Unlearn escrita por Júlia Conto


Capítulo 12
Olhos Cintilantes




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A dona das madeixas azuis sorriu para o taxista. Seus olhos azuis, tão claros como seus cabelos, focaram-se na casa, qual o táxi tinha parado na frente. Ela sabia que devia descer ali. Mas não tinha coragem. Mordeu os lábios mais uma vez, mesmo os sentido sangrar. Suas pernas estavam tremulas e seu olhar borrado. Era mais uma garota bonita de Nova Iorque. Ou talvez, fosse diferente.

– Você veio falando a viagem inteira do aeroporto até aqui. Não vai me dizer nem seu nome, moço? – Perguntou, a garota, com os olhos cintilantes. - Ah, talvez você esteja esperando que eu me apresente primeiro. – Ela disse, se debruçando sobre a janela. – Eu sou Alice. Mas se quiser pode me chamar de Ali. – Falou a garota, encarando a casa, por cima dos ombros do idoso taxista. Então, ajeitou a postura, se desencostou do vidro e manteve os olhos fixos na casa.

– Joseph. – ele falou. – Espero que consiga fazer o que veio fazer aqui. – Foi tudo o que ele disse, antes de ir. A moça bonita, agora com um nome, arrastou uma mala até a casa cheia de enfeites de natal. Era ali.

Com as mãos trêmulas deu duas batidinhas na porta de madeira escura. Uma margarida de prata enfeitava a entrada. Como se disse ‘’bem vindos!’’ aos visitantes. Um balanço enferrujado balançava sozinho, no canto oposto da varanda.

Após alguns segundos, uma mulher atendeu a porta. Tinha cabelos brancos, e estava um pouco a cima do peso. Rugas no rosto, que um dia foi bonito. Mas, principalmente, os mesmo olhos cintilantes.

Ali a abraçou, e sentiu uma onda de eletricidade, pelo abraço caloroso que recebeu da moça.

– Alice! Alice, o que veio fazer aqui?! – foi o que ela disse, mas em tom de surpresa do que expulsão.

– Corrigir um erro, Mãe. – ela falou, levando o dedo indicador aos lábios e emitindo um ‘shiu...’’.

– Entre, meu amor. Venha tomar uma xícara de café.

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Naquele dia, a neve caía no chão com uma intensidade impressionante. A grama da antiga casa de Elija estava totalmente branca. Os filhos de Jilliard brincavam lá, enquanto a mãe os olhava, sem muita atenção. O pai deles, no entanto, brincava junto.

O frio era tão intenso. Mas tão intenso. Jill, que havia passado anos e anos morando no México sentiu uma diferença absurda. O mais engraçado era que ela tinha esquecido do frio que era Nova Jérsei no inverno. Por pura coincidência, a estação que ela nasceu.

De repente, ela sentiu ser puxada por um braço forte. Não forte do tipo que pode te arrastar por metros. Forte do tipo, que só de encostar, deixaria marca. A morena se virou, encarando o dono dos olhos verdes persuasivos.

– Obrigado pelo favorzinho me fez. Não vou me esquecer dele não cedo. – murmurou Eric, em seu ouvido. Ela tremeu, talvez pela sua respiração quente na sua pele, antes de o empurrar para trás. Ou tentar.

– Psiu! – Falou ela. – Ninguém pode saber o que fiz. Cassariam meu diploma, na certa. – argumentou ela. – Agora prometa! Prometa que não vai machucar ele! – Falou ela, de repente, com medo do que ele podia fazer.

– Seu irmão é burro. – ele disse, como se explicasse tudo. Mas depois, continuou. - Não posso prometer. Sabe disso mais do que eu, Jilli. – ele a chamou por aquele apelido carinhoso, como se a tentasse. Mas ao perceber seu rosto duro como uma pedra, recuou. – Digamos, que se Elija entrar no meu caminho, vai sofrer as consequências. Mas se ficar na dele, ele pode terminar de viver a vida dele sem nenhuma cicatriz causada por uma faca ou algo do gênero.

– Você é um monstro, Eric! – ela falou, se encolhendo de frio.

– Quem me transformou nisso foi você. Lembra-se? – ele perguntou, sarcástico. – Jilli, nunca pensei que um dia, a Jilliard que conheci se transformaria em uma mãe de família. Achei que ela seria mais uma striper ou algo do tipo. – Então, rápida e impulsivamente, Jilliard deu um tapa no rosto de Eric.

– Nunca mais repita isso, me ouviu?! – ela falou. – A próxima vez que você insunar qualquer coisa a respeito do meu passado, vou fazer pior. Não tenho medo de você, na verdade, quem devia ter medo de mim é você. Eric Lett'ciaron. Sei muito mais do que imagina.

– Você não queira nem saber o que eu também sei de você, Jilli.


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