas e queria saber se vocês não se incomodam com isso?! Porque tipo, tem leitoras que gostam de capítulos grandes, já outras não. Vocês estão de boa com o tamanho dos capítulos ou querem que eu mude? Porque eu tenho sérios problemas em me controlar enquanto escrevo um capítulo hahaha.
Outra pergunta rápida aqui... Eu já fiz essa pergunta, mas vou fazer de novo já que agora mais leitoras comentam. O que vocês acham de cenas de sexo? Tipo assim, na do Austin e da Melissa, eu não descrevi porque se não o capítulo ficaria muito grande e eu queria que vocês só descobrissem no próximo, sou má, bjs. Mas obviamente terá outras e eu quero saber como vocês gostam. Poucos detalhes? Sem detalhes, só dizendo que aconteceu tipo o da Melissa e Austin? Muitos? Ou razoável, aqueles que não são explícitos, mas bem detalhados?!
Digam aí em baixo, porque preciso saber.

Enfim, beijos e mais um vez obrigada a Anne Maslow por ter recomendado. Amei!

Comentem, favoritem, recomende, mande um presente para mim (tá, não é preciso o presente kkk).

Beijos.