When the time came around escrita por Gêmeas Weasley


Capítulo 1
Capítulo 1 - Meu avô é um babaca


Notas iniciais do capítulo

Hey, hey, hey (ou eu deveria dizer HOHOHO?)!! Como vocês estão??? Bem??? Viram o Papai Noel usando o banheiro de vocês no meio da madrugada??? Just kidding!!! Bem, tudo que eu tinha de importante para dizer está no disclaimer, então a única coisa que eu tenho pra falar é: Uma ótima leitura para vocês!!!Beijinhos, - Tia Mey ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/577023/chapter/1

Aquele era definitivamente o melhor Natal de todos. Todos os Weasleys e Potters reunidos geralmente é uma receita para bagunça, mas o natal sempre foi uma exceção, um momento de paz. Aquele cheirinho de comida rondando toda a casa, tão antiga e ao mesmo tempo, tão acolhedora, era uma das melhores sensações que Molly Weasley era capaz de proporcionar para seus filhos e netos. Mas o melhor de tudo, era passar a melhor época do ano, ao lado de todos que você ama. Mesmo quando você o faz empacotando os presentes de seus tios.

E esse ano, em especial, Alvo passaria o Natal ao lado de alguém que ele havia aprendido a amar, mesmo que no meio de tanto caos e aventuras. Apesar de Alvo ainda ter dúvidas se Clarisse Bittencourt tinha os mesmos sentimentos por ele. Mas conhecendo-a, ele sabia que tinha. A garota sempre fora bastante difícil de admitir isso, mas lá no fundo, ele sabia que ela sentia exatamente a mesma coisa que ele sentia. Mas Alvo sempre soube que a garota era cabeça-dura, e a amava do mesmo jeito, só que naquele ano estava determinado a fazê-la falar sobre seus sentimentos com ele.

– O que o senhor está fazendo aí? - chamou uma voz, logo atrás dele. Alvo virou-se rapidamente, vermelho de vergonha, sentindo a sensação de que Clarisse havia lido a sua mente. - Está com preguiça, ou o quê?

– Eu? Com preguiça? Clarisse, você me conhece desde que tínhamos onze anos, sabe que “preguiça” não faz parte do meu vocabulário.

A verdade era que ele estava exausto por ter permanecido quase que a tarde toda, empacotando presentes de todos os residentes e visitantes da Toca. Sua mãe, com certa impaciência pela falta de capacidade do garoto de embrulhar sequer uma caixa de bombons, o mandou para a sala, alegando que o garoto só estava atrapalhando. Lá no fundo, Alvo comemorou. Afinal, quem é que gosta de passar o dia de natal trancafiado embrulhando? Além disso, ele estava louco para começar seu objetivo natalino com Clarisse.

– Clarisse? Você não costuma ler mentes nem nada, certo? - perguntou ele, sentindo seu rosto esquentar.

Ela o encarou desconfiada, mas logo soltou uma risada que fez todas as preocupações de Alvo caírem como os flocos de neve do lado de fora da casa.

– Não, só que mesmo sem a habilidade de legilimência, eu tenho certeza que você, assim como eu, deve estar morrendo de fome.

– Sempre - retrucou ele, dando de ombros e soltando uma risadinha. -, mas sabe de uma coisa? Estava pensando em dar uma olhada no sótão. Quase ninguém vai lá há anos. Tio Ron costuma dizer que tinha um vampiro lá.

– Sabe, essa é uma tentativa nem um pouco sutil de me deixar sozinha com você - respondeu ela, soltando uma risada que fizeram as bochechas de Alvo ficarem mais vermelhas do que todos os cabelos de seus tios juntos.

– Não! - exclamou ele, rapidamente. - Hum… eu só… estava curioso.

– Eu estava brincando, seu bobo! - disse ela, com as bochechas se igualando à vermelhidão das de Alvo - Bem, que mal pode fazer? Digo, já enfrentamos coisas bem piores que vampiros.

Alvo riu e a segurou pela mão, puxando-a até as escadas. Os dois subiram quase que correndo, passando por cada um dos andares tão utilizados e habitados antigamente por todos da família. Alvo sempre se sentia feliz ao se deparar com objetos e pertences dos Weasleys e normalmente guardava cada um deles. Apesar de um dia ter encontrado um par de orelhas ligadas por uma conexão de um fio num quarto abandonado da casa. Tio Jorge pareceu bastante abalado quando viu aquilo nas mãos do sobrinho.

Quando os dois finalmente chegaram ao corredor anterior ao sótão, se encararam com a mesma expressão curiosa e ansiosa. A mesma expressão que esteve presente nos semblantes dos dois durante todos aqueles anos.

– É incrível como, mesmo depois de todos esses anos, nós continuamos tendo esse mesmo instinto encrenqueiro, não? - perguntou Clarisse, enquanto Alvo estendia a mão para os dois entrarem no sótão juntos.

– Na verdade, mesmo quando você chegou no expresso Hogwarts para ler, eu senti isso em você. Só suas notas são de uma santa, mas o resto nem tan… Aí - ele se interrompeu ao sentir a mão de Clarisse bater em sua nuca, do mesmo jeito que ela fazia até o sexto ano - Pensei que você tinha parado de fazer isso! - exclamou ele, esfregando a própria nuca como se assim pudesse fazê-la parar de doer.

– E eu parei! Só que para você, senhor Potter, eu sempre estou disposta a fazer um exceção. - disse ela, dando uma piscadela marota e voltando seu olhar para o sótão.

– Esse lugar está bem velhinho, hein? - sussurrou Alvo, chutando uma caixa de papelão vazia para o lado.

– Bem, acho que a minha avó é mais velha do que tudo nesse lugar - sussurou Clarisse, pegando com uma das mãos uma aranha de plástico que havia sido uma pegadinha de Halloween do pai do menino para com o tio Ron.

– Por que estamos sussurrando? - perguntou Alvo, encarando a garota com um sorrisinho estampado no rosto.

– Dã, é porque não queremos acordar o vampiro! - brincou ela, fazendo Alvo soltar uma risadinha divertida.

Logo, a atenção do garoto voltou-se para uma das caixas encostadas nas paredes repletas de teias-de-aranha. Alvo apertou os olhos, tentando enxergar algo na escuridão e aproximou-se mais da caixa. Ele virou-se para ver se Clarisse o seguia, mas sua atenção estava voltada aos livros antigos da tia Mione, então o menino concluiu que não teria nenhum problema em ver que surpresas aquela caixa guardava.

Ao inclinar-se sobre a caixa quadrada, ele puxou alguns objetos que imaginava terem pertencido aos Weasleys, obviamente. Puxou do fundo um cachecol listrado, com as cores vermelho e amarelo e leu a etiqueta já quase apagada, devido ao tempo. “Gui Weasley”. Alvo soltou uma risada e retirou um livro de Transfiguração, com um bilhete na capa surrada “ Livro de Ron Weasley, não mexam se forem vocês, Fred e Jorge, ou vocês vão jantar as lesmas que achei no jardim.” Alvo riu ainda mais e seu braço se prendeu à uma pulseira, ou colar, quando fora puxar um chapéu. Assim que, com um ruído impaciente, retirou o objeto preso ao braço, imediatamente se arrependeu de ter praguejado-o. Era um colar dourado, e cabia no máximo duas pessoas dentro da corrente. Mas não foi nenhum desses detalhes que o deixou tão surpreso e curioso, mas sim o pingente em forma de ampulheta que localizava-se bem no meio da indubitável beleza que era aquela bela jóia.

Alvo experimentou girar a ampulheta, com os olhos brilhantes de curiosidade. O objeto emitiu um ruído, quase como se reclamando de tê-lo retirado de seu descanso depois de anos sem utilidade. Após quase centenas de giradas, Clarisse levantou a cabeça dos livros e virou-se para Alvo com o rosto iluminado. Mas logo, seus lábios se contraíram de terror, ao visualizar o objeto nas mãos do garoto.

– Que droga você está fazendo com isso, Alvo? - esganiçou ela, com os olhos arregalados e caminhando na direção do garoto, que simplesmente não entendia o porquê de tanto estardalhaço.

– Oras, não foi para isso que viemos para cá? Dar uma olhada nesse sótão fedi… - Alvo interrompeu-se quando, subitamente, a sala começou a girar. - acho que não estou muito bem…

– Ai meu Merlin! Em que que eu fui me meter te conhecendo, Potter? - praguejou ela, pulando na direção de Alvo e, em seu último vislumbre, colocando o colar envolta de seu próprio pescoço.

Alvo e Clarisse sentiram-se girar cada vez mais rápido, e o que mais os assustava, era a sensação de somente os dois estarem no centro de um imenso redemoinho, puxando-os cada vez mais para o fundo. Os dois deram-se as mãos e fecharam os olhos, implorando para que tudo acabasse. E, de repente, eles sentiram a tonteira cessar, com um brusco baque no chão, os dois sentiram-se caindo na completa escuridão.

******

Alvo ouvia vozes distantes, como se estivessem zunindo dentro de sua cabeça, questionando o porquê dele ainda estar com os olhos fechados. Ele ouviu Clarisse resmungar ao seu lado, algo como “idiota”. Mas ele não dera atenção, pois não conseguia concentrar-se em nada. Somente na simples pergunta que martelava sua cabeça “O que diabos aconteceu?”

Antes que pudesse formular uma resposta, ele sentiu um tapa na nuca e virou-se com os olhos arregalados para Clarisse.

– Seu idiota! Olha onde viemos parar! - exclamou ela, quando Alvo estava pronto para reclamar da dor.

Então, naquele momento, ele reconheceu onde estava. Mesmo que nunca tivesse estado nesta parte do castelo, ele conseguiria reconhecer aquelas paredes cobertas de sonhos mesmo em mil anos. Porém, mesmo já tendo imaginado o lugar através das discrições feitas por seu pai e tio Rony, a Sala Comunal da Grifinória era magnífica!

– Achei que você gostasse da escola, Clarisse! Tanto que foi um desafio fazer você sair até para salvar o mundo bruxo! - reclamou Alvo, com uma voz soando relativamente distante, gerada pelo fascínio do garoto pelo lugar.

– Sim, Alvo, eu amo a escola e você sabe disso - respondeu Clarisse em um tom de voz extremamente choroso. Alvo simplesmente detestava quando ela fazia isso, o menino tinha vontade de dar o mundo em um embrulho mal feito para ela. -, o problema é que apesar de você nos ter trago para outro lugar, você nos trouxe também para outro… tempo.

Alvo arregalou os olhos, completamente paralisado. Até então, mal havia percebido que eles estavam sozinhos na sala. Provavelmente já estava tarde em Hogwarts.

– Ah… estamos algumas horas adiantados! - exclamou ele.

Clarisse balançou a cabeça, com o rosto pálido como cera.

– Não, Alvo. Tenho a impressão de que você foi um pouco mais longe do que “algumas horas”, mas a verdadeira questão é “quando nós estamos?”.

Antes que Alvo pudesse responder, um ruído ecoou pela sala. Os dois viraram as cabeças e viram o exato momento em que duas figuras entraram pelo buraco do retrato da Mulher Gorda. Os dois riam baixinho enquanto se abraçavam, quase que correndo pela sala para não serem pegos por alguém.

Antes que Clarisse e Alvo pudessem se mexer, o garoto virou a cabeça devido ao ruído do colar nas mãos de Alvo e o fitou desconfiado. Seus olhos por trás dos óculos eram castanhos esverdeados e seus cabelos, bagunçados e rebeldes. A garota, pega de surpresa pela parada do menino, parou também, e encarou Alvo e Clarisse largados no chão, apavorados demais para dizer qualquer coisa.

O garoto sussurrou algo no ouvido da menina. Alvo apertou os olhos. Ela tinha cabelos extremamente vermelhos, parecidos com os de sua mãe, flamejantes e bonitos. Tinha sardinhas nas bochechas e olhos extremamente verdes. Pareciam duas esmeraldas de tão brilhantes e felizes que cintilavam para qualquer lugar que ela olhasse.

Alvo sentiu uma ânsia de vômito. Ele tinha quase certeza de que já havia visto aqueles olhos da garota e aquela mesma expressão no rosto do garoto.

– Cara, vocês dois deveriam arrumar algum outro lugar para fazer o que quer que estejam fazendo - disse o garoto, aproximando-se dos dois com um sorrisinho maroto estampado no rosto. Sua voz era o mais puro sarcasmo e diversão, quase como se seu objetivo fosse justamente formular frases que deixava os outros embaraçados.

– Por Merlin, nós acabamos indo pro futuro e vendo um dos filhos de Tiago Sirius logo depois de um encontro. Isso é simplesmente aterrorizante! - exclamou Alvo, arrancando um revirar de olhos de Clarisse como resposta.

O garoto parado na frente dos dois, os olhava como se fossem, de algum modo, conhecidos. Ele fitava Alvo com tamanha concentração que os olhos pareciam quase querer saltar de suas órbitas. Após alguns segundos, ele virou o rosto para a garota com cabelos ruivos, com os olhos brilhantes de animação.

– Ei, Líly! Olha, acabei de encontrar dois lunáticos! - exclamou ele.

A garota, Líly, aproximou-se do garoto com uma expressão de repreensão estampada em seu rosto tão delicado.

– Potter! Quero dizer, Tiago, não é assim que falamos com pessoas que não conhecemos! - ralhou ela, segurando o braço do namorado, de um modo, ao mesmo tempo carinhoso e protetor.

Assim que Clarisse ouviu o sobrenome Potter, o mesmo olhar que preenchia seus olhos toda vez que entendia algum dos mistérios que apareciam todos os anos era resolvido por ela, tomou conta de todo seu semblante. Ela sorriu e sussurrou para Alvo:

– Alvo, esse não é um dos filhos de Tiago Sirius, mas sim o avô paterno dele.

– Desculpe, mas acho que eu não ouvi direito. - disse Tiago, antes que Alvo pudesse sequer dizer ou formular algo em sua mente. O garoto ajoelhou-se de frente aos dois, parecendo curioso. - Conheço muitos apelidos, acredite, metade deles a minha namorada inventou, mas avô é o pior que eu posso imaginar…

– … E o seu avô é um baita de um babaca - Clarisse completou, jogando as mãos cansadas em seu próprio colo e olhando para Alvo pedindo socorro.

– Pelo menos esse eu conheço… - murmurou Tiago, com um sorrisinho, virando-se para Lílian. Tinha algo em seus olhos que fez Alvo lembrar-se de si mesmo. De como olhava Clarisse, como se precisasse dela e apenas dela para viver.

– Eu nunca te chamei de babaca! - protestou Lílian, cruzando os braços.

– Ah, já! Lembra daquela vez na Torre de Astronomia?

– Ah… é, mas você pediu! - disse ela, aproximando-se ainda mais de Alvo e de Clarisse. - Deixe-me ajudá-los, por favor. Tiago às vezes é um pouco inútil para ajudar as pessoas. Ele prefere fazer piadas…

– Líly! - reclamou o garoto, atrás dela, ajudando Alvo e Clarisse a se levantar, um pouco mais bruscamente do que a namorada.

– Se não estivermos incomodando a Lua de Mel, gostaríamos de saber quando estamos. - disse Clarisse, batendo na mão de Tiago encostada em seu braço.

– Tem um temperamento parecido com o dela, posso ver. - disse Tiago, indicando Lílian com a cabeça. - Aliás… vocês dois fugiram do hospício ou coisa parecida? Quando estamos?

Clarisse encarou Alvo como se, ao fazê-lo, ela pudesse sair o mais rápido possível da companhia daquele garoto, que Alvo ainda tinha dificuldades de aceitar como seu avô.

– Garanto que se você responder, nós voltamos para lá daqui a cinco minutos. - respondeu ela, olhando para o garoto fixamente para demonstrar que não estava brincando.

– Estamos em 1977 - respondeu Lílian, segurando a mão de Tiago. Ela encarava Clarisse como se tentasse demonstrar que, se tentasse mexer num só fio de cabelo do namorado, ela teria que passar por cima dela primeiro.

– Ótimo! - ela disse com a voz transbordando de sarcasmo - Marquem a data de hoje no calendário, pois neste exato momento Clarisse Grace Bittencourt acaba de ficar viúva de namorado! - ela exclamou, partindo na direção de Alvo como se fosse uma leoa partindo ao ataque à um cervo. Porém, antes que ela pudesse acabar com a existência de Alvo de uma maneira consideravelmente bizarra, Tiago e Lily seguraram-na com toda a força que tinham.

– Espera um instante… Lírio, por que estamos segurando essa lunática? Você sabe o quanto é divertido ver o Sirius ser estapeado pela…

– Tiago! - exclamou Lílian, como se estivesse lhe dando com uma criança de dois anos. Eles pareciam formar o perfeito casal, a garota segurando o garoto para que não falasse tantas besteiras, enquanto o garoto dizia tudo o que pensava, sem se importar com o que os outros achavam. Apesar disso, ele parecia se importar com Lílian, muito mais do que se importava com qualquer outra coisa.

– Muito obrigado, vovô! É muito gratificante ver como você se importa com a vida do seu neto do meio - disse Alvo, olhando fixamente para os olhos de Clarisse tentando acalmá-la do jeito mais fácil que conhecia, deixando-a olhar para seus olhos verde jade até que ela percebesse o quanto ele a amava e como retribuição, bem, ela o deixava viver.

– Ok, agora chega, esse cara está me chamando de vovô! - protestou Tiago, largando os braços de Clarisse, de modo que, somente Lílian continuou a segurá-la. Assim, depois de míseros segundos, todos viram-na caindo no chão, de tão forte que os braços de Clarisse eram, tentando libertar-se para voar em cima de Alvo.

Tiago esboçou uma careta, como se estivesse imaginando a bronca que levaria de Lílian e lentamente, esticou os braços para ajudá-la a se levantar. No momento em que a garota foi puxada para cima por Tiago, ela virou seu rosto vermelho como um tomate para encará-lo e abriu a boca de protesto, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Alvo viu Tiago retirar a varinha em uma questão de segundos do bolso e lançar um rápido feitiço em direção à garota, aninhada em seus braços. A mão de Lílian voou para a garganta e sua boca se fechou com o rosto avermelhando-se ainda mais.

Quando ela tentou abrir a boca novamente, nenhum som esganiçado ecoou pela sala. Lílian olhou acusatóriamente para Tiago.

– Desculpe, Lírio - disse ele, com um semblante maroto estampado no rosto.

A garota o encarou por alguns segundos, e se desvencilhou de seus braços, com o rosto sombrio quando o namorado a olhava.

– Líly…? - chamou ele, lentamente. Mas antes que pudesse terminar de dizer o que pretendia, a garota virou-se rapidamente, com a varinha apontada em direção a Tiago e, em uma questão de segundos, ele caiu no chão, com as pernas presas devido ao feitiço conjurado. - De novo não…

Porém, nenhum dos dois tinha reparado na fera loira que soltaram, pois, após liberta, a primeira coisa que Clarisse fez foi jogar-se na direção de Alvo, com a varinha em mãos e um sorriso selvagemente ameaçador no rosto.

– Alvo Severo Potter, considere-se um homem morto! Não acredito que você nos trouxe para 1977! - começou ela olhando fixamente para os olhos de Alvo com um puro ódio transbordando de lá. - De todas as confusões que você me meteu, essa é de longe a pior!

Alvo segurou os braços de Clarisse, que tentava esbofetar cada partícula de seu corpo e a virou para encará-la. Clarisse parecia completamente fora de si, vermelha como se tivesse acabado de realizar uma maratona em torno do Lago de Hogwarts. Seus olhos se encontraram e só então que Clarisse parou. Ela perdeu completamente a fala quando fitou os olhos sombrios de Alvo, mas não de maldade, aquele olhar parecia mais de… perda. O garoto estava ainda mais apavorado que Clarisse e havia acabado de conhecer os avós. Aqueles que salvaram a vida de seu pai. Aqueles que todos costumavam contar tantas histórias e costumavam lembrar com tanta melancolia o quanto Tiago Potter e Lílian Evans haviam sido as pessoas que derrotaram, juntamente com seu filho, Harry, o bruxo mais temido de todos os tempos.

Clarisse suspirou profundamente. Por mais que ela estivesse com raiva de Alvo, não tinha o menor direito de estragar aquele momento para ele. Ela ainda se lembrava daquele menino que tinha medo de não ser digno de carregar o sobrenome “Potter”, mas que acabou se provando tão bom quanto os dois antes dele. Ver Tiago devia estar sendo um dos momentos mais mágicos de sua vida, o que quer que o tivesse causado não deveria ser um motivo para estragá-lo.

– Desculpa, Al… - ela sussurrou, de modo quase inaudível e com uma voz frágil e arrependida.

– Você sabe que eu te desculparia mesmo se você não pedisse - ele respondeu, olhando no fundo dos olhos azuis da menina e inclinando sua cabeça para dar-lhe um beijo longo e demorado, que, para o azar dos dois, foi interrompido pelo avô de Alvo.

– Ah… é uma pena estragar um momento tão lindo! Mas é… isso só funciona conosco Líly! Juro, acho que vou vomitar - disse Tiago, atirado no chão como se fosse um peso morto. Lílian encarou-o silenciosamente, mas lá no fundo, a garota só queria gargalhar ao contemplar Tiago daquele jeito.

– Alvo, eu sei que isso tudo é importante pra você e tal, mas o seu avô é um baita de um babaca. - afirmou Clarisse, olhando para Tiago, mas sem afastar seu corpo um milímetro do de Alvo.

– Ei! Ele não é um babaca, ok? - protestou Lílian. A garota arregalou os olhos e sorriu aliviada pelo fato da voz ter voltado. - Essa foi rápida…

– Eu fiz uma azaração rápida! Não gosto de não ouvir você, Lírio - disse Tiago, esforçando-se para enxergar Lílian do chão e dando-lhe uma piscadela.

– E depois você vomita quando eu beijo Clarisse... - protestou Alvo, revirando os olhos diante da visão de seus avós na época de namoro

– Olha, eu e a Líly somos o melhor casal de todos… química, sabe? É esse o nome, Líly? - perguntou Tiago, apertando os olhos para enxergar Lílian concordar com a cabeça. - Já você e essa lunática… não sei, uma vez o Sirius namorou uma garota meio louca, ataca pessoas igual à essa daí...

– Alvo olhou Clarisse no fundo dos seus olhos em busca de um conselho para lidar com o avô, que era definitivamente um baita babaca. Porém a única coisa que ele via em seu olhar, era a última que ele queria falar: a verdade. Ele suspirou profundamente e começou:

– Tiago, Ti, Babaca, Pontas ou Seja-Lá-Como-Te-Chamam, precisamos conversar…

– Antes disso, vocês terão que nos explicar o porquê do seu nome ser Alvo… Severo Potter. - interrompeu-a Lílian. A garota parecia quase relutante em pronunciar aquele nome, como se cada partícula de seu corpo se negasse a acreditar naquelas palavras. Sua voz saiu rouca, como se até mesmo suas cordas vocais, estivessem enferrujadas e nunca mais gostariam de repetir aquilo.

– E como você sabe que meu apelido é Pontas? - perguntou Tiago, parecendo pela primeira vez na noite, assustado. Seu olhar alternava-se entre Lílian, como se assim pudesse ajudá-la de alguma forma, protêge-la da verdade que aqueles dois estavam prestes a contar, e entre Clarisse e Alvo, ainda mais desconfiado do que antes.

– Há muitas coisas que sabemos sobre você. Sobre vocês dois. Mas vocês tem que ouvir e prometer não nos mandar para o St. Mungus depois.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews? Críticas são bem-vindas, mas nós somos sensíveis! Peguem leve!!Beijinhos,- Tia Mey ♥