Capitulo VII: Saciando...

"Não se incomode com os outros, apenas sinta... Sinta o meu desespero, o meu medo... A minha fome... Me sacie a sede..."

– S-Shira.. nui... Por favor... Me tire daqui. - Eu me forçava a falar.

Shiranui não deu ouvidos, continuou seguindo pela floresta, logo a presença dos rasetsus se fazia forte.

Ele queria que eu me alimenta-se dos rasetsus... Ao menos assim, eu não iria ferir nenhum ser humano "comum"... Mas, eu não podia, não DEVIA me alimentar deles.

– Você acha realmente que irá conseguir se controlar? Prefere morrer de fome? Pois saiba que quando você estiver fraca e quase morta, seu lado Oni a dominara e até mesmo eu ou Amagiri seremos comida para você. - Ele falava sério.

– Por favor... Só até Kazama-san chegar... Por... Favor.

– Sinto muito Chizuru-chan... Mas... - Eu não ouvi o restante.

Um cheiro se fez presente...Aquele cheiro... O cheiro Dele impregnou o ar... Eu não sentia mais nenhum cheiro além do dele...

Era doce, eu podia até mesmo imaginar seu gosto...

– Hijikata-san...

– O que faz aqui? - Shiranui perguntou e Hijikata-san surgiu de trás de uma árvore.

– Então, vocês sabem sobre os vampiros? E creio que até mais do que nós. - Ele falou olhando para os rasetsus que estavam entrando em uma caverna sem nos perceber aqui.

– Então, você sabe sobre os Rasetsu. - Shiranui falou.

– Sim...

– Então, esta explicado toda essa sua desconfiança conosco... Esse é o motivo de nos seguir?

– Hiroshi-sama me ordenou vigiar a garota, você saiu tão apressado e todos ficaram apreensivos com o que podia acontecer com ela nesse estado.

– Hiji... kata-san - Eu me forçava a falar.

"Sente o cheiro dele? Beba o sangue quente e doce do homem que você ama, afinal, ele já fez isso com você... Apenas devolva na mesma moeda."

Não, eu não iria beber o sangue dele, eu o amava, eu não o mataria.

"Ele sequer sabe quem você é. Destrua a vida dele, não irá fazer diferença alguma."

Cale a boca...

"Prove um pouco..."

– Chizuru? - Shiranui chamou.

Logo comecei a desejar tanto o sangue de Hijikata-san que por um momento, deixei que minha "Eu" vermelha se apodera-se de mim, Shiranui pareceu assustado ao me olhar... Seus olhos surpresos foram o suficiente para que eu tentasse me controlar..

Comecei a me contorcer violentamente, Shiranui não teve outra opção a não ser me deitar no chão.

Eu chorava por ser fraca, chorava de fome, de medo... Eu queria que Kazama-san estive-se aqui... Queria morder seu pescoço até sangrar e me saciar de seu sangue... Queria as mãos dele me acariciando o cabelo enquanto matava minha fome... Queria os lábios dele em minha testa me mandando descansar.

Mas, quem eu encontrava ali, era alguém que eu já perdera uma vez... Não podia me dar ao luxo de perde-lo novamente, tinha que me controlar...

Eu estava fora de mim, apenas conseguia ouvir a voz "Dela/Minha" chamando por sangue... Gritei para ela parar... Ela apenas aumentou a voz.

Não sei quanto tempo se passou... Apenas senti.... Primeiro, braços me seguraram com força, logo em seguida, o maravilhoso cheiro doce se fez presente e por fim, algo pingou em meus lábios.

Era realmente doce e quente... E vinha mais e mais... Então se encostou em minha boca... Eu abocanhei seja lá o que era e comecei a beber daquele sangue... Sangue... Era isso... Não era como o de Kazama-san... Era mais doce, mais forte, mais vivo.

A minha "Eu" vermelha desapareceu, eu estava saciando minha sede... Abri os olhos e me deparei com aqueles olhos lilases... Eles me olhavam serenos, preocupados... Eram lindos... Eram os olhos do meu Hijikata-san... Ele estava ali por mim.

– Esta melhor? - A voz de Shiranui se fez presente.

A contra gosto, me forcei a largar o braço machucado de Hijikata-san, sentei no chão me afastando do abraço dele. Eu estava surpresa demais.

– Você piorou de vez, tive que praticamente implorar para que ele fizesse isso. - Shiranui se explicou.

– Agora, me contem, o que são vocês? - Hijikata-san desapareceu dando lugar ao Toshio.

– Shira...

– Nem vem, se vire ai Hime. - Ele disse debochado e se afastou.

Estavamos eu e Hijikata-san, sozinhos, numa floresta... Minhas roupas manchadas de sangue, o sangue dele. E seu braço sendo enfaixado com uma tira de sua camiseta.

O que eu devia falar? Que nos conhecemos a 137 anos atrás? Que ele já se alimentara de meu sangue inúmeras vezes?

Sim, estou completamente perdida.