Dilema escrita por Mizuhina, Utakata Bad Boy


Capítulo 3
Capítulo II - Respeito.


Notas iniciais do capítulo

Kunoishisexy: Yo Minna como vocês estão? Meu plano era postar o mais cedo possível, só que vocês sabem como esse fim e começo de ano é corrido? Eu espero manter postagens regulares e frequentes. Desculpa pela demora. T.T
Mas virada de ano, mais aniversário do namorado (ontem), mas o meu (semana que vem), mais preparação pra viagem. D=
Eu sou meio emotiva, e já guardo um carinho muito especial por essa fic, muito obrigada por todos os reviews e pelos 35 acompanhamentos. *------*
Vou me esforçar bastante. E eu estou realmente feliz, minha one-shot tirou o primeiro lugar num concurso e eu ganhei uma saga de livros. *0*
Isso me motivou bastante. Pra quem quiser ler segue o link: http://fanfiction.com.br/historia/571039/Ate_a_proxima/
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Capítulo por kunoishisexy.



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Respeito (尊敬)

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“A vida de alguém é limitada; a honra e o respeito duram para sempre.” Miyamoto Musashi

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Às vezes carregar um nome poderia ser um fardo inimaginável, uma vez que a desonra se tornava o maior dos pecados. A não ser que a própria morte lavasse a alma e restaurasse a honra; aquela maldição o perseguiria para sempre.

Contudo Sasuke preferia seguir seu caminho como uma onda, um ronin que se recusava a morrer ou a matar quem julgava inocente. Se seus ancestrais eram os culpados, porque justo ele tinha de carregar tamanha responsabilidade? Jamais aceitaria.

...

O jovem samurai caminhava na neve gélida por entre as árvores, estava decidido a descobrir algo sobre a estranha que tinha resgatado na noite anterior.

Quando já estava nos limites do território da vila, próximo a uma estrada deserta, ele sentiu uma sensação incomoda, algo em seu instinto dizia que tinha um perigo próximo. O samurai fechou seus olhos deixando que o vento lhe indicasse a direção.

O som que chegara a seus ouvidos era algo como galhos se movendo, alguns poucos sendo quebrados. Aqueles ruídos não poderiam ser causados apenas pelo vento, tão pouco por animais. Eram muito precisos e rápidos, com uma destreza típica de humanos, mas não qualquer tipo.

– Ninjas? – Ele se perguntou constatando que aqueles também não eram movimentos de samurais, e além do mais, eles estavam muito bem camuflados. – O que ninjas fazem aqui?

Aquilo era irracional, shinobis jamais seriam atraídos até uma vila pobre e pacata como Konoha a menos que algo lhes interessasse. Ninjas eram um tipo de guerreiros bem diferente dos samurais, era como comparar gatos e cachorros, embora esta comparação fosse demasiadamente infeliz.

A linguagem popular costumava dizer que assim como cães os samurais eram leais a seus senhores, lutando sempre ao seu lado e somente por eles; enquanto que ninjas eram independentes como os felinos, serviam qualquer um que pudesse lhes dar comida ou pagar uma boa quantia sem nunca dedicar sua lealdade a ninguém. Eles executariam qualquer trabalho sujo desde que fossem bem pagos por isso. Era um fato inegável.

Atento a presença deles Sasuke acompanhou com os olhos aquela movimentação estranha. Permaneceu onde estava, assim como seu código dizia, samurais devem sempre evitar o conflito. Ainda mais os que são desnecessários.

Ele tentou se aproximar devagar, podia ouvir algumas vozes bem a frente. Parecia um rapaz conversando com uma garota. – Veja o que encontrei. São fios de cabelo rosado. Sem dúvidas é quem estamos procurando. – A voz feminina concluiu enquanto segurava fios que encontrou presos em alguns galhos secos.

– Ainda assim Karin, não acredito que ela tenha sobrevivido a uma tempestade como aquelas.

– Lorde Orochimaru não ficará contente só com isso, seu idiota. – A garota disse irritadiça. – Temos que levar informações concretas. – A fala foi acompanhada de um longo suspiro.

O rapaz que conversava com ela tinha cabelos albinos como a neve, ela percebeu ele estreitar os orbes de cor roxa para o lado. Ele jogou algumas shurikens em um tronco onde por um instante parecia ter alguém. Ao lado estava Sasuke que desviou com uma destreza incrível. Logo o rapaz responsável pelo ataque sorriu de canto e falou com ironia. – Parece que não estamos sozinhos.

Karin a kunoichi, denominação naquela época dada a ninjas mulheres, sacou logo uma kunai de seus bolsos e posicionou-a em sinal de defesa. Seus olhos vermelhos estavam alerta, ela ajeitou os óculos que usava. – Quem é você?

– Estou apenas de passagem. Vocês não são assaltantes, são? – Sasuke indagou sem movimentos bruscos, mas a qualquer sinal estaria pronto para desembainhar sua espada. – Não tenho a menor intenção de lutar, mas se esse for o caso...

– Não somos assaltantes. – O rapaz respondeu mostrando um sorriso desafiador, um dos dentes era pontiagudo. Ele também portada uma enorme espada nas costas. – Você por acaso não teria visto uma mulher de cabelos rosados, teria?

– E porque eu deveria dar qualquer informação a um forasteiro?

– Você não está vendo que ele é um samurai, Suigetsu? Não tem a menor condição de arrancarmos informação dele. – Karin concluiu e o rapaz a ignorou. – Vamos embora isso não vai dar em nada.

– Um samurai? Que interessante. Pensei que essa raça estivesse extinta, digo: Espadas não foram proibidas? Mas vejo que tem uma bem ai.

Sasuke levantou a cabeça, permitindo que seus olhos fossem vistos melhor, já que o chapéu de palha atrapalhava um pouco. Era um olhar sério, determinado e de péssimo humor. Olhos de um assassino. O instinto de Suigetsu apitava, indicava que aquele era um homem extremamente perigoso, subestimá-lo poderia terminar em alguns membros cortados. Ele engoliu um seco. Aquele olhar era ameaçador. – Não nos entenda mal. Estamos apenas de passagem caçando uma criminosa. – Embora a ânsia por lutar com um oponente forte fosse incomparável, eles não podiam chamar muita atenção.

– E que crime essa pessoa cometeu? - Sasuke perguntou com seriedade.

– Isso não diz respeito a você. – Karin respondeu de forma grossa. Tinha um linguajar bem impertinente a uma garota, mas o samurai a ignorou. Sasuke já tinha conseguido o que queria saber, permanecer ali era perca de tempo.

Ele decidiu ir embora. Deu um aceno singelo e caminhou na direção oposta, embora seus ouvidos ainda estivessem atentos. Jamais abaixava a guarda. Os dois shinobis decidiram ignora-lo também, julgando que não era nada mais que um intrometido, e, além disso, não conseguiriam arrancar qualquer informação mesmo que o pusessem sob tortura. Era melhor continuar a seguir rastros.

[...]

Já na residência de Kakashi a garota parecia ter melhorado. A febre já tinha diminuído e a pele estava um pouco mais corada, embora ainda persistisse o resfriado.

– Então qual o seu nome?

– É Sakura. – Respondeu um pouco acuada e receosa.

– Você é uma fugitiva? – Kakashi foi direto ao assunto despertando-a com sua pergunta, e a julgar pela expressão atônita da garota aquilo era uma confirmação. – Pelos seus trajes pude perceber que esta relacionada a um casamento e do mais alto escalão, algo como a nobreza.

– Sim. – Sakura afirmou com a voz baixa, não podia negar nem esconder aquilo.

– Você foi assaltada enquanto ia para a cerimonia ou algo do tipo? Devem ter pessoas procurando por você em algum lugar, mas antes de informar as autoridades gostaria de saber sua história. – Era impossível prever que tipo de expressão Kakashi fazia por debaixo daquela mascara, ele era misterioso e aparentemente bastante curioso.

– Não. – A rosada refletiu por um momento, pensando na melhor maneira de explicar como tinha ido parar tão longe. Como tinha se desenrolado toda a sua história dramática até então.

A verdade é que Sakura não pertencia à nobreza, mas a classe dos samurais. Seu pai era um samurai de renome que servia em uma vila distante dali, onde tinha mais riquezas e abundancia, por isso nunca passara necessidades quando criança.

Durante a guerra pelo poder o senhor de seu pai, o qual vivia sozinho e não tinha familiares, morreu lutando pelo antigo governo. Logo depois veio a lei do banimento da espada e com isso a extinção da classe samurai, e até então a família Haruno que detinha uma das maiores riquezas perdeu tudo caindo na miséria.

Perdendo suas terras e o sustento, os pais de Sakura não conseguiram se acostumar com a vida simples de meros camponeses em meio as mais demasiadas dificuldades. Principalmente sua mãe que estava acostumada ao mais alto luxo, dessa forma diante da ruina a opção que o casal viu foi oferecer sua única filha para um nobre, recuperando assim com o casamento algum status social. Ela achava completamente injusto ter de se entregar assim como uma moeda de troca que compra uma mercadoria. Não podia sequer imaginar um homem que tinha idade para ser seu avô tocando seu corpo, embora não aparentasse.

Orochimaru um lorde de índole discutível era a quem ela tinha sido oferecida, ele tinha interesse por “coisas” exóticas, talvez nenhuma feição a vida, já que era retratado como alguém bastante sanguinário e cruel. Sakura não estava disposta a entregar sua vida a alguém tão sujo que se assemelhava mais a uma serpente inescrupulosa do que a um ser humano. Apenas de lembrar-se daquele rosto nojento já sentia bastante repugnância, e por isso suas palavras saíram sem hesitação.

– Estou certa de que quando me encontrarem terei de cometer o Jigai. – Ela disse referindo-se a um suicídio para recuperar a honra, equivalente ao sepukku cometido pelos samurais. – Não faria diferença pra mim se tivesse morrido naquela tempestade de neve.

– Você tem medo de morrer? – Kakashi perguntou atento a expressão da donzela, que parecia carregar um grande sofrimento. Não parecia que ela realmente desejava uma morte. – Suponho que fugir de um casamento tenha trago vergonha a sua família.

– Não é isso! Eu morreria alegre e feliz se isso significasse algo que considero certo, mas no meu interior eu não sinto que realmente esteja.

Sakura explicou detalhadamente sua história e seus motivos, por mais que a sociedade pudesse considera-los errados. E para a surpresa dela, diferente da maioria dos homens Kakashi era um bom ouvinte, bastante paciente e compreensivo. – Mesmo que a morte seja minha única opção eu me recuso a viver como um objeto. Prefiro meu corpo estilhaçado ao meu coração em tormento. Não vejo justiça alguma nessa decisão.

– Eu conheço alguém parecido com você. – Kakashi sorriu com a ironia, era exatamente o dilema de Sasuke. A honra era uma questão complicada.

– Meu pai era um homem gentil e fiel a seus ideias, mas ele mudou muito com o tempo e com a guerra. Mesmo que tenham pensado no melhor eu não posso aceitar uma situação dessas. E aquela pessoa...

– Não precisa se preocupar jovem Sakura. Sei perfeitamente o tipo de pessoa que Orochimaru é. Embora eu não aparente conheço a nobreza como ninguém. – Respondeu e se levantou por um momento. Logo depois Kakashi voltou com mais chá, ele parecia gostar bastante. – Eu acredito que cada um tem seu próprio caminho e a própria honra. Cabe a você encontra-lo.

– Obrigada pelas palavras senhor Kakashi e por ter me salvado.

– Ah, não se engane. Não fui eu quem a salvou. – Ele disse num tom afável. Naquele momento Sasuke entrou pela porta de madeira, retirou o chapéu e as botas de couro devido ao frio. – Seu salvador acaba de chegar.

Sakura focou seus olhos verdes no samurai, Sasuke tinha uma feição séria e serena. Ele retribuiu o olhar curioso, embora não demonstrasse qualquer mudança com isso. O que Kakashi disse fazia sentido, afinal ela se lembrava daqueles cabelos negros e lisos, o rosto bastante belo, mas os olhos eram negros. Ela tinha fixa em sua mente a imagem da coloração vermelha nos olhos do Uchiha, mas talvez aquilo fosse um mero delírio diante de uma situação critica e desesperadora.

Sakura se curvou no chão em sinal de respeito, a cabeça e os fios rosados alcançaram as mãos. – Muito obrigada por salvar minha vida. – Ela estava realmente grata. Aquela ação significava muito, embora Sasuke tenha ficado bastante desconfortável. Sakura se levantou e esperou uma resposta, qualquer que fosse, mas nenhuma palavra saiu. O silêncio se pendurou por vários minutos até ele pensar no que dizer.

– Já se recuperou? – Sasuke perguntou sem nenhuma emoção.

– Sim, estou me sentindo bem melhor. – Sakura sorriu, o rosto corou levemente com a aparente demonstração de preocupação. Ela não sabia como agir, seu contato com homens era bastante limitado.

– Fico mais aliviado.

Sakura estava feliz, pela primeira fora tratada com alguma consideração, porém aquele sorriso singelo que mantinha estava prestes a sumir de sua face. A frase seguinte de Sasuke foi inesperada. Ele olhava para Kakashi e parecia bastante firme no que dizia.

– Ela tem que ir embora. Você sabe.


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Notas finais do capítulo

Jigai: Só para reafirmar, é a versão feminina do Seppuku.
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Seppuku: É uma é um ritual de suicídio feito para recuperar a honra.
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Estou apenas resumindo agora, porque pretendo explicá-lo mais detalhadamente no contexto da fanfic.
Eu espero que a fanfic esteja compreensível, se tiver algo que vocês não entenderam, por favor fiquem a vontade pra perguntar e me dar puxões de orelha XD
E vou avisar logo agora, que a fanfic terá várias referencias a idéias originais do kishimoto, mas isso será explicado mais tarde. Acreditam se eu disser que eu e o uta acertamos detalhes da fic enquanto jogávamos diablo online? kkkkkk
Bem, eu vou tentar adiantar e programar os próximos capítulos, ou deixar por conta dele, porque eu vou viajar pra minha terra natal então já peço desculpa antecipada por qualquer demora que venha a ocorrer. ^^