– Socorro alguém me ajude!

Estava tudo escuro no meu quarto quando eu acordei com gritos vindo do lado de fora da janela, corri para observar pela pequena brecha da cortina, mas não havia nada do lado de fora a não ser a enorme lua cheia que iluminava toda a cidade.

No dia seguinte o jornal da cidade trazia a imagem de uma jovem, ela estava morta e havia sangue por todo o local e em letras gigantescas lia-se “Jovem é morta na floresta por ataque de animal”. Stiles tudo o que estava escrito no jornal a respeito da jovem e nele dizia que a morte dela suspostamente poderia ter sido causada por um lobo ou algo do tipo, pois seu corpo estava coberto de mordidas e arranhões.

– Pai, não sabia que existiam lobos na california. Comentei.

– Mas não existe, é bem provável que teriam vindo de algum local próximo.

– O que você quer dizer com “teriam vindo”? Tem mais de um por aqui?

– Sim Stiles lobos andam em bando é bem provável que tenha mais de um por aqui então tome cuidado e evite andar pela floresta.

– Ok.

Assim que meu pai saiu para ir para a delegacia eu fui até a casa do Scott, pois me sentia mais seguro por lá. Claro que se um lobo ou assassino tentasse nos atacar Scott seria o primeiro a correr e me deixar pra morrer, mas seria melhor estar em uma companhia ao invés de estar sozinho.

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– Como assim você escutou os gritos da menina que morreu na floresta? Scott me perguntou depois de eu ter contado a ele sobre os gritos que ouvi na noite passada.

Eu não sei ao certo se os gritos foram mesmo da mesma pessoa, mas tudo indicava que sim e de alguma maneira estranha eu podia sentir isso.

– Eu não sei Scott só sei que eu ouvi.

– Mas a floresta fica quilômetros de distância da sua casa, como isso seria possível?

Às vezes me irritava o fato de Scott ser tão curioso, ele poderia ao menos aceitar o fato de eu ter ouvido a os gritos da menina e pronto sem perguntas que eu não saiba responder, eu odiava isso no Scott ele conseguia ser chato às vezes.

– Não sei Scott e chega de perguntas, o que tem pra comer aqui?

Meu estomago estava roncando até porque eu saí de casa as pressas e havia me esquecido de comer alguma coisa.

– Na geladeira tem algumas cochas de frango é só esquentar no micro-ondas e comer. Scott indicou o local com o dedo como se eu não soube onde ficava a cozinha.

Enquanto eu estava comendo as deliciosas cochas de frango algo estranho aconteceu, eu ouvi gritos e mais gritos alguém estava em apuros e parecia ser dentro da casa. Eu corri pela casa a procura de Scott gritando o seu nome e o encontrei na sala jogando vídeo game.

– O que houve cara? O que está acontecendo?

Ele ficou pálido quando olhou pra mim, eu devia estar com uma feição de espanto pois era como estava me sentindo naquele momento. Demorei alguns minutos recuperando o ar e depois consegui falar.

– Eu ouvi gritos e parecia ter vindo daqui de dentro, então eu achei que você que estivesse gritando.

– Eu não ouvi nada Stiles, você deve está ficando louco.

Será que eu estava ficando louco? Oh meu Deus eu não queria ficar louco, acho que de tanto eu ficar ouvindo o rádio da policia eu acabei ficando louco.

– Aténção todas as viaturas, acabamos de encontrar o corpo de um adolescente de no mínimo uns 17 anos. Ele está coberto de enormes arranhões e parece que essa foi à causa da morte. O rádio que eu havia “pego emprestado” do meu pai falava e parecia ser a voz dele.

– Você ouviu isso? Eu perguntei ao Scott.

– Sim isso eu ouvi.

– Precisamos ir lá verificar, ver o que aconteceu. Eu disse.

– Não nós não precisamos, não somos policiais esse é o trabalho dos policiais e não nosso.

É Scott de fato era uma pessoa muito chata e eu não sei como eu conseguia ser amigo dele. Talvez seja o fato de eu ser “louco”.

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Com um pouco de relutância eu havia conseguido fazer o Scott ir comigo verificar o que tinha acontecido com o menino morto. Já era noite quando caminhávamos pela floresta escura, acima de nós, vária estrelas brilhavam e algumas nuvens escondiam a lua. Na verdade era como se ela estivesse escondida esperando a hora certa para dar o bote como um animal selvagem.

– Saiba que seu eu morre eu vou te matar Stiles.

– Ok seu idiota continue andando.

Como estava mais escuro do que antes, tivemos que ascender a lanterna e continuamos caminhando. Até que ouvimos um som parecido com um uivo. Eu estremeci e congelei onde estava não conseguia mover nenhum musculo do meu corpo, eu estava apavorado.

– O que foi isso? Scott perguntou com os olhos arregalados.

– Pareceu um uivo de um lobo. Eu disse mesmo não sabendo ao certo o que era.

– Eu quero ir embora daqui, por favor, Stiles vamos embora. Scott choramingou.

– Ok vamos embora, mas para de choramingar ou eu mesmo mato você antes do lobo chegar até nós. Eu brinquei.

Eu sei que não é certo fazer brincadeiras numa hora dessas, mas se eu não fizesse isso entraria em pânico, estava fazendo o possível para me descontrair.

Estávamos bem perto da estrada quando eu tropecei em uma pedra e caí por cima de Scott, nós rolamos barreira à baixo como dois sacos de batatas até chegarmos a uma superfície plana. Meu corpo estava um pouco dolorido e tive dificuldade para levantar, quando consegui fui ajudar Scott a fazer o mesmo.

Ouvimos um rosnado alto a nossa frente e avistamos ao macabro. Era parecido com um lobo, mas era o dobro da altura e tinha olhos vermelhos à criatura rosnou mais uma vez e o som foi ensurdecedor a ponto de eu ter que colocar as mãos no ouvido. A criatura parecia estar com uma fome mortal e eu e Scott seriamos a sua sobremesa isso era um fato. Eu pude ver Scott pelo canto do olho e ele estava choramingando ele também sabia que a morte era certa naquele momento. A criatura afundou suas patas traseira na terra e parecia estar pronto para atacar. Eu agarrei a mão de Scott com muita força e esperei a morte. Se fosse pra morrer pelo menos eu iria morrer com o meu melhor amigo.

A criatura então avançou, ela vinha a toda velocidade e pude ver que seus olhos ardiam em chamas enquanto ela corria em nossa direção. Não adiantava corrermos, só iria piorar a nossa situação então ficamos parados a espera da criatura e quando ela nos alcançou ao invés de atacar nós dois ela pulou em cima de Scott. Eu cai pro lado e fiz um enorme esforço para me levantar de imediato.

Quando eu já estava em pé pude ver a criatura em cima de Scott ela abriu sua boca e mordeu o ombro dele. O seu grito de dor feriu os meus ouvidos e eu estava em choque com a cena, a criatura se preparava para dar uma segunda mordida com eu gritei um mais alto que consegui: Não!

Alguma inacreditável aconteceu, a criatura saiu de cima de Scott e veio em minha direção, eu recuei e acabei caindo de bunda no chão e a criatura continuou vindo para mais perto de mim até que seu focinho estivesse no meu rosto, ela parecia estar me cheirando e logo em seguida bufou e foi embora correndo pela floresta.

Eu comecei ficar sem ar e tudo ao meu redor estava ficando embaçado, estava tendo um ataque de pânico no meio da floresta. Olhei ao redor e vi Scott ainda deitado no chão com a mão no ombro onde a criatura o havia mordido, ele me avistou e veio se arrastando até a mim. Eu tentei chama-lo, mas não conseguia sair nada da minha boca estava completamente sem ar e tudo estava escurecendo.

– Stiles se acalme está tudo bem se acalme. Consegui ouvir Scott gritar.

Depois de alguns segundos ele conseguiu me alcançar e ficou do meu lado tentando me acalmar, mas nada fazia efeito.

– Hey você aí, por favor, nos ajude. Scott gritou para alguém que eu não conseguia ver.

Ouvi passos rápidos vindo em nossa direção e depois uma mão pesada no meu peito.

– O que estava acontecendo com ele? Disse uma voz masculina.

– Ele está tendo um ataque de pânico, por favor ajude ele.

– E o seu ombro, o que aconteceu com o seu ombro? O homem perguntou.

– Eu me machuquei, mas isso não importa agora só ajude-o.

Scott podia ser um amigo chato, mas ele era um verdadeiro amigo.

Após alguns segundos pude sentir uma mão pesada tocando minha boca e nariz e então fez pressão impedindo qualquer ar de entrar em meu pulmão.

– O que você está fazendo? Vai matar ele. Scott gritou.

Eu me debati algumas vezes e quando a mão foi embora eu puxei uma enorme quantidade de ar e aos poucos minha respiração foi voltando ao normal até que eu consegui me controlar.

– Ele precisava prender a respiração pra poder se controlar. O homem explicou.

– Obrigado. Scott disse.

Quando eu já estava conseguindo enxergar nitidamente, avistei o homem que havia me salvado do meu lado. Ele me parecia muito família, mas eu não conseguia me lembrar de onde o conhecia.

– Obrigado. Consegui dizer com a voz um pouco fraca.

– Disponha. O homem disse e se levantou.

Quando o homem se levantou Scott o perguntou: - O que você está fazendo à uma hora dessas na floresta?

Droga Scott você tinha perguntar isso ao cara? E se ele fosse um assassino? Se bem que se ele fosse um assassino não iria me salvar.

– Essa é minha propriedade eu sou um Hale, Derek Hale.

Sim era ele mesmo, o único sobrevivente do incêndio. A alguns anos atrás a mansão Hale havia pegado fogo matando todos da família e Derek era o único que tinha conseguido escapar.

– Oh sim, nesse caso desculpe está invadindo a sua propriedade.

– E o que dois jovens estão fazendo na floresta a essa hora da noite?

– Estamos atrás do corpo do menino que foi assassinado aqui na floresta.

– Droga Scott! Foi a única coisa que consegui dizer.

Como Scott conseguia ser tão idiota? Não me surpreendia mais com nada vindo dele.

– Oops, acho que falei demais.

– Bom, nós já estávamos indo embora e obrigado por ter me ajudado. Eu disse me levantando e puxando Scott comigo.

– Onde vocês pensam que vão? Ele precisa de um médico. Derek indicou o ferimento no ombro de Scott com o dedo.

– Não se preocupe, daqui a pouco eu estarei melhor. Scott mentiu.

– Vamos eu levo vocês no hospital.

– Isso não vai ser necessário, eu peço meu pai pra levar a gente. Ele é o sheriff da cidade e vai saber resolver isso. Tentei intimidar Derek até porque não sabia se ele era um louco psicopata.

– Anda vamos.

Derek nos puxou e fomos praticamente arrastados até seu o local onde seu lindo camaro estava estacionado.

Quando chegamos ao hospital Melissa nos recebeu e correu com Scott para uma das salas, ele ficou apavorada quando viu a enorme mordida no ombro do filho.

Enquanto Melissa e outros médicos faziam exames em Scott eu fiquei sentado em um dos bancos do lado de fora esperando e Derek estava ao meu lado me observando de uma forma estranha, na verdade ele me dava um pouco de medo.

– Derek se você quiser pode ir embora, eu vou ficar aqui esperando. Eu disse.

– Tudo bem, mas se precisar de alguma ajuda é só avisar. Ele me disse me dando uma folha de papel onde tinha seu numero de celular escrito.

– Pode deixar e muito obrigado. Por tudo. Eu disse sincero.

– Até mais.

E então ele foi embora.