O Canto da Fénix Negra escrita por Morgana Bauer


Capítulo 5
O Regresso de Padfoot


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o capítulo V. Muito obrigado pelos reviews que têm enviado até agora.



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Capitulo V

O regresso de Padfoot.

Molly entrou na sua casa e surpreendeu-se com a presença de uma imponente coruja das torres. Presa na sua pata estava uma mensagem de Dumbledore, pedindo a presença deles o mais depressa possível no castelo. Segundo a carta, o motivo era da máxima urgência.

-Alguém sabe por que motivo é que o director nos quer no castelo? – Na voz de Arthur notava-se alguma preocupação.

Todos abanaram a cabeça, negando ter qualquer conhecimento acerca dos motivos de Albus.

-Então é melhor irmos lá para ficarmos a saber! – Sugeriu Harry.

-E vamos todos? Quero dizer, se for algum assunto da Ordem…

-Mãe! – Interrompeu Ron – O Dumbledore confia em nós. Ele também deve querer que lá estejamos! Não nos vão deixar aqui!

A algum custo, a mulher foi convencida. Deixaram os sacos com as compras pousados em cima da mesa e lá partiram via floo.

Foram ter directamente ao gabinete do director, onde este já os esperava. Sorriu ao vê-los a todos e conjurou cadeiras para que todos se pudessem sentar.

-Pode parecer estranho que eu vos tenha pedido para virem aqui com a máxima urgência, mas não se preocupem! Tenho uma boa notícia para vos dar. Vamos só esperar que…

Foi interrompido por algumas batidas na porta.

-Entre! – Remus surgiu, também ele com uma expressão confusa no rosto.

-Muito bem! Já cá estamos todos, por isso, podemos ir directamente àquilo que interessa! Foi encontrada uma maneira de libertar o Sirius do véu!

A notícia caiu como uma bomba na sala. Os presentes entreolharam-se, incrédulos, como se não pudessem acreditar! Harry foi o primeiro a recompor-se:

-Tirar o Sirius do véu? Então ele vai voltar! Ele vai voltar!

Dumbledore sorriu. Compreendia aquilo que o rapaz estava a sentir. Sabia que ele se sentia culpado pelos acontecimentos ocorridos no Ministério.

-É necessário um ritual muito antigo, mas penso que vamos conseguir!

-Um ritual? – Inquiriu James. No seu olhar podia ver-se a alegria que aquela notícia lhe trazia.

-Sim! Tu, James, terás de fazer parte desse ritual! Serão necessárias duas pessoas, cada uma com um papel a desempenhar. Este ritual consiste num encantamento. Digam-me, algum de vocês sabe o que é uma Essência?

-Uma Essência! – Exclamou Lily sem perceber onde ele queria chegar. Dumbledore assentiu.

-O que é isso? – Perguntou Ron, lançando um olhar a Hermione, mas esta parecia tão perdida quanto ele.

Foi o antigo professor de DCAT que pôs fim às dúvidas de todos.

-Um Essencial funciona quase como um patronus, mas com algumas diferenças. A principal é que o Essencial é diferente consoante a pureza do sangue daquele que o evoca.

-Diferente? Diferente como? – James parecia não estar a perceber.

-Estão a ver… num feiticeiro de sangue puro, o Essencial é, segundo dizem, prateado e bastante poderoso! Nos mestiços, para além da diferença na cor, eles são também menos poderosos!

-Então… um Essencial é como um patronus? - Na cabeça de Hermione pairavam muitas perguntas. Ai, como ela queria uma biblioteca naquele momento!

- Sim! – Respondeu-lhe Remus dirigindo-se de seguida ao director. – Mas então como é esse ritual?

-Existe um encantamento, que terá de ser pronunciado pelos participantes. No ritual, eles irão ceder uma parte da sua magia ao véu para “compensar” aquela que ele deixará sair. Como o James é sangue puro e tem uma ligação com o Sirius, ele poderá realizar o ritual.

-Muito bem, isso é óptimo! Mas, quem será a outra pessoa? Você disse que seriam precisos dois participantes, e se um sou eu quem é o outro?

-O outro participante do ritual, para além de ser Sangue puro, tem de ter outra característica! Ele tem de ter uma ligação de sangue com o Sirius!

-Ligação de Sangue? Mas isso é impossível! Os membros da família Black que restam são a Bellatrix e a Narcisa. Não me parece que nenhuma delas esteja disposta a incomodar-se para trazer o Sirius!

-Remus, meu caro, estás a esquecer-te de um membro da família Black!

-Estou?!

-Sim. Draco Malfoy. Ele também é membro da família Black!

-O quê! – Exclamou Ron incrédulo. – Como se o fuinha alguma vez fosse ajudar alguém!

-Ronald, mas que linguagem é essa? Essa não foi a educação que eu te dei! – Molly lançou ao filho um olhar indignado.

-Bem… desculpa, mãe… mas… é verdade! Ele sempre foi um mimado irritante!

-O senhor Malfoy fugiu de casa! – A estas palavras do director todos se voltaram na sua direcção.

-Fugiu?! – Desta vez foi Remus quem se pronunciou. Lembrava-se bem do menino mimado a quem dera aulas alguns anos antes.

-Sim! Vamos tentar encontrá-lo e explicar-lhe a situação para que ele nos ajude!

-E acha que ele vai concordar? – Perguntou Lily olhando para o marido.

-Só ele saberá responder a isso! Só ele!


-Como é que tu estás Draco? – Severus encarou o afilhado.

Este encolheu os ombros enquanto se dirigia a um sofá.

-Não estou mal. Quero dizer, não é exactamente fácil viver sozinho, mas hei-de sobreviver!

-Draco, eu tenho uma coisa para te contar acerca de mim! Espero que entendas os motivos que me levaram a não te contar antes. – O jovem acenou com a cabeça e Severus continuou. – Ao contrário daquilo que tu pensas acerca de mim, eu não sou fiel ao Lord das Trevas.

-Não… Como assim?! – Draco encarou incrédulo o homem à sua frente.

-Há 17 anos atrás, quando saí de Hogwarts, juntei-me aos Death Eaters. Mais tarde, devido a alguns assuntos pessoais, arrependi-me, e acabei por falar com o Dumbledore. Ele aceitou-me do seu lado e desde essa altura que venho a desempenhar um papel de espião para o lado da Luz. O Lord pensa que eu estou a espiar Dumbledore mas o que se passa é precisamente o contrário!

Draco encarou o homem à sua frente. Um espião? Essa ideia nunca lhe passara pela cabeça.

-Mas… - Se era um espião porque é que o estava a ajudar? Certamente que não… - O que é que você quer de mim? Você vai entregar-me ao Ministério?

-Draco, quando eu te disse que te ia ajudar, não o fiz a pensar enquanto espião. Eu não te vou entregar ao Ministério, até porque isso iria denunciar a minha posição! No entanto temos de pensar bem no que vamos fazer a seguir. Até completares 17 anos tu és menor, e o teu pai pode reclamar o direito sobre ti. Temos de ter um plano, e infelizmente não o vamos conseguir sozinhos!

O mais jovem ponderou as palavras do outro por uns instantes até dizer:

-Você já pensou em qualquer coisa!

Severus esboçou um sorriso:

-Sim, eu tenho um plano! Sabes o que é a Ordem da Fénix? – Draco assentiu. – Os membros dessa Ordem estiveram durante muito tempo a tentar descobrir uma forma de tirar Sirius Black do além-véu. Finalmente descobriram uma maneira; no entanto, não o poderão fazer sem ti!

-Sem mim? Como assim, não o podem fazer sem mim?! Eu nunca falei com ele sequer!

-Eu sei disso! Mas acredita que eles precisam de ti. E esta é a melhor maneira de provares ao Director de que não queres seguir o lado do teu pai. Eu não quero que te tornes um espião, nem um Death Eater!

-Acha que ele me aceitaria do seu lado?

-Só existe uma forma de sabermos! Vamos até à escola e falamos com o director.

Draco não pareceu muito convencido com a ideia, mas por aquilo que conhecia do mestre de poções, mais valia ir a bem. Levantou-se e seguiu-o até ao ponto de aparatação. Deixou que ele lhe agarrasse no braço e depois sentiu aquela incómoda sensação de um puxão no umbigo. Quando deu por si já estava nos portões da escola a ser puxado para dentro.

Seguiu o seu padrinho pelos grandes corredores, não encontrando ninguém pelo caminho. Chegaram até às gárgulas que guardavam a entrada da sala do director.

-Rebuçados de mentol! – Severus disse a senha e a gárgula abriu a passagem.

Algumas vozes eram ouvidas dentro da sala, e Draco reconheceu uma delas como sendo a de Harry Potter. Olhou para a homem que estava com eles e recebeu em troca um olhar de encorajamento. Respirou fundo e acenou com a cabeça para que Severus abrisse a porta. Entraram juntos na sala e viram como todos se calaram e os encararam.


A conversa que se desenrolava no gabinete do director de Hogwarts só foi interrompida quando algumas batidas na porta anunciaram a chegada de alguém. Harry olhou para a porta e viu o seu terrível professor de poções acompanhado por aquele que, durante anos havia sido o seu grande rival na escola e que, naquele momento, era a única esperança do seu padrinho.

O silêncio manteve-se na sala até que Dumbledore tomou a palavra:

-Bem, Draco, suponho que o Severus já te tenha contado o porquê de estares aqui.

-Mais ou menos. Falou algo acerca de Sirius Black.

Dumbledore confirmou que o assunto se tratava de Sirius Black acenando com a cabeça. Depois dirigiu-se aos outros presentes e disse:

-Se não se importam, eu preciso de ter uma conversa com o senhor Malfoy a sós!

Ninguém teve coragem de contrariar o director, sendo que deixaram a sala.

O mais velho esperou até que a porta tivesse sido fechada, para continuar a conversa.

-O Severus certamente que te contou acerca da sua posição na guerra. – Draco confirmou com um aceno de cabeça. – Ele contou-me que tu saíste de casa, mas recusou-se a dizer-me o motivo. Ele apenas diz que tu não és como nós pensamos. Agora diz-me Draco, como é que nós podemos confiar em ti? Como é que podemos ter a certeza de que não estás aqui a mando do teu pai?

-Bem… você pode ver! O senhor é Legilimens, como o professor Snape, então…

-Sim, eu podia fazer isso!

-Então faça-o! Eu não o tentarei impedir!

Dumbledore encarou o rapaz. Ele parecia estar a dizer a verdade mas era preciso ter a certeza. Começou a penetrar na mente do mais jovem. As memórias começaram a surgir à sua frente e ele foi vendo como se tinha operado uma mudança tão grande num rapaz que costumava ser tão mimado.

A chegada de Voldemort à Mansão Malfoy trouxera muitas mudanças na vida de Draco. Ver pessoas a ser torturadas e mortas sem motivo aparente mostrou-se demais para o jovem. Quando deixou a mente do loiro, este parecia mais pálido que o usual.

-Então… - Draco baixou o olhar.

-Eu acredito em ti! Acredito que queiras mudar de lado e a Ordem pode dar-te protecção. Existe, no entanto, algo que eu tenho de te pedir em troca!

-Isso é o que está relacionado com o Sirius Black?

-Sim! A Ordem da Fénix descobriu uma maneira de o retirar do véu mas é necessária a tua participação no ritual! A decisão é tua: estás disposto a colaborar?

-Se a Ordem me der protecção, eu concordo com esse ritual.

Dumbledore sorriu. Levantou-se e dirigiu-se à porta. Se o jovem os ia ajudar então o melhor era agir rapidamente.


No corredor, o silêncio que se havia instalado desde que tinham deixado a sala do director era bastante incómodo. Ninguém parecia saber o que dizer.

-Então… tornaste-te num espião pelo lado da Ordem? – Lily foi a primeira a falar. Quando estava a recuperar em St. Mungus, Dumbledore contara-lhe acerca do papel de Snape na luta contra Voldemort, e contara-lhe também acerca das vezes que este havia salvo Harry.

-É verdade… faz já muito tempo… - Severus não sabia o que mais lhe dizer. De novo o silêncio se instalou.

Dumbledore surgiu acompanhado de Draco. O rapaz parecia muito pálido e isso preocupou o mestre de poções.

-O senhor Malfoy concordou em ajudar-nos a trazer o Sirius de volta. Eu vou tratar de todos os preparativos e amanhã realizaremos o ritual. Severus, creio que não te importarás de receber um hóspede nas masmorras. Bem, enquanto os pormenores não estiverem tratados, não há mais nada que possam fazer, por isso…

-Então amanhã traremos o Sirius de volta? – Harry ainda estava meio incrédulo com tudo aquilo.

-Sim Harry! Amanhã traremos o Sirius de volta!


Naquela noite, n’A Toca, foram muitos os que não conseguiram dormir: James e Lily, na ânsia de reencontrar o velho amigo; Harry porque se havia ligado muito ao padrinho e Ron e Hermione porque, para além de gostarem de Sirius, sabiam o quanto o seu regresso significava para o amigo.

Embora tivessem ido cedo para os seus quartos, as idas à cozinha foram muitas. A meio da noite, numa dessas muitas idas, Harry acabou por encontrar o pai que olhava pela janela com um copo de água na mão.

-Pai! – Harry chamou-o provocando no outro moreno um ligeiro sobressalto. – O que é que estás aqui a fazer?

-Olá! Então? Também não consegues dormir?

-Pois! É a expectativa. – Respondeu o mais novo. – O Sirius vai voltar. E… bem… desde que ele atravessou o véu, eu…

-Harry, o Dumbledore contou-nos o que se passou no Departamento dos Mistérios! Não te podes culpar por aquilo que aconteceu!

-Mas se não fosse por minha causa, ele não teria ido lá! Eu pensava que o estava a proteger mas… - Harry interrompeu-se quando James lhe pegou no braço e o conduziu até à mesa.

Sentaram-se os dois, pai e filho frente a frente naquela que seria a primeira grande conversa entre os dois.

-Harry, o Sirius nunca foi de ficar parado! Pedir-lhe para ficar parado enquanto se trava uma guerra, era pedir-lhe demais. E contigo em risco, então… nem se fala!

Harry não respondeu, mas olhou para o pai.

-E, bem, o que interessa é que amanhã vamos fazer o ritual!

-Sim! Ele vai ficar feliz de vos ver. – Disse Harry.

Um sorriso apareceu nos lábios de James, e um brilho de melancolia cruzou-lhe o olhar. Os seus tempos de escola estavam-lhe na memória. Todas as vezes que aprontaram juntos, todas as detenções que apanharam… Quando regressara e lhe disseram que Sirius morrera, ele não quisera acreditar. Parecia-lhe algo totalmente inacreditável. Agora iria rever o amigo. Podiam estar no meio de uma guerra mas, naquele momento, James acreditou que aquilo iria terminar em breve e que tudo ficaria bem.

-Harry, eu não quero ser um pai muito chato mas… está na hora de irmos para a cama. Amanhã temos de estar bem despertos!

Sorriram um para o outro enquanto se levantavam e caminhavam para a porta. Ainda havia muito para dizer entre eles, mas agora tinham toda uma vida pela frente.


O dia seguinte amanheceu claro. A azáfama matinal d’A Toca em tempos de férias recomeçou, mas todos estavam estranhamente silenciosos. As conversas ao pequeno-almoço foram reduzidas a alguns simples “Passa-me o pão!” ou “Alcança-me a manteiga!”. Rapidamente todos esvaziaram os pratos e prepararam-se para ir a Hogwarts.

Chegaram à escola ainda bem cedo. Encontraram-se com Dumbledore no seu gabinete que os recebeu com um sorriso de quem estava à espera que eles chegassem tão cedo.

-Sentem-se! James, temos de falar acerca dos pormenores do ritual!

-Muito bem! O que é que eu tenho de fazer?

-O Severus esteve a preparar uma poção que faz parte do ritual. Tu e o Draco irão bebê-la quando estiverem em frente ao véu, depois terão de entoar este cântico. – O Director estendeu-lhe um papel onde se podia ler um trecho de um texto numa língua desconhecida. – Este excerto está na Língua Antiga. Se tudo correr como previsto, antes de terem terminado, teremos trazido o Sirius de regresso! Mas atenção! Antes de terem completado o cântico não poderão parar! Se o fizerem, tudo estará perdido!

James acenou com a cabeça, indicando que percebera o que tinha de fazer.

-E quanto ao outro rapaz? – Desta vez foi Lily quem falou. – Ele também já sabe o que tem de fazer?

-Sim, sim! Ele esteve a ajudar o Severus com os preparativos.

-Ele esteve a ajudar? – Harry repetiu incrédulo as palavras do director.

-Têm a certeza de que estamos a falar do mesmo Draco Malfoy? - Ron não resistiu sem tecer nenhum comentário.

Dumbledore olhou para ele, mas não parecia chateado quando disse:

-Sim, trata-se mesmo de Draco Malfoy! – Depois acrescentou dirigindo-se a Ron, Hermione e Harry – Vocês deveriam procurar conhecer melhor o sr. Malfoy! Tenho a certeza de que terão uma surpresa!

Harry duvidou das palavras do director, mas prometeu a si próprio que se tudo corresse bem e o outro não fizesse nada para prejudicar o seu padrinho, então dar-lhe-ia o benefício da dúvida. Não que de um momento para o outro se fosse tornar amigo de um Malfoy mas…

-Vamos encontrar-nos com o Remus no átrio e partimos para o Ministério! James e Lily, vocês terão de usar alguns feitiços de camuflagem.

Todos se levantaram. Lily escureceu o cabelo e alterou a cor dos olhos, James, por seu lado lançou um feitiço que fez o seu cabelo crescer e também lhe mudou a cor. De moreno passou para loiro. Embora alguém que soubesse quem eles eram pudesse ver as semelhanças, a verdade é que estavam bastante bem.

O grupo que se dirigiu naquela manhã ao Ministério da Magia era composto por Harry, Dumbledore, Draco, Snape, Remus, James, Lily, Molly e Arthur. Os gémeos, Hermione, Ron e Ginny haviam protestado mas acabaram por ficar na escola. Seriam um grupo muito grande se fossem todos!

Percorreram os corredores do edifício enquanto se deslocavam para a sala do véu.

-Não mudou quase nada desde a última vez que aqui estive. – Comentou James olhando em seu redor. – Continuam a estar os mesmos quadros nas paredes, os mesmos quadros de avisos… isto continua muito parecido mesmo!

O olhar de Harry mostrava as dúvidas que cruzavam a sua mente naquele momento. Remus apercebeu-se disso e ao aproximar-se dele disse-lhe:

-O teu pai fazia parte da divisão de Aurores! Ele e o Sirius! Ele trabalhava aqui no ministério antes de Voldemort iniciar a caçada à vossa família!

-Porque é que nunca me contaram? Porque é que tu e o Sirius nunca me disseram? Eu… - Naquele momento o jovem apercebeu-se de uma coisa – E a minha mãe? Antes de tudo acontecer o que é que ela fazia?

-A tua mãe trabalhava em Stº Mungus. Ela fazia pesquisa na área de Poções. – Remus sorriu tristemente – Harry, lamento não te ter contado isto mais cedo, mas nunca me pareceu ser o momento adequado.

O moreno concordou com um aceno de cabeça.

-Chegámos! – A voz de James, modificada por algum feitiço, chegou até eles.

Entraram naquela sala que tantas recordações trazia a Harry. O combate que ali se travara fora intenso. Neville, Hermione, Luna, Ron, Ginny, todos tinham estado lá para o apoiar e muitos deles por pouco não perdiam a vida.

No centro da sala continuava o misterioso véu. Em seu redor não existia mais nada: aquela sala era totalmente dedicada àquele estranho objecto.

Draco posicionou-se num dos lados do véu enquanto James se dirigiu ao lado oposto. Ambos tinham na mão um frasco com um líquido de cor prateada no interior. Harry olhou para aqueles que estavam com ele: Dumbledore estava calmo, pelo menos aparentemente; Remus olhava expectante para o véu; Lily encarava ora o marido, ora o véu; Snape parecia preocupado enquanto observava Draco; Molly e Arthur estavam abraçados e nos seus rostos podia ver-se que estavam contentes por todos.

Um estranho cântico começou a ser entoado. Algo em redor de todos começou a alterar-se: havia uma magia muito poderosa no ar! O véu esvoaçou e todos olharam para ele: algo se começava a movimentar do outro lado dele.

Draco parecia ficar mais fraco à medida que o ritual ia avançando mas James parecia estar bem.

Foi então que, no momento em que ambos juntaram as vozes, o véu se abriu. Ninguém conseguiu ver o que havia do outro lado pois uma luz muito forte os fez cerrar os olhos.

Com algum custo Draco continuou com a sua parte no ritual. Dumbledore e Snape haviam-lhe explicado que a sua parte era a mais difícil no ritual: enquanto parente de sangue o véu exigiria mais dele.

Sob o olhar de todos um homem materializou-se bem no centro da sala. Viram-no olhar em redor e encarar confuso o afilhado e um dos melhores amigos.

-Har… Harry? – A voz saiu-lhe num murmúrio - Remus?

-Sirius! – A voz do moreno saiu embargada pela emoção.

Juntaram-se no centro da sala. Sirius encarava todos com emoção clara espelhada no rosto. Abraçou Harry e Remus, cumprimentou Dumbledore, Molly e Arthur, dirigiu um aceno de cabeça a Snape e depois olhou para a mulher que desconhecia. Nesse momento mais duas pessoas se juntaram a eles. Um deles Sirius conhecia, mas o outro… O outro parecia-lhe vagamente familiar.

-Quem…? – Questionou indicando com a cabeça os dois que não conhecia.

Harry sorriu e Sirius pôde ver um brilho diferente nos olhos do afilhado. Um brilho que Remus também tinha no olhar!

A mulher foi a primeira a falar:

-Então Sirius, já não te lembras dos amigos?! – Disse ela com um pequeno sorriso.

“Estranho” pensou Sirius “Se eu não soubesse que é impossível diria que é… não! Tantos anos em Azkaban e agora este período atrás desta maldita cortina estão a afectar-me o cérebro!”

-Eu… - Dirigiu o seu olhar para o outro homem. Alto e magro, com cabelo ligeiramente comprido de cor loira, não lhe dizia nada! Mas… os olhos eram… verde - acastanhados… exactamente iguais aos de…

Olhou de novo para Harry e deste para Remus, ambos estavam a sorrir! Seria possível que aquele fosse…

-Prongs?! – Pronunciou um pouco a medo aquele apelido com tanto significado.

O outro sorriu. Alguém pronunciou um feitiço e os encantamentos de camuflagem que rodeavam James e Lily cessaram.

-Mas…como… - Antes de puder terminar de dizer aquilo que queria viu-se envolvido nem forte abraço.

Não interessava como, a verdade é que tinha o seu melhor amigo de volta, tinha o seu irmão!

Olhou depois para Lily. Continuavam ambos exactamente como ele se lembrava deles. Também ela o abraçou.

Ouviram então um som vindo de perto deles. Severus Snape estava inclinado sobre um Draco Malfoy inconsciente. No seu rosto via-se o quanto ele se preocupava com aquele rapaz.

-É melhor irmos! – Disse Dumbledore – O sr. Malfoy precisa de ser visto pela Madame Pomfrey.

-O que é que ele tem? – Perguntou Harry. Não que se preocupasse muito com o outro mas… ele havia-os ajudado!

-Ele está a sentir os efeitos do ritual! – Explicou o director.

-Como assim? Eu não estou a sentir nada diferente! – Perguntou James confuso.

-É normal! O ritual exige mais daqueles que têm uma ligação de sangue.

-E ele sabia? Ele sabia que isto podia acontecer?

Dumbledore confirmou com um aceno de cabeça.

-Sim, Harry. Ele sabia! Tal como eu te já te disse, talvez devesses dar-lhe uma oportunidade.

-Vamos sair daqui! – Snape pronunciou-se enquanto pegava no rapaz inconsciente. – Os níveis de magia dele estão muito em baixo!

-É claro! – Remus apontou a sua varinha aos amigos e mudou os seus aspectos.

-Porque é que me mudaste? – Inquiriu Sirius.

-Para todos os efeitos tu estás morto! Não seria muito normal um morto aparecer agora na frente de todo o Ministério!

-Muito bem, muito bem!

Saíram do edifício tentando não dar muito nas vistas: não queriam ter de responder às perguntas sobre a identidade daqueles três “desconhecidos”. Apesar de ser complicado, conseguiram fazê-lo.

Chegaram rapidamente ao castelo e, uma vez aí, a primeira paragem que fizeram foi na enfermaria. Draco foi prontamente assistido e Sirius também foi visto.

“As coisas começam a compor-se” Pensou Dumbledore “A partir de agora é só uma questão de tempo até que tudo aconteça!”


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Notas finais do capítulo

E foi o regresso do Sirius. Espero que tenham gostado.
Deixem a vossa opinião, ela é muito importante para mim.

Beijos a todos
Morgana Bauer



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