Namorado "Inventado" escrita por Luh Marino


Capítulo 8
Capítulo sete


Notas iniciais do capítulo

Assista ao trailer da fanfic aqui: https://www.youtube.com/watch?v=mbHeLpQKFMQ&feature=youtu.be
E ouça a playlist inspiradora aqui: http://open.spotify.com/user/callmeluh/playlist/2MMzq8V7Ay58rxSviNFn1s



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Meu Deus, mal posso ver a hora de você se mudar pra cá, Emy! Vai ser o máximo! – Tay dizia pelo telefone. Eu ri.

– Bom, me espere! Pretendo empacotar tudo hoje, que não tenho nada pra fazer, e amanhã já vou estar aí!

Vai trazer seus móveis?

– Não, eu tenho algumas economias no banco e vou comprar coisas novas. – Respondi enquanto virava a esquina da minha rua, já procurando as chaves de casa no bolso.

E seus móveis velhos?

– Não sei. Vou vender ou doar, talvez. Ou falar pra minha mãe fazer o que quiser com eles. Ou botar fogo neles. – Respondi e ouvi a risada de Tay do outro lado da linha. – Estou chegando em casa, vou desligar agora.

Tudo bem. Me dê notícias! – Ela respondeu entusiasmada, e eu ri com isso.

– Pode deixar. Tchau, Tay.

Tchauzinho! – Desliguei

Um dia depois de ter me decidido sobre a mudança, falei com Tay. Conversamos bastante, por telefone mesmo, e ela entendeu minha situação e aceitou que eu me mudasse pra seu apartamento. Tinha um quarto extra, e a intercambista com quem ela dividia antes havia acabado de se mudar, para voltar pro seu país – o qual eu não fiz questão de memorizar qual era. Acertamos os detalhes e eu me mudaria o mais rápido possível.

Apesar disso, não havia falado com ninguém sobre isso ainda. E era exatamente o que eu estava indo fazer.

– Família! Reunião na sala, tenho algo importante pra falar! – Gritei assim que entrei em casa e joguei as chaves na mesinha ao lado da porta.

Tirei a jaqueta enquanto ia em direção à sala de estar. Joguei a peça de couro sintético no sofá e, em seguida, me joguei também. Em pouco menos de cinco minutos, mamãe, George e Abigail já estavam sentados, apenas esperando meu "algo importante".

– Bom, dois dias atrás Abby teve um acesso de ciúmes por causa de meu namoro com Ash e tivemos uma pequena discussão. – Não pude deixar de começar a conversa com esse comentário, e vi minha meia-irmã rolar os olhos. – Tenho que admitir que, depois da janta, pouco antes de ir para a faculdade, acabei ouvindo uma briga entre George e a filha. – Continuei e vi as feições dos dois mencionados mudarem.

– Emy, isso é falta de educação. – Meu padrasto disse, mas seus lábios continham um mínimo sorriso.

– Bom, eu ouvi meu nome. Além disso, vocês estavam berrando. Eu precisaria ser surda para não ouvir.

– E aonde você quer chegar com tudo isso, querida? – Minha mãe perguntou.

– Bom, ouvir Abigail dizer que eu sou "praticamente sustentada por vocês dois" – Fiz aspas com as mãos. – me fez abrir os olhos para uma realidade que eu ainda não tinha notado. Pela primeira vez em alguns anos, séculos ou milênios, não sei, Gail está certa. Por isso, decidi me mudar.

O ambiente ficou em silêncio por alguns segundos antes de eu ouvir a risada de minha meia-irmã.

– Você não pode estar falando sério! Você sequer consegue cozinhar, não duvido que consiga queimar até água, e quer morar sozinha? – Ela tirou sarro de mim, mas eu não me importei.

– Não vou morar sozinha. Vou morar com uma amiga minha.

– E você tem alguma amiga? – Ela riu ainda mais.

– Abigail, faça um favor ao mundo e cale a boca. Estou ficando com dor de cabeça. – Falei amarga, e ela se sentiu ofendida o suficiente para, gradativamente, diminuir a risada até ficar quieta. – Já disse, vou me mudar. E você e suas piadinhas idiotas não vão me impedir disso, mesmo que você ache que eu não tenho capacidade de viver por mim mesma sem ser sustentada. Até porque pouco me importo com sua opinião, afinal, quem é você na minha vida?

– Tem certeza disso, querida? – Minha mãe perguntou após mais alguns segundos de silêncio.

– Absoluta. Vou começar a empacotar tudo que vou levar hoje. Estou pensando em me desfazer dos móveis, talvez vendê-los ou doá-los, o que acham?

– Gosto de ver seu ânimo, Emy! Se quiser ajuda... – George se pronunciou.

– Não acho necessário, George, mas obrigada. Vou pedir ajuda a Ash com as coisas, e com o resto me viro. – Me levantei do sofá, pegando minha jaqueta. – Bom, é isso. Fico feliz com suporte de vocês!

Comecei a andar em direção às escadas, mas antes parei e me virei apenas o suficiente para que enxergasse Abby.

– E, Gail... Da próxima vez que eu chamar minha família em uma reunião, não se incomode de vir. – Disse com a voz baixa, e não fiquei a tempo de ver sua reação.

–x-x-x-

– Obrigada por vir. – Foi a primeira coisa que falei assim que abri a porta.

Ashton apenas acenou com a cabeça e entrou, olhando para os lados. Talvez pra saber se meus pais, Gail ou as câmeras – deveria achar que era uma pegadinha – estavam por ali. Não dissemos nada, eu apenas gesticulei para que subíssemos ao meu quarto, e assim fizemos. Ao chegarmos lá, e ao abrir a porta, pude ver a reação surpresa de Ash. Algumas coisas já estavam encaixotadas, e todas as minhas roupas estavam jogadas em cima da cama.

A primeira coisa que fiz ao subir pro meu quarto, algumas horas antes, foi ligar pro meu melhor amigo. Pedi para que ele fosse até minha casa, pois tinha algo para contar. Ele me disse que não estava em casa, mas assim que conseguisse, iria me encontrar. Não quis saber o que ele estava fazendo – talvez fosse o melhor; não queria me decepcionar com sua resposta.

– Vou me mudar. – Eu disse, entrando no quarto.

– Oi?

– Você ouviu. Vou me mudar. – Me virei pra ele. – Vou morar com minha colega de trabalho, Tay. Ela tem um quarto vago em seu apartamento e eu preciso aprender a ser menos dependente dos meus pais. É juntar o útil ao agradável.

– Você tem certeza disso? – Ele perguntou, fechando a porta e chegando mais perto de mim. – Quero dizer, você mal sabe cozinhar! Aposto que queima até água. – Ele disse exatamente a mesma coisa que Abigail, e eu soquei seu ombro, fazendo com que ele risse.

– Por que todo mundo fala isso? Por favor, eu sei fazer miojo! – Respondi, com um sorriso. – E bolinho de caneca. – Rimos.

– E você não podia ter me contado isso por telefone?

– Não, porque não te liguei só pra isso. Quero pedir desculpas por ter sido meio rude aquele dia. Sei que não fez por mal. Quero dizer, eu fiquei extremamente brava com o que você fez. Mas temos uma história a contar e eu não vou conseguir convencer ninguém que sou sua namorada se estiver brava contigo. – Terminei meu discurso e pude ver um sorriso se abrir no rosto de meu melhor amigo.

– E é por isso que eu te amo. – Rimos. – Bom, vamos lá, então. Temos muito que arrumar!

Eu me virei em direção à cama para continuar arrumando minhas roupas quando ele me chamou novamente.

– Emy. – O olhei por cima do ombro e fiz um barulho para que ele soubesse que eu estava ouvindo. – Prometo não fazer nada que você não queira no nosso namoro. Nunca mais.

E eu senti que tinha algo a mais por trás daquela frase, um duplo sentido. Até porque ele não disse namoro falso ou namoro inventado. Disse só namoro. Mas apenas afirmei com a cabeça e deixei passar, fingindo que ele não tinha falado nada e continuando a arrumar minhas coisas.

–x-x-x-

– Bom, acho que é isso. – Eu disse quando havíamos, finalmente, terminado de arrumar tudo em malas e caixas. – Amanhã eu venho aqui novamente pra botar preços nos móveis. Vou pedir pra minha mãe o número de um caminhão de mudanças, já volto. – Terminei e saí do quarto.

Desci as escadas, encontrando minha mãe ao telefone na cozinha. Ouvi passos atrás de mim, em direção às escadas, e assumi que era George, pois não havia chances de Abby ter ficado em casa em um sábado. Esperei a minha velha terminar sua ligação e pedi o tal número.

Sem muita enrolação, liguei pros caras e eles me informaram que só teriam um caminhão disponível no dia seguinte.

Voltei pro meu quarto mas, antes disso, vi Abby conversando com Ashton no topo da escada. Não queria que eles conversassem, mas não sou do tipo que interrompe conversas. Por isso, apenas me afastei o suficiente para não ser vista. Achei que estava longe o suficiente para que não conseguisse ouvir o que eles falavam, mas estava enganada.

– Você contou pra ela? Tem o que na cabeça? Titica? – Ouvi a voz de Ash e tive que me segurar pra não rir. Abby fez um barulho afirmando. – E o que mais contou? Que eu perdi a virgindade com você, também, sendo que você já não era virgem?

Bom, Ash, disso eu não sabia. Mas obrigada por compartilhar.

– Idiota! – Pude ouvi um barulho de tapa e rolei os olhos. – Disse que vocês cresceram juntos e que você a viu crescendo e se tornando uma mulher. Mas ela não caiu nessa.

– Claro que não caiu, Abigail. Emy é muito mais inteligente que isso. – Pude ouvir a provocação na voz dele. – Quando você vai entender que eu só ficava com você pra te pegar? Não é como se eu fosse um santo, e eu deixei isso bem claro pra você. E você aceitou!

Senhoras e senhores, meu melhor amigo.

Um cafajeste.

– Mas depois que você começou a namorar com a Ellinor, nós nem nos víamos mais! E quando vocês finalmente terminam, você me vem com essa historinha mal contada de que tá namorando a Emily?

Opa.

Mal contada?

– Ashton, você e ela enganam nossos pais, seus pais e a universidade inteira. Mas não enganam a mim. Está mais do que claro que esse namoro é mais falso que os peitos da Agatha.

EI! Ninguém fala assim dos peitos da minha mãe a não ser eu!

– Abby, conforme-se. Eu sei dos seus sentimentos por mim, mas... Eu amo a Emy. E você vai ter que superar isso. – Foram as últimas palavras de Ashton.

Não ouvi passos, mas assumi que eles haviam parado de conversar, então subi as escadas. Não falei nada, só olhei de relance pra Ash e ele me seguiu até meu quarto. Chegando lá, ele ficou parado na porta enquanto eu ia me deitar na minha cama. Quando o fiz, fechei os olhos e relaxei. Estava extremamente cansada de ter que arrumar tudo. Claro que Ash me ajudou, mas era muita coisa pra apenas duas pessoas fazerem.

– Vamos sair? – Ouvi a voz dele após alguns minutos de silêncio. Em seguida, pude ouvir a porta se fechando e o som dos passos dele em minha direção.

– Hm... – Fiz um barulho com a boca. – Pra onde? – Perguntei, e senti a cama se afundar ao meu lado e soube que ele tinha sentado ou deitado ali.

– Sei lá... A gente pode ir no shopping ver se tem alguma loja de móveis aberta pra você já comprar ou escolher seus novos móveis. – Ele disse, e a cada palavra que ele pronunciava em sua voz suave, mas sono eu tinha.

– Mas tá tarde, Ash... – Respondi molenga.

– Ah, Emy, eu só quero sair com você! Difícil? – Ele perguntou e eu abri um dos olhos. Ele estava sentado, me olhando com cara de cachorrinho sem dono.

– Ugh, tudo bem! Vamos logo, vai. Só vou tomar um banho rápido. Talvez você devesse fazer o mesmo.

– Eu não. Sou cheiroso por natureza, fofa! – Fez uma voz afetada. Gargalhei.

– Ashton Ford, você é uma figura!

– Eu sei, obrigado.

Peguei uma roupa bonitinha e segui pro banheiro. Antes de fechar a porta, ouvi:

– Ah, e a gente vai andar de mãos dadas, viu? – Gargalhei ainda mais alto.

E apesar de me deixar puta às vezes, eu não consigo ficar brava por tempo demais com esse garoto.

Será que existe alguém que não gosta do Ash? Eu acho impossível.

Ele é incrível demais pra ser odiado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Qualquer erro, é só comentar ou me mandar uma MP que eu corrijo na hora!
Críticas construtivas são sempre bem-vindas, mas não deixe a educação de lado.
Beijos e até a próxima!