A Lenda de Korra – Livro Cinco: Afirmação escrita por Mika Sakurazaki


Capítulo 5
Capítulo 4 - Tristeza: Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Eu sei... Eu sei... Prometi que postaria sexta, mas olhem pelo lado positivo, o capítulo ficou bem maior! Demorou porque além de várias atividades (eu não sei dizer não para as pessoas e me enfio em vários compromissos) eu fiz, refiz e fiz de novo o capítulo até achar que ficou razoável!



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– Ora, todos temos notícias! Vamos terminando os cumprimentos e nos sentando que durante o jantar vamos colocar as conversas em dia! – Disse Pema indicando a mesa aos convidados.

Depois de toda a recepção e cumprimentos o jantar se iniciara. Korra, que havia se sentado ao lado de Bolin e Asami, escutava atentamente seu pai contanto as últimas notícias da Tribo da Água do Sul. Pelo que ouvia a corrente democrática, iniciada despretensiosamente por Wu, havia chegado a Tribo da Água e Tonraq já tinha ideias de implantar de vez a democracia na antiga Tribo do Sul.

– O que proponho é a escolha democrática dos líderes da Tribo, eliminando de vez a sucessão hereditária. Tive o apoio de quase toda população, apenas os mais velhos não gostaram muito da ideia já que estão acostumados com a antiga monarquia, mas creio que em breve teremos a escolha do líder e do corpo de conselheiros que o ajudarão a guiar a Tribo. – Explicou concisamente o atual líder.

– Isso é ótimo papai! Tenho certeza de que será o escolhido, todos da Tribo o respeitam muito e veem no senhor uma liderança justa e competente – Comentou Korra entusiasmada. Aquela notícia não poderia ser melhor, quanto mais nações aderissem ao modelo democrático mais fácil seria para que o equilíbrio se estabelecesse no Mundo Físico.

– Tenho certeza de que com a expansão desse novo formato de governo no mundo as nações se tornarão cada vez mais pacíficas. Estou certa de que a democracia fará muito bem a Ba Sing Se. Quando vamos promover as eleições por lá? – Indagou Korra empolgada.

O questionamento da Avatar criou instantaneamente um clima tenso e pesaroso no ambiente. Os mais velhos entreolharam-se receosos, buscando nos olhares a coragem necessária para contar a Korra a situação atual de Ba Sing Se. Impaciente com a demora Lin se adiantou:

– Não teremos eleições tão cedo em Ba Sing Se. Após a queda de Kuvira a cidade entrou em uma verdadeira guerra civil. A situação está cada dia mais caótica por lá. Um dia após a sua partida o Presidente Raiko e eu enviamos agentes especiais para sabermos como estava a situação na cidade e fomos informados que a ela caíra em desgraça. Tenzin e eu fomos de bisão voador há alguns dias atrás ver com nossos próprios olhos e tivemos a confirmação, Ba Sing Se está em guerra. – Explicou a chefe de policia.

– O quê? Em guerra? Mas como? Por que não me disseram antes? - Perguntou Korra exasperada.

–Korra, entenda! Por mais que a situação estivesse difícil não havia motivo para exaltação. Queríamos que você se restabelecesse antes, que entrasse em sintonia com seu lado espiritual mais uma vez antes de partir para uma nova batalha. Você estava visivelmente cansada. – Acalentou Tenzin em tom ameno.

– Era minha obrigação está aqui! Eu sou a Avatar, a população vai pensar que eu sumi outra vez, não posso deixar que isso aconteça – Rebateu Korra em desespero.

– Você está aqui agora e é isso que importa. – Temporizou Katara, entrando na conversa pela primeira vez – O Avatar tem que cuidar de si mesmo antes de cuidar do mundo Korra. É importante que antes de enfrentar suas batalhas ele cultive os aspectos espirituais e físicos que o cercam, como sua sintonia com os espíritos, sanidade mental, suas amizades e até mesmo seus amores. – Terminou Katara, direcionando seu olhar para Asami deixando a moça ruborizada.

– A Katara está certa filha. Você precisava de um tempo para descansar, durante os anos que ficou conosco você esteve sempre angustiada, inquieta e até mesmo infeliz. Você mais do que ninguém merecia um descanso – Disse Senna olhando carinhosamente para filha. Aparentemente ela não percebera a indireta de Katara, mantendo-se alheia quanto aos sentimentos da filha pela engenheira.

– Sua mãe está certa Korra – Disse Tonraq, que ao contrário da esposa, percebera o comentário da velha curandeira.

– Ok! Vou tentar me acalmar. – Tranquilizou a todos a Avatar. – Mas quero ficar a pá de todas as notícias. Tenzin, Lin, o que sabemos até agora desse conflito? – Perguntou decidida. Queria extrair o maior número de informações possível. Uma coisa que Korra aprendera em sua disputa com Kuvira é que informação era ouro e que podia ser decisiva em uma batalha.

– Bem... pelo que podemos observar e descobrir em nossa breve viagem a Ba Sing Se é que a cidade se dividiu em grupos com diferentes reinvindicações. – Começou o mestre do ar.

–Grupos? - Asami se adiantou como se intuísse o questionamento da Avatar.

– Sim, grupos. Depois da queda de Kuvira, que administrava tudo com pulso firma e não permitia a liberdade de expressão dos cidadãos, a cidade se dividiu em grupos que entraram em conflitos entre sim. – Após uma pausa para uma profunda respiração Tenzin continuou – Pelo que podemos constar existem 4 grupos oficias até agora. Todos com um desejo governamental diferente.

– Quais são eles? – Korra estava ansiosa para saber que desafios lhe aguardavam na maior cidade do Reino da Terra.

– Existem os membros da Neo Red Lótus, movimento que surgiu após a queda da Rainha da Terra. Inicialmente era um grande partido, mas após a queda de Zaheer eles perderam força.

–Neo Red Lótus? – Interrompeu Asami temerosa. A Red Lótus representava um perigo claro à vida de Korra e tinha que ser detida.

–Sim, esse grupo outrora contava com apenas alguns integrantes, principalmente pelo cerceamento imposto por Kuvira a partidos que se opunham ao seu governo, mas após a sua queda ele voltou com toda sua força. Pelas nossas investigações eles se intitulam assim porque as suas bases ideológicas divergem em alguns pontos daquelas preconizadas pelo Red Lótus tradicional – Pontuou o dominador de ar.

– Divergem, como assim? – Perguntou Korra

– Felizmente eles não veem o Avatar como uma ameaça, Korra, mas acreditam no poder da verdadeira e plena liberdade.

– A liberdade sem líderes para conduzi-la – Completou Korra distraidamente. Durante a explicação de Tenzin a mente da Avatar voara até as suas conversas com Zaheer.

– Exatamente! – Continuou o mestre - O lado espiritual da Red Lótus foi deixado de lado, a Neo Red Lótus se preocupa mais com a posição política e econômica do antigo Reino da Terra. Eles pedem a implantação da plena democracia em que quaisquer decisões governamentais sejam tomadas diretamente por toda a população. Querem ainda que todos os cidadãos sejam tratados igualmente perante as leis e a sociedade, o que não ocorria durante a monarquia.

– O que eles pedem é razoável, Tenzin. E em parte concordo com eles. Quando estive em Ba Sing Se pude ver com meus próprios olhos as segregação implantada pela monarquia. – Comentou Korra.

– Sim, sim. Eu concordo com você Korra, mas o que me assusta na Neo Red Lótus é a maneira como eles querem chegar ao poder. Eles são incisivos quando se trata de conseguirem o que quer. Usam as força e causam transtornos com isso. – Explicou Tenzin.

– Quem os lidera Tenzin? – Perguntou Mako se fazendo presente na conversa pela primeira vez.

– Eles não tem um líder oficialmente, mas o membro mais proeminente é Zugzwang, um antigo prisioneiro político da falecida Rainha. Foi preso por criar um jornal clandestino que criticava o governo de Ba Sing Se. Após a libertação dos presidiários por parte de Zaheer, ele entrou em contato com os ensinamentos do antigo líder da Red Lótus e aderiu à causa quando a cidade foi tomada pelo caos. Durante a ascensão de Kuvira ele foi novamente perseguido, mas durante seu exílio em outras nações conseguiu cooptar muitos seguidores para seu partido. – Detalhou Tenzin. – Depois da queda de Kuvira ele reformulou as bases do partido e criou assim a Neo Red Lótus.

– Você acha que existe a mínima possibilidade de um debate pacífico com ele? – Inqueriu Asami ao mestre do ar. Por mais que soubesse que a função de Korra como Avatar era manter o mundo a salvo e que para isso a garota precisaria enfrentar batalhas, a engenheira ainda temia muito pela segurança de sua amante. A segurança de Korra estava sempre em primeiro lugar para ela, até mesmo a frente da paz mundial.

– Talvez a Korra consiga, não sei. Eu acho que o inimigo dele não é o Avatar, mas sim os outros grupos que reivindicam coisas diferentes daquelas exigidas pela Neo Red Lótus - Respondeu Tenzin.

– E os outros grupos Tenzin, quais são? – Questionou Korra.

– Além da Neo Red Lótus, temos um grupo menor, mas não menos poderoso, formado pela antiga elite monárquica da cidade de Ba Sing Se que querem o retorno da monarquia. São membros de famílias antigas que durantes séculos foram beneficiados pelos governos monárquicos – Disse Tenzin, sendo interrompido por Su.

– Existem inclusive membros da família Beifong envolvidos – Disse Su consternada.

– Beifong’s? – Gritou Bolin assustado enquanto todas as atenções se voltavam para ele. Envergonhado com a atitude o dobrador de lava levou a mão a boca enquanto ruborizava.

– A família Beifong é muito antiga e tradicional. Existem muitos de nós espalhados pelo antigo Reino da Terra. Felizmente algumas ramificações da família são menos elitistas do que outras. Minha mãe nunca gostou do peso que o nome Beifong trazia por sua tradição. – Pontuou Lin, ignorando o rompante escandaloso do rapaz.

– Os Tradicionalistas, é assim que eles se intitulam, contam ainda com a ajuda da Dai Li. – Continuou Lin.

– Dai Li? Pensei que estivessem extintos desde a ascensão de Kuvira. – Estranhou Korra.

– Com a derrota de Kuvira, que os destituiu da função de proteger o patrimônio cultural da cidade assim que tomou o poder, a Dai Li viu nos membros da antiga monarquia uma liderança perfeita para levá-los ao antigo posto. É uma espécie de simbiose, a Dai Li serve como aparato militar para os antigos membros da monarquia, enquanto esses servem de faixada ideológica para a ascensão da velha guarda imperial. – Detalhava Lin.

– Suponho que eles também tenham um líder. – Pautou a menina de olhos azuis.

– Sim, seu nome é Yin Xanandu, antigo membro da nobreza de Ba Sing Se, que durante anos controlou a mobilidade social da cidade. Só entravam no seleto Anel Superior da cidade aqueles que Xanandu achasse digno. – Terminou Lin parecendo está enojada por falar naquele homem.

– Com esses nem preciso perguntar se existi diálogo, não é? – Ironizou Korra. – Não existe a mínima possibilidade da monarquia voltar ao Reino da Terra, o próprio príncipe Wu abdicou de seu cargo em favor da democracia. – Ressaltou Korra decidida.

– Eles não reconhecem mais o Principe Wu como o legítimo herdeiro ao trono. Eles alegam que Wu traiu a monarquia e seu povo, logo não teria mais direito de assumir ao seu posto como príncipe. – Situou Tenzin.

– Mas se o Wu não pode assumir, quem irá? – Perguntou Mako curioso.

– O próximo na linha de sucessão ao trono seria o próprio Xanandu, primo de terceiro grau da falecida rainha. – Explanou Lin.

– Outro grupo que ganhou forma após a queda de Kuvira foi o partido dos Reformistas. Esse é o grupo menos radical e que apoia a escolha de um líder democraticamente. O partido foi formado por vários cidadãos do Anel Inferior de Ba Sing Se e apesar de ser o mais numeroso entre todos os outros é o que dispõe de menos recursos para promover seus debates. Sua líder é Meiying Chao e ela descende da classe mais humilde da população que foi explorada durante anos pela monarquia. – Prossegiu Tenzin.

– O que os Reformistas pedem é exatamente o que temos na Cidade República, um líder escolhido democraticamente em intervalos de tempo regulares.

– A proposta deles é boa, mas a elite de Ba Sing Se tem pavor em ouvir falar de um líder proveniente da classe mais humilde da cidade. – Disse Su com asco. – A elite sabe que se os membros do Anel Inferior chegarem ao poder será o fim de sua regalia. – Inferiu a Líder de Zao Fu.

– Tenzin, vocês mencionaram quatro grupos, mas só falaram de três deles. Qual é o quarto grupo? - Indagou Korra curiosa.

– Claro, já ia mencioná-los – Rebateu Tenzin – O quarto e último grupo são os Militaristas. Esse grupo é o mais fraco entre todos e tem total repúdio da população. Eles defendem a ascensão de um líder militar que tenha total controle sobre Ba Sing Se e que posteriormente reconquiste todas as terras outrora conquistadas “pela grande conquistadora”. – Disse Tenzin

– Então na verdade o que eles querem é uma nova Kuvira – Disse Asami abismada.

– Exato! –Tenzin ratificou o raciocínio da jovem empresária. – É por isso que a maior parte da população é contrária aos seus ideais. Todos os grupos da cidade foram prejudicados com a ascensão de Kuvira, a exceção da elite militar, que criou o partido Reformista. – Terminou o mestre de ar.

– Kuvira só delegava funções a militares. Ela dizia que só a disciplina militar era capaz de impor ordem. Em todos os lugares que invadimos ela colocou no comando as autoridades militares da região. – Iniciou Bolin entrando na conversa. – Ela não confiava em civis e implantou em todas as regiões conquistadas centros de treinamento militar. – Finalizou ele.

– Tenzin, nós temos que ir à Ba Sing Se imediatamente. Não podemos deixar que a situação saia do controle – Exasperou-se Korra.

– Fique tranquila. Não vamos nos precipitar! Precisamos primeiro estabelecer uma base na cidade, conhecer a situação e por fim tentar conversar com todos os líderes para chegarmos a um acordo pacífico – Acalmou Tenzin.

– Não acredito que esses grupos queiram entrar em acordo, Tenzin. Pelo que me disse eles querem coisas muito diferentes – Pautou Korra – Concordo que temos que planejar cada ação, mas é imprescindível minha presença em Ba Sing Se – Impôs a Avatar.

– De certo, mas vamos deixar essa conversa para amanhã. Esse é um jantar de reencontro e todos têm ótimas notícias para dar – Interrompeu Pema, acalentando os ânimos.

– Claro, claro. Amanhã, se todos puderem, podíamos nos reunir com o Presidente Raiko para criar uma força tarefa liderada por mim e que será enviada a Ba Sing Se o quanto antes – Determinou Korra se acalmando.

– Ótimo! Agora vamos às demais notícias! – Empolgou-se Bolin.- Mako tem uma ótima notícia para dar – Disse o dobrador de lava com um grande sorriso.

– Sim, é verdade. Desde hoje de manhã sou o novo chefe de polícia da Cidade República – Mako noticiou orgulho – Ao que parece Raiko ficou sabendo do episódio com os cipós espirituais e me concedeu o título de chefe de polícia – Explicou ele.

– Mako, isso é incrível! Parabéns, você merece. – Disse Asami abraçando o rapaz que estava ao seu lado.

– Mako, parabéns! Será um ótimo chefe de polícia! – Parabenizou Korra – Não me leve a mal, mas esse cargo não é da Lin? – Perguntou Korra temerosa, a Avatar sabia do temperamento instável da ex-chefe de policia e não quis se arriscar, mas não pode deixar de perguntar.

Antes que Mako pudesse responder Lin se adiantou – Serei a nova Ministra da Justiça – Explicou a Beifong mais velha.

– Hum... legal, mas o que seria isso? – Perguntou Korra curiosa.

Em tom de enfado Lin respondeu:

– O Presidente Raiko, a pedido de Tenzin, criou esse cargo para que a cidade reformulasse suas leis. Agora que o Mundo Espiritual se tornou tão presente na vida dos cidadãos da Cidade República é preciso regular a ação de humanos no Mundo Espiritual. Além de revisar leis e normas, terei a incumbência de zelar pela justiça na cidade, fiscalizando a atuação dos juízes e do departamento de policia. – Minuciou ela.

– Parabéns, Lin! Tenho certeza de que será uma Ministra muito justa! Austera e resmungona, mas justa – Brincou a menina de olhos azuis. – Parabéns a você também, Tenzin! Essa ideia é ótima!

– Obrigada, Korra! – Agradeceram os dois.

– Não vou te dar moleza só porque é a Avatar. – Disse Lin séria, para segundos depois lançar um sorriso zombeteiro na direção de Korra que sorriu em resposta.

– E quanto à expansão da Cidade República, Tenzin? Quando vamos começar – Indagou Asami. A expansão seria um ótimo desafio, sem falar que seria um ótimo negócio para as Indústrias Futuro.

– Bem, Raiko solicitou que esperasse você ou Varrick chegar para iniciarmos a expansão. Já que você chegou primeiro creio que a função será exclusivamente sua até que Varrick chegue para trabalharem em conjunto – Estabeleceu Tenzin.

– Eu já imaginava que seria assim. Estou muito empolgada para começarmos logo! – Empolgou-se Asami.

– Você vai conseguir Asami, tenho certeza! Tudo que você faz fica perfeito – Disse Korra apaixonadamente enquanto segurava a mão da moça que estava em cima da mesa de jantar. Durante alguns instantes em que olhava para sua amada, Korra esqueceu-se que estava em um jantar com todas as atenções voltadas para elas.

Algumas pessoas olhavam a cena abismadas, os mais intuitivos inclusive já haviam percebido a interação entre as duas moças durante o jantar. A forma como buscavam o toque uma da outra, a maneira gentil como se olhavam. Agora estava evidente para Tonraq a quem a filha destinava tanto afeto. Aparentemente a bela moça de olhos safira raptara o coração de sua filha. Era clara a sinergia entre elas, durante toda noite as duas falaram-se com os olhos. Como se intuíssem o desejo da outra com apenas um olhar. Alguns poucos, como Senna, tomaram os gestos carinhosos entre as duas moças como um gesto de pura amizade e carinho mútuo.

Quebrando o clima romântico entre Korra e Asami, que ainda se olhavam carinhosamente ignorando os demais sentados a mesa, Su, que não percebera a interação romântica entre as moças, se pronunciou:

– Meu filho Baatar irá auxiliá-la da expansão, Asami – Disse orgulhosa – Apesar do que fez no passado ele é um rapaz muito talentoso e dedicado, vai gostar de trabalhar com ele! – Disse Su como uma verdadeira mãe orgulhosa.

– É claro... – Sorriu Asami, votando à realidade depois de navegar nos olhos azuis da outra.

– Não podemos nos esquecer dos namoros – Disse Bolin feliz.

– O QUÊ? – Se espantaram as namoradas.

– Sim... eu e Opal estamos... oficialmente namorando... – Disse Bolin receoso e assustado com o rompante de suas amigas. Distraído como é o rapaz não havia percebido a interação romântica das duas moças, diferente do irmão mais velho, que percebera a tensão entre elas.

– Eu e Kai também – Disse Jinora feliz mesmo com o resmungo de Tenzin.

– Verdade?! Isso é ótimo! Fico muito feliz por vocês quatro – Congratulou Korra. – Na verdade eu e Asami também temos uma notícia – Disse olhando para Asami como se pedisse permissão com o olhar. Tendo o aval da outra, ela noticiou:

– Eu e Asami nos apaixonamos uma pela outra e estamos namorando – Disse Korra buscando a mão de sua amada e depositando em sua palma um beijo carinhoso.

Passado uns instantes após a notícia a sala ainda permanecia em total silencio. Ninguém ousou se pronunciar.

– O QUÊ? – Senna se pronunciou antes de todos. Sua voz cortou o silencio como uma navalha. – O que estão dizendo? - Agindo de forma atípica a sua personalidade sempre tão calma, serena e gentil, Senna se levantou da mesa enquanto lançava um olhar consternado em direção à filha.

– Asami... - sussurrou ela com a voz embargada – Isso é verdade? – Perguntou a curandeira para jovem de olhos verdes por quem tinha tanto carinho.

– Senna... me desculpe... não pude evitar – Tentou explicar Asami enquanto se aproximava da mulher.

– Explicar? Não há nada a explicar! Nós nos amamos e queremos ficar juntas. – Disse Korra ferida com consternação da mãe.

– Não estou falando com você Korra! – Disse a mãe da Avatar friamente – Estou me dirigindo a você Asami... sei que você é uma moça de bom senso e vai entender. Pense melhor, você vai perceber que confundiram os sentimentos uma pela outra e que o que as une não passa de uma grande amizade – Terminou Senna com lágrimas nos olhos.

– ...Eu... eu não... – Asami não soube o que dizer. Sentia a tristeza daquela mulher, mas sabia que o que sentia por Korra era algo muito maior do que amizade. Desde que descobrira seus sentimentos por Korra ela nunca tivera dúvidas. Amava a Avatar com todo seu coração. Precisava dela para viver... para respirar.

– Mãe, não! Eu e Asami nos amamos não como amigas, mas como mulheres – Korra se fez ouvir.

– Você não sabe o que é amor Korra – Disse Senna rispidamente – É muito jovem para entender. Está confundindo as coisas, está confundindo sua amizade por Asami com outro sentimento. Como pode saber que a ama? – Perguntou Senna enquanto as lágrimas escorriam em seu rosto.

– Não queira saber mais dos meus sentimentos do que eu – Rebateu Korra.

– Não! Não! Você está confundindo amizade com outro sentimento... – Continuou Senna.

– AMIGAS NÃO FAZEM O QUE NÓS FIZEMOS! AMIGAS NÃO SENTEM ESSE DESEJO ARREBATADOR QUE SENTIMOS UMA PELA OUTRA! – Se impôs Korra sem perceber que gritara aquelas palavras a plenos pulmões.

– Uma vida de mentira, sem filhos, sem um lar de verdade, sem um casamento de verdade! É isso que quer para sua vida Korra? - Disse Senna como se cuspisse as palavras.

– Eu quero ser feliz! E sei que isso só vai acontecer se for ao lado da Asami! – Respondeu convicta.

– Então não há mais nada que possamos dizer uma à outra – Respondeu Senna se retirando da sala.


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Notas finais do capítulo

Primeiro, sou péssima para nomes, ainda mais orientais kkkkkkk. Quem gosta de xadrez vai perceber que fiz uma pequena homenagem à uma das milhares de situações do jogo. Segundo, me inspirei em fatos históricos para desenvolver o conflito político da trama. Uma das coisas que eu mais amo em TLoK é o tom político da série e aqui não poderia faltar! Terceiro, eu tentei fazer a reação da mãe da Korra o mais real possível. Confesso que me senti perturbada escrevendo essa parte, fiquei imaginando como minha mãe vai reagir quando eu me assumi para ela.
Enfim, deixem seus comentários e sugestões! Até mais!