Lucy no céu com dragões escrita por MiihO


Capítulo 1
Motivos para sorrir e motivos para chorar


Notas iniciais do capítulo

Essa história está também no SSpirit, lá está mais avançada.Espero que gostem e boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/578175/chapter/1

Abrindo os olhos logo após aquele sonho estranho, ela suspira. O céu ainda estava escuro, sinal que era madrugada e o sol ainda dormia por trás das montanhas. Cinco horas da manhã. Não conseguiria dormir novamente. Caminha preguiçosamente até a janela para esperar o nascer do sol. O vento gélido que entra a faz se arrepiar. A sensação era até gostosa, fazia surgir nela uma sensação de nostalgia, tinha uma ligação com a natureza que não sabia explicar de onde veio, dado o fato de que acabara de se mudar de uma cidade grande, poluente e barulhenta. Talvez fosse justamente a contradição. Sofrera horrores naquele lugar. Sentir o vento frio e limpo contra sua pela fazia se sentir livre, finalmente.

Estava agora em uma casa afastada de qualquer civilização. O vizinho mais próximo estava a alguns quilômetros. Estava onde precisava estar. Um lugar calmo, sem barulho, trânsito, poluição ou violência. Apenas ela e a natureza. Não tinha nada contra as pessoas, pelo contrário, algumas lhe foram verdadeiros anjos da guarda nos momentos de necessidades, mas assim como existe o bem e o mal, nem todos lhe foram totalmente caridosos. Estava ali justamente para fugir desses, queria recomeçar longe dos que a fizeram sofrer. Conhecer pessoas, fazer novas amizades e o principal de tudo, descobrir quem ela era. De sua infância não tem nenhuma memória e do que consegue lembrar às vezes nada faz sentido, assim como os sonhos que geralmente tem.

De seus dezoito anos só tem lembranças a partir dos seis, quando se viu presa em uma cela suja em algum lugar do subúrbio da grande metrópole que acabara de abandonar. Ouvia burburinhos e conversas altas com palavrões, músicas que denegriam e impunham o conceito errado do que é certo, além do cheiro insuportável de álcool que a deixava tonta. Ficou ali por o que lembra ter sido um mês. Recebia comida, mas em péssimo estado, chegava vezes a já estar ruim, mas mesmo assim comia por não ter outra alternativa. A água não era das melhores e dormia no chão frio e sujo. Era tratada como animal e mesmo animal algum merecia tal tratamento.

Fora vendida para uma família e obrigada a trabalhar. Outras sete crianças tinham o mesmo destino que o dela. As condições eram melhores, recebia comida e água de melhor qualidade, tinha onde dormir e agora companhia, mas em compensação sofreu dores que carrega até hoje consigo as cicatrizes. Um de seus companheiros foi Léo, ou como chamava carinhosamente, Loke. Os dois conseguiram fugir daquela casa, mas não por muito tempo. Foram emboscados dias mais tarde e naquele dia, viveu algo que a marcou e que nunca iria esquecer. Seu primeiro amigo a protegendo, dando-lhe chance de continuar a fuga e de conquistar a liberdade que ambos almejavam. Foi o primeiro ato de ajuda que recebeu desde que acordou naquela cela. Mas ainda assim era difícil concordar sabendo que apenas um desfrutaria de tal vitória. Mas foi convencida por fim. Léo foi capturado e ela fugiu com as palavras de seu amigo gravadas em seu coração. “Fuja e viva, Lucy! Nos encontraremos de novo.” Rezava ela para que estivesse certo.

Vagou sozinha por um bom tempo em meio à cidade, chegou a passar fome e frio, e pensava se fez mesmo o certo em fugir. Antes tinha teto e amigos, agora apenas contava que houvesse nuvens no céu para que o sol não lhe queimasse. Estava em um impasse. Pensava seriamente em voltar para aquela família, voltar para Loke. Foi então que encontrou ajuda.

Estava agora em um orfanato. Pessoas com infâncias semelhantes à sua lhe diziam que ela não estava sozinha. Passou um bom tempo ali. Apesar de ser melhor que a rua ou sua antiga casa, se sentia igualmente pressa. E a dor de ver seus amigos e colegas serem adotados e levados embora enquanto ela ficava ali parecia ainda mais agoniante.

Ao fim de seus dez anos, decidiu. Iria sair do orfanato. Fugiria novamente. Levy era sua amiga mais íntima daquele lugar, queria ir com ela, mas essa recusou. “Não pode ficar fugindo para sempre, Lucy.” Foram suas palavras. Sabia que eram verdadeiras e concordava até, mas não conseguia lutar contra seus instintos. Ali não era seu lugar. Precisava descobrir mais sobre si e faria isso sozinha ou não. Fugiu deixando mais um amigo, prometendo que se encontrariam novamente.

Dos dez aos quinze anos vagou pela grande cidade. Fazia bicos para conseguir se sustentar, já que ninguém contrataria uma criança para trabalhar. Ela via naquele mundo algo tão diferente do que passou. Era obrigada antes a trabalhar mesmo não precisando, agora que precisava se recusavam a contratá-la.

Passou por maus bocados tentando se encontrar. Episódios que gostaria de esquecer e que agradecia por não ter acontecido o pior. Em seus quinze anos quase fora abusada na rua por marginais. Mesmo sem cuidados, sempre foi bela e a cada ano que se passava a menina transformava-se em mulher. Atraia olhares de desejo e luxúria por onde passava, mas não esperava que alguém fosse capaz de tal ato contra vontade dela. Acreditava nas pessoas, pelo pouco que viveu descobriu que existia bondade até nos mais amargos humanos. Mas não naqueles. Estavam tirando sua roupa a força, a comendo pelos olhos enquanto gritando por ajuda, ela sentia nojo e desespero. Foi salva, no fim, pelo que se tornaria seu irmão adotivo dali em diante. Gray Fullbuster.

Salva e agradecida, recebeu a oportunidade de ter realmente o carinho que não teve quando foi vendida e a família que não a aceitou quando estava no orfanato. Passou dois anos com a família Fullbuster. Era divertida e gentil, sentia-se quase completa, mas não estava segura. Seus problemas vingariam até que fossem resolvidos. A primeira família reapareceu, não soube como a descobriu ali, estava longe e já fazia muitos anos, mas surgiram para reivindicá-la. Disseram que ela se perdeu quando menor e que a procuraram desde então. Não restava outra saída. Voltaria a sua estratégia de fuga. Abandonaria outro amigo que tanto lhe ajudou.

Um ano se passou desde que os viu pela ultima vez. Fugiu da casa dos Fullbuster com uma grande quantia em dinheiro ofertada por Gray. “Quero que use bem isso. Se reestabeleça. E quando achar que está pronta para enfrentar seus fantasmas nos procure novamente”. Acabou encontrando aquela casa afastada de tudo para se reestabelecer, como lhe foi sugerido. Estava funcionando. Sentia-se cada vez mais próxima de si mesma. Não sentia ódio por ninguém. Preferiu tentar esquecer tudo o que passou. Ódio corrói mais quem o sente do que seu alvo.

Estava sozinha já fazia seis meses. Tempo bastante para por a mente no lugar. A única companhia que tinha era um cachorrinho branco que ousou chamar de Plue. Não sabia quem era o dono, esse apenas começou a aparecer logo após ela se mudar. Surge no mesmo horário todos os dias e vai embora exatamente ao mesmo horário. Provavelmente foi treinado para isso. Qualquer dia iria segui-lo e descobrir de onde ele é. Gostava dele como se o tivesse desde pequena.

Uma luz lá longe atrai sua atenção, tirando-a de seus devaneios e fazendo-a observar esse maravilhoso espetáculo que é o nascer do sol. Apoiando os dois braços na janela, se inclina para fora respirando profundamente. Aos poucos tudo vai se iluminando com essa lâmpada gigante. O canto de alguns pássaros ecoa pela floresta assim como os sons de outros animais acordando. Só sai da janela quando o sol já estava bem alto. Olha no relógio novamente. Sete horas.

Se espreguiça para afastar os pensamentos ruins e está pronta para mais um dia. Resolve começar com um banho. Privilégio para quem antes mal sabia o que era isso. Escolhe um vestido longo, tomara que caia, para usar. Decidiu que iria à cidade hoje, mais tarde. Sentia-se pronta para enfrentar seus fantasmas e forte o suficiente para acabar com eles. Não poderia fugir para sempre ou logo eles bateriam a sua porta. Descalça e de cabelo solto sentia-se cada vez mais animada, não sabia por que, talvez adrenalina? Estaria logo entrando em uma nova fase de sua vida.

Vai até a cozinha para tomar café da manhã, mas antes de chegar ao cômodo escuta um latido. Um sorriso surge em seus lábios. Acabou de chegar sua companhia diária.

Abrindo a porta, logo Plue corre de encontro a Lucy, que se abaixa para pegá-lo no colo.

_ Oi, Plue, está bem? – Não se importava se seria chamada de louca por falar com animais. Os achava inteligentes, talvez até mais que os humanos. No mínimo eram mais felizes.

Plue late em resposta e ela considera isso como um sim.

_ Estava agora mesmo indo tomar café da manhã... Quer me acompanhar? – Pergunta esperando que ele latisse animado como sempre, mas sua reação é diferente. Pulando para o chão, Plue fica de costas para Lucy latindo para algo em sua frente.

_ O que foi Plue? – Olha para frente temendo alguém conhecido aparecer ali, mas não vê nada. Ainda com Plue latindo, um vento forte começa a soprar jogando os cabelos loiros de Lucy de contra seu rosto. Se não fosse inacreditável ou se soubesse que teria algum eclipse naquele dia, poderia jurar que o céu ficou escuro mesmo que por alguns milésimos de segundos.

O som de um trovão ecoou fazendo-a se assustar. E em seguida o vento para junto com todas as anomalias que estavam ocorrendo.

Olha para o céu atentamente tentando entender o que aconteceu, mas nada de estranho avistou. A estranheza veio por parte de Plue que havia parado de latir e agora mordia a barra de seu vestido e a puxava como se quisesse que o seguisse.

_ O que foi Plue? Ficou com medo? – Diz abaixando-se novamente para pegá-lo, mas esse começa acorrer em direção à floresta. Sem pensar muito no que estaria fazendo ou onde estaria se metendo, começa a segui-lo.

_ Plue... Onde você tá indo? – Grita Lucy enquanto Plue apenas corria. Olhava vez ou outra para trás, conferindo se ainda estava sendo seguido e voltava a adentrar na mata.

Não havia trilha nenhuma por ali e Lucy sentia que já estava se afastando muito da casa, logo não saberia voltar, era péssima com direções. O problema de morar só e não ter ninguém por perto é que quando algo acontece não se tem a quem recorrer. Para piorar estava descalça, agradecia por não ter acontecido nada ainda a seus pés.

_ Ai. Boca maldita! – Esbraveja após bater o pé em uma raiz de arvore que rameava no chão. Analisa o pé perdendo Plue de vista e consta que a topada foi séria. O sangue escorria por seus dedos a fazendo pensar em como não viu algo tão grande no meio do caminho.

_ Canis! – Diz uma voz masculina atraindo a atenção de Lucy novamente. Mancando ela segue a voz. – Eu disse para você que não poderia mais vir aqui não foi?! – A voz parecia brava. Assim que avista Plue encolhido com a cabeça baixa, olha para cima e vê o dono da voz. Era sem dúvidas nenhuma o garoto mais bonito que já viu. Esse título estava com Gray até instantes atrás. Tinha cabelo estranhamente rosado, olhos verdes e músculos bem definidos. Sua expressão facial irritada fazia rugas entre seus olhos, dando um ar sério ao que parecia ser jovem. Vestia botas, uma calça azul bem escuro com uns detalhes em branco e uma camisa de mesma cor com o desenho de caveiras nas mangas, estava aberta mostrando seu abdômen definido. – Me fez vir atrás de você... – O garoto volta a falar. – Eu pedi que não viesse mais aqui, está ficando muito perigoso, você sabe... – Ele suspira. - Devia estar muito envergonhado por isso! Espero que tenha feito tudo o que queria aqui por que não poderá vir de novo. Sabe disso, não é?

_ Nossa, pobre do Plue! – Diz Lucy alto, sem querer. Tinha esses costumes de falar sozinha. Morava sozinha, era consequência da solidão. E quando se está sozinho a melhor companhia e a si mesmo.

_ Quem está ai? – O rosado se vira para onde Lucy se escondia atrás de uma arvore. Não estava fazendo nada de errado, mas sendo ele o dono de Plue e aparentando estar irritado, preferia não arriscar.

_ Bom... – Ele volta a falar e Lucy se esforça para ouvir. – Vamos voltar, preciso perguntar a papai o que aconteceu agora a pouco.

Tentando espiar para onde ele ia, Lucy se aproxima. O vê cortando o ar com a mão e por onde ele cortou começou a surgir uma luz. Essa se estendeu ficando pouco maior que a altura dele. Parecia um tipo de porta. O brilho enfraqueceu e do outro lado não era mais a floresta que se encontravam, ainda era uma floresta, só que diferente.

Sem perceber que se aproximava, Lucy ficara curiosa. Como ele fez isso e o que seria “isso”, afinal?!

_ Vai Canis, volte primeiro. Vou resolver seu probleminha aqui e sigo logo depois.

“Que probleminha?” Pensa Lucy observando-os. Plue vai em direção a tal porta, mas não a ultrapassa. Fica olhando para trás como se esperasse o garoto. Lucy então o procura, mas esse havia sumido.

_ Acho que deve ter ido embora. – Diz, falando sozinha de novo. Se levanta com intuito de analisar aquilo mais de perto, mas dá apenas um passo.

_ Ainda estou bem aqui. – O garoto diz em seu ouvido fazendo-a se assustar.

_ AAAhh... O-Oque está fazendo ai? – Pergunta se afastando dele.

_ Eu que pergunto... Por que estava espiando? – Sua pergunta veio com um ar sombrio. O que incrivelmente o deixava ainda mais bonito.

_ Não estava espiando! Só estava seguindo o Plue e...

_ Quem é Plue? – Ele a interrompe.

_ Ham... É... – Não sabia o que responder. Não diria que nomeou um cachorro que não era seu.

_ Estou esperando. – Ele aparentava irritação.

_ Não te interessa quem é! E se me der licença eu vou para casa. – Diz começando a andar em qualquer direção. Não importava qual escolhesse, estava perdida do mesmo jeito. Não iria pedir ajuda, o garoto parecia estar mal humorado.

Mas antes que se afastasse, sentiu seu braço ser segurado. Voltando seu olhar para ele, o encara confusa. Sua expressão era de dar medo.

_ O-O que foi? – Diz Lucy desviando o olhar, reconhecia algo naqueles olhos, mas sentia-se igualmente constrangida.

_ Não vou deixá-la ir depois de ficar me espiando sem me dar uma explicação.

_ Eu não estava espiando!

_ Não sei como se chama isso aqui, mas de onde venho é espiar! Estava atrás de que?

_ Não sei do que está falando. Agora, será pode me soltar?

_ Tudo bem... – Assim que ele solta Lucy começa a correr. – Ei!

_ Desculpe! – Diz correndo. – Mas não vou ficar para tomar um chá!

_ Quem disse que eu ofereci um chá? – Diz já chegando ao seu lado. Assim que a alcança ele pula em cima dela, a segurando. Os dois caem no chão com o rosado por baixo absorvendo o impacto.

_ Por que fugiu? – Pergunta ele, um pouco ofegante.

_ Eu não quero confusão, por favor, me deixa ir embora! – Diz Lucy um pouco preocupada com o jeito que ela a olhava. Ele apertava ainda mais os braços ao seu redor, fazendo-a se aproximar mais dele.

_ O que ouviu da minha conversa com Canis? – Volta a perguntar deixando a loira confusa com a pergunta escolhida.

_ Eu já disse... Que não sei do que está falando! – Estavam tão próximos que nem conseguia raciocinar direito. Da situação que se encontrava o certo seria querer correr, se afastar daquele garoto. Não o conhecia, mas mesmo assim sentiu uma enorme vontade provar o seu beijo. Sua boca entreaberta era um convite. Ele parecia querer o mesmo. Olhava-a intensamente e aproximava seu rosto do dela.

Antes que seus lábios se tocassem, o ambiente começa a oscilar novamente. Vento forte fazendo algumas folhas se desprenderem das arvores e voarem no céu, oscilações de luz e sons de trovões.

O rosado gira deixando Lucy por baixo, encarando os olhos chocolates da loira antes de se levantar. Observa o céu com uma expressão séria enquanto Lucy tentava controlar se cabelo que dançava ao ritmo do vento. Foi uma péssima ideia deixá-lo solto hoje.

_ Você virá comigo! – Diz ele um pouco alto pelo ao barulho que fazia devido ao vento.

_ Não vou a lugar nenhum com você. Não te conhe... Ei.

Puxando Lucy que ainda estava sentada, a levantou e a jogou em seu ombro.

_ O que está fazendo? – Lucy se remexia. Estavam há poucos segundos quase se beijando e agora ele queria sequestrá-la? O vento continuava embaraçando seu cabelo sendo o único a ter sucesso já que ele a segurava com força para que não escapasse.

_ Quer parar de se remexer? Você vai acabar me chutando. – Diz o rosado caminhando em direção a onde Plue estava.

Já se desesperando Lucy tem uma ideia. “Desculpe, senhor sequestrador” pensa ela “Mas você que pediu.” Lucy acerta um chute entre as pernas do rosado que cai com a dor levando ela junto.

_ Sua louca! Isso dói! – Ele se contorcia. Vendo agora, se sentia culpada, parecia ter doido muito, mas não era hora para sentir compaixão. Engatinha se afastando dele, mas esse segura seu pé, justo o que ela havia machucado.

_ Aonde pensa que vai! – Mesmo com dor ele tinha uma força incrível. - Canis! Nós não temos muito tempo a perder aqui, faça aquilo que eu te ensinei. –Plue late, Chegando perto de Lucy continua latindo. Os latidos se misturavam com os sons que ainda ecoavam no céu deixando ela tonta.

_ O que você... – Não termina a pergunta. Lucy desmaia. Sente ele rapidamente a pegar no colo e então tudo fica silencioso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lucy no céu com dragões" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.