E o aniversário do Noah finalmente chegou. Dois dias se passaram desde que eu decidi fazer a festa para ele e convidar alguns amigos dele. Quando o Noah dormia, eu aproveitava para conferir se tudo estava certo com o local da festa e o Buffet.

Os amigos do Noah haviam chegado um dia antes e estavam hospedados em um hotel próximo ao nosso. Mas não vieram aqui, até porque ele podia desconfiar. Também convidei a Gracie, ela veio com um dos amigos do Noah.

Os dois dias que passaram foram normais. Ele e eu continuávamos nas mesmas coisas. Saíamos para jantar e para comprar coisas para os nossos amigos. Em uma dessas saídas eu aproveitei para comprar um presente para ele. Eu não fazia ideia do que ele gostava, então comprei apenas uma camisa, um relógio e um livro sobre medicina. Já que ele havia me dito que era seu sonho desde pequeno ser médico, tínhamos algo em comum.

Acho meio idiota ele ainda não estar fazendo faculdade já que seus pais são montados no dinheiro e pode muito bem pagar a faculdade que ele quer. Mas vai entender a mente masculina…

Fiz questão de acordar mais cedo que ele. Fomos dormir tarde, tínhamos ido ao cinema e depois que voltamos, tomamos um vinho e trocamos algumas caricias. Tentei não levar muito além porque eu sabia que ele ficaria revoltado se eu não o deixasse terminar. Mas tenho planos para isso.

Levanto da cama e vou direto para o banheiro. Faço a minha higiene e dou um trato no cabelo e rosto. Eu queria estar um pouco apresentável para o Noah quando ele acordasse. Eu estava com uma das camisolas de vadia que a Gracie mandou, mas eu já tinha me acostumado com elas.

O pequeno bolo que eu havia encomendado tinha acabado de chegar ao quarto, fiz o mínimo de barulho possível. Aproximei-me da cama. Para acordar o Noah coloquei o meu celular para despertar e abri as cortinas.

Noah acordou reclamando e colocou o travesseiro no rosto.

– Feliz aniversário. – gritei.

Noah continuou em baixo do travesseiro.

– Noah?! Eu não fiz isso aqui para nada. – reclamei e o ouvi bufando de raiva.

Ele tira o travesseiro do rosto e abre os olhos devagar. Quando me vê com o bolo na mão, ele desperta rapidinho.

– Eu não acredito. – Noah diz.

Sorrio e me aproximo mais ainda da cama.

– Parabéns para você… - comecei a cantar e o Noah ria de mim. – Feliz aniversário, Russel. – digo por fim.

Noah se desenrola e senta na cama. Coloco o bolo no colo dele e me aproximo para abraçá-lo.

– Obrigado! – Noah diz sorrindo.

Sento-me a cama perto dele e o observo olhar faminto para o bolo.

– Pode enfiar a mão se quiser. Só nós dois vamos comer mesmo. – digo e ele ri.

– Não, isso seria nojento. – Noah diz olhando para mim.

– Ah, tenho presentes. – lembro e pego os presentes que eu havia comprado dentro da gaveta do criado-mudo. – Aqui! – digo entregando os três pequenos presentes. – Não espere por uma coisa de luxo, porque eu não tinha muito dinheiro. – digo.

– Como se isso importasse... – Noah diz enquanto abria os presentes.

Além de um bom rapaz, quando estávamos juntos, ele não parecia ser do tipo que se importava com o dinheiro que ganhava. E era muito dinheiro. Peter era um milionário e Noah podia comprar o que bem quisesse. Mas quando estava comigo, ele não mostrava ser um menino mesquinho que só se importa com cartões de créditos.

– Medicina?! – ele diz todo feliz. – Obrigado! Eu estava mesmo precisando de um incentivador. – ele ri.

Aproximo-me de Noah e nos abraçamos

– Espero que leia. – digo.

– É claro que vou ler. – Noah diz obvio. – Podemos comer agora? Esse bolo está uma tentação, mais do que você nessa roupa.

– Noah! – o repreendo e bato no braço dele. Noah apenas ri. – E sim, podemos. – pego a faca que veio junto com o bolo e corto vários pedaços para nós dois.

Ficamos um bom tempo conversando e sujando a cama de bolo. Com certeza o serviço de quarto desse hotel estava de saco cheio da gente. Mas não me importa. Noah estava completando vinte anos e nós podíamos comemorar.

Depois que a gente comeu todo o bolo e ficamos jogando conversa fora, Noah decidiu tomar um banho. Aproveitei o momento para ligar para a Gracie.

– Gracie? – digo quando ela atende.

– Olá senhorita Russel. – Gracie fala.

– A festa será as sete, fiz o Noah acordar tarde para não demorar muito. Vou almoçar com ele e quando a gente voltar, eu vou convencê-lo de sair e o levo até o salão de festa. Mande uma mensagem quando todos estiverem aqui. – digo tudo rápido, antes que o Noah saísse do banheiro.

– Pode deixar. Agora relaxe e aproveite. – Gracie diz e desliga.

Guardo o meu celular e começo a procurar uma roupa para usar no almoço. A da festa já estava separada, só mais tarde que terei que convencer o Noah de sair, já que ele passou os dois dias dizendo que não queria comemorar, mas é claro que eu não vou obedecê-lo.

Noah sai do banheiro e vai direto pegar uma roupa, não digo nada e vou tomar o meu banho. Tomo um banho rápido, até porque eu não tinha porque caprichar… não agora.

Assim que saio do banheiro, vejo Noah conversando ao telefone.

– Obrigado, mãe. – ele diz. – Pare com isso, a Melissa é uma boa pessoa... Eu sei que é só por causa do contrato, mas não vamos iludir um ao outro… Não fale assim dela… Não, eu não estou apaixonado, eu a conheci faz pouco tempo, até parece que não conhece o filho, eu não sou de apaixonar tão fácil… Amy Russel, eu já entendi o seu recado… - Noah responde um pouco irritado. – Eu não vou repetir tudo. – Noah bufa de raiva com algo que ela respondeu. – Não confiar nela, não cair nos encantos dela e não deixá-la abusar do meu dinheiro e da minha bondade. Satisfeita? – A Amy era tão ridícula, nem sei como o Noah a aguentou por tanto tempo. – Mãe, eu não vou falar da minha vida sexual com a Melissa para você. – tudo bem, hora de interromper.

– Oi. – digo e Noah se vira para mim. Ele tomou um susto.

– Eu vou ter que desligar, tchau. – Noah diz e quando desliga suspira de alivio. – Você ouviu tudo, não foi?

– Mais ou menos. – respondo. – Mas eu não me importo com o que a sua mãe diz de mim. Eu vou me arrumar e a gente desce para o almoço.

– Quer mesmo descer? – Noah pergunta se aproximando de mim. – A gente pode pedir a comida aqui no quarto.

– Noah, é seu aniversário e estamos no Havaí. Não vou ficar presa no quarto só porque você quer. – respondo e afasto-me de Noah, indo me vestir.

Ele não me responde e fica apenas me observando vestir a roupa. Como sempre fazia. Quero nem imaginar o que passa pela cabeça dele quando me olha desse jeito.

[...]

Depois de convencer o Noah de ir almoçar, saímos do quarto de mãos dadas. Isso já tinha virado um costume, nós estávamos agindo como um casal de verdade. Estávamos quase chegando ao restaurante, Sasha apareceu.

– Feliz aniversário. – Sasha gritou e pulou no colo do Noah. Nossas mãos se soltaram e ele ficou meio desajeitado, não sabia se devia, ou não abraçá-la também.

No fim, ela se separou e ele não abraçou. Ótima escolha. Sasha o olhava de uma forma que eu jurava que ela estava tentando seduzi-lo. Noah franziu o cenho e olhou para mim.

– Obrigado! – ele se afastou dela e me abraçou, colocando o braço em volta do meu ombro.

– Tenho um presente para você. – Sasha disse. - Mas eu esqueci então depois te entrego. – ela pisca.

Noah apenas assente e me puxa para longe dali. Ele parecia ficar irritado toda vez que a via. Ele era um ótimo ator, porque quando estava com ela, não agia de tal forma. Mas não vou julgá-lo, não sei o que ela fez para ele.

– Eu só queria entender o porquê. – Noah diz pensativo. – A Sasha não adivinharia que eu estou aqui. – ele continua falando sozinho. – Isso tem o dedo de alguém e eu vou descobrir quem é.

Depois que o Noah desistiu de tentar adivinhar quem havia feito aquilo, nós pedimos a comida e ficamos conversando. Eu estava quase tendo certeza de que essa foi a melhor viagem que eu já fiz.

Eu esperava que Noah e eu fôssemos brigar como cão e gato, mas pelo jeito vamos nos dar bem.

[...]

Passamos a tarde toda no quarto deitados na cama, abraçados e assistindo TV. Se alguém visse a cena, diria que éramos apaixonados. Tiramos até algumas fotos e mandamos para amigos, já que tínhamos que continuar agindo como um casal apaixonado. Para não deixar suspeitas.

Eu estava deitada no peito descoberto do Noah, quando ouvi o meu celular despertar. Já eram seis horas e eu tinha que convencer o Noah de sair do quarto para que eu pudesse levá-lo a festa.

– Noah?! – chamo por ele enquanto eu passava meus dedos pelo peitoral dividido dele. – Que tal sairmos para comemorar seu aniversário?

– Nem pensar. – ele diz e come mais um pouco da pipoca que havíamos pedido. Nesse hotel tinha tudo.

– Vamos? Por favor. – insisto. Sento-me a cama e o observo de cima.

– Não. – ele resiste.

– Noah, qual é. Eu saio para todos os lugares que você quer e quando eu peço para sairmos, você diz não? – pergunto fazendo drama.

– Sim. – ele responde e continua assistindo.

Ele estava começando a me irritar.

Fico de joelhos na cama e vou para cima dele. Sento um pouco acima do “Noah Junior”, como ele o apelidou. Homens…

– Se você acordá-lo terá que botá-lo para dormir novamente. – Noah diz referindo-se ao próprio pênis. Reviro os olhos.

– Você vai sair comigo sim. – digo em um tom ameaçador.

– Você nem conhece o Havaí, para onde vai me levar? – Noah pergunta.

– Bem-vindo ao século XXI, Russel. Onde temos internet, GPS e que por incrível de pareça, ainda existe casamentos arranjados. – respondo e Noah ri.

– Por favor, sai de cima de mim. Eu não tenho controle. – Noah pede e saio de cima dele rindo.

– Por favor, Noah. Vamos? – insisto mais uma vez.

– O que eu vou receber em troca se eu for? – ele pergunta e me olha daquele jeito.

– O que você quiser. – respondo e olho para ele do mesmo jeito que ele me olhou.

Era claro que ele não recusaria com essa proposta. Seja lá o que ele pretende fazer, eu consegui convencê-lo de sair.

– Vou tomar um banho. – Noah diz, levantando.

[...]

Depois de muito enrolar e perguntar se devíamos mesmo sair, Noah terminou de se arrumar e eu também. Ele estava muito bonito. Graças a mim que insisti para que ele se arrumasse direito.

Noah não desconfiava de nada, pelo menos ele não mostrava estar desconfiando. Até porque nenhuns de seus amigos moravam perto e nem tinha como fazer uma festa. Mas eu posso fazer tudo e eu fiz a festa.

– Vamos logo. – digo, puxando Noah para fora do quarto.

– Calma. – ele reclama e solta o braço. Noah fecha a porta e me segue pelo corredor.

Por sorte, não encontramos a Sasha, mas eu tinha certeza que ela aparecia mais cedo, ou mais tarde.

Quando chegamos ao saguão, vou direto para o balcão e falo com a Elizabeth.

– Tudo pronto? – pergunto.

– Sim, senhorita Russel. – ela respondeu.

– Obrigada. – digo, sorrindo.

– Boa festa! – ela sussurra e pisca para mim antes que eu saísse de lá.

Vou até Noah, sorrindo. Ele me encarava com o cenho franzido, com certeza não estava entendo nada do que estava se passando ali.

– Posso saber o que você foi falar com aquela mulher? – ele pergunta e arqueia a sobrancelha. Sorrio e o encaro.

– Pode sim. Vem comigo. – digo e puxo Noah pelo braço.

O salão onde aconteceria a festa ficava ao lado do hotel, já que estava lá para as pessoas o alugarem e fazerem festas. E agora chegou a minha vez.

Eu não fazia ideia de qual seria a reação do Noah quando visse os seus amigos (e amigas, já que eu dei uma trégua) gritando surpresa para ele. Ele poderia me odiar, ou me amar. Não sei, já que ele insistiu que não queria nada.

– Para onde estamos indo? – Noah pergunta ainda um pouco confuso.

– Confie em mim. – respondo e continuo guiando Noah até o local.

Paramos de frente à porta do salão, por fora eu só sorria, mas por dentro eu estava pulando de alegria e nervosismo, parecia até que a festa era para mim, mas eu só estava nervosa porque eu não fazia ideia do que o Noah acharia.

– Feche os olhos. – peço para o Noah.

– O que você está aprontando, Melissa? – Noah me encara com o cenho franzido.

– Só feche os olhos. – peço mais uma vez. Depois de muito enrolar, Noah fecha e eu abro a porta entrando com ele.

Todos gritaram “surpresa” quando viu o Noah entrando, ele abriu os olhos assustado e ficou sem reação ao ver os amigos ali. Ele olha para mim, ainda assustado.

– Surpresa. – sussurro para ele.

Todos vêm correndo para cima do Noah e começam a abraçá-lo e a gritar. Pareciam crianças, mas eu fiquei feliz ao ver Noah sorrindo para os amigos e para mim. Pelo jeito ele gostou.

– Não acredito! – Noah diz sorrindo quando todos se afastam dele.

– Pois é, meu amigo. – James diz. – A sua esposa nos ligou e falou que ia dar uma festa para você, existe mulher no mundo melhor do que essa? – ele pergunta e olha para mim de forma “sexy”, mas eu sabia que ele estava apenas brincando.

– Não existe e por isso garanti logo a minha. – Noah diz se aproximando de mim. – Só minha. – ele diz mais uma vez e James ri, não fico de fora.

– Hora de cantar parabéns. – um dos amigos que estavam no fundo gritou e todos eles começaram a cantar parabéns para o Noah.

Ele estava com um sorriso de orelha a orelha e eu estava explodindo de alegria por dentro por vê-lo assim. Eu esperava que ele fosse querer brigar comigo por causa da festa, mas vejamos só, ele está curtindo com os amigos.

– Viva ao Noah! – Todos gritam e batem palmas para ele. Noah levanta uma taça que estava na sua mão e sorri.

– Gostaria de agradecer a minha mulher, Melissa Russel, por ter feito isso para mim. – Noah diz e vem em minha direção.

Assim que estava bem próximo de mim, me puxou pela cintura e beijou meus lábios. Os amigos começaram a gritar e assobiar. Fiquei um pouco envergonhada já que o Noah não me beijava de forma descente e tinha amigos dele ali.

Mas não me importei muito, o mais legal era vê-lo feliz.

A festa começou oficialmente.

[...]

– Você gosta mesmo dele, não é? – Gracie pergunta me tirando do transe.

– O quê? – pergunto um pouco confusa.

Assim que todos se acalmaram e foram dançar e beber, Gracie e eu finalmente tivemos nosso momento, sozinhas. Ela estava louca para conversar comigo e com certeza iria me encher de perguntas sobre o Noah e o casamento. Eu a conhecia muito bem.

Ela veio com um amigo do Noah e falou muito bem dele, Dylan, era o nome do amigo.

– Do Noah. – Gracie fala obvia. – Veja só como olha para ele, está apaixonada. – ela fala toda feliz.

– Eu estou casada com o Noah, queria o quê? – pergunto e bebo um pouco do coquetel.

– Casar com alguém não significa que você ama esse alguém. Mas está claro que vocês dois se amam. – olho para Gracie e ela sorri para mim.

Eu me sentia mal quando ela falava desse jeito comigo. Ela, e todos que não estavam envolvidos no contrato, pensavam a mesma coisa, que eu e Noah éramos loucos de apaixonados pelo outro, mas não tinha isso e eu odiava enganar as pessoas. Mas eu não tinha outra escolha.

Apenas sorrio e não a respondo.

– Tá, agora me conta. – Gracie pede e eu franzo o cenho a encarando. – Não faça essa cara de quem não entende nada. Você sabe do que eu estou falando.

– Na verdade eu não sei não. – respondo e a observo. Gracie revira os olhos e se aproxima de mim.

– Eu quero que me conte tudo sobre você, Noah, a cama e o sexo. – ela fala baixo, apenas para eu escutar, e depois se afasta e me encara de um jeito safado.

– Pare com isso. – digo e viro-me de lado para ela.

Eu sabia que a Gracie iria querer me matar quando descobrisse que eu e o Noah ainda não havíamos transado. Eu precisava me preparar psicologicamente para uma briga desnecessária com a minha amiga.

– Nem pensar, mocinha. – Gracie diz e me puxa de volta para olhar pra ela. – Pode me contar tudo. – ela diz pausadamente. – Ele é ou não é bom de cama? – o sorriso safado dela volta. Reviro os olhos.

– Gracie, eu não vou falar sobre isso. – respondo e ela franze o cenho. Viro-me de lado novamente e observo o Noah conversando com os amigos. Ele olha para mim e sorri, correspondo.

– Melissa? – Gracie me chama e eu apenas murmuro um “hã?” esperando que ela continue. – Você ainda não transou com o Noah, não foi?

Suspiro quando a ouço perguntar. Viro-me devagar para Gracie e coloco um sorriso envergonhado no rosto.

– Eu não acredito nisso. – Gracie quase grita. – Melissa, como assim você ainda não teve coragem de transar com aquele cara? – ela estava irritada. – Olha para aquele homem. Como você tem coragem de torturá-lo desse jeito? E todos os conjuntos de lingerie que te mandei? Acha que comprei tudo aquilo a toa? Pare de se fazer de difícil e dê para aquele homem. – Gracie segura o meu rosto e o vira para onde Noah estava.

Tiro as mãos dela do meu rosto e a encaro.

– Não é bem assim. É difícil para mim, eu não sei como fazer isso. – respondo.

– Ele por acaso sabe que você ainda é virgem? – ela pergunta ainda estressada.

– Não. – respondo baixo e Gracie quase surta.

Ela fazia gestos com as mãos próximas ao meu rosto como se estivesse me enforcando. Seria engraçado se ela não quisesse mesmo fazer aquilo.

– Hoje é aniversario do Noah e você fará tudo o que ele quiser quando voltar para o quarto. Você vai contar que ainda é virgem e que está pronta para ele. Está me ouvindo? – Gracie diz tudo àquilo como se fosse uma ordem.

– Gracie, eu… - tento falar, mas ela me interrompe.

– Não quero ouvir mais nada. – ela grita. – Faça o que eu estou falando e não vai se arrepender. – Gracie diz e volta a beber me ignorando.

[...]

Depois de receber um ótimo conselho da minha amiga, Noah e eu ficamos juntos conversando com os amigos dele. Todos eles eram legais e engraçados. Até as mulheres que estavam com uma roupa minúscula eram legais, mas isso não afetou muita coisa, eu percebi que ele não estava se importando muito com a presença dela. O que estranhamente me deixou feliz.

– E quando vocês pretendem voltar para Nova Iorque? – Brad, um dos amigos do Noah, perguntou.

– Depois de amanhã nós já estaremos lá. – Noah responde.

– É, já vai fazer uma semana que estamos aqui e esse foi o combinado de tempo. – respondo e todos assentem.

– Poderiam ficar mais, aposto que vocês tem muitas coisas para fazer aqui. – Jason, o outro amigo do Noah, e que eu já conhecia, disse em um tom safado, como sempre.

– Se não fosse pela minha mãe, eu adoraria ficar muito tempo aqui com o Noah. – respondi e o Noah me olhou de uma forma um pouco surpresa. Todos que estavam na conversa começaram com os “hmmm”. Apenas sorri.

A noite se resumiu em muitas risadas. Os amigos do Noah eram muito engraçados, eu fiquei feliz no final de tudo, porque o Noah estava feliz de ver os amigos e de ter tido a festa. Acho que fiz uma ótima escolha em fazer a festa.

Depois de tirar várias fotos e depois nos despedirmos, Noah e eu voltamos para o quarto, eu estava exausta. Chegamos à porta do quarto e eu procurava a chave na minha bolsa.

– Nem acredito que fez tudo isso só para o meu aniversário. – Noah diz sorrindo. Sorrio também.

– Nada mais justo. Você fez tanta coisa já. – respondo. Ele se aproxima de mim ainda sorrindo. – Além do mais, nem teria graça se fosse somente você e eu.

– Quem disse isso? – Noah pergunta e arqueia a sobrancelha. – Poderíamos comemorar de muitas formas – Noah abre um sorriso safado. – Obrigado, Melissa. – ele diz quando estava bem próximo de mim.

– Por nada. – respondo e afasto-me dele, abrindo a porta.

Entro e em seguida Noah. Aproximo-me da cômoda que tinha ao lado da porta e começo a tirar os acessórios que eu estava usando.

Sinto a mão do Noah tocando a minha cintura e rapidamente viro-me para encará-lo.

– Só falta uma coisa para fechar a noite. – Noah sussurra e sorri.

A hora tinha chegado, mas eu ainda estava insegura. Eu sabia que eu devia confiar no Noah e que ele não iria fazer nada de ruim para mim, mas eu não conseguia seguir com isso, parecia que “algo” me impedia e esse “algo” tinha um nome.

Abro um sorriso para Noah e ele aproxima seu rosto mais ainda do meu.

– Então vamos fechá-la. – digo.

Não tinha como evitá-lo, mas eu não queria porque não pude conter o desejo que ele causou em mim. Noah me pressionou contra a parede e me beijou. O beijo não era nem um pouco calmo. De primeira a sua língua invadiu a minha boca em um beijo voraz.

Por um instante nos separamos para recuperar ar, então ele começa a beijar o meu pescoço.

Ele leva a mão até a minha coxa apertando devagar e logo me puxa para cima para que eu fique entrelaçada na cintura dele. Ele pressiona seu corpo contra o meu e percebo como ele estava depois de todo aquele beijo. Noah já estava excitado. Gemi no ouvido dele ao sentir a sua ereção.

Voltamos a nos beijar. Coloco a minha mão na cabeça dele e puxo de leve seu cabelo. Levo a minha mão até a barra da camisa dele e a puxo para cima enquanto passava as unhas nas suas costas. Ele se arrepiou.

Noah me segura no colo colocando as suas mãos na minha bunda e vai andando pelo quarto até chegar à cama. Ele me coloca sentada nela e fica de frente para mim, ainda de pé. Continuamos o beijo enquanto ele passava as suas mãos pela minha perna apertando minhas coxas e levantando o meu vestido que depois de tanto subir, já estava na minha cintura.

Ele levanta e me empurra para a cama ficando por cima de mim. Separamos os nossos lábios e ele começa a distribuir beijos pelo meu corpo quanto tentava terminar de tirar o vestido. Ajudo o Noah e por fim fico de lingerie. Noah me observa por uns segundos e sorri ao analisar o meu corpo, depois volta a me beijar.

Levo a minha mão até a calça dele e logo depois começo a desabotoar.

Eu não tinha ideia do que eu estava fazendo, mas eu estava seguindo o meu extinto. Eu já havia chegado várias vezes a esse ponto com o Austin, mas com o Noah parecia diferente… não sei explicar.

Depois de muita mão boba e muitos beijos, já estávamos caminhado para a parte que mais importava.

Meu coração parecia que ia sair pela boca, nem sabia como o Noah não estava ouvindo os meus batimentos. Eu estava muito nervosa.

Noah solta as minhas pernas e volta para cima, encarando meu rosto, ele estava com um sorriso enorme estampado. Sorri também. Ele voltou a me beijar e enquanto o beijo acontecia, sua mão passeava pelo meu corpo até chegar a minha calcinha, ele a segurou para puxar, mas antes de tirá-la, eu segurei a sua mão e parei de beijá-lo.

– Espera… - eu disse e Noah se afastou com o cenho franzido.

Eu precisava contar antes de chegarmos ao final.

– De novo? – Noah perguntou irritado. – Fala sério, Melissa. Assim não dá. – Ele saiu de cima de mim.

– Não, eu só quero te falar… - tentei segurá-lo, mas ele levantou da cama e começou a pegar as roupas dele do chão.

– O quê? – ele perguntou ainda irritado. – Mais uma de suas desculpas? – Noah estava mesmo estressado. – Chega disso! Eu cansei. – Noah quase gritou. – Você sabe como isso é difícil para mim? Eu estou fazendo o possível e o impossível para te tratar bem e ser fiel a você, mas você fica se fazendo de difícil e nunca me deixa terminar. O que você quer? – Noah coloca uma camisa e vai para a porta.

– Noah, calma. Eu quero, só preciso te falar que… - ele me cortou.

– Quer saber? – ele grita. – Não quero ouvir. Guarde as suas desculpas para depois, eu cansei de esperar por você. – Noah abre a porta do quarto.

– Pra aonde você vai? – gritei. Noah apenas me encarou com raiva. – Noah, eu só quero te contar… - ele fechou a porta e não esperou que eu terminasse. – Eu sou virgem. – gritei e esperei alguns segundos, mas ele não voltou.

Ele só podia estar bêbado, não há outra explicação para toda essa cena. Ele nem esperou eu dizer alguma coisa.

Mas eu não o culpo. Não é a primeira e nem segunda vez que ele tenta transar comigo. Era obvio que uma hora ele ia surtar e cansar de ouvir todas as minhas desculpas, eu que fui idiota e não ter contato logo no primeiro dia que eu ainda era virgem.

Agora só me resta esperar ele esfriar a cabeça e aí sim nós poderemos conversar.

Eu sou uma idiota.