Magic Daughter escrita por Pine Whisper


Capítulo 2
Os bobo se vão mais cedo.


Notas iniciais do capítulo

Olá, Panquecas Com Melaço
Sim, eu estou de volta depois de um tempão. Sei que se tem alguém ai, não deve estar muito feliz com isso. Mas, tive um grande incentivo pra continuar: "Acho bom escrever logo o capítulo, ou eu farei coisas perversas. Juntarei Morfice até o fim, ficarei um mês sem atualizar e dou uma bambuzada na sua cabeça". Obrigada pelas carinhosas palavras de incentivo, Natchu (Panda Chan).
Então, gostaria de dedicar esse capítulo a ela, afinal, foi ela que me inspirou a fazer essa fic. #E_Casamos_De novo







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~Dias Atuais~

Eu me encontrava sozinha as margens de um lago azul marinho, que era um espelho perfeito do céu noturno estrelado. O vento era frio, e jogava meus cabelos em meu rosto.

Usava apenas um vestido azul-céu-de-verão, cuja bainha estava em farrapos. Meus pés estavam descalços, e eu podia sentir a água gélida do lago tocar meus dedos vez ou outra.

Ao longe no horizonte, podia ver perfeitamente uma lua cheia, que parecia sair de dentro d’água.

Ouvi alguns passos almofadados e silenciosos atrás de mim, que traziam consigo o cheiro de madeira molhada e várias respirações pesadas.

Pelo reflexo na água pude ver uma alcateia de lobos, que pareciam olhar atentos meu reflexo também. E, por incrível que pareça, não senti medo, e logo voltei meu olhar para a lua, que parecia maior e mais próxima de mim.

“Venha... Venha querida. Venha até mim... Deixe-me te abraçar com o frio molhado. Deixe-me mostrar-lhe o que não pode ver através do transparente espelho corpulento. Sinta... Sinta o poder... Sinta a vida... Sinta Zoe...”

Uma voz feminina aveludada sussurrava em minha cabeça. Era uma coisa hipnótica, era tão... Tão impossível resistir...

Caminhei lentamente até a lua, sem perdê-la de vista. Quanto mais eu andava, mais a água me cobria. Parte a parte, lentamente. Joelhos, Cintura, Abdômen, Tórax, Queixo. Até eu estar totalmente submersa.

Para a minha surpresa, embaixo d’água não era escuro e corpulento. Eu via tudo com perfeição, Formações de Corais, Peixes Exóticos, Algas Coloridas... Era tão lindo...

E foi nesse momento que percebi que estava respirando. Como? Até onde eu me lembrava, não era Filha da Pequena Sereia nem de Poseidon (se é que tinha diferença).

“Zoe? Vamos. Saia daí. Vamos perder tempo assim”

Olho em volta e não vejo ninguém. A voz estava apenas em minha cabeça, mas não era a mesma hipnótica de antes. Espera... Eu conhecia essa voz...

Fechei meus para me concentrar na voz e...

–ZOE! –De repente, meu rosto bateu contra algo. Droga, que raios era isso? Programa de pegadinhas?

Abri meus olhos, e não estava mais submersa, aliás, nem na mesma paisagem de antes. Estava sentada no banco de couro marrom desbotado do ônibus escolar. Hãã? Okay, cérebro, não entendi a pegadinha.

Wise, minha melhor amiga desde que me conheço por gente estava parada ao meu lado, segurando minha mochila nas mãos, e com a própria mochila nas costas. Ela me fuzilava com o olhar.

–Não fui eu... -Murmurei grogue, antes mesmo de saber o que raios estavam acontecendo, enquanto tentava sentar como uma pessoa normal no banco.

–Claro que não. –Ela revirou os olhos dramaticamente. –Estava dormindo e roncando como um porco gordo. Estou te chamando a décadas.

–Eu não ronco, você ronca. Eu tenho provas em vídeo. –Me levantei apoiando-me no banco da frente. –Cara, que sonho bizarro. Tinha um... -Sua mão tampou minha boca antes que eu pudesse prosseguir.

–Nem mais uma palavra, estamos atrasadas. A equipe de natação tem uma disputa hoje contra Wheysaid. Os gêmeos Johnson vão estar lá. Eu necessito ver aqueles corpinhos tentadores. –Sua mente parecia vagar para a imagem dos corpos perfeitamente definidos dos gêmeos.

–Você pode até ser uma nerd, mas é uma pervertida descarada. -Instantaneamente suas bochechas coraram, e ela fez o que sempre fazia em situações embaraçosas: Colocou a franja que escapava do coque mal feito atrás da orelha e arrumou os óculos de armação grande e preta que escorregavam para a ponta do nariz.

–Ah, cale a boca. –Ela jogou minha mochila em mim, o que me fez cambalear. Segurei-a antes de cair no chão e passei um braço por uma das alças, e ambas nos dirigimos para fora do ônibus debatendo animadamente sobre cada garoto da equipe e natação, e seus prós e contras.

–Não sei como ninguém nota os garotos emos jogados nos cantos escuros, ingerindo bebidas alcoólicas proibidas nos EUA e fumando ervas e pedras e cheirando pós dos mais variados e exóticos.

–Eca. Vão todos morrer e queimar no inferno. –Ela fez cara de nojo.

–Achei que também fossemos queimar no inferno. –Ergui as sobrancelhas.

–E nós vamos, mas vamos queimar em azeite oliva extra virgem porque somos divas. –Ela fez careta.

–Morreremos virgens. –Rio

–Duvido muito. Nos levo pra um motel antes disso. Vamos perder a virgindade antes de morrer, nem que tenhamos que fazer isso uma com a outra.

–Hum... Tentador. –Rio mais fazendo careta, e vejo-a fazer o mesmo

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–David Johnson com toda a certeza do mundo é mais gostoso que Daryl Johnson. –Ela comentou, enquanto seguíamos para a piscina.

–Natalie, por favor. Eles são gêmeos sua tonta. –Ela me fuzilou com o olhar, e deu um pisão no meu pé. –AI! Que raios eu te fiz projeto de gente?? -Prendi o ar nas bochechas para não dizer a ela os palavrões que queria.

–Não me chame de Natalie.

–Mas é seu nome. Pessoas são chamadas pelos nomes. –Disse com careta de dor

–Não gosto que VOCÊ diga meu nome. Sabe que é pra me chamar de Wise desde que me deu esse apelido há uns 10 ano atrás. Se me chamar assim de novo, eu ponho fogo no seu quintal.

–Ótimo. Poupa-me o trabalho de juntar as folhas. –Segurei o riso.

–Estou falando sério. –Deu ênfase com cara de criança birrenta.

–Okay, Okay. Nada de dizer seu nome, Wise. -Disse empurrando as portas duplas que davam pra piscina.

–Melhor assim. –Ela deu um sorriso ao ver os gêmeos conversando na beira da piscina. –Ai, Ai, Ai. Que gostosura senhor! –Ela me puxou para o lugar mais perto da piscina, onde tínhamos uma vista melhor dos garotos de sungas extremamente apertadas.

–Esses garotos só podem usar enchimento na sunga, não é possível...

Aliás, aquiete seu fogo. A melhor parte vem por ai. –Aponto um garoto mais alto e menos trabalhado que ou outros. Ele tinha cabelos brancos, provavelmente descoloridos, pele claríssima e olhos azuis esbranquiçados como de um cego.

–Enchimento que nada. Isso se chama tamanho olímpico. –Ambas rimos como retardadas.

–Como eu disse. Pervertida. –Disse entre gargalhadas esdrúxulas. Ela logo notou para onde eu apontava.

–Alan Aureus? Depois eu sou a pervertida. –Ela sorriu com malícia.

–O que? Ah, vá se ferrar. Você quem o chamou de sorvete de creme e disse que queria uma lambida.

–EU?! EU UMA OV...

–SHHHHHHH! Cala a matraca. Vai começar. –Ela fez bico e encostou a cabeça no meu ombro para ter mais conforto. Eu tinha que admitir, ver garotos sarados com minha melhor amiga alegrava meu dia.

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A competição demorara pouco, e infelizmente ainda teríamos aula de história no próximo tempo.

Wise estava suspirando e fantasiando ao meu lado, enquanto matraqueava animada sobre a competição.

–Não acredito que nenhum dos gêmeos ganhou. Eles são praticamente tubarões na água! –Ela parecia realmente indignada, o que me fez precisar segurar o riso.

–É. Tubarões que perderam para Alan-Peixe-Espada.

–HEY! NATALIE! –Sam, o outro nerd da turma de Química vinha esbaforido em nossa direção segurando uma caixa rosa. –Natalie. –Ele disse tentando tomar fôlego.

Dei uma cotovelada em Wise, com aquela cara que toda melhor amiga sabe que significa “Tai o carinha que realmente gosta de você, sua tapada”.

–Sam? Hãã, o que houve? Parece que correu a São Silvestre. -Ela me devolveu o olhar de “Cale a boca ou eu te amarro na traseira do ônibus”

–Feliz Quatorze de Fevereiro. –Ele entregou a caixa rosa com laço vermelho a ela e saiu correndo para longe.

–Quatorze de Fevereiro? –Ela perguntou olhando a caixa, enquanto dobrávamos o corredor entrando na aula de História, nos sentando uma ao lado da outra, como sempre.

Revirei os olhos. –Você é tonta de nascença ou fez cursinho? Quatorze de Fevereiro. Dia de São Valentim.

–DIA DOS NAMORADOS? TÁ BRINCANDO! –Ela berrou na sala, mas ninguém pareceu notar. Fiz sinal para ela baixar o volume. –Eu recebi um presente de Dia dos Namorados de Sam Trey? Meu deus, meu forninho.

–Bom, é melhor que nada. Você é Chocólatra, não é? E eu quero um bom-bom. –Imediatamente me calei quando senhor Todd entrou na sala.

–Bom Dia turma. –E todos como um disco velho responderam “Bom Dia Senhor Todd”. Todos menos Wise, que estava ocupada demais tentando abrir a caixa de Bom-Bons sem chamar atenção.

–Abram os livros na página 234. Srta. Casther, se importaria de iniciar a leitura para a turma? –Ele ergueu uma sobrancelha.

–Hããã... Não Sr. Todd.. –Pigarreei. – “A Guerra de 1812, ou a Guerra Anglo-Americana foi travada entre os Estados Unidos e suas colônias, incluindo o Canadá Superior, o Canadá Inferior, a Nova Escócia, Bermuda e a Ilha da Nova Terra. - Barulhos brutos de algo no teto, como se alguém estivesse pulando nele atrapalhava-me de me concentrar na leitura, e parecia que impedia os outros de prestar atenção também. Dei uma pausa e olhei para o Sr. Todd.

–Prossiga, Zoe. Devem ser pombos. –Pombros fazendo um barulho daquele? Duvido muito. Então, logo tratei de me focar e voltar a ler.

–A guerra decorreu entre 18 e Junho de 1812 e 23 de Março de 1815, embora o seu tratado de paz tenha sido assinado em 1814. O massacre do Fort Dearborn, Indiana, em 15 de Agosto de 1812 foi a "gota d'água" que levou os americanos à guerra contra os britânicos ao que é, hoje, reconhecida nos Estados Unidos como War of 1812. –Ao dizer isso, o teto se rompe, e pedaços dele caem entre os alunos, enquanto algo maior cai em cima de minha melhor amiga, que estava bem ao meu lado.

Levantei-me aos tropeços, com os pedaços do teto ainda caindo, e tirei a carteira e a cadeira que tombaram sobre ela, jogando-as de lado, como uma força que eu tirei sabe-se lá de onde.

Gelei ao ouvir o grito de pavor dela, e fiquei paralisada por um momento. Mal podia acreditar.

Sobre minha amiga, estava o corpo sem vida de Sam Trey, o garoto que tínhamos visto antes de entrar na aula. Mas ele estava diferente, seus olhos eram apenas orbitas vazias, de onde seus olhos foram arrancados. Em seus braços, cortes formavam as palavras “You never know what fate awaits us, e em sua testa a palavra “Alone” estava escrita com o sangue do garoto. Onde devia estar seu coração havia apenas um buraco com artérias penduradas. Em seus lábios, havia um sorriso esculpido com uma faca, como o do Jeff The Killer. Sua camisa pólo branca estava encharcada de sangue e rasgada. Descongelei e jogue o corpo pra longe de Wise, que já estava apagada, e seus óculos estavam entortados. Seu rosto estava ferido, e ela estava suja com o sangue de Sam. Me abaixei ao seu lado e levantei seu tronco do chão, colocando sua cabeça contra meu tórax, abraçando-a protetoramente, enquanto hiperventilava.

Ficara difícil respirar. Droga, ninguém me avisara que asma poderia voltar.

Parecia tudo um terrível pesadelo. Minha audição zunia e eu tremia como bambu na ventania.

Pude ouvir algumas garotas gritando e garotos nos rodeando, tentando tirar Wise de meus braços para levá-la para a enfermaria, mas segurei-a firme

Os gêmeos se aproximam, passando pelos outros garotos.

David pegou Wise no colo, e Daryl pegara a mim, o que me permitiu apenas segurar a mão de minha amiga de modo que nada nos soltasse.

Eles deixaram a sala conosco, e eu só percebi que já estava a um bom tempo sem respirar quando meus olhos me fecharam para a vastidão escura e pesada da inconsciência. E mesmo na inconsciência, sentia a mão gelada de minha melhor amiga segurando forte na minha.


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Notas finais do capítulo

Pobre Sam ;-; Porque os bobos morrem cedo? Porque produção??
Então, Panquecas, acharam que eu não seria capaz de matar inocentes de novo, não é mesmo? Sim, eu tenho problemas. Tenho que admitir que adoro matar personagens. Me sinto um Frank Darabont da vida. (Criador de The Walking Dead)
Estou aceitando criticas construtivas, ideias e sugestões. Deixem reviews, isso me ajuda a melhorar, e me incentiva a prosseguir. É muito bom, sabe.
Leitores fantasmas: AMO VOCÊS.

Até o próximo capítulo (Que será postado em breve. Eu juro pela minha coleção de Pokémons em miniatura).



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