Apenas uma otaku escrita por Flamie


Capítulo 4
Presente do destino


Notas iniciais do capítulo

Shiro tem sua primeira conversa com Victoria, como será a relação entre esses dois?



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– Hã? Ah, sim eu trabalho. – Dizia a jovem corada, olhando para os lados.
– Poxa que legal, deveria ter me contado Tsunemori, eu preciso da sua ajuda com algo relacionado a jogos, você é boa nessas coisas né? – Perguntou Shiro, sorrindo.
– É-É...mais ou menos.
Você é completamente viciada nessas coisas Saya, não tem essa de maios ou menos. – Pensou Victoria, soltando um longo suspiro.
– Então, sabe sobre o lançamento de um jogo novo de zombie né? Eu vim aqui para comprá-lo, pode me informar se chegou?
– S-Sim, aquela moça perto das prateleiras te mostra.
– Ok, valeu.
Após aquele curto diálogo com o garoto que amava, Tsunemori sentia que seu coração fosse sair pela boca, devido ao seu tremendo nervosismo ao falar com Yamamoto de tão perto. Talvez aquilo nunca fosse acontecer novamente, mas o destino as vezes nos prega peças. Saya fazia um sinal para Victoria com sua mão direita, apontando para o lugar do jogo, não demorou muito para amiga entender e guiar Shiro para prateleira certa.
– Por aqui Yamamoto, o jogo que procura está aqui. – Disse Victoria caminhado para um local mais ao fundo da loja.
– Hein? Como você me conhece? – Perguntou Shiro confuso.
– Como assim? Nós estudamos na mesma sala, sou a segunda melhor da escola sabia? Victoria D’ Angelo. – Respondeu ela, fazendo um pequeno bico.
– Ah ta, é que não reparo tanto assim nos alunos da minha sala. – Riu um pouco sem jeito.
– Sério? Me explica porque observou tanto a Saya hoje na saída? Eu reparei.
Shiro arregalava os olhos, corando no mesmo momento que Victoria dizia aquilo, nunca havia passado pela cabeça dele que pareceria suspeito, de fato ele tinha motivos naquela hora, mas não queria contar para alguém que mal conhecia.
– Ei, ei porque ta demorando tanto para responder? Fala logo. – Disse Victoria bocejando e olhando para Shiro.
– Bom...não tenho nem um motivo em especial, só acho ela uma garota interessante. – Respondeu o garoto rindo, levemente corado.
– Somente isso? Tem certeza que não é algo mais?
– Mesmo que seja eu não te devo explicações sobre minhas ações, você está aqui para me mostrar o lugar do jogo não para uma entrevista pessoal, então sugiro que ponha-se no seu lugar, Victoria. – O sorriso continuou, minimo.
Aquelas palavras realmente deixaram Victoria nervosa, mas aquilo não foi a principal atitude que fez aquela mudança de humor, e sim aquela expressão no rosto do garoto. Ele não parecia nervoso ou sério mesmo dizendo tudo aquilo, apenas sorria como se nada tivesse acontecido, o que realmente a deixava louca da vida. A garota pegou o jogo da prateleira e entregou para Shiro:
– Tsc...aqui está.
– Obrigado, desculpe se fui grosseiro agora pouco, só não gosto que me façam muitas perguntas.
– Não tem problema, nos vemos na escola.
– Sim, até mais. – Acenou e começou a caminhar em direção ao balcão.
Isto me parece muito suspeito, o que esse cara ta pensando em fazer com a Saya? Se bem que ela nunca me contou muito sobre ele, na verdade ela conhece ele? Eu não sei nada sobre minha amiga, preciso me aproximar mais dela para saber os detalhes sobre sua vida...não quero que ela sofra. – Victoria mordia uma das unhas observando Shiro e Saya no balcão.
Yamamoto finalmente chegava no balcão entregando o jogo nas mãos de Tsunemori e dizia:
– Aqui está.
– Sim...
Enquanto Saya conferia o dinheiro entregue por Shiro, o rapaz a observa admirado e em silêncio pois não queria que ela percebesse. Caso isso acontecesse, seu nervosismo voltaria, coisa que ele não desejava, mesmo que fosse sem querer. O silêncio durou apenas alguns segundos até Yamamoto dizer:
– Tsunemori.
– H-HAI.
– Quer vir jogar comigo em casa? Eu preciso de alguém experiente para me ajudar, eu não sou muito bom e jogo apenas para passar o tempo, podemos nos conhecer melhor e...o que acha? - Perguntou Shiro sorrindo.
O rosto da jovem corava no mesmo instante ela deixou o troco cair sobre o balcão sem reação, aquilo realmente a surpreendeu, mas não demorou muito para que respondesse toda sem jeito:
– S-Sim, caso eu não incomodar e...e...eu saio só as 18:00 do trabalho, talvez seja muito tarde e temos escola amanhã então...preciso avisar minha mãe, trem para pegar mais, mais...
– Não se preocupe, eu levo você para sua casa 21:00, eu prometo. – Pegou o dinheiro do balcão rindo um pouco do nervosismo de Tsunemori.
– Ta...
– Aqui, o endereço da minha casa ok? Estarei te esperando.
O garoto pegava um pedaço de papel que estava ao lado de Saya no balcão e escrevia o endereço de sua casa, após entregava para jovem se retirando brevemente, após acenar. Tsunemori pegava o papel com as bochechas coradas, estava pensando se tudo aquilo era realmente real, realmente estava acontecendo? O garoto que era apaixonada desde sua infância havia a chamado para jogar em sua casa, mesmo que fosse apenas para divertimento da parte dele, para ela era algo muito importante... Algo que com certeza marcaria sua vida e que ela se lembraria para sempre. Saya estava bastante avoada até o momento que Victoria chegou na sua frente e disse:
– Hey Saya, ele te chamou para sair?
– Hã? Ah, mais ou menos...me chamou para jogar na casa dele, legal né? – Esboçou um pequeno sorriso enquanto ajeitava o óculos.
– Acho que sim, você vai depois do trabalho?
– Sim, não poderei voltar com você hoje, mas amanhã eu prometo que vamos juntas ta?
– Tudo bem, só tome cuidado, pois as aparências enganam. – Após dizer aquilo Victoria se retirava, voltando para organizar as prateleiras.
Tsunemori não entendia muito bem o que a amiga queria dizer então apenas ignorou e começou a limpar o balcão. Do outro lado da loja estava Yamamoto com o celular em mãos, provavelmente fazendo uma ligação.
– Alô? Hana? Sou eu, Shiro.
– Shiro? A que devo a honra da ligação? – Dizia uma voz feminina nos alto falantes do aparelho.
– Hoje virá uma amiga em casa então terei que mudar o dia da sua visita, tudo bem?
– Mas por quê? Por acaso gosta dela?
– Isso é segredo, mas pode fazer isso por mim minha querida prima? Juro que farei o que quiser depois.
– Qualquer coisa?
– Qualquer coisa.
– Ta bom, amanhã falo com você na escola. Bye, bye.
– Até.
O garoto desligava o celular e o guardava no bolso sorrindo, aquela expressão era de que tramava alguma coisa, mas seria algo bom? Não havia como saber naquele momento, ele apenas seguiu seu caminho para casa. As horas passaram como se fossem minutos até finalmente chegar o término do trabalho de Tsunemori, que saiu com suas vestes escolares, já que não passava em casa antes de seu serviço de meio período. Mas isto não a incomodava, então apenas se despedia de Victoria, cuja mãe esperava de carro na saída, e logo se retirava. Após a partida da amiga, Saya pegava o papel com o endereço da casa de Shiro e suspirava, tomando o caminho para a estação. Levou exatamente trinta minutos para chegar no endereço que Yamamoto havia passado, a casa não era muito grande e aparentava ser de uma família bem humilde. A garotava olhava para o portão já bastante nervosa, afinal nunca foi para casa de ninguém, até porque nunca teve amigos e sua primeira vez vai ser na casa do garoto que gosta, irônico não? Mesmo assim ela tomou muita coragem e apertou a campainha, suando frio. Demorou apenas alguns segundos até uma voz gritar “Já vai.” E Shiro abrir a porta com um gentil sorriso:
– Você veio mesmo, que bom Tsunemori!
– Er...sim, eu disse que viria. – Juntava os indicadores olhando para os lados, corada.
Ela realmente é muito fofa...hoje irei confirmar esse meu estranho sentimento. – Pensou shiro
– Sim você disse, vamos entre que está frio aqui fora.
O garoto fazia um breve sinal com sua mão direita para que Tsunemori entrasse, não demorou muito para ela entender e finalmente adentrar a casa, após retirar os sapatinhos que usava para ir a escola. Ambos subiram para o segundo andar, no qual ficava o quarto do rapaz. Tsunemori ficava admirada com o quarto do garoto que gostava, era absurdamente organizado e limpo, havia uma estante com muitos livros, mesa para estudo, televisão, vídeo-game, assim como diversas outras coisas.
– Surpresa? Não pensou que meu quarto fosse uma bagunça né? – Perguntou Shiro rindo.
– Hã? NÃO, NÃO imagina Yamamoto-kun. HAHA.
– Sei...sem mais delongas, vamos jogar né?
– Vamos, estou muito empolgada.
– Por jogar ou por jogar comigo? – Esboçou um sorriso malicioso.
– P-P-Por...er...jogar...com... – O rosto da garotava ficava completamente vermelho, não sabia o que responder então apenas abaixou a cabeça.
– É brincadeira, não fica assim ta? Vamos começar logo.
Apenas Saya pegava o controle, ainda levemente corada, dando início ao game. Tsunemori jogou por horas enquanto Yamamoto era apenas um observador, mas esta era a vontade do rapaz, que queria aprender as mecânicas daquele jogo, no qual Saya já era bem experiente. Ela estava bem concentrada, não notava nada do que acontecia ao seu redor, de fato a garota era uma otaku gamer de primeira e não podia negar. Aproveitando daquela situação, Shiro apenas olhava para os olhos verdes daquela garota, que o atraía de uma forma que não conseguia explicar com palavras, não conseguia entender como ela fazia aquilo sem perceber. Ao chegar em um dos check points do game, Saya pausava o jogo soltando um longo suspiro.
– Cara faz tempo que não jogo assim, olha Ya...
A garota não conseguia terminar a frase por ser surpreendia por um beijo de surpresa nos lábios que Shiro dava, não foi algo rápido nem muito demorado, digamos que foi no clima daquele momento. Saya arregalava os olhos com as bochechas coradas, mas aos poucos eles foram fechando, e ela correspondendo aquele beijo, por mais que estivesse envergonhada. Seus lábios foram se descolando lentamente e a garota abria os olhos um pouco confusa, sem saber o que dizer, mas logo Shiro quebrava aquele silêncio dizendo:
– Estou gostando de você Tsunemori...
O rapaz olhava fixamente nos olhos da garota, ela estava paralisada de tanta felicidade que sentia por dentro, em seus pensamentos aquilo não passava de um sonho. Porém ela sabia que os lábios que havia beijado eram a coisa mais real que sentiu, em seus quinze anos vividos.


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Notas finais do capítulo

Saya tem seu primeiro beijo com o garoto que ama, a relação entre esses dois mudará daqui em diante, será mesmo uma relação sem intrigas?



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