Lucy no céu com dragões escrita por MiihO


Capítulo 9
Acnologia


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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_ Algum problema Lucy? – Perguntou Igneel depois da exclamação da loira.

_ Não... Eu só achei que... Não é nada! – Disse por fim. Não tinha certeza se conhecia esse nome, falar iria apenas complicar a situação.

_ Bom... – Natsu decidiu falar. – Então vamos logo embora. Já se provou que você não pode voltar para a terra, não foi? Não há nada mais a fazer aqui!

_ Nós vamos a terceira nuvem? – Perguntou Lucy a Igneel, ignorando Natsu.

_ ... – O dragão vermelho pensou um pouco antes de falar. – Você pode voltar com o Natsu, Falcor pode levá-los de volta! Eu falarei com Acnologia.

_ Eu não posso ir com você? – Ela pediu. Por mais que achasse loucura queria conhecer esse dragão.

_ Tem certeza? Não é necessário eu resolvo o assunto do portal para você! – Tentou argumentar.

_ É, Luce! – Natsu concordou. – Não tem para que você ir com ele! Vamos voltar!

_ Tenho certeza! – Respondeu fazendo o rosado bufar por ser ignorado de novo. – Eu vou com você!

_ Então vamos... – Suspirou assentindo. – Falcor, pode levar Natsu de volta?

_ Eu vou junto também, obrigado por perguntar! – Disse o rosado cada vez mais indignado.

_ Isso é mesmo uma boa ideia? – Falcor perguntou sério. – Ele reagirá bem?

_ Temo o mesmo que você! Mas não é algo que esteja em nosso poder de decisão. – Respondeu fazendo Natsu e Lucy se entreolharem sem entender nada.

_ Então vamos! Tenho que saber logo o que ele vai fazer sobre o portal. – Disse Falcor saindo da caverna. Assim que saíram Lucy começou a tremer por causa do frio e com uma estranha sensação nostálgica.

Assim que saíram Lucy subiu novamente no dragão sozinha. Estava pensativa demais para notar a careta de Natsu atrás de si. Ele subiu logo depois ainda emburrado, mas não deixou de perguntar.

_ Vai continuar com essa aparência de corajosa ou vai me deixar te segurar logo? – Perguntou.

_ O quê? – Disse tentando prestar atenção no rosado, sua mente estava confusa e muito pensativa realmente não ouviu o que ele falara.

_ Você vai... – Ia repetir a pergunta, mas notou uma expressão estranha no rosto da loira. – O que você tem?

_ Nada... Só estou ansiosa. – Disfarçou e logo forçou um sorriso –... Vamos passar por outra nuvem, não é?

_ Mas você tá tão ansiosa assim para ver o futuro que precisa tremer? – O rosado falou vendo a fumaça sair da boca dela e seu corpo tremer levemente.

_ É que eu estou com frio, idiota! – Respondeu e ele sorriu.

_ Ah... – Exclamou e se aproximou dela, a abraçando. – Então não vai reclamar se eu fizer isso.

_ Aproveitador! – Disse se deixando aquecer por ele.

_ Prontos? – Perguntou Igneel. – Vamos voar!

Assim que levantou voo Falcor seguiu atrás. Lucy espiou de canto para o outro dragão que cada vez ficava mais afastado. Por um momento pensou que era Igneel que estava indo rápido demais, porém se lembrou da condição física do dragão amarelo.

_ Não deveríamos ir mais devagar? Vai que ele precise de ajuda! – Perguntou tentando não perdê-lo de vista!

_ Na verdade, ele é lento assim mesmo, então não se preocupe. – Natsu respondeu.

_ E por que ele está acima do peso? Não acho que por aqui haja salgadinhos ou refrigerantes para isso.

_ Não, realmente não há! – Disse Igneel. – Mas é genética, todos os seus parentes são assim.

_ E piora já que ele nunca sai daquela caverna, por isso ele é tão lento para voar. – Completou o Natsu

_ Hum... – Murmurou fechando os olhos sentindo o calor do rosado.

_ Sabe, Lucy... Eu gostei desse novo corte em seu vestido... – Disse ele de repente. – Te deixou mais... Atraente! – Lucy abriu os olhos e o encarou, primeiro com olhos semicerrados e logo depois os arregalou, se afastando do abraço.

_ Me larga seu pervertido! – Exclamou enquanto tentava se segurar sozinha no dragão.

_ O quê? ... Não, eu não quis dizer... Era um elogio... Luce! – Tentou amenizar a situação a situação quando percebeu o que disse. Mas ela recusava-se a ao menos olhá-lo. – Você não entendeu o que eu quis dizer, por favor!

_ Igneel e quanto a terceira nuvem... O que ela mostra? – Voltou a ignorá-lo e olhando para a última nuvem que se aproximava perguntou. Ele apenas suspirou frustrado consigo mesmo. Precisava aprender a falar menos, ou então precisava aprender a se expressar melhor.

_ Tem razão eu não disse ainda... Bom, a terceira nuvem é um pouco diferente das outras duas. As primeiras mostram algo que realmente acontecerá, Aquilo que que você precisa que aconteça e o que independente de suas ações no presente, acontecerá, respectivamente. Já a terceira mostra um futuro alternativo. – Explicou Igneel.

_ Como assim?

_ Veja só... Quando se caminha pela floresta e escolhe um caminho para seguir, não teria como saber o que aconteceria se escolhesse o outro, certo?

_ Sim, certo!

_ É mais ou menos assim. Mas não é como se esse nuvem mostrasse apenas o que poderia acontecer no “outro caminho” ... Afinal, não faria sentido nenhum ela existir, se pensar bem. O que ela mostra é um futuro que possa ser moldável. O princípio da visão é mostrar a você os resultados de suas atitudes ou decisões mais fortes no presente, ou seja se você não gostar do que vê pode optar por outro caminho e consequentemente outro futuro. Isso geralmente acontece quando se tem algum desejo egoísta de que algo aconteça.

_ Ual! – Foi só o que conseguiu dizer.

_ É realmente a mais impressionante das visões. A única que pode ser mudada. Tudo dependo se você for esperto o bastante para saber o que mudar. Geralmente visões do futuro são confusas ou não muito claras. Outras podem nem envolver fisicamente você e sim alguém próximo, mas ainda assim é algo que ocorreria por consequência de seus atos. – Terminada a explicação, ficaram em silêncio, esse foi quebrado pelo rosado que observava Lucy.

_ Lucy você tá tremendo muito... Tem certeza que não quer eu te esquente? – Disse sorrindo torto tentando provocá-la. Já que nunca falava nada direito, resolveu simplesmente continuar provocando-a.

_ Não, dessa vez não é o frio. – Respondeu séria fazendo o rosado sumir com o sorriso e ficar confuso. – É medo, mesmo!

_ Não se preocupe, Lucy... É só uma nuvem! Como Igneel disse é algo que pode ser mudado. – Disse o rosado como tentativa de lhe acalmar, pondo a mão em seu ombro para confortá-la.

_ Eu entendi... Mas ainda assim, é tão fascinante e misterioso! Isso por que eu ainda nem vi nada!

_ Seja misterioso ou não, ele se revelará agora. – O dragão chamou a atenção para si. – Vamos atravessar!

Ao sentir seu corpo leve nem mesmo o frio e o nervosismo foram mais sentidos pela loira. Seu medo deu lugar a ansiedade. Se preparou para o que o futuro lhe guardaria. E não demorou muito, sua consciência fora invadida e seus sentidos controlados. Estava agora em um sala escura, sentada e encolhida em um canto, sentia dor pelo corpo e muita sede. Sua garganta seca impedia que pronunciasse alguma palavra. Olhou em volta e viu pelas frestas da porta por onde uma luz entrava que alguém se aproximava. Se encolheu ainda mais no canto e esperou. Ouviu o som de chaves, cadeados e correntes. Assim que a porta se abriu reconheceu os dois que entraram. Apesar da mal iluminação reconhecera os traços. Uma mulher alta, cabelos ruivos e roupas de marca ao lado de um homem de mesmo tamanho, moreno e barba grande, vestido informalmente com bermudas e tênis. Aqueles dois eram o motivo de vários problemas encontrados pela loira no decorrer de sua vida.

_ Espero que esteja consciente pois queremos te mostrar um pessoa! – Disse a ruiva se aproximado e erguendo seu queixo com as mãos frias e unhas grandes. – Quero que veja o que faremos com ele, pois esse será o seu destino também! – Sorriu de forma diabólica.

_ De quem está falando? – Perguntou com a voz fraca.

_ Tenho certeza que sabe quem é ... Um certo ruivo que te ajudou a fugir... – Incentivou.

_ Loke! – Exclamou assustada. Então ele conseguiu fugir novamente depois que ela foi embora. Mas não entendia, ele também tinha sido capturado novamente?

_ Ah, loira... – A mulher voltou a falar com indignação. – Vocês não sabem o trabalho que nos deram para reencontrá-los... – Se afastou da loira ainda a encarando. – Infelizmente para vocês não poderia ser de outra forma. Vocês livres significa perigo, só nos resta... Mata-los!

_ E ainda acho desperdício, Dara. – Disse o homem se pronunciando pela primeira vez. – Poderíamos utilizá-los em trabalhos pesados.

_ Não seja idiota, Bartolomeu! Acha mesmo que depois de tudo eu os quero por perto? Passei anos atrás desses dois infelizes, meus cabelos ficaram brancos antes do tempo por culpa deles! Não dê esperança a garota! Vamos! Vamos pegar o garoto e acabar logo com isso!

Assim que se viraram para a porta novamente foi que a loira voltou a se mexer. Levantou-se tentando correr até a porta, apesar da dor que sentia, mas não conseguiu alcançá-los. A porta foi fechada antes que ela chegasse, fazendo-a cair de joelhos.

_ Não se preocupe garota. Talvez a hospedagem seja melhor no céu! – Foi o que conseguiu ouvir antes de voltar a realidade.

Passaram finalmente pela nuvem. A dor tinha ido embora mesmo que seu psicológico insistisse em lembrar da sensação. Seus olhos piscaram algumas vezes tentando se acostumar com a claridade do ambiente. Balançou a cabeça tentando não pensar no que viu. De fato era algo que queria mudar, o problema era: onde e o que ela deveria mudar?

O fato da visão ter acabado era um alívio também para um garoto ao seu lado. Sua respiração estava descompassada e parecia nervoso. Seus olhos arregalados mostrava que sua visão não fora nada boa também. O futuro não lhe aguardava nada bom de se ver. Ele precisava mudá-lo. E o mudaria de qualquer jeito!

Desceu de Igneel meio desequilibrado, sentando logo no chão e apoiando as mãos no solo da montanha gelada. Devido a altitude, a montanha era completamente coberta de gelo mesmo que o céu mostrasse um azul encantador com poucas nuvens. Talvez uns - 3° Celsius fazia àquela hora. Mas Natsu não se importava. As imagens não saiam de sua mente e estava mais preocupado com elas do que a temperatura exterior.

_ N-Natsu? E-Está bem? – Perguntou Lucy tremendo devido ao frio se aproximando dele. Fez a pergunta mesmo sabendo a resposta pelo estado que ele apresentava. Seus pés afundavam um pouco na neve, mas deixou-os de lado para ajudar o rosado. Tocou seu ombro para que ele a olhasse e percebeu que ele estava suando. Assim que sentiu o toque dela a olhou como se saísse do transe. Levantou-se em um instante e a abraçou forte.

_ Eu... Eu não vou deixar! Eu vou proteger você! ... – Dizia ofegante sentindo o corpo dela tremer junto ao seu. – Eu prometo, Luce! Eu prometo! – Se antes achava que a primeira visão era ruim... Essa realmente o abalou muito mais.

_ C-Calma! Eu estou bem! Fique calmo, você está muito nervoso! – Pedia ela começando a se desesperar pela reação dele. Ela tentava passar segurança enquanto recebia o calor do corpo de Natsu combatendo o frio. Passou a mão por seus cabelos e o afastou um pouco, ou pelo menos tentou já que ele se recusava a se afastar dela. Olhou nos olhos negros do rosado tentando lhe passar confiança. – Eu estou aqui! – Falou séria. – Se acalme!

Ele assentiu fechando os olhos e respirando fundo enquanto sua mão ia ao rosto de Lucy e o tocava lentamente como para que dizer a si mesmo que ela estava ali já que seus olhos não o faziam. Ela passou a mão por sua testa afastando os fios grudados e limpando o suor com seu dedos tremendo e imaginando o que ele vira de tão ruim. De certo tinha a ver com ela. Mas decidiu não se importar muito. Segundo Igneel a explicação para as visões da terceira nuvem era mais que satisfatórias. Podem ser mudadas! E era isso que os dois fariam!

Voltando a abrir os olhos já mais calmo, Natsu respirou fundo antes de falar.

_ Eu vou proteger você de qualquer um que quiser te fazer mal! – Disse sério com os olhos vidrados nos dela. – Não vou deixar aquilo acontecer... Não vou! – Terminou sua promessa puxando-a para um abraço...

_ N-Natsu.. O que foi que você viu? – Perguntou apesar de já desconfiar da resposta. Se sua visão envolvia ela, talvez fosse a continuação da que tivera a instantes? Mas não havia sentido. Por que o futuro dele mostraria ela? Certo, Igneel explicou que as vezes se vê o futuro de alguém próximo, mas quais seriam as ações do rosado que a levariam a esse destino?

_ Eu não quero falar disso... Prefiro esquecer. – Respondeu sua pergunta. Foi só então que viu o gelo ao seu redor. Sentiu Lucy tremendo e desfez o abraço. Retirou a jaqueta e a ajudou a vestir. Então olhou para os pés da loira.

O vestido cortado agora batia em seus joelhos e estava descalça. Realmente não foi uma boa ideia telo cortado.

_ Eu disse que tinha gostado, mas acho que mudei de ideia – Disse se abaixando e tirando os tênis. – Preferia ele cumprido.

_ A-Acredite, e-eu também! – Respondeu vendo o rosado estender a mão para seus pés pedido permissão para calçá-los. – M-Mas e você, v-vai ficar descalço?

_ Não se preocupe comigo... Estou em situação melhor. – Respondeu. E era verdade, mesmo que sua roupa fosse mais favorável que a dela para o frio, estava até a pouco suado devido a visão. Teria algum tempo antes que o frio lhe incomodasse de verdade.

Assim que os calçou ele voltou a abraçá-la. Apesar de todos os desentendimentos não podiam negar que sentiam algo um pelo o outro. O futuro dos dois estavam interligados.

Igneel os observava apenas em silêncio. Pelo desespero de Natsu deduzira sua visão. Era um momento dos dois e algo que apenas os dois poderiam resolver. Tinha também a outra questão que era o que os tinha levado ali. Acnologia. Tudo se esclareceria em poucos minutos assim que se reencontrassem. Saberiam então mais uma parte do futuro. O futuro imediato. Outro dragão então pousou ao seu lado ofegante e cansado.

_ Você realmente precisa se exercitar mais, Falcor. – Reclamou Igneel. – Achei que suas asas tivessem congelado antes de chegar aqui.

_ Eu estou apenas... Um pouco... Fora e forma. Mas estou bem, obrigado por perguntar! – Respondeu controlando sua respiração.

_ Vamos entrar então, está muito frio aqui! – Disse Natsu guiando Lucy até a caverna.

Igneel seguiu atrás dessa vez. Já que esse encontro parecia inevitável, resolveu não interferir mais. Não sabia qual seria a reação de ambos então resolveu apenas ficar atrás para descobrir.

Na frente seguia Lucy e Natsu de mãos dadas. Ela estava nervosa. Não sabia o porquê aquele nome lhe pareceu tão familiar e acolhedor, estava cada vez mais curiosa e procurando por respostas. Sentia, lá no fundo que Acnologia lhe daria todas as respostas que estava precisando.

_ Acnologia? – Natsu chamou assim que chegaram a um lugar mais amplo da caverna onde o frio não invadia tanto. O eco se repetia pelas paredes da caverna e nenhuma resposta foi ouvida. Então insistiu. – Tem alguém aqui?

Lucy que até então esperava e olhava sentiu um desejo tão grande de chorar ao ver aquele lugar! Soltou a mão de Natsu e se dirigiu lentamente até um canto da caverna onde viu alguns pertences de criança, roupas, móveis e brinquedos que ela reconhecera muito bem agora.

_ Luce? – Natsu chamou preocupado ao ver o estado da garota que se ajoelhava em frente a uma boneca.

_ Imitatia! – Tocou a aboneca como se fizesse carinho por seus cabelos e rosto. Eu... Conheço esse lugar... – Pôs a mão na cabeça ao sentir dor. As lembranças vinham e vinham de uma vez. Seu cérebro não conseguia lidar muito bem com tanta informação, e mesmo que fosse algo bom ter suas memórias novamente ainda assim eram confusas.

_ Luce?! – Dessa vez a voz vinha de um dragão. Ela olhou para ele e não segurou o choro dessa vez. As lágrimas corriam pelo seu rosto enquanto as lembranças mais claras inundavam sua mente dando um pouco de luz aquela imensa confusão.

_ Papai!


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Notas finais do capítulo

:3
Espero que tenham gostado!



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