A Lenda de Korra – Livro Cinco: Afirmação escrita por Mika Sakurazaki


Capítulo 4
Capítulo 4 - Tristeza: Parte 1


Notas iniciais do capítulo

E aí pessoal? Hoje estou postando a primeira parte, mas vou tentar postar a segunda e última parte do capítulo 4 até amanhã, mais tardar até o domingo! Nesse capítulos vamos ver o aparecimento de alguns personagens, mas infelizmente não vamos nos focar em todos!



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Assim que as mulheres chegaram ao grande salão do Templo do Ar onde seria servido o jantar foram surpreendidas por um efusivo e afetuoso abraço. Demorou apenas alguns segundos para que elas percebessem que o remetente de tamanho afeto se tratava de Bolin, o espontâneo e leal amigo não se continha em sua felicidade, ficara semanas longe de suas duas melhores amigas e queria expressar toda sua saudade em um delicioso e forte abraço.

– Oi Bolin – Responderam as moças em uníssono. Assim como o rapaz as garotas também sentiam imensa saudade. O jeito espontâneo e irreverente do amigo fizera falta durante as férias.

– Meninas! Estou tão feliz por ver vocês! Não é mestre Pabu? – Disse o garoto enquanto acariciava os pelos do pequeno animal que agora se encontrava em cima de sua cabeça. Sem que percebessem as meninas soltaram as mãos durante a recepção calorosa do amigo. – Tenho estado tão sozinho... – Lamentou ele enquanto seus ombros caiam e seu olhar projetava-se para baixo – Desde que vocês foram paras as férias no Mundo Espiritual não tenho mais companhia, a Opal esteve ocupada apoiando a família dela durante o julgamento de Baatar Jr e o Mako trabalha o dia inteiro no departamento de polícia e à noite ele some misteriosamente e só volta no outro dia ... o engraçado é que ele sempre volta com o cheiro de um mesmo perfume, que não é o dele – Disse o jovem dobrador de lava, encobrindo a boca e confidenciando a última parte as duas mulheres de forma sussurrada.

Mako, que assim como os demais formavam uma desorganizada fila para dar as boas vindas as duas, enrijeceu o corpo abruptamente com o comentário do irmão. Lin, que estava ao seu lado e aguardava sua vez para cumprimentá-las, também estacou com o comentário do rapaz.

– Bolin... CALA A BOCA! – Vociferou Mako entre dentes para o irmão mais jovem. Ele amava o irmão, mas às vezes tinha vontade de jogá-lo atrás das grades da central do Departamento de Policia da Cidade República e deixá-lo lá por alguns dias, talvez algumas semanas, como forma de punição por sua inconveniência. Era bem verdade que nos últimos dias havia feito algumas incursões noturnas, retornando pela manhã ao apartamento que ele e o irmão alugaram a poucos quarteirões do Departamento de Policia da cidade. Desde que tudo terminara ele havia voltado a assumir seu posto como detetive e graças as suas últimas realizações recebera uma grande promoção. Aquela noite ele iria contar a novidade a todos, esperava só o retorno das amigas para que pudesse contar enquanto todos estivessem reunidos.

– Mas é verdade! Ele some toda noite. Chega em casa do trabalho, se arruma todo, sai e só volta no outro dia. – Disse Bolin enquanto aproximava sua cabeça do pescoço das duas mulheres a sua frente. Comicamente aspirou o cheiro de Asami, repetindo o mesmo processo em Korra. Depois de alguns instantes e convencido de que já havia sentido o necessário do cheiro das duas ele se afastou.

– Não... não é esse o cheiro – Proferiu o rapaz em tom misterioso enquanto levava a mão ao queixo e alisava uma barba imaginária.

– O que está fazendo? – Indagou Asami em tom cômico. Ela já se acostumara com o jeito biruta do amigo, mas às vezes se surpreendia com suas atitudes pouco convencionais.

– Quero descobrir se alguma de vocês tem o mesmo perfume que Mako traz toda à noite para casa. – Respondeu ele em tom professoral.

Impaciente com a embromação do irmão, Mako se adiantou para dar as boas vindas as suas amigas. Desde que elas partiram para o Mundo Espiritual Mako decidira se concentrar em sua carreira como detetive, estava por demais cansado de todo aquele drama romântico, mas eis que o amor lhe apresentou uma nova possibilidade. Ele nunca se sentira daquela forma com nenhuma outra mulher. Nem Asami ou Korra fizeram-no tão feliz quanto ele estava agora. Para melhorar bastava apenas que todos soubessem de seu novo relacionamento amoroso, mas a pedido de sua musa misteriosa o enlace do casal deveria ser secreto, ao menos enquanto a situação não se estabelecia.

Depois que as duas mulheres receberam de todos as boas vindas, Korra percebeu que os convidados da Tribo da Água do Sul não se encontrava no recinto. Como se intuísse sua dúvida, Su, que fora a última a cumprimenta-las e que percebera o olhar interrogativo de moça, explicou:

– Seu pai e Tenzin foram buscar os alimentos para por na mesa enquanto sua mãe, Katara e Pema estão terminando de preparar o banquete. Aparentemente teremos um belo jantar com direito a boa comida servida nos Templos do Ar e na Tribo da Água. – Contou entusiasmada Su Beifong.

Assim que Su terminou sua explicação Tonraq e Tenzin adentraram a sala trazendo duas imensas travessas com que parecia ser frutos do mar em uma e na outra uma bonita e apetitosa salada. Assim que viu seu pai adentrar o ambiente, Korra não demorou a atravessar a sala e recebe-lo com um imenso abraço após este postar sua travessa na mesa de estilo oriental que adornava o bonito e aconchegante salão de jantar do Templo. Sentindo o caloroso abraço da filha, Tonraq não demorou a corresponder, deixando um beijo suave por sob os cabelos curtos da filha. Por mais que ela fosse a Avatar, o ser mais poderoso e místico da Terra, para o Líder da Tribo do Sul Korra ainda era sua menininha que necessitava de carinho e proteção. Quando ela decidira desbravar o mundo anos atrás Tonraq sabia que ela nunca mais seria a mesma e que aqueles momentos junto à filha seriam raros.

Assim que os dois se soltaram o pai da moça pode olhar mais de perto para ela. O cabelo curto havia caído como uma luva a menina. Aquele novo corte combinava muito mais com ela do que o antigo e tradicional rabo de cavalo. Sua postura também havia mudado, estava mais imponente e ereta. Suas feições, apesar de ainda suaves, estavam mais sérias. Mas havia algo a mais ali, algo que nunca antes notara na filha. Apesar de visível amadurecimento, Korra agora transpassava um sentimento único e novo em seu olhar. Tonraq teve que se concentrar um pouco mais para descobrir do que se tratava. Algo que ele só reconheceu ao lembrar-se de si mesmo quando conhecera Senna, poucas semanas após ter sido expulso do lugar que um dia chamara de lar, a Tribo da Água do Norte. Korra transmitia uma áurea de pleno júbilo, seus olhos brilhavam, suas ações estavam mais suaves e cadenciadas. Por mais que o amasse, Tonraq sabia que toda aquela alegria que sua filha transmitia não era apenas por sua presença, havia algo muito maior por detrás daquele olhar apaixonado. Apesar de curioso o líder decidiu esperar que a filha viesse até ele lhe confidenciar seus sentimentos, mas sabendo como ela era transparente talvez ele nem precisasse esperar, no jantar de logo mais ele acabaria descobrindo quem o ser capaz de inspirar tanta alegria em sua filha.

– Estou tão feliz de te ver, minha filha – Disse o dominador de água - Você está ótima, mais feliz, mais viva. Vejo que as férias fizeram muito bem a você - Terminou ele liberando a filha de seu abraço.

– O senhor também está ótimo papai, estava morrendo de saudades de você e da mamãe. Mas estou sentindo falta de Naga, cadê ela? Quando eu cheguei aqui hoje mais cedo ela não estava e Tenzin disse que você, mamãe e Katara viriam, mas não mencionou nada sobre Naga. – Perguntou Korra receosa, pensou que seus pais trariam sua amiga polar, ela estava morrendo de saudades de se afundar naqueles pelos macios.

– Quando você partiu, eu e sua mãe achamos melhor vir buscá-la. Não sabíamos quanto tempo vocês iriam demorar no Mundo Espiritual então buscamos Naga para que ela pudesse procriar. Ela já estava na idade de acasalar e nessa época do ano os cães ursos polar migram para o Leste da Tribo para reproduzirem – Respondeu calmamente Tonraq.

– Que pena, estava com tantas saudades dela. Quando estabelecer tudo aqui na Cidade República quero ir à Tribo para encontra-la e ver seus filhotinhos. Aposto que serão tão bonitos quanto ela – Profetizou Korra – E Kya, onde está? Ela não veio com vocês? – Perguntou Korra.

– Como sua mãe e Katara tiveram que se ausentar a Tribo ficaria sem suas duas melhores curandeiras, daí Kya se ofereceu gentilmente para cobri-las durante nossa visita à Cidade República – Respondeu Tonraq. Ele omitiu a parte que Kya estava enamorada de outro curandeiro da Tribo, e que por isso decidira ficar no Polo Sul, não quisera desrespeitar a privacidade da compatriota. Aquela noticia dizia respeito apenas a Kya e a mais ninguém e só ela tinha o direito de revelar.

Observando disfarçadamente a interação entre pai e filha, Asami perguntou-se se Korra contaria ao pai sobre elas agora ou se esperaria o jantar. Intuindo que a segunda opção seria a escolhida decidira dar espaço a sua namorada para que ela matasse a saudades de seu progenitor. A chagada de Pema, Senna e Katara interrompera os pensamentos da engenheira.

– Korra! – Disse Senna colocando as últimas travessas na mesa, sendo acompanhada por Pema e Katara.

Assim que sentira o carinhoso abraço de sua mãe, Korra deixou-se envolver pelo suave perfume floral que exalava dela. Durante o tempo que ficara com os pais para se recuperar do veneno ministrado por Zaheer em seu corpo, Korra descobrira que ninguém era capaz de acalentar tanto suas agruras como sua mãe. Ela era sempre carinhosa e gentil, tinha extremo jeito com crianças e era a melhor curandeira infantil da Tribo, melhor até que Katara, que se aperfeiçoara em curar grandes traumas e a entrelaçar a prática física do curandeirismo com o lado espiritual da milenar técnica desenvolvida pelos dobradores de água.

– Você está tão linda! Cortou o cabelo! Eu gostei, ficou lindo em você – Disse Senna enquanto suas mãos seguravam o rosto da filha. Da última vez que Senna vira a filha ela estava devastada, descrente e infeliz, mas agora, olhando para aquela linda mulher a sua frente, parecia que aqueles momentos ocorreram em outra vida. Agora Korra estava visivelmente feliz, seus olhos brilhavam e ela exalava felicidade. O que quer que fosse aquilo Senna torceu para que continuasse, pois sua filha estava explicitamente melhor.

Katara, que estava cumprimentando Asami e as aproximaram sorrateiramente da família de dobradores de água, também recebeu um afetuoso abraço da Avatar. Enquanto cumprimentava sua mestra em dominação de água, Korra observava a interação de Asami com seus pais que agora a cumprimentava.

– Asami... – Disse seu pai direcionando-se até a inventora – Como é bom vê-la, vejo que cuidou muito bem de Korra enquanto estiveram de férias. Quanto a isso eu agradeço – Completou o pai da Avatar enquanto cobria a não-dominadora com um abraço caloroso – Sinto muito pelo seu pai, ele foi um grande homem e pelo que vejo um grande pai também, já que criou uma filha tão especial – Terminou ele.

– Obrigada! Na verdade Korra cuidou de mim, não teria ido a lugar algum sem ela – Respondeu Asami, direcionando um olhar carinhoso para Korra que estava com o braço direito por sobre os ombros de Katara. A velha mestra, que não deixava nada passar despercebido por seus olhos cansados, porém experientes, observou a intensa troca de olhares entre as duas jovens e confirmou as suspeitas que alimentava desde que ajudara a Avatar em seu processo de cura meses antes.

– Aposto que vocês duas cuidaram uma da outra. Fico feliz que minha filha tenha uma amiga tão leal e carinhosa quanto você. - Disse Senna enquanto abraçava Asami carinhosamente. A curandeira não sabia muito bem o motivo, mas tinha um sentimento especial por aquela moça, sua empatia por ela foi quase que instantânea, diferentemente dos dois outros amigos de sua filha. A única explicação que encontrara foi que talvez tivesse maior apresso por Asami por essa ser a primeira grande amiga de sua filha, que durante os anos do treinamento de Avatar vivera extremante solitária. – E preciso lhe dizer Asami, você está a cada dia mais bonita e elegante. – Terminou Senna em tom maternal enquanto soltava a mais jovem de seu abraço gentil.

Aproveitando a interação entre a mãe e Asami, que se encaravam com carinho, Korra decidiu se adiantar:

– Eu e Asami temos uma notícia para dar a todos! – Proferiu Korra resoluta. Asami estremeceu.


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Notas finais do capítulo

Hum... Qual será a reação de todos ao descobrirem? Será que elas terão coragem de revelar? Quem é a musa misteriosa de Mako? (fala sério... essa é fácil eu dei a dica no capítulo...).