Dilema escrita por Mizuhina, Utakata Bad Boy


Capítulo 9
Capítulo VIII - Verdade


Notas iniciais do capítulo

Gente, peço mil desculpas pela demora. Como já tinha anunciado (na minha página acho), eu estou sem computador em casa. To enviando o capítulo do trabalho, espero poder terminar a fic logo pra trazer novas fanfics a vocês. Muito obrigada pela paciência. A verdade é que este capítulo já estava pronto a algum tempo, mas sem pc pra editar ou revisar não deu.
Espero que esteja bom. Até a próxima. ♥



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Verdade - (真実)

 

“Não pense desonestamente, pense no que é correto e verdadeiro.”— Miyamoto Musashi 

 

Sasuke nunca tinha sentido antes um poder tão esmagador e intenso quanto naquele dia, aos pés do monte Kurama.. Muitas eram as lendas a respeito do lugar, e muitos os guerreiros astutos que jamais voltaram, no entanto, aquilo não importava, já que ele era incapaz de morrer. Se tinha que lutar, que ao menos fosse uma boa e intensa luta . E o instinto natural do Tengu lhe dizia que ambos eram inimigos naturais, e que de algum modo estavam predestinados a lutar, embora na cabeça do rapaz não passasse por um momento sequer uma razão concreta a não ser aquela que o tinha levado até ali. A menos que fosse necessário, ele não se livraria da forma de homem devido a suspeita sobre os Hyuuga.

 

— Confesso que nunca lutei com uma criatura tão grande como você, mas tem uma primeira vez para tudo. – O samurai disse com escárnio e empunhou a espada preparando-se para a batalha. A postura de batalha era firme e bem definida, tal como o espero de um herdeiro dos Uchihas.

— Vou te estraçalhar sangue amaldiçoado. – A voz demoníaca da raposa ecoava de uma forma arrepiante, e era inimaginável que há pouco ela tivesse a figura de um rapaz gentil. Mas afinal de contas é isso que as criaturas faziam para enganar, pelo menos era o que parecia.

 

Sasuke avançou em alta velocidade na direção da criatura, enquanto que a Kitsune usou a cauda para desequilibra-lo batendo-a no chão e causando um grande tremor na montanha. Ele deu um salto pairando em cima de uma árvore, e lançou algumas pedras amarradas em linhas quase invisíveis. Puxou com a força sobre-humana uma das patas da raposa, a desequilibrando, e ela caiu logo em seguida erguendonovamente uma das patas e golpeando-o para longe  no momento em que Sasuke avançou.

 

— Vai ser mais difícil do que pensei. – Ele sorriu de canto. E os olhos tingiram-se de vermelho com a excitação da batalha deixando apenas que uma porcentagem de seu poder sombrio se manifestasse.

 

O jovem samurai avançou novamente, desferindo golpes de espada contra a criatura, enquanto ela rebatia com as unhas ásperas. Ele não imaginava que uma Kitsune  daquele tamanho poderia ser tão astuta e ágil. Sasuke saltou por cima dela, parando em sobre as costas, mas a raposa o jogou novamente para longe. Quando ele tentou fazer o truque das linhas de novo ela soltou um forte rugido do qual saiu uma rajada de vento muito forte e poderosa, com um som agudo a ponto de quase ensurdece-lo. Embora mantivesse a aparência comum de homem, os sentidos de Tengu do jovem samurai ainda eram muito aguçados por isso nada escapava a

 

Sasuke sentiu novamente uma golpe violento foi prensado  contra uma das árvores que se quebrou atrás dele. Ele tentava antecipar os movimentos da criatura com os instintos, mas parecia que ela tinha a mesma habilidade. A luta desenrolava-se árdua e complicada, nada do que ele fazia surtia o menor efeito e pela primeira parecia ter encontrado alguém mais forte. Aquilo de algum modo o irritava e fazia o corpo ansiar por uma sede de poder incontrolável e de caráter predatório. Os olhos do jovem samurai contemplaram em um instante as árvores existentes ali serem dizimadas por uma forte rajada de fogo. As chamas persistiam intensas e logo o local que era frio fora tomado por um calor insuportável.

 

— Agora eu entendo qual é o problema das pessoas com você. – Sasuke disse empunhando novamente a espada. Precisava pensar logo numa estratégia, antes que fosse feito em pedaços. Era inegável que os Uchihas sempre foram uma arma de guerra poderosa, no entanto eles jamais enfrentaram uma força tão poderosa quanto aquela. Pelo menos não no que recordava. E tão pouco nada que não passasse de lendas.

 

A única vantagem era o tamanho da raposa, que a deixava com dificuldades de acompanhá-lo graças a destreza e velocidade, no entanto parecia que quanto maior o ódio dela, mais poderosa e descontrolada podia ficar. Sasuke tentou mais uma vez perfurá-la com a espada, mas percebeu que a pele dela parecia ser revestida de uma couraça resistente, embora os pêlos  cor-de-fogo dessem uma aparência delicada.

 

O samurai foi jogado no chão e logo a criatura saltou tentando pisoteá-lo. Sasuke segurou a espada acima do corpo, de modo que atravessou a pata por baixo.   Enfim tinha descoberto um ponto fraco. O sangue escorria acima do corpo do rapaz a medida com que a raposa o pressionava cada vez mais contra o chão, esmagando seus ossos.

Ele sentiu uma dor aguda e o peito sufocar, pois apesar do ferimento a Kitsune não parava de pressioná-lo. O ar parecia faltar-lhe e se pudesse morrer talvez fosse pela falta dele. Ele tossiu algumas vezes enquanto a Kitsune gritava com ódio. – Morra criatura infeliz. Morra e leve sua maldição com você. Morra em nome do seu sangue sujo.

 

Sasuke a aquela altura, pela forma que segurava a espada já tinha uma das mãos quebradas, embora se recusasse a gritar de dor ou se dar por vencido. O cabo da espada era pressionado contra sua barriga, e apesar de já ter atravessado a pata da Kitsune, ele sabia que quanto maior a pressão cedo ou tarde poderia perfura-lo.

 

— Isso é uma piada? Seria simplesmente ótimo se eu pudesse morrer e deixar esse mundo insano, mas eu não posso. Na verdade você pode esmagar todos os meus ossos que vamos ficar nessa luta infinita até que um de nós morra, e no caso esse é você.

— Desgraçado. – A Kitsune se afastou furiosa. Sentia a cabeça rodar e a visão ficou turva. Ela deu um salto para trás e o chão estremeceu. Sem conseguir se manter de pé, tombou para o lado completamente acuada. – O que está acontecendo?

 

Sasuke se levantou com o braço machucado deixando-o de lado, e concentrou as forças no outro que ainda estava bom e tinha poupado de propósito.

— Me desculpe por isso, não é o que eu faria normalmente, mas eu sabia que você era um oponente a minha altura. Minha espada nunca seria capaz de matá-lo, por isso eu a banhei em veneno paralisante e esperei até fazer efeito. Isso não é nada pessoal.

— É por isso que eu odeio tanto vocês tengus. São uma raça maldita, covarde e assassina! Assassino. Assassino.

 

Aquelas palavras o atingiram como facas agudas, tão ásperas, pesadas e  verdadeiras. No entanto, ele estava tão acostumado a áquilo que por muito tempo esqueceu-se de ferir-se, ou lembrar-se delas. Talvez pudesse ser considerado um covarde, mas isso não importava. Sasuke não se considerava um vencedor, pois embora tenha entrado numa jornada infinita pela busca da honra ele sabia que no fim das contas sempre seria um rounin. Que estava condenado a passar o resto de seus dias observando as pessoas envelhecerem, adoecerem e morrerem num processo natural que lhe foi negado desde o nascimento. Ele estava destinado a pagar por um pecado que não cometeu.

 

As kitsunes tinham uma energia bem diferente e oposta à dele. Era algo que trazia vida, e lembravam a criação, coisa a qual ele não conhecia, e talvez por isso sentisse tanto ódio da natureza. Um ódio irracional e inato sem razão de existir. Um ódio instigado pelo destino, que talvez tenha sido planejado desde o início.

 

Os olhos eram frios e distantes, a mão boa do braço esquerdo brilhava num intenso azul que lembravam raios e emitia um som do canto de mil pássaros. Era a única coisa forte o suficiente pra matar uma Kitsune. Ele avançou tomando distância e foi na direção da enorme raposa, sem se livrar da condição de homem. Aquilo demandava um enorme esforço e era bastante perigoso.  

 

— Hinata saia já dai! – A voz grave da raposa ecoou forte naquele momento, quando viu uma jovem de longos cabelos negros se jogar bem a sua frente de forma heroica e corajosa. Ela se recusava a mover-se dali e tinha sido tão rápida que era inimaginável uma moça ser capaz daquilo.

 

Desesperada, a raposa envolveu a donzela com as enormes patas, e fechou os olhos esperando o abate. Sasuke tinha a absoluta certeza de que já era impossível parar. E questionava-se como era capaz de cometer suscetíveis erros. Era tarde. Aquela situação estava fora de controle. Talvez ele devesse sujar novamente as mãos, e apagar aquelas existências antes que seu segredo fosse descoberto. Não sabia o quanto Hinata tinha ouvido e nem qual a ligação da herdeira com a Kitsune.

Será que o destino o confrontava a manchar o próprio sangue eternamente com vidas inocentes? Um castigo interminável sem redenção? Aquilo pesava. Manter um segredo ou trair o destino. Era por esses motivos que ele era como uma onda, imprevisível e sem um rumo.

 

Ele sentiu seu corpo ser empurrado para o lado com uma pressão, e caiu no chão com o impacto forte perto de brasas apagadas das árvores que antes existiam ali. – Pare com isso! – Era a voz doce e chorosa de Sakura suplicando. Demorou algum tempo até que entendesse o que ocorrerá, os olhos verdes estavam completamente marajados. O belo kimono sujou-se com as cinzas. E num instante pode notar lágrimas molharem a face, ela estava agarrada ao corpo do samurai quase como um abraço.

— Droga! – Ele praguejou e imediatamente  foi envolto por uma cortina de fumaça.



Ele estava simplesmente imóvel e sem reação. Naquele momento a maior das desgraças aconteceu e o segredo foi definitivamente quebrado. O corpo de Sasuke metamorfoseou-se num falcão, e o jovem samurai  já não sabia mais o que fazer. A donzela de cabelos róseos olhou perplexa para a criatura, que agora não passava de um animal.  O mundo parecia ter virado de cabeça para baixo.

 

A verdade às vezes pode ser surpreendentemente dolorosa e naquele momento parecia estar anunciando o fim.

 


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