Dilema escrita por Mizuhina, Utakata Bad Boy


Capítulo 7
Capítulo VI - Dever


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Estava combinado atualização as quintas, e eu já tinha o capítulo pronto, porém ocorreu um problema. Meu chip do molden 3G simplesmente parou de funcionar, e graças a época de festas e etc... Minha mãe só veio a arrumar outro ontem, ou seja, isso foi o motivo da demora. Peço mil desculpas. Eu pretendia postar da casa do meu namorado, mas acabou que tivemos muitas coisas pra fazer, saímos para muitos lugares, principalmente porque a prima dele veio visitar o rio e eu não podia fazer desfeita. Acabei me divertindo bastante, peço desculpas mesmo. Muito obrigada pela compreensão, estou postando neste domingo porque eu acho que vocês já esperaram de mais e seria tenso esperar até quinta-feira.



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Dever (一分)

Um samurai deve antes de tudo ter sempre em mente, dia e noite, desde a manhã de ano novo, quando pega os palitos para comer e tomar café, até a noite do último dia do ano, quando paga suas facturas, o facto de que um dia irá morrer. Essa é a sua principal tarefa. - Bushido O Código Do Samurai – Daidoji Yuzan

Algo que sempre pesou tanto quanto a honra era o status social, não importava se de algum modo uma família vivesse precariamente ou que tipo de posses tinham, se o sangue pertencesse à nobreza dependendo da posição politica tudo poderia ser resolvido. O clã Hyuuga era esse tipo de família, que mesmo devido as suas grandes dificuldades financeiras graças a guerra, ainda assim tinha grande importância. O clã cujos membros tinham olhos grandes e claros era o segundo na linha de sucessão do império, atrás apenas do clã Senju.

O que Sasuke temia era exatamente esse status. Com certeza nesse “trabalho” pagariam bem, daria para comprar talvez três vezes mais comida ou o pagamento seria feito em arroz, o que também era uma vantagem. O problema real do jovem samurai eram as ligações desse clã com os Uchihas e a possibilidade de ser reconhecido e encontrado. Considerados os clãs mais fortes do país do fogo, tanto Uchihas como Hyuugas lutaram lado a lado na guerra, ambos compartilharam não só relações de negócios, como sociais e militares, portanto a possibilidade de alguém reconhecer aqueles os cabelos negros e a feição fria e distante era algo a se pensar.

Sasuke estava sentado à beira da varanda no chão de madeira do casebre, já fazia tempo que tinha terminado a refeição. Uma voz o despertou quando estava completamente imerso nas preocupações mais profundas. – Está preocupado com a relação entre os Uchihas e os Hyuuga? – A voz doce e calma da donzela o surpreendeu.

O rapaz se questionou por um momento. Como ela sabia daquilo se ele não tinha dito uma palavra? Sakura estava de pé ao lado da porta, ninguém por perto.

– Kakashi te contou? – Ele indagou sem focar seu olhar nela, continuava a observar a neve límpida e branca.

– Não.

– Então como sabe sobre isso? – Naquele momento Sasuke empunhou a espada, num movimento rápido e imperceptível aos olhos da rosada. Ela ficou espantada a principio, mas logo se acalmou. A arma continuava apontada, a lâmina roçando na pele macia. Os olhos verdes demonstravam coragem.

– Através de histórias. Quando minha mão foi oferecida ao lorde Orochimaru foram me dadas orientações a respeito da nobreza. As famílias mais importantes, os laços que eu deveria ou não criar. De vez em quando minha mãe ia ao meu quarto pentear meu cabelo e dizia coisas como “Os Hyuuga tem uma herdeira da sua idade. Faça amizade com ela e cultive as boas relações.”- Sakura gesticulou com as mãos, imitando a voz da mãe e se Sasuke tivesse o menor senso de humor teria rido, mas ele era tão frio quanto aquele inverno.

– E o que isso tem haver comigo ou com os Uchihas? – Desconversou tentando não demonstrar interesse, embora sua reação inicial já o estivesse entregando. Sasuke pensava em matar Sakura para esconder a informação, mas suas mãos hesitavam e ele tinha a certeza de que não poderia fazê-lo. Na verdade pensar era diferente de executar, ele nunca teria coragem. Tudo já estava perdido, era apenas uma questão de tempo até o segredo ser revelado. Até ele ser rejeitado e odiado por todos os que queriam destruí-lo e talvez todos os que pudessem amá-lo.

– Eu soube que esses dois clãs eram bem próximos, mas cortaram relações depois de um incidente que não é muito comentado. Talvez sejam apenas lendas. Mas as más línguas dizem que devido a grande relação de amizade entre as famílias poderiam continuar por entre os panos e por isso uma desconfiança que ronda pela cidade imperial. Graças a essa razão muitas pessoas tem recusado negociar diretamente com os Hyuuga com medo que seu nome seja associado a uma possível rebelião. Ainda que sejam rumores infundados talvez você não queira chamar atenção ou criar problemas. Estou certa?

– Até o momento a única que me trouxe problemas foi você. – Sasuke guardou a katana e encarou a moça com indiferença. – A convivência dos nobres sempre foi um ninho de serpentes, sempre com um pronto para derrubar o outro. Você sabe quem realmente foram os Uchihas? Seu pai estava na guerra civil, não estava? Ele deveria saber. – Ainda que trilhasse um caminho solitário e cheio de impedimentos, Sasuke ainda amava sua família e mantinha o orgulho. E mesmo que estivesse disfarçado a ligação com seu sangue ainda era forte.

– Bem... Meu pai servia um oficial do governo anterior que foi derrubado, então... Não temos muita informação sobre questões como essa.

– Os Uchihas junto dos Hyuuga levantaram esse país e ajudaram o império a restaurar o poder, no entanto graças a um erro todos lhes viraram as costas. Ninguém se lembrou da contribuição deles na guerra quando decidiram jogá-los para uma periferia. Um lugar onde pudessem ser vigiados. A cadeira onde a imperatriz descansa hoje nessa “era de paz” foi levantada com esse sangue dos sacrifícios dessas famílias. E o que eles receberam em troca? Descaso.

Sakura ficou surpresa com a quantidade de amargura e ódio nas palavras de Sasuke, do quanto aquilo parecia machucá-lo. Ele, de alguma forma parecia ser leal a alguém, talvez aos Uchihas. Um servo ou um membro do clã? Ela não tinha como saber. O rapaz se levantou e, naquele instante, ela inclinou-se para abraça-lo, mas a reação dele também foi inesperada. Sasuke se virou bruscamente e segurou-a pelos braços afastando a rosada o máximo que pode. – Nunca mais faça isso. Nunca mais tente me abraçar! – Ele parecia estar falando terrivelmente sério.

Sasuke se afastou e pegouo chapéu de palha que estava no chão, caminhou por entre a neve até desaparecer no horizonte entre as árvores. Sakura tinha a péssima sensação de que ela sempre o irritava, ou talvez, ele só não estivesse acostumado a esse tipo de aproximação.

– O quanto você sofreu até chegar aqui? – Ela se questionou enquanto olhava para a direção a qual ele partiu. A imagem do treinamento, tudo estava fresco em sua mente. O coração palpitava, tomado um sentimento que mesclava angustia e algo desconhecido. Ela nunca tinha se sentido daquela forma. Então que tipo de efeito Sasuke tinha lhe causado? Era algo muito mais complexo e profundo do que um simples sentimento de gratidão.

[...]

Uma vez que o fracasso com os dois shinobis tinham tornado o segredo o mais exposto possível, Sasuke não tinha opção a não ser aceitar o trabalho. Esse tipo de recompensa era raro e não estavam em tempos de fartura para recusar o que fosse principalmente se tratando do inverno quando as ações agropecuárias tem uma interrupção e os alimentos se tornam mais caros.

Sasuke estava disposto a aceitar, no fim das contas. Era muito novo quando fugiu do clã, já fazia anos, então a possibilidade de que alguém o reconhecesse era remota. Ele não usou nenhum de seus poderes, tão pouco as asas para encurtar o percurso, para ele era uma habilidade usada somente em batalha em casos extremos. Seu valor como homem era maior que a natureza Tengu, ele sempre manteve isso mente. A viagem até a residência dos Hyuuga não levaria mais do que algumas horas, já que eles não estavam na cidade imperial lar do castelo senju.

– O que eu estou fazendo? – O jovem samurai se questionou a respeito de suas atitudes com Sakura. De algum modo ele sentia um pouco de remorso. Ela não tinha culpa, embora atraísse apenas problemas. Sakura estava tão só quanto ele, isolada, longe da família. Ele pensava sobre o que aconteceria se não tivesse evitado o abraço. E qual seria a reação dela caso descobrisse a verdadeira forma.

– Tcs, preciso me concentrar. – Ele tentou afastar tais pensamentos e seguiu em silêncio.

Não levou muito tempo para que Sasuke avistasse a residência dos Hyuuga, e como o clã era numeroso, não era uma surpresa que fosse um local tão amplo. Ele tomou o máximo de cuidado, se apresentando apenas da maneira como era chamado por aqueles que não o conheciam “Olhos de falcão”. Era comum associar esse tipo de nome a ronnins, ex-samurais e assassinos. Nomes que eram dados devido a alguma característica marcante, e nesse caso, o Uchiha se distinguia por sua visão apurada.

Logo que os portões se abriram ele entrou na residência que tinha uma quantidade considerável de servos, membros do próprio clã que era dividido em família principal e família secundária. O Uchiha adentrou a enorme mansão, tão luxuosa e lustre quanto a que o próprio clã fora um dia. Ele encontrou um homem de cabelos longos e castanhos que aparentava ter a mesma idade, mas era um ano mais velho. Chamava-se Hyuuga Neji e era sobrinho patriarca dos Hyuuga. Os dois caminharam até chegar ao salão principal, onde assuntos de negócios geralmente eram tratados. Neji dispensou os servos e ajoelhou-se no chão. A frente estava o tio Hizashi.

– Aproxime-se olhos de águia. – O homem disse com a voz firme. E Sasuke o fez evitando levantar os olhos, usava o chapéu para manter o disfarce.

– Que tipo de serviços você tem pra mim? Devo avisá-lo que dependendo da situação pode sair caro.

– Não estamos preocupados com isso. Faremos uma parte do pagamento em arroz e a outra em ouro. Existe uma anormalidade que tem rondado o clã Hyuuga, e nós tememos pela vida dos nossos membros. Infelizmente não é algo com o qual podemos lidar sozinhos...

– Que tipo?

– Uma Kitsune.

Sasuke espantou-se ao ouvir aquelas palavras, pois as Kitsunes se tratavam de lendas das quais as pessoas se aproveitavam para dar alguma lição de moral. As lendas diziam que as Kitsunes, raposas monstruosas, eram seres malignos que traziam azar e destruição. Quanto maior fosse o número de caudas, mais devastadores eram os poderes, ainda assim poucos eram os que diziam ter visto tais seres. No próprio clã Uchiha havia rumores de que um membro do clã uma vez havia se deparado com tal criatura.

– O que os faz pensar que eu seria capaz de me livrar de algo assim se nem um clã inteiro é capaz de fazê-lo?

A aquela altura do campeonato essa era uma questão séria, pois ainda que fosse imortal, Sasuke tinha um disfarce a manter e essa era uma missão perigosa demais para ser dada a um homem comum. A abordagem levantava certa desconfiança, e ele olhou atentamente para o homem e o sobrinho tentando detectar qualquer tipo de pista que entregasse uma emboscada.

– Não tem um motivo especial. A sua fama nos arredores daquele vilarejo é bem fundamentada. Além disso, dizem que vocês samurais não tem medo da morte. Então por que hesita? Sua qualidade de ronnin deve-se a covardia? – Aquela parecia à verdade, mas as palavras arrogantes tinham ferido o orgulho.

– A morte pra mim não passa de uma piada de mau gosto. Eu aceito a missão, mas vou cobrar caro por isso.

As negociações não demoraram muito e os acertos finais foram feitos. Os instintos de tengu de Sasuke o avisavam que alguém estava observando a conversa, ele olhou para o lado atento e pode observar a ponta de uma vestimenta atrás de algumas pilastras. Parecia que alguém tentava se esconder.

– Se vai nos espionar faça direito. – Ele disse ríspido como se estivesse de mau humor.

Um grito abafado de susto foi ouvido. – Saia dai Hinata. – O senhor Hisahi ordenou a filha e .logo a donzela de longos cabelos negros e olhos perolados entrou no campo de visão dos rapazes. Ela era uma das filhas de Hisashi e a primeira na linha de sucessão dos Hyuuga.

– H-hinata-sama não deveria estar aqui. – Neji disse meio nervoso temendo pela reação do tio, o qual mantinha uma expressão rígida e descontente.

– Perdoe a falta de educação de milha filha. – O líder dos Hyuuga disse envergonhado e Sasuke deu de ombros.

Hinata abaixou a cabeça desviando o olhar e pediu desculpas curvando-se para eles. Ouvir conversas alheias não era educado, e aquele não era o assunto do qual ela deveria participar. Provavelmente mais tarde ela receberia algum tipo de punição e Sasuke não pretendia se meter em assuntos de família. Mas mesmo ele podia notar o olhar angustiado que a moça tinha, de alguém que escondia um sofrimento profundo e uma tremenda falta de coragem. Aqueles eram os olhos de alguém desesperada com uma intensa ferida na alma. Alguém que lutava internamente contra algo da própria natureza, talvez contra aqueles a quem amasse.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem do capítulo ^^
Desculpa pela demora. :)



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