Survival Game: O Pesadelo escrita por Catelyn Everdeen Haddock


Capítulo 2
01


Notas iniciais do capítulo

Olá, fãs do Survival Game!
Como lhes prometi, a segunda temporada da Fic seria nesse ano, então eu tive que cumprir a minha promessa!
Portanto, eis mais um capitulo!

Bjos da Cat ❤



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As ruas de Munique estavam praticamente desertas e com neve na beirada das calçadas. A gélida brisa da manhã congelava o meu rosto, dando uma sensação gostosa do inverno. Eu sempre amava o inverno e todas as estações do ano. O inverno é a minha preferida, pois gosto muito de ficar aconchegado em casa e perto de quem você mais ama. E com uma deliciosa caneca de chocolate-quente, para dar um clima bem gostoso ao inverno.

Caminho pelas ruas, bem encolhido de agasalho, cachecol, luvas e gorro de abas de pele, a fim de encontrar com a Edith, no Englischer Garten. Os postes mal-iluminados davam aquele belo contraste com a luz do sol das sete da matina.

Paro na esquina. Me inclino para olhar para os dois lados para poder atravessar com segurança. Não é o trânsito que me preocupa, mas sim são os nazistas que ficam de vigília à noite. Mas depois do reality, do qual Anne e eu participamos, o risco de repressão dos nazistas é bem menor, pois deixamos de ser judeus para sermos arianos.

Sigo em frente, pensando em Edith. Faz pouco tempo que a minha família e a da Anne deixamos a periferia para morarmos na cidade. Passei a ver Edith com menos freqüência. Passei a vê-la nos finais de semana e nos feriados. Já a Anne, a vejo todos os dias, pois passamos a sermos vizinhos, de frente para o outro!

Enquanto chego a Englischer Garten, tento encontrar a Edith. Olho para todos os lados e não encontro nada a não ser o ar que expirei. Até ouvir um assobio, me viro para a sua origem. Era a Edith que se postava em uma das árvores geladas. Até nessa árvore eu procurei e ela não estava ali, só resolveu aparecer de uma hora para a outra. Ela estava fazendo uma brincadeira comigo. Me aproximo dela sorrindo. Edith sempre teve essa mania de fazer uma brincadeira comigo.

– E aí, cheguei atrasado? - perguntei.

– Chegou na hora exata, Richie. - Edith sorriu.

Depois, seguimos em frente. Eu havia combinado com ela para irmos tomar um delicioso chocolate quente com cookies com gotinhas de chocolate lá na casa do sr. Holländer, um simpático floricultor de meia-idade que tem uma bela floricultura, onde tinha muitas espécies de plantas e flores. Crisântemos, margaridas, athelas... Tudo isso englobando as maravilhas que ele compõe e vende. Além disso, é um excelente botânico, muito feliz com que faz.

Enquanto saíamos de Englischer Garten, eu me preocupei com Edith. É uma grande amiga! Mas tenho muito medo. Medo, não. Insegurança. Já que eu e a Anne vencemos o último Survival Game, a Edith permanecerá em quarentena. A todo instante sofrerá repressões dos nazistas. Mas ela é muito esperta, de vez em quando isso acontece.

Chegamos à casa do sr. Holländer. A casa, na verdade, é um sobrado com uma varanda no primeiro andar. Além disso, o sr. Holänder tem um jardim colossal no seu quintal, com muita variedade de plantas e flores. Basta entrar lá, que você se depara com uma realidade bem diferente.

– Bom dia, sr. Holländer. - Edith cumprimentou.

– Oh, bom dia, Edith e... - ele estalou os dedos para lembrar o meu nome. Ele às vezes esquece de pronunciar o meu nome. É meio difícil no início, mas com o tempo se acostuma. O sr. Holländer ainda não se acostumou muito bem.

– Heinrich. - respondo sorrindo.

– Ah, Heinrich! Eu sempre me esqueço. - ele se embaraçou com isso. - Me desculpe.

– Ah, tudo bem. - afirmo. - Às vezes, no início, é meio difícil pronunciar o meu nome. Todos nós rimos. Edith me deu uma leve cutucada.

O sr. Holländer tratou de nos servir as xícaras de chocolate-quente para nós. Por fim, acabei dizendo:

– Depois quero conhecer as espécies de flores que o senhor tem!

– Heinrich! - Edith ralhou comigo.

– Qual é, brincadeira! - sorri, por fim.

– Não tem problema, crianças! - disse sr. Holländer, para pegarmos leve. - Sempre tem novidades para cada um de vocês.

***

Depois de o sr. Holländer nos apresentar as novas espécies de plantas e flores, nós tomamos um delicioso chocolate-quente com cupcakes confeitados. Apesar de me dar um agrado especial, às vezes tenho pesadelos com o último reality do qual eu participei. A partir daí, comecei a me preocupar com a Anne, pois ela vem tendo pesadelos direto. O seu primo, Karl Hensel, e sua tia, a sra. Hensel, são os únicos que ela tem de família. Foi tudo que ela me contou. Antes do reality, ela vem tendo pesadelos com os pais no momento da tragédia que os mataria em alto-mar. Depois, foi quando ainda estávamos no reality, com a Frieda perfurando o pescoço dela.

Fiquei pensativo durante minutos enquanto Edith e o sr. Holländer conversavam, até que ela perguntou:

– Heinrich, você está bem? - ela percebia o meu semblante pensativo.

– Estou. - respondi de imediato. - Só pensando na vida. Na verdade, estava blefando. Eu só pensava no último reality, nas mortes e carnificinas, das quais fui testemunha. Pensei em Sophia.

– Eu entendo o que esteja pensando, meu caro. - disse sr. Holländer, lendo o meu pensamento. - O antecedente de Hitler II, Fritz Hollharf, aquele louco, criou o reality para prejudicar a todo mundo. Depois, Hitler entrou no poder e as coisas pioraram. Mas eu quero que entenda, Heinrich, que tristes pensamentos do passado só poderão lhe prejudicar. Não rejuvenesce a alma, mas a torna obscura, angustiada e rancorosa. Os medos que temos nos ajudam a conhecer a nós mesmos, para saber quem somos nós. E quero que guarde isso na sua mente e da sua namorada, entendeu?

Respirei fundo e mordisquei o lábio inferior.

– Sim, senhor.

– Bom garoto. - o sr. Holländer deu tapinhas nas minhas costas e acariciou o meu queixo. - Agora sim, esse é o Heinrich que conheço.

Sorrio. Edith também me deu forças para isso, quando eu estava traumatizado. Mas era a Anne que se traumatizava, principalmente com a morte dos pais e com a última edição do reality.

***

Depois de sairmos da casa do sr. Holländer, Edith e eu percebemos que era a hora de voltarmos para casa, principalmente eu, porque Anne e eu temos que receber visitas dos jornalistas e da Marni Gaertner em nossas casas, novas casas. Amanhã de manhã temos uma turnê pelas cidades alemãs que contribuem para o reality e a partir daí, Berlim, onde teremos um baile de gala no palácio de Reichstag, com o führer.

Apressei o passo, quando um grupo de fãs arianas histéricas me viu com a Edith.

– LINDÃO! - uma delas gritou, me deixando lívido.

– VAMOS! - Edith me puxou para si enquanto nos preparávamos para correr.

Ai, como esse assédio me irrita! Principalmente quando me chamam de lindão. Isso deixou a Anne com acesso de ciúmes fora do limite. Daria uma vontade de gritar "Me deixem em paz! Não vêem que eu tenho uma namorada!", mas a correria é tanta, que perco a vontade.

A multidão de fãs nos perseguem, mas Edith consegue correr tão rápido. Eu me esforço para fazer a mesma coisa, procurando não olhar para trás, quando ela me puxa para o lado direito da esquina para despistar as fãs que corriam histéricas. O ar gélido quase não impede de suar, se correr, mas é fácil não sentir frio quando corre, mas sentir gelado o clima. As minhas bochechas ficavam rosadas com o ar gélido, mas à medida que corro, continua assim.

Encontramos um prédio abandonado deteriorado em um beco e nos escondemos entre os seus tijolos salientes. Edith esticou o seu pescoço para ver se a multidão de fãs se dispersou.


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Notas finais do capítulo

O sobrenome Holländer na história é uma homenagem à Edith Holländer Frank, a mãe de Anne Frank.
E aí? O que acharam?
Nos vemos nos reviews, ok?
Bjos!



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