O Canto da Fénix Negra escrita por Morgana Bauer


Capítulo 3
O Outro Lado De Si


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o terceiro capítulo. Espero que gostem e que deixem a vossa opinião.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/57688/chapter/3

Capitulo III

O outro lado de si.

“Limpa. Mantém a mente limpa!” um jovem loiro murmurava o mesmo mantra para si próprio vezes sem conta.” Não deixes que ele se aperceba do quanto isto te repugna.” Olhou para um dos outros homens presentes na sala. O seu pai, tão parecido com sigo por fora, mas tão diferente por dentro.

Estava ali, nas masmorras da mansão Malfoy. À sua frente, o seu pai e alguns camaradas torturavam um rapaz que deveria ser pouco mais novo que ele. O motivo? Segundo aquilo que percebera, o rapaz era um lobisomem. Uma criatura das trevas que, como tal, não tinha lugar no mundo.

Os gritos do rapaz entranhavam-se na sua mente, mas ele não podia deixar o seu controlo ir abaixo. Se isso acontecesse seria ele quem ocuparia o lugar do outro rapaz.

Durante muito tempo acreditara realmente nos ideais do seu pai. Acreditara na importância da pureza do sangue, no entanto, após o regresso do Lord das Trevas, a sua opinião mudara. Aquele não era o homem que o seu pai lhe descrevera! Aquele era um louco!

Tinha de manter a sua mente limpa! Lucius Malfoy não podia descobrir os seus planos de fuga. Se isso acontecesse bem podia rezar para que ele o matasse depressa!

O rapaz caído já não passava de um amontoado de carne e sangue que gemia de tempos a tempos quando era atingido por algum feitiço um pouco mais forte. Draco já vira algumas pessoas serem torturadas e sabia que ele não iria resistir muito mais.

Por fim, tudo terminou. O corpo mutilado do jovem foi levado e Draco teve por fim autorização para abandonar a sala.

Foi para o seu quarto e atirou-se sobre a cama. O coração batia-lhe descompassado no peito. Tinha de sair dali! Não conseguia mais permanecer naquela casa! Tinha no fundo do seu armário uma mala arrumada com alguns dos seus pertences. Foi até lá e pegou nela. Chegara o momento, o momento de deixar para traz tudo aquilo em que em tempos acreditara. Estava na altura de traçar o seu próprio caminho! Estava na altura de mostrar a todos que não era o menino mimado que todos pintavam! Estava na hora de provar que um Malfoy também podia fazer o que era correcto!


-Remata!

-Nem penses que eu te vou deixar marcar!

O jogo de Quidditch prosseguia animado no jardim da casa dos Weasleys. De um lado, James, Fred, Tonks e Remus, tentavam derrotar a equipa composta por Harry, George, Ginny e Ron. Mas essa tarefa não estava a ser fácil.

-Mas como é que eles conseguem jogar com tão poucos jogadores! – Molly perguntou olhando para Lily.

Esta sorriu e respondeu-lhe:

-Resolveram fazer um jogo sem seekers. Embora eu não faça ideia de quando é que eles fazem tensões de acabar o jogo.

-Talvez quando lhes apertar a fome.

Ambas as ruivas riram e voltaram de novo a sua atenção para o jogo. Harry e Ginny, que tinha a posse da quaffle, avançavam perigosamente para os aros defendidos por Tonks. Ela bem que se esforçou mas acabou por não conseguir agarrá-la.

-Marcámos! Somos os maiores, os maiores!!!

-Isto não fica assim! Vamos Remus, vamos mostrar a estes rapazitos quem é que sabe jogar. – Disse James incentivando o velho amigo.

O resto do jogo continuou em clima de alegria.

Quando, por fim, foram chamados para o almoço, todos tinham os rostos vermelhos, mas felizes.

James entrou na divisão com um braço sobre os ombros de Harry. Molly parou aquilo que estava a fazer e olhou aquela cena com uma lágrima no canto do olho. Harry estava tão feliz!

-Molly! Molly, querida, estás a ouvir-me? – Arthur tentou chamar a mulher mas ela parecia não o ouvir. – Molly!!

-Si…sim… ah, és tu Arthur! O que é que foi?

-Isso pergunto eu! Estavas aí, perdida em pensamentos, com os pratos nas mãos.

-O quê?! Ah, sim, estava a pensar sabes?

- E posso saber em que é que estavas a pensar, meu amor?

Ela sorriu e inclinou a cabeça na direcção de Harry e James. O patriarca da família Weasley cedo percebeu aquilo que a esposa lhe queria dizer. Deu-lhe um beijo nos lábios e retirou-lhe os pratos das mãos.

-Vamos, anda! Vamos juntar-nos a eles.

-Sim!


O castelo de Hogwarts erguia-se imponente. A noite já ia longa, mas Albus Dumbledore ainda andava às voltas no seu gabinete. Severus Snape estava lá, recém-chegado de uma reunião de Devoradores da Morte. Espião há 16 anos, Severus havia-lhe trazido uma notícia que, acima de tudo, o espantou.

-Tens a certeza Severus? O jovem Malfoy abandonou mesmo a sua casa?

-Sim Albus! O Lucius está à procura do filho por tudo quanto é lado, mas desconfio que não seja pelas melhores razões!

Dumbledore ergueu uma sobrancelha.

-Sim! Se o Lucius encontrar o Draco eu não faço ideia do que pode acontecer, mas com o temperamento dele, coisa boa não é de certeza!

-Então, Severus, creio que só existe uma coisa a fazer! Temos de ser nós a encontrar o teu afilhado em primeiro lugar. No entanto, ainda há uma coisa que eu quero saber. Se o Draco fugiu, ele certamente que elaborou um plano. Estou certo? – Não esperou que o professor de poções respondesse antes de continuar. – Afinal de contas ele é um Slytherin! Mas, aquilo que eu queria realmente saber é como é que ele manteve esse plano em segredo!

Um sorriso apareceu no rosto do outro. Aquele não era um sorriso qualquer: era um sorriso de orgulho.

A conversa foi interrompida por um conjunto de batidas na porta. Madame Pomfrey entrou carregando consigo uma maleta. Dirigiu um olhar feroz aos dois homens e depois disse num tom que não admitia réplicas:

-Quantas vezes é que eu já disse que quero que o Severus venha imediatamente ter comigo depois destas reuniões!

-Querida Poppy… - Dumbledore tentou falar mas a mulher não lhe deu oportunidade.

-Não! Ele está para lá, sujeito a sabe Merlin o quê! É meu dever zelar pelo bem-estar de todos nesta escola.

-Por Merlin! Quem a ouvir ainda julga que eu sou um desses Gryffindors irresponsáveis que andam por aí a cirandar pela escola. Eu sou suficientemente capaz de tomar conta de mim!

-Tu! Não me faças rir! Se não fosse por eu insistir contigo para que tomasses todas as poções para os ferimentos, tu não as tomarias. Essa tua tendência para… para… sei lá para quê, qualquer dia vai dar mau resultado! Por isso tu vais fazer aquilo que eu te disser e ponto final. Caso contrário, prepara-te Severus Snape, pois eu transformarei o teu próximo ano lectivo num pesadelo.

-Não seja exagerada, mulher! Não se preocupe que não, hoje não tenho nenhum ferimento.

Ela lançou-lhe um olhar desconfiado mas acabou por deixar a sala.

-Velha bruxa… - Murmurou o professor de poções.

Dumbledore sorriu. Sabia que Pomfrey considerava Severus quase como um filho e sabia também que apesar daquilo que mostrava, ele também gostava dela. À sua maneira, é claro!

Olhou para o homem à sua frente com um sentimento de pesar a nascer-lhe no peito. Vira-o crescer e tornar-se um Death Eater. Vira a expressão de sofrimento no seu rosto quando se apercebera que Voldemort pretendia matar a mulher que amava devido a uma informação que ele dera. Severus ainda não sabia do regresso de Lily e cabia a Albus dar-lhe essa informação.

-Severus, meu caro, existe outro assunto que nós temos de tratar e que diz também respeito a Draco Malfoy.

O professor de poções olhou o velho director.

-Se bem te lembras, desde a altura da batalha no ministério que diversos membros da Ordem têm investigado o Véu! – Snape assentiu e como tal o mais velho continuou – Há algum tempo atrás, eu próprio encontrei um grimórium com uma passagem muito interessante acerca desse assunto.

-Então encontrou uma maneira de tirar o Black do véu?

-Talvez, meu caro, talvez! No entanto, para isso, precisaria de Draco Malfoy.

-Draco? O que é que o Draco tem que ver com o Black?

-Severus, ao ser filho da Narcisa, o Draco é primo do Sirius!

-E então? Que eu saiba eles nunca tiveram contacto um com o outro!

-Gostaria que desses uma vista de olhos nesta passagem! – Albus Dumbledore estendeu um livro a Snape.

O professor fez aquilo que lhe era pedido e pôde ler:

“…trata-se do portal do Limbo. A porta para o mundo dos que não são, do estado entre a vida e a morte.

Os que entram, ficam presos. As suas almas, condenadas a nunca encontrar o descanso do outro Lado, vaguearam sem rumo pelo Limbo.

Apenas o sacrifício da pureza do sangue daquele que o amou em conjunto com o daquele que lhe está ligado, permitirá trazer à vida aquele que atravessou o véu.”

-Sacrifício da pureza do sangue? – Inquiriu Severus com uma sobrancelha erguida.

Dumbledore assentiu.

-Trata-se de um ritual muito antigo! Tão antigo que se julgou perdido no tempo. Segundo aquilo que sei, para esse ritual são necessários dois intervenientes: um deles é alguém com uma ligação à “vítima”. Ao ser primo do Sirius o Draco preenche esse “requisito”. No entanto para que o ritual funcione, é necessário que a pessoa que tenha a ligação seja um Sangue Puro.

-Existe algum motivo em especial para que tenha de ser Sangue Puro?

-De facto, existe sim! Sabes Severus, qual é a maior diferença entre os feiticeiros de sangue designado puro, e os ditos “mestiços”?

-Desconheço, mas creio que me irá elucidar.

Dumbledore sorriu.

-Conheces-me bem! A grande diferença está na Essência do feiticeiro. Quando eu digo Essência, não me refiro à maneira de ser do bruxo ou feiticeira em questão. Não! Eu refiro-me a um encantamento protector. A Essência é quase como um Patronus. Nos feiticeiros de sangue puro, a forma assumida tem uma cor prateada e é muito poderoso! Já nos nascidos muggles, essa Essência assume uma forma com uma cor mais escura e o seu poder não é tão grande!

O olhar do professor indicava que aquilo era algo que desconhecia.

-Mas então em que é que esse ritual consiste? Sacrifício da pureza do sangue?

-Ao sujeitar-se ao ritual, a pessoa abdica de uma parte da sua magia para poder resgatar quem está do outro lado do Véu. Ao ser um Sangue Puro, a sua magia é maior e poderá suportar todo o ritual, algo que não aconteceria a alguém cuja Essência não seja tão poderosa.

-Então o Draco seria capaz de fazer parte do ritual?

-Sim! Absolutamente. Sabes, este é um poder que nasce com o feiticeiro e é independente das suas capacidades. Se bem que, o senhor Malfoy, por aquilo que já percebi, é também bastante poderoso!

-Muito bem, admitamos que o Draco aceita realizar o ritual. Quem seria a outra pessoa? Alguém que o amou? Amou em que sentido?

-Em qualquer sentido! Até poderá ser o amor de um bom amigo!

-E quem iria realizar o ritual? Tu?

O director sorriu:

-Não, Severus! Segundo o grimórium, quanto mais forte for o “amor” que a pessoa em questão, mais facilmente o ritual se realizará.

-Então quem? Que me lembre o Lupin não é um Puro-sangue e não estou a…

-James Potter! – Dumbledore interrompeu o outro.

-O quê?! – Certamente que tinha ouvido mal. O director não poderia ter dito…

-James Potter! Ele é a pessoa indicada para tomar parte no ritual!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E este foi o terceiro capítulo. Espero que tenham gostado.
Agradeço a quem deixou reviews nos capítulos anteriores, é muito importante para mim, saber aquilo que pensam da história.

Beijos e... comentem =)
Morgana Bauer



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Canto da Fénix Negra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.