Unlearn escrita por Júlia Conto


Capítulo 11
Você o ama?




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ESTHER

– Onde Eric está mesmo? - Elija perguntou, batucando os dedos na mesa amarela da sala de estar. Ele parecia envergonhado. Deixou as malas no sofá, e se sentou na cadeira olhando pra mim. Seu sorriso era enorme, eu nem sei por que.

– Ele disse que ia treinar na academia de um amigo em Hoboken por uma semana. Ele disse algo sobre ela ser mais equipada. Talvez ele esteja lá. - Eu sorri, e me sentei em cima da mesa, do lado dele.

– Talvez? - Elija perguntou, confuso.

– É. - eu disse, passando os dedos no leve relevo da mesa.- Mas não importa. Então, pelo que vi, você veio pra ficar. - Eu disse, olhando para as malas em cima do sofá.

– Só por hoje...- Ele falou.

– Não, não... Pra onde mais iria? Alina tem um apartamento, muuito pequeno. Talvez a casa de Chris. - Eu disse, e depois sorri novamente. - Mas acho que quero que você fique. - Admiti. - Me diz, o que aconteceu com sua casa?

– Jilliard...- ele ia começar a falar quando eu o interrompi.

– Sua irmã? - Eu perguntei. Não tenho a menor ideia de como sei disso.

– Você se lembra dela? - Ele perguntou, surpreso.

– Só o nome. - Eu disse. - E que ela é sua irmã, anhn, mais velha? - Ele pareceu ainda mais surpreso. - Acho que não consigo lembrar de mais que isso.

– Não, não, está bom. - Ele sorriu. - E seu noivo? - Ele perguntou, voltando ao assunto do Eric. Queria fugir desse assunto, mas Elija não deixava.

– Eu já disse, Hoboken, treinando...- Eu falei.

– Você ama ele? - Ele disparou.

Pensei por um ou dois segundos. Mas é claro que eu não amo, nunca amei. Mas, por que ele quer saber disso? Não cabe a ele.

– Amo. - Engasguei com minha mentira.

– Então é melhor não arriscar seu relacionamento com ele me deixando ficar aqui. - Disse Elija. - Vou embora.

– Não vá, Elija. - Eu pedi. Mas já era tarde. Ele estava arrastando as malas para fora da minha casa.

–.-

Eric estava na casa de Georgia. O clima era frio, mais não muito. Os cabelos da loira estavam perfeitamente alisados. Sua boca estava vermelha, por causa do batom, e o homem só reparou isso, quando o batom de G também estava na sua boca. A loira limpou rapidamente os lábios com a manga da camisa preta e justa que usava.

– Não, não dá, Eric. - disse a loira. Seus olhos azuis se fixaram no teto. - Não posso, não tenho tempo para isso. - ela disse. Eric não entendeu. - Eu não posso pensar só em mim, Eric. Tem outras pessoas quem eu preciso cuidar. - ela falou. G tinha os olhos marejados. - Além do mais você tem sua noiva. Não quero fazer parte do seu arem particular.

Naquele minuto o telefone de Eric apitou. Em um movimento preciso e rápido (e talvez automático) atendeu.

– Ela está se lembrando. - disse Alina. - Eric, ela encontrou com Chris hoje. E se lembrou dele. Eu não estava perto, mais soube que ela reconheceu o irmão. - quase gritou no telefone. Ela estava apavorada. E deixou Eric furioso. -

– Que irmão? A menos que...- sua voz falhou por um segundo. - Ela tem outros irmãos? - perguntou.

– Fora o Chris? - perguntou Alina. Então ouviu um sim, praticamente desesperado. - Tem uma irmã mais nova, de 18 anos, chamada Stay. E tinha o Gus, que morreu, como você sabe - e armou. - no acidente.

– Onde está essa tal de Stay? - Eric perguntou. Sua voz tinha um pânico horrível.

– Ela mora com o filho, em algum lugar. - Alina disse, como se fosse obvio. Mais não era. Tudo era tão confuso quanto um código criptografado. - Ela ''saiu'' de casa meio jovem, com 16, quando descobriu que estava grávida. A mãe de Esther e Chris a praticamente expulsou de casa. Então eles cortaram relações. Ninguém sabe exatamente o que aconteceu ao projeto do projeto da sereia. E nem onde ela está.

– Você trabalha na policia, não? - Eric, perguntou, retoricamente. - Ache nos arquivos, pesquisas, sei lá onde, o celular dessa garota. E depois me passe. Precisamos passar ela ao nosso lado. - afirmou, Eric, sem convicção nenhuma.

– Farei o possível, Eric. Mais você sabe. Eu só tenho dados de Hobboken e olhe lá. A policia de Hobboken é pior que a fila do sus com epidemia de virose. - sorriu mentalmente. - Talvez ela esteja longe de tudo, simples assim. Ou talvez, seja sua vizinha. Não custa tentar.

– O que você quer dizer com isso? - perguntou Eric.

– Talvez Georgia saiba onde ela está. Ela e G eram bem amigas. Já que está fazendo uma ''visita'' a ela, dê uma perguntada. Você pode se surpreender. E a mim também. - Desligou.

– G, sabe algo de uma garota chamada Stay, Stay Wilson? - Os olhos dela se vidraram. Eric não entendeu exatamente porque. - Sabe?

– Bem...Não existem muitas garotas com o nome ''Stay'' - exclamou. - Ruiva, olhos verdes azulados ,sardas no rosto? Filhinho pequeno, de dois anos?

– Acho que sim. Sabe do paradeiro dela? - Disse Eric. Então G deixou escapar um suspiro.

– Subindo a escada, terceira porta a direita.

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Stay

– Quem é? - Chris perguntou ao telefone. As lágrimas rolavam, enquanto Maxon dormia tranquilamente em um berço no canto do quarto. A voz de meu irmão era outra. Não a que eu tinha escultado alguns anos atrás. Quando ele foi embora eu tinha 13 anos. Eu não ouvia aquela voz há 5 anos. 5 anos que todas as pessoas da nossa família, sofreram, de alguma forma. Gus foi reprovado na escola. Elija abandonou Esther, sem dar explicações. E Chris...bem, Chris só foi embora porque sua filha nasceu morta. Ele não iria aguentar ficar aqui, em meio a tantos problemas. Eu engravidei de um jogador muito idiota de basquete da escola. E cá estou eu, morando de favor em um quarto apertadíssimo na casa da minha amiga. Que bela vida a minha.

– É a Stay. - falei ao telefone. - Estou na cidade, irmão. Preciso ver vocês, antes que seja...ahn, tarde demais. - falei. Eu precisava ver-los uma ultima vez. Ver-los antes do que eu pretendia fazer. Ver o quanto Gus tinha crescido. Ver se Esther ainda estava sofrendo. Se os olhos de Chris continuavam iguais aos da nossa mãe.

– Minha irmã? - ele parecia surpreso. Eu estava nervosa. Senti minha barriga roncar, e pensei em pegar alguma coisa na geladeira. Então vesti um hobby sobre o meu pijama.

– A única Stay que você conhece. - disse. Maxon começou a chorar, eu não sei exatamente por que. Eu precisava terminar aquela chamada logo, ou ele me perguntaria o que está acontecendo. - Eu quero ver você. Amanhã, na casa da Georgia. - eu disse. - Bem...minha também. - Desliguei. Peguei Maxon no colo. Seus cabelos castanhos estavam colados em sua testa. Que estava quente. Febre. Muita febre.

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