Dilema escrita por Mizuhina, Utakata Bad Boy


Capítulo 13
Capítulo XII - Confiança


Notas iniciais do capítulo

Capítulo por Mizuhina.

Olá gente, peço mil desculpas pela demora desse capitulo. Meio que eu fiquei desmotivada com a fic, não significa que eu pretendia abandoná-la, porque é bem ao contrário, o objetivo é conclui-la que se tornou uma das minhas prioridades. Esse capitulo já estava pronto, não lembro realmente porque não o postei, acho que foi falta de tempo. Enfim... Nesse e talvez em alguns outros capitulos subsequentes vamos abordar um pouco mais sobre a Karin e o Suigetsu kkkkkk.
Terão alguns extras ainda para entenderem algumas coisas da fic, só não sei em que ordem virá. Emoções muito fortes estão por vir também. Então é isso. Boa leitura XD



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Confiança (信)

O caminho do valente não segue os passos da estupidez.— Código Samurai

 

Ele observou o semblante tristonho da garota ruiva, e quase como se pudesse ler seus pensamentos sentiu um forte impulso de perguntá-la sobre o motivo, embora tenha se contido antes de dar qualquer palavra. Suigetsu conhecia Karin a pouco menos de cinco anos, e desde que se lembrava aquela mulher era fria e implacável, devota de Orochimaru e capaz de cumprir qualquer missão que ele pedisse sem a menor hesitação. Porém naquela manhã ela tinha um olhar perdido, talvez em lugares que ele nunca pudesse adivinhar, e por isso tudo parecia estar completamente fora do lugar. Os sempre calculistas e severos emitiam um brilho melancólico.

Ela direcionou o olhar para ele, com o desdém de sempre, como se perguntasse o que ele queria, e a resposta veio de imediato sem cerimônias.

— Orochimaru nos deu uma nova missão e ele deu bastante ênfase quando disse que não queria falhas.

Ela assentiu sem dar uma palavra e se vestiu de todo o equipamento ninja, a missão tinha a ver com espionagem. Eles deveriam encontrar o lugar onde Sasuke se escondia, e imediatamente informar a Orochimaru. Fazendo o possível para evitar o confronto. Durante quase todo o dia, Karin permaneceu calada, com o olhar distante.

— Que foi? - Suigetsu deu um longo suspiro e finalmente perguntou, enquanto os dois estavam de tocaia num telhado vigiando. — Aconteceu alguma coisa?

— Não é da sua conta.

— Se você fica com essa cara de peixe morto olhando pro nada, é da minha conta sim. Aquela cobra assassina do Orochimaru não estava brincando, então eu pretendo manter meu pescoço bem aqui. -Ele gesticulou apontando para os ombros, afirmando perfeitamente que o sucesso da missão dependia deles. — Eu realmente não entendo o que você deve a aquele homem. Você para ele não passa de um brinquedo que quando quebrar será facilmente descartado.

Ela desviou o olhar, parecia considerar sobre as coisas que estavam sendo ditas. Karin como alguém próxima a Orochimaru conhecia bem Suigetsu, e sabia o que o mantinha ali. Medo. A história dele que outrora foi torturado e humilhado pelo lorde não era nenhuma surpresa.

Antes de tornar-se parte dos mercenários, o grupo imoral de ninjas que executavam trabalhos sujos assim como ela, Suigetsu tinha sido um prodigioso assassino. Há cerca de cinco anos, ele havia sido enviado por alguém no intuito de assassinar Orochimaru, porém falhou miseravelmente e o Lorde decidiu poupá-lo apenas para usá-lo como ferramenta e executar trabalhos sujos em troca de comida e dinheiro, mas no caso dele, apenas para se manter vivo. Ao contrário dela que estava ali desde que se entendia por gente.

Segundo a história que Karin conhecia ela tinha sido abandonada ainda quando era um bebê, e desde então fora criada sobre as premissas e ensinamentos dos ninjas que serviam Orochimaru, mas diferente das outras kunoichis treinadas inclusive para seduzir homens, Karin tinha outro tipo de propósito. O corpo repleto de cicatrizes e mordidas não era atrativo, mas bastante útil para fins medicinais. Constantemente Orochimaru a usava para curar seus ferimentos, sem que ela nunca soubesse a proveniência daqueles poderes, que consistia apenas em mordê-la para que milagrosamente qualquer ferimento fosse cicatrizado. Desde a infância ela tinha se questionado se aquilo era o motivo de ter sido abandonada, carregando um vazio profundo e sem explicação. Porém… Tudo mudou quando ela, por acaso, escutou uma conversa entre o Lorde e Kabuto.

— Suigetsu… Você já esteve em um lugar chamado Yoshiwara? - Quando o rapaz ouviu essas palavras, os olhos dele encheram-se de espanto. — Eu gostaria de ir até lá.

— Está pensando em virar prostituta? Se estiver eu te pago pra me divertir nessas noites de tédio. - Disse e recebeu logo um soco no nariz. — Era brincadeira… - Completou massageando o local por causa da dor. — O que você quer fazer lá? Yoshiwara é um lugar onde só tem bêbados e prostitutas. É um lugar onde se encontra muitos problemas.

— Não é problema seu o  porquê de eu querer ir até lá. Apenas me responda o que eu quero saber.

— Olha. Se continuar falando assim comigo, como uma garota arrogante e mimada, eu não vou te ajudar. Poderia confiar um pouco em mim pra variar, já que estamos no mesmo barco. - Ele estava bem sério sobre suas palavras, e imediatamente olhou para a rua. Ficou de pé sobre o telhado, e logo a missão deu prosseguimento. Ele tinha avistado Sasuke conversando com uma senhora, e imediatamente, após a partida do samurai se aproximaram dela com algum tipo de pretexto para obter informação.

[...]

Desde que voltara para casa, logo após investigar o shinsegumi, Sasuke parecia imerso em algum tipo de preocupação distante. Sakura tinha notado aquele comportamento estranho, e não importava o que ele dissesse, estava disposta a descobrir o motivo. Ela o abordou sentado na varanda observando inúmeros vagalumes, a lua no céu limpo era cheia e as folhas recém-nascidas das árvores pintavam a paisagem.

— No que está pensando? - Perguntou com a voz baixa e ele permaneceu calado sem dar uma palavra. — Não importa o quanto faça silêncio, ele não é capaz de resolver seus problemas. Nem vai te tranquilizar.

— Consegue ver a guerra interna de meu coração? Você é muito observadora. - Ele sorriu de maneira irônica quando virou-se para ela. Balançou o dedo indicador pedindo para que ela se aproximasse, e assim Sakura o fez sentando-se ao lado dele. — Onde pretende chegar Sakura?

— Não tenho pretensão alguma. Meu único desejo é ficar do seu lado e compartilhar a sua dor. - Ela colocou uma mecha dos fios rosados atrás da orelha, olhou para baixo e deu um sorriso sutil. — Você diz não ser provido de humanidade, e, no entanto teve compaixão comigo. Sasuke-kun a pessoa que eu era morreu naquela nevasca, solitária e sem calor humano. Quero escolher o meu próprio destino. Quero a vida que você me deu.

— Porém eu não posso escolher o meu destino. - Ele retrucou e virou-se para ela. O polegar segurou o queixo delicado da donzela, mantendo os olhos dela fixos nele. Internamente Sasuke se sentia completamente destruído, pois em seu interior ele sentia-se nadando contra a maré. O Samurai tinha a plena certeza de que se enfrentasse Itachi um dos dois terminaria morto.  — Eu não tenho escolha. Minha siná me perseguirá para sempre, e não posso oferecer a eternidade a você. E mesmo se eu pudesse não te daria, envelhecer e morrer é uma dádiva que eu não posso ter. Desista de mim Sakura.

— Você quem desistiu de si mesmo, porém eu não o farei. - Ela tocou o rosto dele com as mãos delicadas, e encostou a testa na dele. — Mesmo que eu não possa abraçá-lo, ou dar-lhe filhos, mesmo que eu não possa acompanhá-lo pela eternidade eu ainda posso te oferecer meu amor. Posso te oferecer a única coisa que eu tenho e não pode ser tomada por ninguém.

Naquele instante, ele repousou o rosto no pescoço dela enquanto Sakura segurava suas mãos, tomando cuidado para não abraçá-lo e desfazer a forma de homem a qual ele tanto almejava manter, no entanto o momento que deveria ser eternizado como uma boa lembrança tornou-se o retrato de um pesadelo.

— Temos uma cena bastante tocante aqui. - Assim que aquela voz repleta de deboche chegou aos ouvidos deles, à lâmina de Sasuke foi desembainhada numa velocidade inimaginável, porém Orochimaru não parecia acuado com tamanha ousadia e sequer demonstrou um pingo de medo. O sorriso desenhado em seu rosto era simplesmente cruel. — Eu vim em missão de paz, embora sua ousadia fosse motivo para ter a cabeça arrancada meu jovem.

Os guardas da escolta estavam alertas, eram aproximadamente cinco com ele, e outros esperavam do lado de fora.

 — Sasuke, abaixe sua espada. - Kakashi surgiu com um tom de voz diplomático.  — Eu vou lhe servir um chá senhor Orochimaru. - Ele se curvou levemente usando da etiqueta, e Sasuke descansou permanecendo alerta.

Dentro da casa ambos estavam sentados em um tapete, enquanto o chá era servido por Naruto, Sakura permaneceu de pé com o olhar baixo. — Temos um grupo bem interessante aqui. Pergunto-me se posso considerá-los honrados benfeitores, ou se não passam de criminosos. - O lorde com todo seu veneno lançou a alfinetada. — Isso tudo dependerá é claro, do que minha querida noiva tem a dizer. Se ela foi encontrada ou sequestrada, ou simplesmente fugiu? Quem sabe, se as árvores pudessem falar seria muito mais simples para mim.

— Desde a última vez que o vi não estava tão falante. - Kakashi disse num tom sério. — Difícil acreditar que esteve tão preocupado com outro ser humano que não fosse você mesmo.

— Assim faz um mau juízo de mim Kakashi. Ou devo chamá-lo de ex-general Hatake?

— Vá direto ao ponto e diga logo o que quer. - Respondeu irritado.

— Não é óbvio, além de tomar um bom chá com um velho companheiro de guerra, quero apenas o que me é de direito. Essa moça me foi oferecida como noiva, e tem um compromisso a cumprir. - Naquele instante, ele direcionou o olhar para Sakura, e quase que imediatamente a rosada foi tomada por repulsa.

Sasuke sentia uma intensa vontade de fazê-lo em pedaços, de pôr um fim naquela serpente, ali, mas infelizmente a situação não era favorável. Perder o controle naquela situação poderia fazer com que Sakura terminasse machucada, tendo em vista que pessoas bastante perigosas estavam ali, mas a pior delas encontrava-se do lado de fora.  Itachi não era apenas um tengu, mas o prodígio mais habilidoso do clã Uchiha, a força dele equivalia a de 100 homens, e diferente do irmão mais novo não tinha dúvidas sobre que caminho seguir. Tudo ficava claro através do olhar.

— Como sou uma pessoa bastante benevolente, voltarei amanhã pela tarde para buscá-la, embora eu não ache correto uma moça dormindo numa casa onde há três homens. - As palavras ácidas no intuito de ofendê-la novamente tinham sido certeiras. — Seus pais certamente ficarão felizes em saber que está viva. Hoje é um dia tão glorioso. Mal posso esperar para amanhã.

Orochimaru se aproximou e tomou uma mecha dos cabelos da donzela em suas mãos, fazendo-a recuar por um breve momento em repulsa. Os olhos dele emanaram pura maldade, e Sakura teve ainda mais certeza que ele era uma pessoa extremamente perigosa. Ela vasculhou toda a sala procurando algo, e imediatamente o olhar dela cruzou com o de Sasuke. O jovem rounnin comprimia a mão com raiva, estava atrás de Orochimaru, lutando internamente para não arrancar a cabeça da víbora e iniciar uma guerra contra o shinsegumi.

— Estou ansioso para prosseguir com nossa cerimônia de casamento. Minha amada. Eu tenho certeza que será um dia inesquecível para todos nós. - Naquele momento aquelas palavras simplesmente a encheram de puro pânico. Era como se tivesse sido anunciada uma sentença de morte.


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