A Lenda de Korra – Livro Cinco: Afirmação escrita por Mika Sakurazaki


Capítulo 2
Capítulo 2 - Culpa


Notas iniciais do capítulo

E aí pessoal? Mais um capítulo. Nele vamos ver o desenvolvimento do relacionamento das duas e teremos o reencontro com um velho amigo... Respondi a todos que comentaram o último capítulo, e agradeço a todos que comentaram, mas ainda não estou satisfeita com o número de comentários. Vamos lá pessoal, vamos sair da moita! Comentários são como café ( no meu caso chá... não gosto muito de café) para os escritores. Podem ser comentários críticos,é sempre bom ter ajuda para melhorar, ou elogios.



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– Bom dia... – Asami despertou sentindo os lábios de sua amada percorrendo toda a extensão de seu corpo. Estava deitada de barriga para baixo, dando a Avatar total acesso ao seu corpo.

– Ótimo dia – Asami respondeu virando-se para receber um beijo preguiçoso da outra.

– Hoje é nosso último dia aqui, temos que voltar, ainda temos uma cidade para expandir. – Completou Asami recebendo o carinho de bom grado.

–Hum... Não, vamos ficar aqui para sempre! Desse jeito... só eu e você.

– O mundo precisa de sua Avatar.

– E a Avatar precisa de uma dose maior de Asami. – Korra respondeu, pontuando cada palavra com um beijo em todas as partes descobertas do corpo da outra. Korra amava cumprir suas funções de Avatar, mas depois de tudo dos últimos acontecimentos entre ela e Asami ela só queria mais um tempo para aproveitar sua vida, como uma pessoa comum. No fundo sabia que Asami tinha razão quanto ao mundo precisar dela. Após a queda de Kuvira o mundo passaria por uma grande transformação, o reino da Terra, que outrora era regido por uma monarquia, estava prestes a se tornar uma república, mas antes que isso acontecesse grandes acontecimentos estavam por vir. Korra sabia que a missão do Avatar era reconduzir tais transformações, trazendo equilíbrio ao mundo.

–Vem, vamos nos arrumar. – Decretou Asami levantando e expondo sua bela e nua silhueta.

– Podemos tomar banho juntas – Completou a engenheira.

– Como posso resistir a essa oferta? - Korra adorava essa áurea de sedução que permeava o novo relacionamento das duas. A amizade, que nascera de forma espontânea entre elas, ainda permanecia lá, mas Korra sabia que o relacionamento delas se tornaria maior e mais forte com o tempo.

Naquele instante ela se deu conta de que aquele relacionamento não seria novo apenas para as duas, mas para todos os seus amigos. O que todos iriam pensar? Por mais que não considerasse seus sentimentos e seu novo relacionamento com Asami errados, ela sabia que muitos não iriam entender. Ficou com medo da reação de Mako, ela adorava o amigo e não queria magoá-lo, sabia que seria difícil para ele ver suas ex-namoradas juntas. Pensou nos seus pais, será que os decepcionaria? Sua mãe sempre sonhou em vê-la se tornar uma mãe. Korra sabia que a natureza de seu relacionamento com Asami, por mais genuína e grandiosa que fosse, não permitiria que tal sonho se concretizasse, não da maneira habitual. Pensou em Tenzin, Bolin, Jinora, Mello, Ikki, Pema, Chef Beifong, Opal e todos os seus amigos. O que iriam dizer? Iriam apoiá-las?

– Korra... Tudo bem? – Durante sua excursão ao mundo dos seus pensamentos, Korra nem percebeu que havia estacado por um tempo.

– Desculpe Asami, me desliguei por um momento.

– Tudo bem, mas só se você me disser no que estava pensando. – A engenheira não sabia o que se passava na mente de sua amada, mas era visível que independente do que fosse tais pensamentos deixaram-na preocupada. Asami queria saber tudo sobre ela, queria que Korra visse nela um porto seguro, o qual poderia atracar a qualquer momento, sem medo e restrições. Ficara tão feliz ao receber as cartas de sua amada, sentiu-se importante para ela, como se somente ela, Asami, pudesse entendê-la.

– Asami... – Korra começou tímida.

– Você não sente medo de contar a todos sobre nós duas? Quero dizer... você não tem medo da reação de todos quando souberem? – Korra completou receosa, não queria transpassar sua insegurança.

– Não posso dizer que nunca tenha pensado nisso, eu realmente sinto muito medo da reação de todos, mas esse medo é infinitamente menor do que o que eu sinto por você. Eu estou disposta a enfrentar qualquer coisa por esse sentimento, mas só vou conseguir se você estiver comigo! – Respondeu Asami decidida, lançando sua a imensidão verde sobre a outra.

Korra não soube o que dizer, então fez a única coisa que poderia expressar de forma clara suas intenções, puxou a nuca de Asami para um beijo tão arrebatador quanto afirmativo, demonstrando que também iria enfrentaria o mundo de peito aberto por aquele sentimento totalmente novo, assustador e abrasivo.

Depois do longo e prazeroso banho as meninas estavam prontas para voltar ao Mundo Físico. A Cidade República seria expandia, o Reino da Terra seria transformado em uma república, Zao Fu seria reconstruída. As duas mulheres teriam muito trabalho a fazer a partir dali.

– Por que vocês vão tão cedo? – Indagou Iroh ao vê-las arrumando seus pertences nas respectivas mochilas. Durantes os dias que passaram ali, que já datavam semanas no Mundo Físico, as duas ficaram hospedadas na casa do tio Iroh. Ele como sempre fora muito aprazível, serviram-nas o melhor chá de jasmim de suas vidas. Asami e ele jogaram incontáveis partidas de Pai Sho e até naquele momento os dais estavam empatados em número de vitórias.

Iroh ficara impressionado com habilidade da bela jovem de olhos verdes em jogar o jogo como uma verdadeira mestra mesmo com tão pouca idade, até aquelas semanas ninguém ganhara dele tantas vezes naquele jogo quanto ela, nem mesmo os antigos mestres do Lótus Branco. Ele também se impressionara com a habilidade de luta da garota, ele teve a oportunidade de vê-las treinando um dia em seu quintal e ficara impressionado com a destreza e força da não-dobradora. “A Avatar não poderia ter escolhido melhor sua parceira para vida, essa menina é mesmo muito especial” pensou sorrindo. “Seria uma ótima líder para Lótus Branco, vou dar essa ideia a Tenzin da próxima vez que o vi” conjecturou em pensamento o velho senhor.

– Muito obrigada pela sua hospitalidade, Iroh, mas realmente temos que ir. Há muito a ser feito no Mundo Físico depois dos últimos acontecimentos – Korra se adiantou em explicar ao sábio senhor.

– Além do mais o mundo precisa de sua Avatar – Profetizou Asami com tom ameno.

– O Mundo precisa de você também, Asami. Quem me ajudará a construir tudo outra vez? – Korra devolveu com olhar apaixonado, segundando a mão da bela jovem de olhos verdes entre as suas.

Asami corou com o elogia e Iroh pensou em como era bom sentir o florescer daquele amor jovem. Por um instante se lembrou de sua jovem esposa e de seu filho. Antes que ficasse muito nostálgico interrompeu seus pensamentos. - Bem, sendo assim... só posso lhes desejar sorte nessa empreitada. Iria desejar sorte no amor também, mas vejo que as duas não têm com que se preocupar com isso - Brincou ele olhando para as mãos das duas jovens ainda unidas.

De forma instintiva as duas olharam para os pés com as bochechas ruborizadas. – O quê? Como o senhor sab... ?– Começou a dobradora timidamente.

– Ora, sou velho, mas não sou surdo... Além do mais dá para o que vocês sentem uma pela outra a quilômetros de distância... – Completou de forma irreverente.

A fama de espirituoso o precedia, pensou Asami. Em pouco tempo a jovem mulher se apegara muito aquele senhor, ele a lembrava muito seu pai. Antes dele se envolver com os igualistas, Asami e o Sato mais velho passavam horas jogando Pai Sho e assim como aquele espirituoso senhor, seu pai era muito engraçado e sensitivo, sempre tinha bons conselhos a oferecer. Era um homem generoso, mas que fora corrompido pelo ódio e pela vingança.

Naquele momento Asami sentia uma dualidade de sentimentos, por um lado estava triste pela morte de seu pai, mas por outro ela sentira-se feliz porque ele conseguira se redimir com todos e ajudar a salvar a cidade. Aquele homem que se sacrificara para ajudar a todos era o pai carinhoso e gentil que Asami conhecia e que infelizmente ela nunca teria de volta. E desde o ocorrido só agora Asami percebera que ela nunca mais teria a oportunidade de agradecê-lo, ou visitá-lo na prisão, ou jogar Pai Sho, ou ouvir seus sábios conselhos. Seria ela uma filha tão ruim que só agora percebera isso, mesmo depois de várias semanas da morte dele? Esses pensamentos trouxeram um sentimento de culpa nunca experimentado por ela antes.

Mesmo que seu relacionamento com a Avatar fosse importante ela nunca poderia ter se esquecido de seu pai. Agora se sentia suja e insensível. Tais pensamentos fizeram com que ela soltasse a mão da outra jovem e emoldurasse uma expressão consternada no rosto. Tal ação não passou despercebida pela jovem morena, ela notara a brusca mudança em sua amada e temeu que a eminência da chegada delas ao Mundo Físico pudesse ter causado tal mudança.

–Bem... vou chamar Jasmine para leva-las até o portal – Disse o sábio homem retirando-se a procura de sua raposa, companheira inseparável no Mundo Espiritual.

Korra aproveitou as saída de Iroh para descobrir o que ocorrera com a outra moça para que ela se tornasse tão distante bruscamente.

– Ah... Asami, tudo bem?... – Iniciou receosa a moça de cabelos curtos.

– Sim... eu só... Deixa... – Asami não sabia explicar o que sentira e por maior que fosse a empatia da Avatar quanto aos sentimentos dela, ela nunca entenderia sua dor.

– Se foi alguma coisa que eu fiz me deixa reparar... – Korra se sentia angustiada, era normal sentir empatia por outros, como sentiu por Kuvira, mas quando o assunto era Asami não era só empatia o que sentia, parecia que tudo que feria a outra doía nela.-

– Não é nada, estou bem... Só um pouco cansada - Respondeu a outra em profunda consternação.

– Mas você estav... - Korra não pode completar pois fora interrompida pela chegada de Iroh e Jasmine.

– Bem menina... aqui está! Jasmine as levará em segurança até o portal para o Mundo Físico – Disse Iroh de forma entusiasmada, enquanto acariciava o pelo do belo animal que parecia se deleitar com o carinho de seu dono.

– Ok! – Responderam as duas.

– Espero que venham me visitar mais vezes, esse pobre senhor ainda precisa de companhia e se aventurar em uma bela partida de Pai Sho – Completou ele direcionando seu olhar para Asami ao mencionar o tradicional jogo.

– Pode deixar, agora que temos um portal no coração da Cidade República creio que não terei problemas em visita-lo para tomar seu delicioso chá e jogar uma boa partida de Pai Sho! – Respondeu Asami dando no ancião um forte abraço.

– Adeus Iroh, não poderíamos ter escolhido melhor nossa estada aqui no Mundo Espiritual do que sua casa. Muito obrigada por nos receber de forma tão acolhedora. – Korra agradeceu dando também um forte abraço naquele velho senhor.

Depois das despedidas as duas jovens se dirigiram ao portal espiritual acompanhadas da bela raposa. Como um ato final as duas se despediram da raposa afogando-lhe os pelos macios. E da mesma forma que entraram de mãos dadas e se olhando amorosa e fixamente, as duas jovens partiram de volta para o Mundo Físico.


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Notas finais do capítulo

Está aí o capítulo. Asami se sentindo culpada... Korra preocupada... Tio Iroh perceptivo... Nem precisava, né? Depois das noites que as duas tiveram...kkkkkk