O REVERSO DA MEDALHA - Fanfic Express escrita por Serena Bin


Capítulo 7
A Fera


Notas iniciais do capítulo

Oie Amores da minha vida simples e humilde :)
Como eu disse lá no grupo do facebook, eu vou adiantar o capitulo de semena que vem porque eu não vou poder postar.
Esse capítulo vai em especial para a (o) Semi Potter Gabe que comentou pela primeira vez.
—-
Esse Cap 7 tem um momento Peetniss bem fofo :3
Espero que gostem.
Boa Leitura



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De repente sinto a tontura voltando e Berna me apoia em uma cadeira.

– Vou te levar de volta para o quarto - Berna diz guiando-me - Vou pedir que lhe administrem algum remédio para aliviar esse mau estar.

Quando finalmente chegamos ao quarto e eu me deito sobre a cama, já existe uma enfermeira de prontidão. Ela insere uma agulha numa veia grossa de meu pescoço e conecta um pequeno catéter por onde sinto passar um liquido gelado.

Estou sentindo a mesma dor de outrora, como se todas as veias e artérias de meu corpo estivessem estourando.

– Tira essa coisa do meu pescoço! - grito - Está doendo muito!

– É o seu tratamento para a tontura, Peeta. - Berna explica num tom tranquilo, embora seu olhar para a enfermeira me pareça um pouco duvidoso - Relaxe, a dor vai passar logo.

Há um momento de silêncio no quarto até que eu o quebro voltando ao assunto sobre a revolução.

– Afinal, quem é Katniss Everdeen? - pergunto ainda sentindo muita dor.

Berna disfarça tentando mudar o assunto, mas eu insisto e então ela acaba me explicando parcialmente a história.

Segundo ela, Panem está em guerra com o treze, e Katniss Everdeen é uma espécie de líder rebelde. Uma garota de dezessete anos que desafiou a supremacia da Capital e agora anda a destruir os distritos com seus revolucionários.

– Ela incendiou o próprio distrito - Berna diz - O doze queimou até as cinzas por causa da loucura dela.

Distrito doze? A minha casa?

Um pesar imediato me acomete, porque meus pais, meus irmãos, amigos...todos sofreram com esse incêndio.

– O doze?! - pergunto revoltado - Porque ela fez isso?

– Peeta - Berna inicia - Acha que pode guardar um segredo?

– Sim. - respondo convicto. Berna mantém um olhar misterioso quando me conta a real história envolvendo a louca do doze.

– Katniss Everdeen - Berna começa - foi um experimento que deu errado. Uma criação da Capital, mas que falhou miseravelmente. Era para ser algo próximo a um ser humano comum, mas suas atitudes foram consideradas agressivas demais, colocando em risco a vida de cidadãos bondosos como eu e voce.

Uma espécie de mutante? Então é isso o que essa Katniss é? Eu mantenho minha atenção nas palavras de Berna, que mesmo parecendo absurdas fazem algum sentido do contexto da história.

– Então, como medida de prevenção - Berna continua - Sêneca Crane, o idealizador chefe de uma das edições dos Jogos Vorazes, decidiu joga-la na arena para ser morta. Mas não adiantou porque Katniss caiu nas graças do público, porque é isso o que ela faz, mente e engana a todos com seu rostinho inocente, mas no fundo ela tão mortal quanto um animal selvagem. E me dói muito dizer isso, mas uma de suas maiores vítimas foi voce, Peeta.

A dor está ficando cada vez mais intensa, e posso ver quando a enfermeira injeta mais uma dose do líquido gelado que ela diz ser para o alivio da tontura. Estou confuso.

Afinal, como eu poderia ser uma vítima desse monstro? Não há vestígio nenhum de sua presença em minha mente.

– Eu? - pergunto - Como eu posso ter sido uma vítima dela, se nem ao menos me lembro de seu rosto?

O olhar de Berna muda quando ela volta a me contar.

– Voce não se lembra porque perdeu a memória quando ela - Katniss Everdeen - em um momento orquestrado com os rebeldes do treze explodiu o campo de força da arena dos Jogos Vorazes do qual voce participou.

– Mas ainda sim não entendo qual é minha ligação com ela.

– Ela te usou - Berna entrega ponderando as palavras.

– Usou de que forma?

– Para se promover - a mulher responde olhando em meus olhos - Foi uma imensa falta de sorte voces terem se cruzado duas vezes, sim porque ela venceu a 74ª edição simulando um romance com voce. Para que os patrocinadores não a deixassem morrer na arena.

Eu sinto o líquido entrando em minha corrente sanguínea queimando como brasas. E toda essa história está fazendo com meu eu sinta cada vez mais náuseas, entretanto eu peço para que Berna continue, e ela atende ao meu pedido.

– Ela enganou a todos, inclusive voce, que se declarou a ela na frente do país inteiro. Mas o mais terrível de tudo é que após ter conseguido um bom patrocínio na arena, Katniss tentou te matar dando-lhe uma facada que por sorte não acertou algum de seus órgãos vitais. Está vendo essa sua perna mecânica? Agradeça a ela.

– Foi ela quem fez isso comigo? - pergunto sentindo novamente a dor da carne dilacerada.

– Sim, os seus patrocinadores até tentaram ajudar enviando-lhe remédios mas Katniss nunca os deu a você, e quando você voltou à Capital, era tarde demais.

Há lágrimas de dor em meus olhos, mas além de dor há algo mais. Sinto no fundo uma ponta de algo que queima o meu peito e me consome. Ódio.
Que tipo de gente finge um romance só para se promover? Eu preciso ver o rosto desse monstro. Preciso olhar em seus olhos de bestante e comprovar que o que Berna diz é verdade.

– Berna, voce pode mostra-la a mim? - peço.

– Já está mais do que na hora de voce reconhecer esse montro. - responde Peeta.

Berna sai do quarto me deixando sozinho com a enfermeira que sempre trata de injetar mais do líquido em mim.
Eventualmente eu lhe pergunto que tipo de remédio é, mas o silencio é minha resposta.

Não há pesamentos em mim. Porque a dor que o líquido causa supera a história que Berna acaba de contar, todavia suas palavras são aterrorizantes.

Como pude ser tão idiota a ponto de confiar nesse tipo de gente?

Quando Berna finalmente retorna, há uma caixa em suas mãos, dentro dela existem esferas de memórias.

– Isso é tudo o que temos sobre Katniss Everdeen. - Berna diz enquanto insere uma das esferas no leitor ao lado da tela de tv.
Imediatamente reconheço Caesar Flickemann, o que é estranho porque se é como Berna disse, que eu perdi a memória, então porque me lembro do apresentador dos Jogos Vorazes mas não me lembro da bestante ou de Johanna Mason?

"Não acredite em nada do que disserem."

De alguma maneira as palavras de Johanna percorrem meu subconsciente mas eu não dou ouvidos, porque se é como Berna explicou, Johanna é uma aliada de Katniss Everdeen. Uma inimiga.

– Espero que voce entenda. Eu volto mais tarde - Berna diz antes de sair do quarto.

Eu volto minha atenção para a tv. Na tela Caesar insere uma das tradicionais entrevistas dos tributos. E quando ele chama o nome da pessoa a ser entrevistada, eu entro em um estado de perplexidade, porque a garota de vestido vermelho e olhos cinzentos que aparece na tela, em nada lembra o mostro descrito a mim.

"Porque é isso o que ela faz, mente e engana a todos com seu rostinho inocente, mas no fundo ela tão mortal quanto um animal selvagem."

Relembro as palavras de Berna, que agora mais do que nunca fazem sentido. Porque a beleza da bestante é inegável. Um convite tentador para a destruição.

Nas esferas de memória que se seguem, ganho todo o terror antes plantado pelas palavras de Berna além de uma dose do líquido gelado.

A arena da 74ª edição.

Katniss fingindo-se aliada de uma pequena garotinha. A deixando morrer miseravelmente. Então há o romance forjado e me dói ver a verdade afinal. Estou a beira da morte, com um talho em uma das pernas, e Katniss sempre ao meu lado, cuidando de mim enquanto estou acordado mas me evitando enquanto queimo em febre. Então há vários beijos, mas nenhum parece genuino da parte dela.

Eu me afasto da tv e sento na cama enquanto as gravações ainda rodam.
Não há ninguém comigo no quarto, mas ouço uma voz sussurrando em meu ouvido.

"Ela te usou, para se promover."

A dor no cateter está absurdamente grande. De repente algo estranho acontece. Depois de sentir mais uma dose do remédio, sinto a tontura voltar porque de repente as imagens saem da tela e pulam para dentro quarto.

Figuras tão nítidas que propagam o rosto e voz dela. Katniss Everdeen.

Um medo incontrolável faz com que eu feche os olhos na tentativa de fugir das figuras medonhas que povoam o lugar, mas não funciona, porque eu posso vê-la se aproximando de mim.

Katniss está vindo em minha direção. Ela corre com sua figura humana mas em determinado momento se desmonta, transformando-se em um lobo enorme e sedento por sangue. O meu sangue.

Sinto o suor correr pelo meu rosto. É uma visão assustadoramente mortífera.

Eu vou para todos os cantos do quarto mas Katniss me alcança,posso sentir sua respiração fétida contra o meu pescoço.

Embora esteja na forma de lobo eu posso ouvi-la sussurrando em meu ouvido.

– Eu vou te matar, vou arrancar seu pescoço e vou vencer.

Instintivamente tento me livrar de seu corpo grande e pesado, mas estou preso, de alguma forma algemado na cama.

– Eu fingi o tempo todo - Katniss diz - Eu nunca quis você, foi tudo uma mentira, minha e de Haymitch, e todo mundo sabia disso, até o presidente Snow entendeu a farsa, só voce quem não captou a história e caiu como o imbecil que sempre foi!

Tudo ao meu redor está girando. Eu perco a noção do espaço a minha volta quando a escuridão atinge o ambiente. Em minutos Katniss volta a sua forma humana e se afasta de mim.

Cada vez mais aterrorizado. Um medo incontrolável. Na completa escuridão do quarto, a única luz provem dos vultos que circundam minha cama.
Sussurros baixos em minha mente.

"A intensão sempre foi matar voce!"

"Eu te usei"

"Eu nunca gostei de voce"

Nada que eu faça faz com que eu pare de ouvi-la.

– Peeta, Peeta onde está voce meu amor? - Katniss pergunta com uma voz doce - Não adianta fugir de mim, eu sempre vou encontrar voce.

Estou debaixo da cama, encolhido como uma criança, com os olhos cerrados e com as mãos tapando os ouvidos, mas ela continua chamando meu nome, porém algum tempo depois os chamados cessam e eu abro meus olhos involuntariamente para me deparar com seus,acesos bem a minha frente.

– Bú - ela solta.

O grito se forma em minha garganta mas não há som algum. Nem mesmo meus golpes contra ela funcionam porque Katniss impressionantemente advinha todas as minhas defesas.

– Me deixa em paz! - eu grito desesperadamente - Vá embora!
Posso ouvir sua risada debochada enquanto me arrasta para fora de meu esconderijo.

– Ah, padeiro - ela inicia - Eu vou embora sim, mas antes porém, vamos brincar um pouquinho, o que acha? Que tal brincar-mos de namorados?
Posso vê-la se aproximando de mim novamente, mas eu me esquivo porém sou surpreendido por suas hábeis mãos me encurralam no canto da parede.

Ela tem a aparência frágil mas possui uma força inacreditavelmente poderosa de modo que me torno vulnerável aos seus ataques. Estremeço quando seus lábios tocam levemente os meus.

Nojo é tudo o que sinto, porque enquanto me beija, meus olhos permanecem abertos e posso ver refletido pelo quarto as imagens de sua traição.

Cenas que retratam ambas as arenas e demonstram toda sua frieza. Posso vê-la incendiando o doze;matando minha famíia;cortando minha perna;em reuniões secretas com os rebeldes;mentindo para mim.

Tudo nela inspira terror, angustia e medo. Seu cheio podre de lobo, seu toque forte e impiedoso, seus olhos cinzas banhados de morte. Um monstro criado para me torturar.

– Socorro! - berro a plenos pulmões esperando que alguém me escute e me livre das mãos dela, mas não há resposta. Quando os lábios de Katniss encontram o meu pescoço sinto seus dentes rasgando minha carne e antes que eu caia no chão posso ouvi-la dizer uma ultima frase.

– Eu disse que ia matar voce. - então ela desaparece e tudo fica escuro de novo.


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Notas finais do capítulo

Oie, e então? Gostaram da fofura Peetniss?
Que tal deixar um comentário?
Eu prometo que sua maozinha não vai cair. É muito importante para mim, sabr o que voces pensam sobre a fic.
:)



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