Survival Game: O Pesadelo escrita por Catelyn Everdeen Haddock


Capítulo 10
09


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!
Foi mal eu ter demorado a postar, é que não tinha ânimo em escrever, mas a partir do dia 10 de março, as aulas do cursinho vão começar e raramente vou ter tempo para postar mais capítulos. Mas não vou parar até ter completado a trilogia, ok?

Cat ❤



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"Baile de Gala, hoje à noite, às 19h30, no Palácio de Reichenstag.

Apreciem a noite, vencedores do Survival Game. Tudo foi preparado para vocês"

Estava escrito na nota do pedestal. Fizemos o mesmo caminho para o nosso antigo camarim, no momento antes do Desfile Pré-Reality, quando encontramos novamente os três funcionários do camarim. A nossa preparação durou um quarto de hora, quando saí de lá trajando um smoking e sapatos muito bem engraxados e envernizados. No meu cabelo, puseram um pouco de brilhantina e modelaram a minha franja em uma espécie de topete, que consistia na franja de lado e pouco elevada. Fiquei bem estiloso. As garotas devem me cobiçar, no entanto, iria provocar um ciúme na Anne.

Vendo que ela demorava, eu não fazia nada a não ser ficar em pé, encarando a vista noturna de Berlim, pela janela da suíte. De repente, senti uma mão tocar o meu ombro esquerdo. De supetão, me viro para trás. Margot. Ao me virar, ela estava deslumbrante em um vestido de paetês mistos de marrom e dourado, cujo decote em V e o maxi-colar de laços combinavam perfeitamente. Seus cabelos loiros estavam em um chanel ondulado, mas desfiado.

– Você está tão bonito, Richie - ela me elogiou.

– E você, ainda mais - retribuo o elogio. - E mal posso esperar para ver a Anne.

Margot respirou fundo e disse:

– Ela continua sendo preparada - retrucou, dando mais um passo para ficar do meu lado. - Já, já ela aparece.

Aprecio a noite iluminada e badalada de Berlim. Como não gostar? Berlim foi uma das cidades mais visitadas do planeta, mas, se não fosse por Hollharf e Hitler II, a Alemanha não estaria isolada do restante do mundo, exceto pela Terceira Guerra Mundial.

– Espero que tudo isso volte a ser o que era antes - desabafa Margot. Eu assinto. - Depois que Hollharf entrou no poder, os judeus passaram a ser tratados como inferiores.

Conforme ela ia desabafando, me lembrei dos demais judeus que continuavam a ser subjugados, assim como foram no período entre as Guerras e a Segunda Guerra.

– Daí, veio a Copa de 2038 e tudo foi uma guinada a 180º - continuou Margot. - O Brasil conquistou o título de Hexacampeão e detonou a Alemanha pelos 7 a 1, mas o Brasil aprendeu a lição e a Alemanha na época de Hollarf aceitou a derrota. Mas Hitler não. Mas a vida nos ensina a aceitar a derrota e é com ela é que atingimos a meta. E foi isso que o Brasil fez.

– Daí, Hitler tomou o poder no mesmo ano e as coisas pioraram para o lado dos judeus - acrescentei.

– Exatamente - concordou. - Todavia, antes do Putsch do III Reich, Hitler mandou prender todos os jogadores da Seleção e mandou o pelotão de fuzilamento executar o técnico.

– Claro, já vi essa notícia, alguma vez.

Vi o massacre do técnico da Seleção Alemã pela televisão. Foi exibido em todos os canais. Embora Hollharf tentasse proibir a exibição e a prisão dos jogadores e a execução, Hitler mostrou isso como uma "campanha política", alegando que a Alemanha não se entregará facilmente à derrota e o técnico foi executado a sangue frio e o seu corpo foi cremado em um forno crematório de um Campo de Concentração abandonado. Pouco tempo depois, quase todos eles voltaram a funcionar.

– Mas não cheguei a tempo de ver toda a execução, pois o meu pai me proibiu de ver aquilo, pois não era apropriado para as crianças da minha idade. - continuei com a conversa e suspirei. - Na época, eu tinha onze anos. Os meus pais ficaram apreensivos com a violência.

– Eu entendo - Margot assentiu. - E pensar que eles estão fornecendo tutores para preparar os judeus para o reality. E eu não gostei nem um pouco do jeito como eles tratam vocês. Parece uma selvageria.

Uma selvageria completa, reflito.

– Hitler II ultranacionalizou o país - comento. - e logo reuniu as tropas nazistas para ocupar, primeiramente a Áustria, depois foi a Alsácia-Lorena, os Sudetos e o oeste da Polônia. Agora foi o...

Por um momento, fiquei boquiaberto, quando vi a Anne deslumbrante em um vestido preto todo decotado em V, ombros descobertos, de alça, e a saia toda franzida, esvoaçante. Seu cabelo estava preso em um coque trançado e uma madeixa da nuca estava solta, cacheada pelo babyliss. E seu rosto estava tão belo com a maquiagem típica das noites de gala. Ela estava tão magnífica.

– Anne - disse, ao notar o seu traje de gala. - você está tão bonita.

Já deu para perceber que ela ficou sem jeito.

– Você acha? - perguntou, irônica a respeito do traje, porém encabulada. - Estou meio desconfortável com isso.

– É normal, querida - Margot disse. - Em ocasiões como essa, não é impossível ter um frio na barriga.

Anne e eu sorrimos. E logo pude perceber que ela estava certa. Até eu senti um frio na barriga quando fui selecionado para o reality. Ao olhar para o lado oposto ao da janela, me dei de cara com o funcionário do hotel vindo em nossa direção.

– A limusine está à espera - ele disse.

***

Hoje, Berlim nunca esteve tão movimentada como antes. Não que tenha congestionamentos ou algo do gênero, mas Berlim era uma das cidades globais do mundo, onde recebia vários turistas de vários locais do mundo. Contudo, Hitler fez um decreto de que todas as cidades alemãs parassem de receber visitantes. Em outras palavras, ele nacionalizou a pátria. E, consequentemente, em todos os feriados nacionais, há culto à pátria e ao chanceler. Por outro lado, a Terceira Guerra está começando a ficar cada vez mais acirrada com o equilíbrio das forças russas e britânicas com as das alemãs e neoiugoslavas. Ouvi dizer que a Rússia tem um exercito bem poderoso da Europa.

Me acomodei no acento da limusine, enquanto olhava o centro da cidade em pleno movimento. Pensei em meus pais em Munique: o meu pai com a livraria reformada, depois dos guardas nazistas terem estilhaçado a vitrine; a minha mãe esperançosa em me receber de braços abertos; Elise, com as amigas, contando as horas para me ver de novo; Edith, ainda enclausurada no lado judeu, visitando com freqüência o sr. Holländer em sua floricultura e; Moe, sozinho nas aulas, no momento em que o professor deixa os alunos formarem duplas.

Quando virei o meu rosto para a Anne, percebi que ela estava meio perturbada com alguma coisa.

– Há algum problema, Anne? - me arrisquei em perguntar. Ela sacudiu a cabeça em negação.

– Uma sensação de surpresa nunca é demais - ela ressoa.


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Notas finais do capítulo

P.s.: Nunca fui a Berlim, mas a fic é uma inspiração, ok?

Cat ❤



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