Survival Game: O Pesadelo escrita por Catelyn Everdeen Haddock


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Ol, galera,
Como eu lhes disse, que a segunda fic ser em 2015, eu tive que antecipar como um presente de natal, ok?
Portanto, um feliz natal para todos e um novo captulo como um presente!
bjos da cat ;)



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Ainda me lembro dessa época. Nevado e com um clima gélido e bem gostoso! Apesar de ser tão gélido, ainda dava para ver as montanhas dos Alpes bem lá no fundo, cobertas de neve. Eu via isso da janela do meu quarto, apoiando os cotovelos sobre o parapeito, na ponta dos pés para visualizar melhor. Nessa época, eu tinha 10 anos de idade, um pouco antes de conhecer Edith.

Deixei a janela fui instantaneamente atraído pelo cheiro de um delicioso chocolate quente, daqueles com marshmellow mergulhado nele. Desci as escadas, degrau por degrau, com uma mão percorrendo o corrimão e chegando até a sala de estar. Encontrei a pequena Elise brincando com as bonecas no meio do tapete da sala. Ela já arrancou o primeiro dente de leite dois dias atrás. Foi um incisivo superior, da frente. Apesar do seu sorriso banguela, ela tinha um sorriso muito afetuoso. Ainda hoje tem. Nessa época eu nem conhecia a Anne, tampouco Edith.

Cheguei até a cozinha e encontrei a minha mãe despejando o chocolate em cada quatro canecas.

– Mãe? - perguntei, mas a minha mãe deve ter reconhecido o meu comportamento perante as canecas fumegando.

– Nem precisa perguntar, Richie. - disse, enquanto distribuía cilindrinhos de mashmallow em cada caneca. Depois pegou uma delas e me entregou. - O chocolate está servido.

Esbocei um sorriso aberto na cara.

– Mas tome cuidado - minha mãe alertou. - Está quente. Não vai querer queimar a língua, vai?

Esbocei mais um sorriso, dessa vez cerrado. Agradeci à minha mãe e fui para a poltrona da sala de estar. Depois que sentei, contei de cara os marshmellows mergulhados no chocolate. Um, dois, três, quatro, cinco... seis! Soprei de leve a fumaça fumegante da bebida e encostei de leve a ponta do lábio superior no chocolate. Estava ardendo. Mas não me importei. Deixei esfriar e aos poucos, aproveitei a oportunidade de bebê-lo.

Depois disso, pus a caneca na beira da pia. Até ofereci para lavá-la, mas a minha mãe se comprometeu a fazer isso.

– Posso sair, então? - perguntei à queima-roupa.

– E apanhar um resfriado daqueles, meu filho? - ela perguntou, já começando a ficar preocupada. - Está frio lá fora.

Mas tive que usar o velho truque da persuasão.

– Ah, mãe - sacudi a barra da saia dela. - por favor! Tem outras crianças fazendo um boneco de neve.

– E estão mesmo! - ouvi a voz do meu pai, enquanto descia as escadas. - Nosso menino já está bem grandinho para sair para a rua, ainda mais com o frio.

Minha mãe hesitou por um curto período de tempo. Ela sempre foi superprotetora comigo, nesses anos, ainda mai quando o meu pai acabara de dizer que eu já estava bem grandinho para isso. E olha que nessa época eu estava com dez anos de idade. Por fim, ela disse:

– Tudo bem, Heinrich, você pode ir, mas lembre-se, estou de olho em você.

– Como você vai ficar de olho em mim, se está lavando a louça? - brinquei. Depois saí.

O meu pai riu. A minha mãe corou se vergonha e deu um tapinha de leve no braço do meu pai. Peguei o agasalho, o meu gorro de pele nas abas e o meu cachecol e abri a porta da sala. Logo que saí, fechei a porta e senti a brisa gélida invadir o meu rosto. Duas meninas da minha idade passaram pela calçada correndo juntas e aos risinhos. Sempre guardo as minhas luvas em cada bolso do agasalho, para não esquecer cada par.

As ponho em cada mão e sigo em frente pela calçada, com as mãos enluvadas enfiadas no bolso. Mordo o lábio inferior e enfio o queixo no cachecol. É a primeira vez que saio sozinho de casa. Desde pequeno, passava boa parte do dia observando as montanhas dos Alpes bem lá no fundão. Mas tinha uma torre da igreja ocupando uma pequena parcela do meu campo de visão. Mas eu não me importava. O que importava era apreciar a vista, a bela vista das montanhas nevadas.

Depois de virar a esquina, entro em outra rua, quando vejo uma menina ruiva, de maria-chiquinha, olhando para o gato bege que miava em um galho de uma árvore ao lado esquerdo de uma casa. Supus que seja a sua.

– Vamos, Winston - insistia ela, batendo pé no gramado. - desça já daí!

Fiquei olhando como ela persuadia o gatinho para que descesse dali. Então, logo de cara, Winston era o nome do gato, que hoje não está mais conosco. Ele tinha morrido um ano depois dessa ocasião. Ele tinha retinoblastoma nos dois olhos e embolia pulmonar. Ela chorara muito pelo gato e eu também. Se ele estivesse vivo até hoje, nem imagino como ia ser agora. Balancei a cabeça e fui ter com ela.

– O que está rolando aqui?

A ruivinha respondeu imediatamente:

– O meu gato não consegue descer da árvore!

Fitei o gato por alguns segundos e mordisquei o lábio inferior.

– Vai ver, ele está com medo. - afirmei.

– Sempre esteve com medo de descer. - a ruivinha arqueou as sobrancelhas. - Sempre toma coragem quando sobe, mas na hora de descer, já começa a ficar difícil.

Acariciei o queixo. Sempre gostei de gatos, tanto quanto cachorros, mas confesso, sou alérgico a gatos. Tomei uma decisão bem fácil de se pensar.

– É só ignorar que ele desce - opinei. - por conta própria.

– Mas se ele pegar um grave resfriado? - renunciou a ruivinha.

Cocei a cabeça. Nunca fiz nenhum gato descer de um telhado, ainda mais de uma árvore, mas só estive aqui porque quis ajudá-la. Para tanto, avistei uma escada vertical deitada na cerca da varanda de sua casa e a peguei. Apesar do seu peso, é claro. A ergui e a encostei bem na parede da casa, um pouco acima do parapeito da janela. Subo degrau por degrau e me posto bem em frente à janela. Sorte minha que ela está fechada. Viro o tronco para a direção da árvore, depois os pés e fico de frente a frente com o gato. Ele continuava a miar, só que bem fraquinho.

– O que você está fazendo? - ouvi a voz da ruivinha vinda de baixo.

– Fazendo com que ele desça. - respondi, sem tirar os olhos do gato.

A garota achou meio estranho com o que eu estava fazendo. Continuei a olhar o gato, que continuava estático no lugar. Depois de pouco tempo, desviei o olhar para o lado oposto, por um bom tempo. Quando tornei a olhar, o gato já não estava mais ali. Ele descia para os braços da garotinha.

– Winston, você voltou! - ela acariciava o pelo do gato, que ronronava em seu busto. Depois voltou o olhar para mim. - Obrigada...

– Heinrich! - completei. - Meu nome é Heinrich!

– Meu nome é Edith! - devolveu. - Edith Belsen!

Sorri e me virei para descer, quando do nada, a janela se abria na minha direção, esbarrando na escada, que se balançou para trás. Arregalei os olhos, tentando alcançar o parapeito, mas não teve jeito. A escada acabou caindo para trás, me derrubando direto no gramado nevado. Senti a minha coluna doer.

– HEINRICH!

Edith corria em minha direção para me socorrer. A minha visão escurecia e ficava turva. Fiz o maior esforço para poder respirar. Ela me levantou aos poucos.

– Você está bem? - perguntou ela, preocupada.

– Parece que estou. - respondi, com a voz pouco trêmula. Uma mulher gorda e ruiva - suponho que seja a sua mãe - saía da casa, correndo aos pulos.

– Valha-me, Deus, o que aconteceu aqui? - perguntou ela.

– Fiz o gato descer da árvore, num virar do olhar. -respondi, ofegante. - Sou Heinrich Holger.

– Mas a sua coluna está dolorida? - perguntou ela, com receio.

– Não tanto assim. - menti, embora doesse muito. Fiz uma careta de dor.

– Não se preocupe, meu filho - diz ela, me acompanhando para dentro de casa. - Uma compressa de água gelada deve deixá-lo novinho em folha!

Sorri e a mãe e filha foram me auxiliando até entrarmos em casa. Ao entrarmos, Edith sussurra em meus ouvidos:

– Valeu por fazer Winston descer da árvore.


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Notas finais do capítulo

Eis o elenco (continua o mesmo da primeira fic, mas acrescento novos personagens):

Karl Hensel (o garoto de casaco azul - O Expresso Polar)
Agatha Van Doyle (Odete - A Princesa Encantada)

E a? podem comentar, favoritar ou qualquer coisa!
bjos e feliz natal!