Contestação escrita por Snizhana San


Capítulo 2
Capítulo 2 - Conhecendo-se pela 2ª vez


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Hoje estou bastante animada para postar este capítulo *-* Na verdade, gostaria de agradecer do fundo do coração às pessoas que estão a acompanhar, e, especialmente, as que comentaram no último capítulo. Muito obrigada mesmo ♥
Espero que da mesma forma como gostaram do primeiro capítulo, gostem deste! Boa leitura!



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Estando já junto dos seus colegas, assim que sentiu uma mão a tocá-la no ombro a sua reação normal foi virar-se para ver quem era. E não é que apanhou um enorme choque ao visualizar a pessoa?

—És mesmo tu?! — exclamou, surpresa e com um sorriso quase a rasgar-lhe a cara.

—Não, é o gémeo, queres ver! — o rapaz moreno retornou o sorriso e ambos se abraçaram com uma intensidade aterradora.

—Meu Deus, que saudades! — comentou Rita com os olhos a encherem-se de pequenas gotas de água.

O moreno era um antigo colega da classe da Rita, andaram na mesma turma desde do 5º ano, mas para a infelicidade dos dois ele teve de se ir embora no 9º ano. Os seus pais arranjaram emprego na América e visto que tinham lá familiares era uma oportunidade única para eles, sendo assim mudaram-se para esse lugar distante.

—Também tinha muitas saudades tuas, Rita. — os dois, ainda abraçados, com ele a segurar na sua cintura e ela com os braços em volta do seu pescoço, olharam-se nos olhos. Havia muita coisa para contar um ao outro, muitos acontecimentos para relatar sobre aqueles 4 anos em que estiveram separados.

—Okay, pombinhos, já chega. Não se esqueçam que também estamos aqui, sim? Agora, sentem-se lá connosco. — pronunciou Margarida, levantando-se e aproximando mais duas cadeiras para eles se sentarem.

Ambos se sentaram, perto um do outro. Rui, nome do rapaz, pediu uma garrafa d'água à empregada, enquanto que Rita já estava com a barriga cheia das suas bolachas pouco saborosas.

Os rapazes enchiam de questões o Rui, perguntas do género: “Para que Universidade foste?” ou “Então e essas miúdas?”, típico de rapazes. O grupo de raparigas, que eram 5 incluindo a Rita (as restantes não conseguiram vir), conversavam sobre as suas mudanças na vida, como estavam a nível de estudos, os empregos de meio período, os namoros e outros assuntos diversificados.

Após tomarem o pequeno-almoço resolveram ir ao salão de jogos que existia no 1º piso do Shopping. De todos os jogos ali existentes escolheram em conjunto o bowling, divertido e fácil de jogar em grupo.

Pediram ao responsável pelo estabelecimento que lhes arranjasse um espaço para jogarem e as sapatilhas necessárias para o jogo. Após isso foram para o local indicado e viram a estrada de madeira que levava aos pinos. Uns segundos depois, no ecrã preso na parede acima dessa estrada apareceram os nomes de cada um dos participantes. Rita e Rui eram dos últimos a lançar a bola. Ao início prestavam atenção à maneira como o jogo decorria, mas aos poucos foram-se isolando e acabaram por se sentar num banco que estava ali perto.

—Estás cada vez mais bonita. -—comentou o moreno.

Este tipo de comentário deixava sempre a Rita constrangida e sem saber como responder. Mesmo que os dois já tivessem passado por um longo caminho juntos, ainda se sentia envergonhada com as suas palavras. Um detalhe importante que ainda não fora referido: Rui e Rita são ex-namorados.

Quando a família do rapaz decidiu viver para a América, ao fim do 9º ano, ambos estavam prestes a completar 2 anos de namoro. Ao invés de ser um mês feliz e de comemoração, foi algo difícil de superar e que provocou noites mal dormidas de ambas as partes. Por iniciativa da Rita, os dois terminaram.

—Tu também estás muito bem. - respondeu timidamente.

—Ainda com essa timidez perante este género de comentário? — riu-se enquanto a olhava com encanto.

—Ei, não te rias! - deu-lhe uma cotovelada.

Permaneceram mais uns segundos em silêncio. Mesmo estando calados eram capazes de sentir o bom ambiente que estava entre eles. Talvez um pouco tenso ao fim de tanto tempo sem se verem, mas ainda assim era agradável.

—Como tens andado? — questionou Rui.

—Bem. Quer dizer, os estudos não têm facilitado a minha vida, mas de resto quase nada mudou desde que te foste embora.

—Escolheste ir para o ramo de medicina?

—Sim. E tu? Que tens estudado?

—Gestão. Não pretendo abrir alguma empresa grandiosa ou algo assim, quero abrir lojas de desporto, especialmente surf.

—Ainda tens esse fanatismo?! — inquiriu Rita entre risos.

—Claro! Surf é a vida! Na verdade, vivo perto de uma praia e vou lá sempre que tenho tempo livre. É uma cura incrível para o stress.

—Fico feliz que estejas bem. — novamente, um silêncio invadiu o ar entre eles.

—Ei, Rui, é a tua vez! — gritou um dos colegas.

Rui respondeu ao chamamento e foi lá para lançar a bola. Rita limitava-se a olhá-lo. O seu coração ganhou um peso insuportável. Esta vinda dele fora algo inesperado, demasiado até. Não sabia como reagir e sentia que qualquer palavra que lhe saísse pela boca poderia causar um impacte enorme na relação dos dois — relembrando, são apenas amigos. Questionou-se por alguns segundos o que achava dele, mas enquanto o olhava a sorrir e a jogar, entendia perfeitamente os seus sentimentos e isso fazia com que esta perdesse um certo peso dos ombros, ganhando alguma tranquilidade por dentro.

Após a jogada do Rui, era a vez da rapariga. E assim foi o tempo passando, com o divertimento do jogo. Rita tentava evitar ficar sozinha com o ele, mesmo sabendo que essa não era a opção correta a fazer e que não levaria a lado nenhum, mas tinha planeado conversar com o rapaz quando estivessem mais sozinhos, ou seja, quando se despedissem dos restantes colegas ao fim do dia.

***

O dia passou a uma velocidade incrível. Depois do bowling ainda foram a um parque de diversões que recentemente abrira naquela área, almoçaram e conversaram mais um pouco, despedindo-se assim ao final da tarde, todos com um sorriso estampado no rosto. Estes momentos em que se reencontravam e entretinham-se com jogos como faziam há uns anos atrás, eram como se uma solução para todos os problemas que têm tido e também uma escapatória de algumas horas de estudo.

Tal como tinha planeado, no final, ficara sozinha com o Rui. De início não sabia o que dizer, mas este dera o primeiro passo e convidara a rapariga para um café, convite esse que aceitou com prazer. Ao chegarem lá e sentarem-se numa das mesas vagas, Rui pediu um café e Rita limitou-se a uma garrafa d'água.

—Desculpa por te ter evitado durante o dia. — proferiu Rita, em um tom de culpa.

—Deixa lá — sorriu — Eu compreendo que te sintas estranha ao conversar comigo depois de tantos anos separados e do nosso histórico juntos.

—Não é que me sinta estranha, só estou com dificuldade de arranjar algum tema para falarmos ou então dizer algo que te possa magoar, visto que muita coisa deve se ter passado lá em América e tu possas ter mudado, entendes?

—Rita, eu percebo o teu receio, mas fixa uma coisa: eu sou eu. Desde que fui para lá continuo a ser o mesmo Rui, independentemente do quanto tempo passe eu vou permanecer assim. Aliás, mesmo que eu mude, a minha relação para contigo será sempre de afeto e amizade. Para te ser franco, eu ainda te amo. Mesmo estando longe de ti, não te pude esquecer. Tu continuas a fazer parte do meu coração e sempre será assim.

Tudo o que o rapaz dizia, Rita captava com atenção. Era bom poder esclarecer as coisas de modo a não deixar dúvidas algumas sobre os seus sentimentos. Até porque a maior razão deste encontro era exatamente sobre esse tema. Desde o início do seu reencontro pairavam dúvidas no ar, essas que ela não queria ver existentes nunca mais.

—Sobre isso Rui, do amor, eu tenho algo para te dizer.


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Notas finais do capítulo

E é tudo por hoje! As aulas vão recomeçar, pelo menos por aqui, então vou ter de me dedicar mais aos estudos que outra coisa qualquer. Farei o meu melhor para vir aqui no mínimo uma vez por semana e trazer um capítulo.
Até à próxima, beijos! ♥



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