Margareth Elizabeth Duchannes, ou simplesmente Maggie, era sinônimo de confusão. A filha do meio de Sarah e Elliot Duchannes nascera em uma tarde insuportavelmente quente de verão e logo mostrou a força de seus pulmões, chorando incessantemente e quase levando os pais e todas as enfermeiras do St. Mungus à loucura. Esse foi o primeiro indício de que ela não seria uma criança fácil e realmente não foi. Hiperativa, tagarela e um tanto desmiolada, a menina não parava quieta e estava sempre aprontando alguma coisa. Importunava os vizinhos, atormentava os professores, brigava com os irmãos e sentia um prazer especial em assustar o caçula com suas histórias de terror. Na verdade, Maggie era muito boa em inventar histórias, fossem para assustar, encantar ou simplesmente se livrar de alguma encrenca. Uma menina muito criativa em minha opinião.

Além de criativa a garotinha tinha um nariz empinado e um ar arrogante que combinavam perfeitamente com sua posse de quem acha que sabe tudo. Ela levava a mãe à loucura com seus comentários mal criados e tinha sempre uma resposta na ponta da língua para o que quer que fosse. Era a menina dos olhos do pai, que sempre acabava se divertindo com as maluquices da filha, e o terror da vizinhança.

Como toda grande moleca estava sempre correndo, pulando e gritando. E como gritava! Não sabia falar baixo, o que se tornava enlouquecedor quando combinado a sua voz estridente e irritante. Para completar o desastre estava sempre falando. Não calava a boca por um minuto e conseguia enlouquecer qualquer um com suas perguntas inoportunas e questionamentos sobre a vida, o universo e tudo mais.

Nunca tivera muita paciência, mas se havia algo que realmente a tirava do sério era quando os irmãos ou garotos do bairro não a deixavam brincar, porque “aquilo não era coisa de menina.” Maggie odiava as coisas de menina! Odiava os vestidinhos cheios de frufru, os enfeites de cabelo e as bonecas. Odiava ter que ser sempre educada e bem comportada. Os meninos se divertiam muito mais e aquilo não era justo! Indignada, deixou de lado as meninas, com suas brincadeiras chatas e bonecas loiras, e se infiltrou entre os garotos. No início eles não a queriam por perto, não queriam brincar com uma menina, mas depois de distribuir alguns chutes, tapas, beliscões e gritar muito Maggie conquistou seu lugar entre eles.

Com o passar dos anos acabara se tornando um pouco mais comportada, porém jamais ajuizada. Faltavam alguns parafusos em sua cabeça, não era difícil perceber. Qualquer um que passasse cinco minutos perto da garota ou ouvisse qualquer uma das suas ideias malucas, saberia que era uma grande desmiolada. As incontáveis detenções que recebeu em Hogwarts comprovavam isso. Um dia acabaria enlouquecendo Minerva McGonagall com todas as suas confusões e quando se juntava aos gêmeos Weasley os portões do inferno se abriam.

Ainda assim, Maggie possuía suas qualidades e poderia ser uma ótima amiga desde que não provocada. E era melhor não provocá-la, porque a moça não era do tipo calma e definitivamente não levava desafora para casa. Seu temperamento era terrível, mas havia cinco coisas que a irritavam mais do que qualquer coisa nessa vida:

Número 1: ser chamada de Margareth;

Número 2: perder qualquer tipo de competição;

Número 3: ser vítima ou presenciar alguma injustiça;

Número 4: se sentir vulnerável;

Número 5 (e provavelmente a mais importante): ser subestimada.

Se você fizesse qualquer um dos itens dessa lista deveria providenciar rapidamente sua mudança para o outro lado do planeta.

Olívio Wood não fazia ideia no que se metia quando fez todas as cinco.