Unlearn escrita por Júlia Conto


Capítulo 14
Arminha de água




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– Não foi justo! – a morena falou, apontando a arma d’ água para Christian mais uma vez. Ambos estavam todos molhados, e Chris não pode evitar de olhar de relance para a camiseta branca colada de Six. Ela, ao perceber, deu uma gargalhada, e um empurrão leve, antes de retomar a pose, e voltar a apontar a arminha para ele. – Não quero ouvir um pio, entendido? Você é um péssimo sargento! – Falou ela, mordendo o lábio inferior para segurar a risada, ele riu e ela levou o cano da arma até sua cabeça.- NEM UM PIU!

– Eu ganhei! – falou Chris, puxando a arma de suas mãos e deixando sobre a bancada da cozinha. – Seven Eve Trouble, eu juro por Deus que eu não roubei! – falo ele, falando seu nome inteiro. Ela gostava da sonoridade do próprio nome, mas por algum motivo, nunca usava. Era delicado demais para ela. – Você teria se dado bem... – murmurou C, sem terminar a frase.

– Eu? Onde? – A dona dos cabelos castanhos perguntou, sentando- se em uma das cadeiras, próxima a bancada. Sentia sua camiseta branca e preta pesar sobre os ombros largos, e sua maquiagem escorrida. Ela limpou com as pontas dos dedos, ainda segurando a gargalhada.

– Você sabe, comandando as pessoas.

– Oh-oh, com certeza não, C. Eu provavelmente ficaria nervosa e não falaria nada na hora. Além do mais, não sei se quero me lembrar disso. Foram anos difíceis para todos nós. – Murmurou a última frase, enquanto brincava com os dedos. Eles eram longos, assim como suas unhas, unhas essas que estavam pintadas de preto.

– As vezes eu esqueço que eles morreram. É como se a qualquer momento Noah

fosse me ligar para ir a uma reunião, ou jogar vídeo game. Ou como se Ruthie ainda fosse me ligar todos os dias de manhã para mim acordar. Ela era um doce.– Falou em um clima nostálgico, e Six o abraçou por trás, enroscando as mãos de ambos no final. Não quis soltar.

– Noah...- Murmurou ela. – Ah, ele era um ótimo irmão. Daqueles que estão disponíveis 24 horas para conversar sobre qualquer problema que você tenha, por mais ocupado que estivesse. E, Ruthie... – Seven não conseguiu terminar a frase. Mordeu o lábio inferior, e sentiu uma quase lágrima escorrer. A repeliu no ato. – Foi uma ótima mãe. Tipo, uma das melhores.

– Seu pai morreu ano passado. Por que você não fala dele com o mesmo carinho?

– Ele era um monstro. Isso é, depois da morte de Ruthie. Lembro de uma época que o amava. – Bufou Seven, esfregando a cabeça no ombro. Oh, aquele assunto era arriscado. – Tenho muita sorte por ter Elija. Ele é meu melhor amigo. Mas, por mais estranho que pareça, sinto falta de Jilliard.

– Isso me lembra que... Eu me encontrei com Stay na quinta. – falou a última frase baixinho, baixinho, com medo de reprovação.

– Por que o tom? Cara, ela é sua irmã. Não fez nada de errado. Talvez tenha feito, mas a compare com Jilliard. Uma praticamente matou o irmão, e a outra se apaixonou, e teve um filho. Acho que não posso ficar brava com ela. – Seven esticou as pernas para fora da cadeira.

– Não acredito que a garota que eu conheci tenha feito isso, entende? – perguntou ele, distante. A morena o observou, rapidamente. Ele realmente era muito bonito, com os olhos âmbar iguais aos de Esther, Stay e de... Ah, deixa para lá.

– Eu cresci com ela. Nós bricavamos de casinha juntas. Me senti traída. Eu perdi dois irmãos de uma vez. As vezes queria não ter sido tão idiota. Mas ela é minha irmã! Minha única amiga me traiu.

– Eu sei como se sente.

– Não, não sabe.


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