Era mais uma manhã como outra qualquer em Konoha. E como em qualquer outra manhã comum, na casa dos Uzumaki, Niji acordava com o barulho de seu despertador.

– ... Hum, tenho que lembrar de mudar esse toque... - A garota falou consigo mesma, encarando os ponteiros do Happy, de Fairy Tail, indicarem seis e meia. Ela se levantou, pôs as pantufas do pikachu e abriu sua janela, recebendo, de olhos fechados, os raios do sol.

Tudo como qualquer outro dia. Exceto...

"Do que eu estou me esquecendo?" - Perguntou-se em pensamentos.

Niji tinha a sensação de que estava esquecendo de alguma coisa. Mas o que poderia ser? Olhou para si mesma, analizando seu pijama de corações. Não poderia ser ele, sempre deixava para se trocar depois do café. Também não era sua cama, pois já tinha arrumado-a. E como sempre, não pentiaria os cabelos ainda.

– Ah, deve ser só impressão. - A ruiva, por fim, deu de ombros.

Saiu de seu quarto e desceu as escadas. Porém, quando chegou ao andar de baixo, estranhou ver a mesa do café tão caprichada. Tudo bem que a comida de Hinata sempre tinha uma boa aparência, mas aqueles pãezinhos recheados e omeletes decoradas já eram demais.

– O que está acontecendo? - Questionou-se baixinho. - Tou-chan? Kaa-san?

– Ah, você acordou! - Exclamou um Naruto sorridente, vindo da cozinha.

– Bom dia, meu anjo. - Cumprimentou Hinata, chegando com o marido. - E meus parabéns.

– Parabéns? - Niji estranhou. Mas parando para pensar, eles já estavam em Junho. Podera ser... - Não me digam que hoje é dia 23! - Exclamou.

– Claro que é. - Hinata confirmou. - Dia vinte e três de junho, seu aniversário.

– Aniversário de quinze anos. - Naruto falou, mordendo forte os lábios para controlar as lágrimas. Bom, as lágrimas ele segurou, mas o abraço de urso na filha, não. - Eu não acredito que minha menininha cresceu tanto. Ai, meus cabels brancos... o tempo tá passando muito rápido!

– Ah, papai. - Niji murmurou, correspondendo o abraço. Geralmente ela não fazia isso, mas dessa vez sentiu que precisava.

– Vamos, Naruto-kun. Você tem que aguentar até a festa hoje a noite. - Lembrou-o Hinata. E Niji arregalou os olhos.

– A festa! - Exclamou ela, dando um tapa na própria testa. Como podia ter esquecido? Vinha planejando-a com sua mãe e Saori fazia meses! - Mamãe, já está tudo pronto? As comidas e as bebidas? O meu vestido...?

– Acalme-se, meu anjo, eu revisei tudo ontem a noite. Nada irá dar errado - Hinata tranquilizou-a.

– Agora senta e toma seu café. - Falou Naruto. - Mais tarde o Boruto e a Issa virão aqui.

– O nii-chan? Por que?

– Eu não sei. - O loiro deu de ombros.

–*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Enquanto isso, num pequeno apartamento:

– Ai, que droga! - Himawari gritou, depois de queimar a mão no fogão pelo que devia ser a quinta vez, só hoje. - Como a mamãe fazia isso todos os dias? Já faz quase um ano que moro sozinha e ainda não peguei a manha!

– Não fale assim. - Ouviu uma voz falar, preguiçosa, atrás de si. E antes que pudesse se virar, sentiu um par de braços lhe rodear a cintura e uma cabeça apoiar na curvatura de seu pescoço, inspirando forte ali. De canto de olho, notou um pouco dos cabelos ruivos bagunçados. - Seus ovos mexidos estão ótimos.

– Estão todos queimados. - Ela rebateu, rindo de leve. - E eu queria fazer ovos normais.

– Normais, mexidos... queimados... Eu vou comer de qualquer jeito. - Declarou o ruivo, dando um beijo na bocheca da morena. - Ohayo, Hima.

Himawari girou a cabeça, finalmente encarando aqueles belos olhos castanhos, que lhe tiravam o fôlego.

– Ohayo, Tenshi. - E o beijou nos lábios.

Há varios anos que a amizade do Sabaku e da Uzumaki tinha virado amor, e há quase tanto tempo eles vinham mantendo uma relação escondida. Não queriam causar uma bagunça entre Suna e Konoha caso o relacionamento deles não desse certo. Juntar a filha do Hokage com o filho do Kazekage traria uma união poderosa entre as duas aldeias, mas caso eles rompessem, algumas pessoas poderiam interpretar aquilo como um rompimento entre as vilas.

Não, eles não queriam o peso de uma possível guerra porque o relacionamento deles não deu certo.

– Me ajuda a pôr a mesa? - Himawari perguntou, quando pararam o beijo. - Preciso ir rápido hoje, Boruto-nii-chan me pediu para ir na casa dos meus pais.

– Por que? - Tenshi quis saber, enquanto ajeitava a toalha na mesa. O apartamento de Himawari era pequeno, quase do mesmo tamanho que o de Naruto quando vivia sozinho.

– Eu não sei. - A Uzumaki deu de ombros. - Só sei que eu disse que iria, então agora tenho de ir. - Colocou os ovos meio queimados em dois pratos e levou-os para a mesa. - Mas acho que não é nada demorado. E você ainda vai passar mais três dias aqui, não vai?

– Isso. E depois, não sei quando vou poder voltar. - Tenshi admitiu, olhando para um ponto qualquer no chão.

Himawari sentiu o coração apertar. Era maravilhoso quando Tenshi vinha para Konoha, alegando para Gaara que queria passar uma temporada com os tios, Shikamaru e Temari. De certo, os dois (mais o Shikadai) eram os únicos que sabiam sobre aquele namoro, e Shikamaru convenceu a esposa a acobertar o sobrinho.

Porém o tempo que o Sabaku passava em Konoha parecia nunca ser o suficiente. E quando acabava, ambos ficavam numa aflição, esperando até que um fossa à aldeia do outro de novo.Eles não estavam mais aguentando.

– Quando isso vai acabar? - Himawari murmurou, com as mãos juntas ao peito.

– Poderia ser melhor se tornássemos público. - Tenshi sujeriu.

– Mas e se não der certo? - Choramingou a Uzumaki, jogando-se numa cadeira. - Eu quero poder sair por aí e gritar aos quatro ventos que amo você. Quero poder ameaçar de morte as garotas que dão em cima de você, aqui e em Suna. - E soltou um suspiro, tentando conter as lágrimas. - Mas namoro é uma coisa muito incerta.

– Então que tal subirmos o nível? - Tenshi perguntou de repente. Himawari não entendeu, e compreendeu menos ainda quando o ruivo se ajoelhou em sua frente pegando sua mão. - Uzumaki Himawari, você aceita casar comigo?

A primeiro reação da morena foi ficar em choque, sua boca estava aberta em um "O" perfeito enquanto procurava algum resquício de brincadeira nos olhos do namorado.

– I-isso é sério? - Ela perguntou, abrindo um sorriso, que infelizmente foi coberto por sua mão esquerda.

– Claro! Somos adultos, nos amamos... por que esperar mais? - Tenshi estava entusiasmado, até ver os olhos da namoeada se encherem de lágrimas e ela começar a chorar. - Hima... me desculpa, foi de repente demais? Ou é porque eu não tenho um anel pra te dar? - Ele perguntava, parecendo desesperado para que ela cessasse o choro. - É isso, não é? Ou você só não quer casar agora? Ah, eu deveria saber, estou te precionan...

– Tenshi. - Himawari o interrompeu. Ela ainda chorava, mas agora Tenshi podia ver o lindo sorriso que a morena dava. Ela se ajoelhou também, fitando os olhos do namorado. - Eu aceito.

–*-*-*-*-*-*-*-*-*

Umas horas depois, na casa dos Uzumaki:

–Oe, Hinata. - Naruto chamou a esposa. - Quando o Boruto disse que vinha mesmo?

– Ahn... - Hinata olhou no relógio. - Mais ou menos...

– Mãe, pai, o nii-chan e a Issa chegaram!! - Niji gritou do andar de baixo.– ... agora.

Sem perder tempo, Naruto e Hinata desceram as escadas. Encontraram Niji sentada numa poutrona, enquanto Boruto estava ao lado de Issa no sofá.

– Mãe, pai! - Bolt se levantou e foi cumprimentar os pais.Apesar de morarem na mesma vila, o loiro tinha sua própria vida agora, então não era sempre que via os pais. Claro, via seu pai sempre que recebia uma missão, mas não era a mesma coisa.

– Oi, Hinata-san, Uzumaki-san. - Issa cumprimentou. E ia se levantar quando:

– Nem levanta!! - Boruto gritou, assustando a todos.

– Por que isso, nii-chan? - Questionou Niji.

– Por favor, Boruto, você vai agir assim até a hora? - Issa revirou os olhos.

– Hora de quê? - Naruto quis saber.

– Do be...

– Boruto! - Issa interrompeu, antes que o marido falasse demais. - A Himawari ainda não chegou, e nós combinamos de contar para todos.

– Contar o que? - Perguntou Naruto mais uma vez.

– Espera a Hima chegar, pai. - Boruto pediu.E nem se passaram mais dois segundos, alguém tocou a campainha.

– Cheguei! - Himawari gritou, assim que Hinata abriu a porta. - Desculpem. Estou muito atrasada? - Perguntou ofegante.

– Não, o Boruto chegou a pouco tempo. - Hinata respondeu.

– Oi, gente. - A morena cumprimentou, sentando no braço da poltrona onde Niji estava.

– E agora que todos estão aqui, vocês podem contar a novidade? - Questionou Naruto, já impaciente.

– Está bem. - Boruto respirou fundo, olhando para Issa antes de continuar. - Pai, lembra aquele dia que você falou que ainda não estava velho para perder a audição?

– Era o volume da TV que estava baixo demais. - Naruto resmungou. - Tá, eu lembro, e daí?

– E daí - Boruto respirou fundo. - Que talvez você não esteja velho para perder a audição. Mas... - Sentou ao lado de Issa, colocando a mão sobre o ventre da esposa. - e para ser avô?

O espanto foi total. Hinata cobria a boca com as mãos; Himawari e Niji olhavam para o irmão com os queixos caídos; e Naruto apenas encarava o nada, enquanto um sorriso nascia aos poucos em seu rosto. Ele seria avô!

– Eu vou ser tia!! - Himawari gritou, e começou a dançar no lugar.

– E eu vou ser avó... - Murmurou Hinata, rindo de alegria.

– Parabéns, nii-chan, Issa! - Niji sorria.

– De quanto tempo você está, Issa? - Perguntou Himawari, sentando ao lado da cunhada. - Já sabem o sexo? Pensaram em algum nome?

E a morena pôs-se a bombardear o casal com perguntas. A família ficou mais um bom tempo ali, reunida, até que o meio da tarde começou a se aproximar. E Boruto e Issa, assim como Himawari, voltaram para suas respectivas casas.A

final, ainda teriam a festa de Niji a noite.

–*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Quando anoiteceu, os preparativos para a festa começaram. Himawari, que fez questão de organizar o que deveria ser uma das noites mais importantes na vida de sua irmã, foi na frente para o salão alugado. Já Niji estava em casa, se arrumando, juntamente com Saori.

– Niji, você acha que meu cabelo tá bom assim? - Perguntou a rosada, analisando meticulosamente a trança em que prendera seu cabelo.

– Hum... acho que fica melhor solto. - A Uzumaki respodeu. - Seu cabelo é comprido e bonito, merece ficar solto.

– Isso é um grande elogio vindo de você, já que não gosta de rosa. - A Uchiha riu, desfazendo a trança e deixando que as longas madeixas róseas caíssem por suas costas. - Mas olha só quem fala. Seu cabelo também merecia ser comprido, mas você deixa ele abaixo dos ombros. - Revirou os olhos.

– Hehe. - Niji apenas sorriu sem graça.

Ela até tinha tentado deixar seu cabelo crescer, em homenagem à sua avó Kushina, mas não conseguiu deixá-lo passar da metade das costas. Algumas pessoas, como Saori, podiam até ter achado bonito, mas ela não conseguia gostar de seu novo penteado. Realmente, Niji não havia nascido para usar cabelo comprido, então decidiu cortá-los novamente.

– Meninas, posso entrar? - Ouviram a voz de Hinata perguntar.

– Pode, mãe. - Niji respondeu e a morena logo adentrou o quarto. Hinata trazia uma roupa encapada, como se tivesse acabado de pegá-la da lavanderia. - Kya! - A ruiva deu um gritinho e foi correndo pegar a roupa.

– Esse é o seu vestido? - Saori perguntou animada. - Ah, deve ser lindo! Eu posso ver? - Indagou já com a mão no ziper, mas Niji a segurou.

– Ainda não. - Riu do bico que a amiga fez. - Esse é o vestido para a valça dos 15 casais, ninguém pode ver.

– Ai, a valça... eu estou tão anciosa, imagina você! - A Uchiha exclamou.

– A valça é o momento mais importante da festa depois da troca de vestidos. - Hinata começou a contar, olhando para a filha. - É quando a menina deixa os braços de seu pai e de outro familiar importante para ela, para ser entregue aos braços do homem que ama. - Terminou, e deu uma leve risada. - Meu único medo é que o seu pai ou o Boruto não te larguem.

As meninas também riram. E elas continuaram a se arrumar.

–*-*-*-*-*-*-*-*-*

– Uau! - Saori exclamou, com os olhos brilhando, ao entrar o grande salão onde seria a festa.

O lugar era enorme! As paredes completamente brancas, o chão amadeirado, e o teto tinha desenhos que pareciam representar Orihime e Hikoboshi. Era realmente lindo.

– Que lugar incrível! - Reiko elogiou.

– É bem legal mesmo. - Kentaro concordou.

– E então, o que acharam, minna? - Perguntou Niji, se aproximando dos amigos. - Eu não queria nada exagerado, mas a nee-chan disse que isso é o mais simples que dava.

– Ah, amiga. - Saori soltou a mão de Kentaro e abraçou a ruiva. - Está tudo lindo, principalmente você. - Analisou-a de cima a baixo.

Realmente, Niji estava bonita mesmo. Seu cabelo estava como sempre, não gostava muito de enfeitá-lo e nem era necessário, já que ficava mais bonito ao natural. Mas o que mais encantava era o vestido que usava. Era de um tom azul, com exceçõs apenas nas mangas levemente bufantes e nos detalhes da barra, que eram mais claros. Um pouco agarrado na parte do tronco, evidenciando suas curvas e os seios fartos para a idade; e assim como as mangas, o resto do vestido era um pouco bufante, parecendo o estilo princesa. Sua maquiagem era apenas uma leve sombra, também azul, e um batom clarinho. Não usava colar ou pulseiras, mas esses acessórios não faziam falta.

– Vocês também estão lindas, meninas. - A Uzumaki elogiou. - E vocês também, Kentaro-kun, Hiro-kun. - Ela conteve uma leve risada, era bem estranho ver seus amigos vestindo roupas tão formais.

– Mas isso é só por você, ouviu? - Kentaro falou, puxando o colarinho, incomodado. - Nunca mais uso terno na minha vida, nem se for pra me casar!

– E não vai mesmo, eu quero um casamento tradicional. - Rebateu Saori. - Mas Niji, falando em casamento, onde está o Iniko?

– A-ah, eu não sei. - A ruiva admitiu, parecendo um pouco triste de repente. - Ele ainda não chegou.

Todos perceberam que aquele foi um assunto errado para se tocar. Um silêncio se instalou, sendo quebrado apenas pela música que tocava no salão.

– Ei, pessoal! - Reiko chamou de repente, tentando quebrar o clima pesado. - Por que não vamos nos sentar? Acho que é melhor, né?

– Podem ir na frente, a gente já vai. - Saori falou. E quando os amigos se afastaram, se viru para Niji. - Muito bem, qual o problema.

– Não há problema nenhum. - A ruiva tentou sorrir, mas sabia que era inútil. Só existiam três pessoas nesse mundo de quem ela não conseguia esconder nada: Sua mãe, Saori, e... Itachi.

– Tá, e eu nasci hoje. - Ironizou a rosada. - É sério, me fala. Foi alguma coisa que o Iniko fez? Algo que ele disse?

– Não, é só que - Niji suspirou. - Iniko-kun quebrou o braço numa missão a um mês. Ele foi no médico hoje, ver se já conseguiria tirar o gesso para poder dançar comigo, mas até agora não me ligou nem mandou mensagem.

– Nossa! - A Uchiha estava espantada. Se Iniko não aparecesse, ou aparecesse com o gesso, a valça iria ser um fracasso! Ela até teria dito em voz alta, se não tivesse visto o medo antecipado nos olhos da amiga. - Ele vai chegar, tenho certeza. - Sorriu, tentado tranquilizar a ruiva. - Vai sentar com os outros, eu vou pegar uma bebida, tá?

Niji apenas assentiu antes de andar até os outros amigos. Já Saori, foi até uma mesa com vários sucos e refris.

Ela se serviu um copo de suco de laranja (já que era uma pessoa saudável), e já ia se juntar a seus amigos quando sentiu um chacra familiar atrás de si. E não conteve um enorme sorriso.

– Itachi!! - Saori gritou, virando-se e se empuleirando no pescoço do irmão.

– Saori, me larga! - Reclamou o moreno.

– Hehe, desculpa. - A rosada pediu. O soltou, mas ainda mantinha seu sorriso. - É que achei que você não conseguiria vir. Mas ainda bem que sua missão terminou a tempo!

– Eu não poderia deixar de vir. - Itachi respondeu.

De repente, ergueu o olhar e o pousou em Niji. Ele acabou sorrindo ao vê-la, mas esse sorriso desapareceu. E Saori, olhando na mesma direção que o irmão, viu o motivo: Iniko havia chegado.

– Eu sinceramente acho que você é masoquista. - Comentou a rosada de repente, atraindo a atenção do moreno.

– É o que??

– Exatamente, masoquista. Porque você ama se machucar, vendo a Niji com o Iniko.

– Saori, já falamos sobre isso. - O garoto suspirou.

– Sim, já falamos, mas você parece não ter me ouvido. - Saori o encarou, seriamente. - Você tem que dizer a ela o que sente, Itachi! Pode até ser que não adiante, já que a Niji gosta muito do Iniko e ele corresponde, mas você precisa dizer. Confie em mim. Vai doer no começo, mas se você ouvir um "não" da Niji, ficará muito mais fácil, vê-los juntos.

– Isso nunca será fácil... - Murmurou o Uchiha, olhando novamente para a Uzumaki, sendo abraçada pela cintura pelo namorado. Foi exatamente para evitar cenas assim que ele acabou se afastando da ruiva.

– Não. Mas quem sabe, depois de confessar o que sente, você consiga seguir em frente? - Saori supôs. - Bom, eu vou indo. Depois vem sentar com a gente. - Convidou, indo até onde os amigos estavam.

– Pode até ser, Saori. - Itachi falou consigo mesmo, olhando para Niji mais uma vez. - Mas e se eu não quiser seguir em frente?

–*-*-*-*-*-*-*-*

Depois de várias horas, já estava perto da meia noite; em outras palavras, quase na hora da valça dos 15 casais. E todos os quatorze casais (já que o da aniversariante também conta), esperaram, alinhados sete em cada lado da grande escadaria, de onde Niji viria.

Primeiro, entraram Naruto e Hinata, lado a lado e de mãos dadas. E assim que eles chegaram aos pés da escadaria, as luzes do local escureceram. Um holofote se acendeu no topo da mesma, e logo uma figura apareceu.

Bonita, linda, até mesmo maravilhosa. Esses adjetivos eram triviais para descrever Uzumaki Niji naquele momento. Seu novo vestido não era muito diferente do que usava no início da festa, possuia o mesmo tom de azul, além dos detalhes no tronco e na barra; mas esse era mais bufante, além de lhe dar um ar mais maduro. Tinha reforçado um pouco a maquiagem, e ainda não usava nenhum assessório. Mas esses continuavam a não fazer falta.

– Uau... ela está tão linda! - Saori exclamou baixinho.

– Aham. - Kentaro concordou.

– Niji... - Itachi não conseguia desviar os olhos da garota. Vê-la ali, tão linda que parecia ser intocável, mas ainda mantendo aquele sorriso gentil, apenas lhe provava o que já sabia: Niji era um anjo.

– Está feliz, filha? - Naruto perguntou, segurando a mão de Niji quando essa acabou de descer as escadas.

– É o dia mais feliz da minha vida. - Respondeu, com a voz trêmula e os olhos brilhando, por segurar as lágrimas. - Obrigada, papai.

E todos se dirigiram para o meio do salão. Sinceramente? Deveria ter algum artista ali, aguém que pudesse retratar todos aqueles casais, dançando tão belamente. Bom, até tinha, mas ele não parecia muito intereçado em pintar.

– Fala sério, Inojin, quer largar essa garrafa? - Shikadai reclamou, tentando tomar a garrafa de bebida das mãos do amigo. - Você já passou da sua cota.

– Fala sério você, Shikadai. - Inojin falou meio grogue. Ele sorria feito um bobo e seus cabelos loiros, sempre tão bem alinhados e presos no rabo de cavalo, estavam completamente soltos e emaranhados. - Me deixa aproveitar a liberdade, não é todo dia que meus pais não 'tão por perto. E eu vou aproveitar pra me rebelar. É isso que eu penso sobre suas técnicas tradicionais, mamãe! - E virou mais da garrafa goela a baixo.

– Tsk, esse problemático... como você aguenta, Nanami? - O Nara perguntou para uma bela garota de cabelos negros e olhos castanhos, sentada ao lado de seu amigo loiro.

– Bom, eu não tiro a razão do Inojin. - Nanami respondeu, com uma gota da cabeça. Ela bem sabia como sua futura sogra precionava o filho para agir de acordo com seu ponto de vista.

– Hahaha! Acho que eu também agiria assim se a tia Ino fosse minha mãe. - Boruto gargalhava.

– Ai, homens... - Issa e Sarada suspiraram.

– Mas eu não disse nada! - Hayato protestou, fazendo um biquinho que Sarada não resistiu em beijar.

– Bom, gente, é a minha deixa. - Boruto falou de repente, se levantando ao ver que estava quase na hora de ele substituir seu pai na valça. - Eu já volto. - Deu um selinho em Issa. E já ia para o meio do salão, quando:

– Boruto-nii-chan! - Himawari apareceu ali. Mesmo de salto, ela corria entre as mesas com destreza até chegar perto do irmão. - Temos um problema. - A garota declarou, parecendo realmente preocupada. Ela se apróximou e sussurrou o que quer que fosse para o loiro.

– É o que?! - Boruto gritou; não muito alto, por sorte. - Como aquele desgraçado... Como ele pode fazer isso? Eu vou atrás dele agora mes...!!

– Boruto! - Naruto chamou o filho. Precisavam dele para continuar a valça.

– Ai, e agora? - O loiro perguntou-se.

– Vai lá e aja como se nada tivesse acontecido. - Aconcelhou Himawari. - E não diga nada para a Niji. Eu vou tentar achá-lo.

E vendo a irmão partir, o Uzumaki suspirou, tentando se acalmar. Foi até o meio do salão, onde Niji o esperava, e continuaram a dançar.

– O que foi, nii-chan? - Indagou Niji. Seu irmão estava suando frio, e isso não era bom sinal.

– N-na-nada, não! Hehe. - Boruto tentou sorrir, mas não conseguiu convencer nem a si mesmo.

– Nii-chan, me fala. Me fala agora. - A ruiva ficou mais séria.

– Não é nada, Nijizinha. Só um pequeno problema.

– Que problema? - A Uzumaki assustou-se.

Boruto olhou nos olhos de Niji. Ela estava séria, como uma mãe que queria saber o que seu filho travesso tinha aprontado. E ele não conseguia mentir para aquele olhar.

– O Iniko sumiu.