Namorado "Inventado" escrita por Luh Marino


Capítulo 9
Capítulo oito


Notas iniciais do capítulo

Assista ao trailer da fanfic aqui: https://www.youtube.com/watch?v=mbHeLpQKFMQ&feature=youtu.be
E ouça a playlist inspiradora aqui: http://open.spotify.com/user/callmeluh/playlist/2MMzq8V7Ay58rxSviNFn1s



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— Uou, Tay, esse apartamento é o máximo! — Foi a primeira coisa que eu disse assim que Tay terminou de me mostrar meu novo lar.

— Ugh, foi um trabalho enorme deixá-lo assim. Quando aluguei, ele estava uma espelunca nojenta e inabitável, sério! — Ela rolou os olhos e eu ri com a cara de nojo que ela fez. — Ah, mas eu estou tão feliz que você tenha se mudado pra cá! — Ela soltou um gritinho agudo e se jogou em cima de mim. Ri e a abracei de volta.

Fazia uma semana que eu tinha decidido me mudar. Houve uns problemas aleatórios com o caminhão de mudanças e eu só consegui me mudar, de fato, no final de semana. Ashton me ajudou a colocar preços nos meus móveis e algumas coisinhas velhas – inclusive quase todas as minhas roupas – e eu e ele fizemos uma venda de garagem e arrecadamos dinheiro o suficiente pra eu praticamente mobiliar o pequeno apartamento inteiro de novo. Assim, consegui comprar coisas adoráveis, úteis, inúteis e diversas outras e até pintei o quarto de novo, enquanto não podia me mudar pra lá. Foi bem difícil conciliar a mudança com a faculdade e ter que aguentar Abigail me irritando, tudo ao mesmo tempo. Mas eu consegui, ainda mais com o apoio dos meus pais e meus amigos.

— Eu to morta! Preciso dormir por, pelo menos, umas quarenta e oito horas. Me acorde na segunda de manhã. — Reclamei e me joguei no sofá. Tay riu de mim.

— Ah, mas nem pensar! Você quase não tem roupas, precisamos ir às compras! — Ela exclamou, animada demais pro meu gosto.

— Tay, você pode parar de ser a típica patricinha de Beverly Hills por, pelo menos, algumas horas? É pedir muito? — Perguntei, abrindo os olhos e vendo ela gargalhar.

— Sim, é pedir muito, me desculpe. Agora, levante esse traseiro daí que temos muito que comprar!

–x-x-x-

— Taylor, eu não aguento mais! — Eu exclamei assim que saímos da, não sei, vigésima loja em que tínhamos entrado. Eu não aguentava mais tantas sacolas! Meu dinheiro já estava acabando, também.

— Tudo bem, tudo bem. Mas temos uma última coisa a fazer!

Dito isso, ela me arrastou para um salão de beleza, onde me fez cortar o cabelo e fazer não sei quantas hidratações e relaxamentos.

Não sei pra que, no dia seguinte já teria saído tudo.

Saindo do cabeleireiro, meu celular começou a tocar. Era Ash.

— Fala, satanás! — Ouvi sua risada do outro lado da linha. Tay fez uma cara maliciosa pra mim, perguntando sem som se era Ash. Confirmei com a cabeça e sorri com a reação dela.

Emy! Tenho tentado te ligar o dia inteiro, o que aconteceu?

— Relaxa, tá tudo bem. Tay me arrastou pro shopping e nós compramos tudo que tinha em umas dez lojas! — Exclamei e levei um tapa da garota ao meu lado, que berrou que eu era exagerada. Ashton riu de novo.

Hm, tá com roupas novas, é? — Ele perguntou.

— Aham! E com um corte de cabelo novo, também, acabamos de sair do salão.

Aposto que tá gata. Tava pensando em passar no seu apê novo, ainda não conheci!

— Por que não nos pega no shopping? Realmente não estou a fim de voltar de ônibus com esse monte de sacolas! — Bela hora pra Taylor bater o carro.

Tudo bem, folgada. — Respondeu e eu comemorei. — Já aproveito e vejo seu novo visual.

— Com certeza. Vê se vai logo, minhas pernas estão me matando.

Ele riu, confirmou e logo nos despedimos e desligamos. Tay ficou me enchendo o saco, falando que parecíamos um casal de verdade.

Essa garota é meio doente.

–x-x-x-

— Você deve ser a Taylor. — Ele disse, pegando algumas sacolas da minha mão ao mesmo tempo em que cumprimentava minha amiga com um beijo no rosto.

— Tay. E você deve ser o Ashton.

— Ash. — Eles sorriram.

Colocamos a maioria das sacolas no porta-malas, deixando apenas algumas coisas com Tay no banco de trás.

— Não é que tá gata, mesmo? Dei sorte. — Ele ia me beijar, mas eu botei uma mão na frente do rosto. Ele fez uma cara de dúvida.

— Ela sabe. — Expliquei e ele disse que entendeu, mas pude ver que ele estava um pouco decepcionado.

Esse garoto não perde uma.

— E aí, onde é o apartamento?

Tay explicou direitinho o caminho. Liguei o rádio e cantei junto com a música qualquer que passava. Abri a janela e deixei o vento bagunçar meus cabelos.

Apesar de estar cansada, eu não estava tensa. O dia havia sido divertido, apesar de eu não ser daquelas que faz compras frequentemente.

Não demoramos muito a chegar em casa. Pegamos as compras e subimos ao décimo oitavo andar, onde ficava nosso apartamento. Já lá em cima, demorei certo tempo até achar o molho de chaves no meio da bagunça da minha bolsa. Finalmente entramos, e eu avisei aos outros que colocássemos as sacolas no chão, ao lado da porta, ao mesmo tempo em que Ash olhava em volta, prestando atenção aos detalhes do apartamento.

— Não é tão mal, até. Pensei que fosse menor. — Ele comentou.

— Taylor é rica. — Provoquei, e ela me mostrou a língua. Rimos.

— E tem comida nessa casa?

— Sabia que você estava comigo só pelos meus dotes culinários.

— Que dotes? — Ash e Tay perguntaram ao mesmo tempo, o que nos fez rir mais ainda.

–x-x-x-

Estávamos jogados no sofá depois de nos entupirmos de comida chinesa – sobras do dia anterior. Um programa de auditório qualquer passava na TV, mas ninguém prestava atenção. Ash soltava um barulhinho, algo como um ronrono – acho que havia adormecido. Pelo menos ele não roncava.

Me levantei, pegando os pratos da mesa de centro e indo até a cozinha. Com preguiça demais pra lavá-los, apenas joguei uma água por cima e deixei-os na pia, mesmo. Lavaria outra hora.

Ao voltar pra sala, Ash estava sentado propriamente, não mais dormindo, e Tay não estava mais lá.

— Ué, cadê? — Perguntei.

— Disse que ia tomar um banho e capotar.

— Mas são seis da tarde! — Ash riu e deu de ombros.

Me sentei ao seu lado e ficamos em silêncio por alguns minutos. Ele pegou o controle e começou a passar pelos canais. Eu parei de prestar atenção no mundo ao meu redor, deixei a mente em branco. Estava muito cansada, mas não sei se conseguiria dormir de tarde. Ash deixou a TV em um canal de música qualquer. E, assim, ficamos em silêncio por alguns minutos, até que eu parei de brisar.

— Quando você terminou com a Ellinor? — A pergunta me veio em mente. Eu lembro dele ter comentado algo sobre o assunto, mas não me lembro se ele disse quando.

— Pouco antes de você me chegar com essa conversa doida de namoro falso. — Ele riu fraco.

— Porra, Ashton, você nem me apresentou a garota antes de terminar com ela! — Me fingi de indignada e ele riu um pouco mais.

— Não era sério, de qualquer jeito. Ela é meio insuportável.

— O que é uma pessoa meio insuportável?

— A Ellinor. — Rimos alto. — Além disso, eu tenho alguém em mente. — Completou.

Abby?

Deus me livre!

— Hmm, e vai me apresentar essa? — Finalmente olhei pra ele, que me olhou de volta.

— Acho que você a conhece. Na verdade, acho que a conhece muito bem. — Ele olhou no fundo dos meus olhos e eu fiquei estática.

Eu?

Deus me livre mais ainda!

— Ah, é? — Perguntei meio em transe e ele apenas fez que sim com a cabeça.

Ele olhou pra baixo, lambeu os lábios e então voltou a olhar pra mim. Antes que pudesse falar ou fazer alguma coisa, contudo, Tay apareceu meio esbaforida.

— Tem uma aranha monstruosa na porta do banheiro, alguém me ajuda!

Ash bufou e murmurou algo como “ótima hora pra ser aracnofóbica, Taylor”, mas eu fingi não ouvir e apenas olhei para baixo, me focando em minhas mãos, que estavam pousadas nas minhas coxas. Ele se levantou e foi ajudar Tay com o bicho.

Ao voltar, apenas disse que estava indo embora. Tentei convencê-lo a ficar mais um pouco, mas ele disse que tinha uma redação pra terminar. Não engoli a desculpa, mas deixei que ele fosse porque ainda estava meio constrangida com a cena de poucos minutos antes.

À noite, na hora de dormir, não consegui impedir minha mente de ficar revivendo a cena. Não estava sonhando acordada comigo e Ash nos casando, tendo filhos e um futuro feliz. Não estava exatamente animada com aquilo. Mas fiquei revivendo, talvez tentando captar algum detalhe que não notei na hora. Foi um momento muito estranho, e eu não conseguia realmente absorver o fato de que, talvez, meu melhor amigo estava começando a gostar de mim.

Acho que nunca me senti tão desconfortável na vida.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Qualquer erro, é só comentar ou me mandar uma MP que eu corrijo na hora!
Críticas construtivas são sempre bem-vindas, mas não deixe a educação de lado.
Beijos e até a próxima!



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