– Muito bem, gente, já é o suficiente por hoje. - Moegi declarou. - Podem descançar.

Mal a sensei terminou de falar e Niji, Saori e Kentaro já estavam no chão, ofegantes. Eles haviam começado o treino às sete da manhã, como em todos aqueles quatro meses como gennins, e só eram liberados no meio da tarde.

– Finalmente... - Saori começou.

– ... acabou. - Completou Kentarou.

– Ora, vamos. Um dia sem missões e vocês ficam molengas? - Questionou Moegi.

– Se eu falar que canso menos correndo atrás de um gato do que treinando aqui, será que ela fica muito brava? - Saori perguntou baixinho para Niji. Essa apenas deu de ombros.

Depois do treino, os três seguiram juntos para casa, como já era hábito.

– Ai, cara, tá muito calor! - Kentaro resmungou, amarrando seu blusão na cintura. Apesar de já serem mais de três da tarde, o sol ainda estava de rachar. - Não sei como você aguenta, Niji. Não tem vontade de tirar esse casaco?

– Ah! De-demo... - A Uzumaki gaguejava, cobrindo o próprio corpo, como se estivesse sem roupas e não usando um casacão.

– Baka! Você sabe que ela é tímida! - Saori brigou, metendo-se entre os dois.

– N-não tem problema. - Niji deu um pequeno sorriso, tentando controlar o vermelho em suas bochechas. - Eu só não estou incomodada com o calor, Kentaro-kun. Só isso.

– Afinal, nem todo mundo é calorento como você. E olha que você nem tem pelos, totó. - A Uchiha provocou.

– Você me chamou de que, cabeça de chiclete? - Kentaro rebateu enraivecido.

– Eu já te avisei pra não me chamar assim! - Saori brigou.

E os dois continuaram andando e discutindo, sem se importarem se estavam no meio da rua. Ou se Niji tinha ficado parada uns metros atrás.

– Ei, minna, eu vou ficando por aqui. - Falou a ruiva, mas nemhum dos amigos a escutou. - Gente... - Tentou mais uma vez, e de novo, nada. - Então, a gente se vê amanhã!

E se despedindo para o nada, Niji voltou-se para a entrada do lugar onde ía todas as tardes depois do treino com o Time 6. O clã Hyuuga. Como sua mãe tinha prometido (não só para o conselho do clã, mas para ela mesma), assim que fisera sete anos e entrara para a academia, a ruiva começou seu treinamento para um dia se tornar a líder dos Hyuuga.

– Bom dia, vovô. - Niji cumprimentou quando passou pela varanda da casa principal.

– Bom dia. - Hiashi respondeu. Sua face podia ainda ser séria, mas com certeza era muito menos fria.

Como já estava acostumada, Niji foi até o Dojo reservado para a família principal. Hinata estava trabalhando ao máximo para tentar juntar as duas casas, e fez muitos progressos nesses anos como líder, mas ainda faltavam coisas para ajeitar. Como Hiashi bem dizia, não se podia mudar séculos de tradição de uma geração para outra.

– Ah, você já está aqui. - Niji falou, parando à porta do dojo já vestida com a roupa preta para o treinamento. - Gomen ne. Espero não ter me atrasado, Iniko-kun.

– Nem um pouco Niji-sama, eu que me adiantei. - Iniko respondeu. Já com seus quatorze anos, estava virando um belo jovem. - Podemos começar?

Exatamente. Hyuuga Iniko, o mesmo garoto que conheceu ainda em seus três anos de vida. Quando começou a treinar no clã, Niji pediu a ele que a ajudasse. Depois de um ataque de olhinhos pidões para cima de Iniko e de umas horinhas para convencer o concelho a deixar a herdeira ser treinada por alguém da casa secundária, eles finalmente puderam começar a treinar.

– Claro! - Niji concordou. Ambos se dirigiram até o tatame e ativaram seus doujitsus.

E mais uma tarde de árduo treinamente teve início.

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Já eram quase sete da noite. O sol se escondera a tempos e a única luz que iluminava Iniko e Niji era a da lua que entrava pelas muitas janelas. Isso e as lampadas no dojo, é claro.

– Você está melhorando a cada dia, Niji-sama. - Iniko elogiou, sentando-se ao lado da garota e oferecendo-lhe uma garrafa d'água.

– Obrigada, Iniko-kun. - A Uzumaki agradesceu, meio encabulada. - Ufa! Agora sim estou com calor.

– É, eu também. - Iniko sorriu.

– Por que não tira a sua faixa? Com certeza vai se sentir melhor - Niji sujeriu, se referindo a faixa de cabeça que cobria a testa do garoto. A mesma faixa que todos da casa secundária, com a idade de Iniko pra cima, tinham de usar.

– Eu não posso... - Iniko murmurou, tentando ocultar o pesar em sua voz.

– Ah! - A Uzumaki exclamou. - M-me... me desculpe, Iniko-kun! Eu não queria ser rude, e muito menos ofendê-lo. - Ela falava apressada e quase em desespero.

– Acalme-se, Niji-sama. - Pediu o Hyuuga, sorrindo para tentar tranquilizá-la. - Eu não me sinto mal por tê-lo. - Levantou a faixa, mostrando o selo da Bouke em sua testa. Niji, mesmo que inconsientemente, fixou seus olhos nele. - Claro que não gostei no começo. "Principalmente com meu avô falando que ainda usarem esse selo era uma prova de que a Souke não havia mudado".– Acrescentou em pensamentos. - Mas quando soube que essa marca provava meu dever de protegê-la, percebi que era um preço pequeno a se pagar. - Finalizou, olhando para o céu. Ainda bem, pois Niji, que já estava com o rosto na mesma cor de seus cabelos, teria desmaiado se tivesse encarado-o após aquela declaração.

– De-demo... você sabe que... - A Uzumaki começou a murmurar. - Você sabe que é muito mais que um guardião para mim. - Dessa vez, não conseguiu conter seus impulsos e antes que percebesse, estava brincando com os dedos das mãos, num jesto que parecido com o que Hinata fazia antigamente. - Sem falar que esse selo deixou de ser um simbulo de servidão a algum tempo. - Comentou, mudando de assunto. - Afinal, se assim fosse, quem eu deveria servir? - Indagou mais para si mesma, passando a mão sobre sua testa. Onde um selo invisível aos olhos havia sido intrincado há vários anos.

Estava aí uma das melhores mudanças que Hinata fizera (se não a melhor delas). Ela criou um novo selo. Um que, além de não poder ferir o portador, também fora colocado em todos os Hyuuga; sem exceções com a família principal. Apenas não se pôde fazer nada quanto aos membros da secundária que já tinham o selo antigo, pois removê-lo era impossível.

– Mas então. - Iniko falou de repente, decidido a mudar de assunto. - Como está indo o treinamento com seu time?Niji enfim sorriu, começando a contar tudo para o amio.

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A ruiva não ficou muito tempo converçando com Iniko. Até gostaria, mas não podia. Tinha de chegar na casa de sua tia logo.

– Já vai, já vai. - Hanabi repetia, indo atender quem quer que fosse que batia incessantemente na porta de sua casa. Abrindo a mesma, deu um sorriso com quem estava ali. - Olha só quem chegou.

– Boa noite, tia. - Niji cumprimentou.

– Você demorou hoje, eu já estava pondo a comida na mesa. - Avisou a morena. - O que houve? Ficou ocupada com o Iniko-kun? - Brincou, imitando o jeito de falar da sobrinha. Essa por sua vez, sentiu as bochechas quentes. - Ai, Niji, você é tão fofa! - Riu Hanabi, fingindo apertar as bochechas da menina.

– E-e-eu... vou tomar um banho. - A Uzumaki nem tentou rebater, apenas correu para o corredor onde ficava o banheiro. Vendo-a rumar para aquele lado da casa, Hanabi se lembrou de algo.

– Ah, já que você está indo por aí pode chamar o...

– Niji-nee-san!!! - Um garotinho gritou, pulando em cima de Niji e quase derrubando-a. - Até que enfim você chegou Niji-nee-san, tenho tanta coisa para te contar. - Ele falava.

– Aquiete o facho, Hiruzen. Deixe sua prima respirar. - Hanabi mandou, embora sorrisse com aquela cena.

Hiruzen se soltou de Niji e a fitou com um enorme sorriso. As semelhanças entre o garoto e Konohamaru eram gritantes. O estilo do cabelo, a pele meio morena e até os sorrisos eram os mesmos! Acho que as únicas coisas de Hanabi ali eram: a cor do cabelo (que era um pouco mais claro que os de Konohamaru); e é claro, os grandes olhos perolados que tinham um brilho sapeca.

– Eu só vou tomar um banho e depois nós conversamos. Pode ser, Hiruzen? - Niji propôs, e o garoto concordou.

Esse era o único favor que Hinata pedia a sua irmã, que deixasse Niji tomar um banho e se trocar depois do treinamento, antes de ir para casa. Embora Hanabi insistisse que não era incomodo nenhum.

– E enquanto isso, mocinho, você me ajuda a pôr os pratos. - Hanabi falou, vendo Hiruzen bufar, mas ir pegar os pratos na cozinha.

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– E daí eu consegui derrubar aquele garoto, com um soco só. - Hiruzen contava sobre seu treinamento naquele dia, gesticulando exageradamente.

– Isso é muito bom, Hiruzen. - Niji sorria.

– Tudo bem se vocês converçarem, mas eu não estou te vendo comer mocinho. - Hanabi apontou para o prato do filho. E o mesmo pôs-se a comer demasiadamente rápido, com medo de que a mãe lhe desse bronca. - Tem certeza de que não quer comer, Niji?

– Não, obrigada, tia. - A Uzumaki recusou.

– Ei, Niji-nee-san. - O garoto chamou, querendo a atenção da prima. - Sabia que meu pai vai ma ensinar o Taju Kagebunshin no jutsu?

– Sério? Que legal. - Niji sorriu.

– Você também sabe essa técnica, não é? - Perguntou Hiruzen. -Quando eu finalmente aprender, nós vamos lutar juntos?

– Algum dia quem sabe. - Foi a resposta do Uzumaki.

– Algum dia depois que você se formar na academia. - Hanabi se intrometeu. - Não esqueça que a Niji já é uma gennin, você precisa se esforçar para alcançá-la, Hiruzen.

– E eu me esforço! - Exclamou o garoto. - Escute bem, Niji-nee-san, eu algum dia vou chegar ao seu nível, não vou ser passado para trás!

Hanabi não pôde segurarar uma risada. Hiruzen era mesmo determinado, parecia até Konohamaru em seus tempos de criança, falando que Naruto era seu rival eque iria derrotá-lo. E o fato de ser uma filha do loiro ali só almentava essa semelhança.

Ela tinha certeza de que seu menino conseguiria alcançar seus objetivos, e que Niji o ajudaria. Assim como Neji ajudou Hinata.