Namorado "Inventado" escrita por Luh Marino


Capítulo 17
Capítulo dezesseis


Notas iniciais do capítulo

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O dia, para contrariar meu humor nada bom, resolveu estar lindo quando eu acordei na manhã seguinte. Apesar do frio, o céu estava aberto e o sol brilhava fortemente. Ah, a doce ironia da vida.

São Pedro já pode ir se foder.

Levantei sem vontade nenhuma, já que minha cabeça doía por causa da ressaca. Mas é claro que, além do meu mau humor (justificado), eu ainda estava de ressaca. Sobre a festa: um porre. Literalmente. Lembro que descobri no meio da festa que o dono era um dos nerds do meu curso de anatomia. Não sei como ele conseguiu tanta gente pra ir na festa dele, mas isso realmente não importava. Acabei ficando com um cara aleatório, sequer lembro o nome dele. Foi um acidente, culpa de um desafio que ele levou no jogo da garrafa. Mas tudo me lembrava de Ashton, e eu parecia estar com o gosto dele na minha boca, e a tequila não estava adiantando praquele gosto ir embora. Também lembro de ver um dos amigos de Ash lá, e ele tentou falar comigo, mas eu fugi como uma garotinha assustada. Porra, eu estava tentando esquecer o cara e me vem um dos melhores amigos dele? O que diabos ele estava fazendo lá, afinal?

— Taylor? Você tá em casa? — Perguntei, saindo do quarto depois de escovar os dentes e colocar uma roupinha melhor, além de pegar minha bolsa.

— Na cozinha! — Ela gritou em resposta.

Fui até o cômodo e encontrei minha amiga em uma tentativa falha de cozinhar panquecas. Eric estava sentado no balcão, rindo sem dó da noiva. Seu sorriso era gigante e era possível enxergar de longe o quanto ele a admirava.

Eric, vamos parando. Sua felicidade me deixa pra baixo.

— Bom dia. — Cumprimentei, sentando ao lado dele.

— Bom dia! — Recebi um coro do casal vinte. — Quer uma panquequinha— - Tay continuou.

— Prefiro continuar viva, mas obrigada. — Respondi ironicamente, e ela parou o que estava fazendo apenas para se virar pra mim e me lançar um olhar raivoso. Ri. — Vou ao supermercado, precisa de alguma coisa?

— Uhm, acho que sorvete seria uma boa. — Pude sentir o sorriso em sua voz. Virei pra Eric, indagando se ele queria alguma coisa também, e ele apenas negou com a cabeça.

— Bom, então vou indo. Tay, quando voltar tenho que te pedir uma coisa.

Ela me olhou por cima dos ombros, demonstrando confusão, mas não perguntou nada. Deve ter notado que, se eu não falei na hora, foi porque não queria que Eric soubesse. Na verdade, não era nada demais, só que eu não tinha intimidade o suficiente o cara pra ter uma conversa aberta com ele ao lado. E também porque, provavelmente, ele não saberia me ajudar. E eu não iria encher a cabeça dele com meus problemas doidos, ele não tinha nada a ver.

Mandei um beijo pra cada e saí. Na verdade, não iria ao mercado, queria apenas pensar um pouco fora de casa. Bom, teria que passar no mercado de qualquer jeito, pra comprar um sorvete. Nunca mais pergunto nada por educação.

–x-x-x-

— Cheguei. — Voltei pra casa depois de quase duas horas. Taylor correu pra sala, vindo do próprio quarto.

— Me assustei, você demorou! — Exclamou. — Criatura, não faz mais isso. — Suplicou, rindo.

— Foi mal, queria pensar. Nem ia no mercado, só falei pra dar uma disfarçada.

— Eita, e você foi só pra pegar o sorvete que eu pedi? — Perguntou, ao mesmo tempo em que eu lhe entregava o pote de sorvete de menta, e eu concordei com a cabeça. — Emy, não precisava!

— Relaxa.

— Bom, o Eric já foi. Podemos conversar.

Fomos pra cozinha e eu peguei duas colheres. Sorvete de menta não era lá meu favorito, mas até que eu gostava. E qualquer doce estava bom pra mim, eu só precisava de açúcar no meu sangue. Rumamos em direção à sala e nos jogamos no sofá, Tay abrindo o pote e já enfiando a própria colher lá dentro.

— Quero o telefone do Edmund, você pode me passar? — Pedi depois de um tempo, e ela parou seu braço no meio do movimento de levar o talher cheio de sorvete até a boca, me olhando em confusão.

— E você quer pra que? - Perguntou, voltando a deixar a colher dentro do pote. — Não que seja da minha conta ou que eu queira parecer grosseira, mas fiquei curiosa.

— Quero tentar com ele. George disse que eu posso ganhar alguma coisa se resolver ficar com Ed, e um carro não seria ruim. — Respondi, comendo mais uma colherada. — Andar daqui até o mercado a cada dois dias não é moleza. E eu não aguento mais andar de ônibus.

Ficamos em silêncio por um tempinho, Tay parecia estar digerindo a informação. Se levantou de supetão, saindo do meu campo de vista e voltando alguns minutos depois, com o celular na mão e parecendo procurar algo pela tela.

— Como sei que nada que eu te disser vai te convencer a tentar ficar ou ao menos falar com Ash, apenas vou ceder de uma vez. — Resmungou, se jogando novamente ao meu lado no sofá.

Me passou o número de seu primo, e eu comemorei me jogando em cima dela. Taylor riu, mas realmente não parecia satisfeita com aquilo. Não sei por que ela tinha essa obsessão louca com a ideia de eu e Ash juntos. Parece minha mãe.

Continuamos conversando por mais um tempo até que acabamos com o sorvete. Falei sobre o fato de ele ter ido à cafeteria no dia anterior, e ela concordou comigo que ele era um babaca, e prometeu parar de defendê-lo. Não que eu ligasse; na verdade, era interessante ver alguém que ainda tinha aquela visão romantizada de Ashton.

A visão que eu tinha poucas semanas antes.

Eu fui lavar as colheres e Tay foi se arrumar pra ir trabalhar. Eu achava admirável de sua parte que, apesar de estar prestes a se casar com o filho do prefeito e ser mais rica que todos os seus colegas de trabalho juntos, ela continuava no Tobby’s, apenas para ganhar um dinheiro que poderia realmente balançar no ar e falar “conquistei essa porra com o meu próprio suor!”.

E, acreditem, ser garçonete é cansativo. A gente soa mesmo.

Não restava dúvidas em mim; Taylor era uma pessoa maravilhosa.

–x-x-x-

Tudo bem, então eu te aviso caso tenha mais algum problema.

— Tá bom. Até amanhã, Cam. — Respondi e desliguei o telefone, já discando outro em seguida.

Eu demorei dois dias pra criar coragem até falar com Edmund, e nesse meio tempo Cameron me ligou para marcar uma aula. Me ligou novamente pra dizer que teríamos que adiantar em algumas horas por algum motivo pessoal que eu não quis perguntar qual, apesar de ter ficado curiosa.

— Tudo bem, Emily, tudo bem. Só disca e fala alô. É a única coisa que você precisa fazer. — Me confortei antes de discar e apertar o botãozinho verde. A linha chamou por um tempo até que Edmund atendeu. — Alô?

Alô, posso ajudar?

Eita caralhos, e o que eu faço depois do “alô”?!

— Oi, é o Edmund Collins? — MERDA! — Cooper, aliás! Desculpe. — Fiz uma careta, querendo bater minha própria cara na parede.

Eu nunca acertava o nome do infeliz.

Emily? — Ele pareceu reconhecer minha voz (e minha idiotice).

— Isso! É a Emily. Eu, no caso. Sou a Emily... Enfim! Eu queria falar com você sobre… O contrato.

A linha ficou muda por alguns segundos e eu pensei que ele havia desligado ou que a ligação tinha caído, mas então Edmund voltou a falar.

Ahm… Tudo bem. — Mais silêncio. — Desculpe, é que eu não pensei que você iria voltar atrás.

— Nem eu. — Ri fraco, e ele me acompanhou. — Quer se encontrar comigo em algum lugar pra gente conversar melhor? — Sugeri.

Claro! Mas eu estou bem ocupado esses dias, só vou poder no final de semana.

— Sem problemas.

Pode ser no West Park?

Péssima escolha, Edmund Cooper.

Olha, acertei!

— Ahm, se puder ser em outro lugar… O East Park está ótimo.

Tudo bem.

— Bom, então até lá. — Esperei que ele respondesse e desliguei o telefone, colocando-o na base e me jogando no sofá em seguida.

Ainda era terça-feira. Eu tinha quatro dias pra me preparar para o encontro com meu possível-futuro-marido.

E algo me dizia que eu nunca estaria preparada o suficiente.

–x-x-x-

Edmund me mandou uma mensagem de texto dizendo que estava em um local coberto perto da maior árvore do parque. Não sei se ele esperava que eu soubesse onde “a maior árvore do parque” ficava, mas o ponto é: eu não sabia. Tive que perguntar pra umas três pessoas até que achei a bendita árvore e o local coberto.

— É um amieiro. - Disse assim que me sentei ao lado dele num banquinho. Ele não tinha me visto, então se assustou um pouco. - A árvore. - Expliquei. - É um amieiro. A madeira é muito utilizada pra fazer violões. Normalmente não são tão grandes, essa aí é uma exceção.

Ele estava sorrindo, e assim que eu terminei de falar, soltou uma leve risada.

— Bem que o George disse que você é muito nerd. — Disse, e eu senti minhas bochechas corando.

— Um pouco. — Rimos juntos. — Faço faculdade de biologia. A parte das plantas não é minha favorita, mas até que é interessante.

— Entendi. Como você deve saber, eu faço faculdade de administração. — Assenti. — Mas eu gosto mesmo é de física.

— Credo! — Exclamei, e ele riu alto.

— Poucas pessoas entendem o maravilhoso mundo das exatas.

— Só os loucos gostam disso. É só ver Einstein. O cara ajudou a construir a bomba de Hiroshima, sabia?

Conversamos por boas horas. Ed era muito legal, e apesar de aparentar ser muito formal, ele era, na verdade, bem descontraído. Conseguia me prender nos mais variados assuntos, e sempre de um jeito divertido que não me deixasse desconfortável. Não falamos do possível contrato em momento algum; pelo contrário, Edmund tentou manter a conversa o mais longe possível de coisas que pudessem remeter à empresa.

Depois de um tempinho em silêncio, apenas curtindo a presença um do outro, ele voltou a falar:

— Sabe, um dia desses eu estava passeando pelo West Park e vi você e Ashton lá.

— Uhm, sobre isso... — Tentei cortá-lo, mas ele não me deixou.

— Vocês realmente pareciam um casal.

— Mas não somos. — Expliquei. — É fingimento.

— Eu sei. — Ele sorriu. — Você pediu que ele te namorasse de mentira pra ver se vocês conseguiriam fugir de casamentos com desconhecidos.

Meu queixo foi ao chão.

— George contou a meu pai que suspeitava disso, e eu acabei ouvindo por acaso. — Piscou e eu sorri. — Mas, Emily, naquele dia... Vocês não estavam fingindo. Inclusive, perguntei se poderíamos nos encontrar no West pra tentar provar uma teoria. E, pela sua reação, ficando desconfortável e querendo se encontrar em outro lugar, eu estava certo.

Fiquei em silêncio e desviei o olhar dele, passando a observar minhas mãos pousadas em minhas coxas.

— Você gosta dele.

— Não! — Me assustei com a rapidez com que neguei a afirmação de Edmund, e isso fez com que ele jogasse a cabeça pra trás e risse alto.

— Olha, talvez vocês deveriam juntar o útil ao agradável e ficarem juntos de uma vez por todas.

— O que seria o útil e o que seria o agradável? — Perguntei, voltando a olhar pra ele.

— O útil é satisfazer seu padrasto e a empresa. O agradável é ficarem juntos quando se gostam.

— Mas a gente não se gosta!

— Finge que me engana que eu finjo que acredito. — Ele piscou e riu novamente, e eu cruzei os braços e eu forjei uma cara emburrada.

Conversamos sobre outras coisas depois, e Ed não quis falar sobre o nosso contrato porque achava que eu ainda mudaria de ideia e assumiria que gostava de Ashton. Me deixou em casa pouco antes de escurecer, e eu fiquei com todo o discurso de Cooper na cabeça pelo resto do fim de semana.

Eu não gostava de Ashton.

Não é?


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Notas finais do capítulo

E aí, gente, o que acharam desse encontro com o Ed? O que acham que vai acontecer no próximo capítulo? Não deixem de comentar. :)
Qualquer erro, é só comentar ou me mandar uma MP que eu corrijo na hora!
Críticas construtivas são sempre bem-vindas, mas não deixe a educação de lado.
Beijos e até a próxima!



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