Ariadne decidiu ir ao casamento desde o momento que ela ouviu que este ia acontecer. Dionísio olhou um pouco temeroso quando ela lhe informou sobre essa decisão.

“Não faça essa cara, eu só quero colocar uma última pedra nessa parte da minha vida, eu tenho um marido, ele terá uma nova esposa e ninguém poderá dizer que nós temos qualquer clama um sobre o outro. Isso é algo que vale a pena ver”

Ela e Dionísio se disfarçaram como cidadãos atenienses para ver a cerimônia. Era a primeira vez que ela via Teseu desde a ilha, a visão do rosto alegre dele fez ela sentir apenas desprezo. Mas esse sentimento foi substituído por outro quando ela viu a noiva.

Hipólita era bela e forte, como seria esperado de uma filha de Ares. De alguém que até pouco tempo atrás era a rainha das Amazonas. Ela desistiu de sua coroa, de seu povo e sua terra por ele, como uma vez Ariadne tinha feito com Creta. E vendo ela andando para o altar uma parte de Ariadne queria gritar.

Ela não o fez, e alguns anos depois ela se perguntaria se ela devia ter feito o que seus instintos tinham lhe dito para fazer naquele momento, ela saiu discretamente da cerimônia e Dionisio a seguiu. Quando ele a alcançou havia uma lágrima no canto de seu olho.

“Você está triste por ele ?” Dionísio parecia indignado de um jeito que Ariadne nunca tinha visto antes.

“Não meu amor. Eu estou triste por ela. Eu nem pensei sobre ela, sobre tentar parar ela de arruinar a vida dela”

“Ela parecia feliz”

“Eu também estava quando eu estava me casando com ele, essa felicidade só irá fazer o contraste com a tristeza que vai vir depois sentir pior”

“Talvez vai ser diferente dessa vez, você não sabe o que os destinos planejam para eles”

“Verdade, mas eu conheço ele. Eu espero que eu esteja errada, que apenas porque ele não me amou que isso significa que ele não vai amar ela. Mas eu não acho que eu estou”

“Talvez sim, mas é o erro dela a ser feito se ela assim desejar”

Ela olhou para ele sentindo bem cansada e jogou seus braços ao redor dos ombros dele e o Dionísio a segurou.

“O meu não foi um erro, afinal talvez sem ele nossos caminhos nunca teriam se cruzado. Eu sempre vou odiar Teseu, mas eu nunca vou me arrepender ele porque me levou a esse momento”

Dionísio a beijou e sentiu bom, como sempre sentia com ele. Mas dentro a apreensão pela noiva e pelo que lhe aguardava ainda estava presente, como continuaria estando até que o pior acontecesse.