Preocupações Natalinas escrita por Palavras Incertas


Capítulo 1
Capítulo único




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Quando se tem 7 anos, você não tem muitas preocupações em vida, porém o pequeno Percy Jackson considerava que tinha sim muitas preocupações em sua vida, e olha que ele só tinha 7 anos. Ele se preocupava em acordar cedo para assistir seu desenho animado favorito, ele se preocupava com seus doces azuis favoritos e com muitas outras coisas relevantes como essas. Mas pode se dizer no momento que três preocupações realmente o assustavam, e eram elas:

1- Voar de avião

2- O Papai Noel não achá-lo no Natal

3- Que seu dente caísse

Todas compreensíveis, é claro. Nenhum garotinho gostaria de perder justo seu dente da frente logo na véspera de natal. Aturar as piadinhas sobre estar banguela e aparecer com um sorriso idiota nas fotos? De jeito nenhum! E além do mais, ele não queria ir no dentista nem obrigado, porque vamos combinar, na lista dos piores monstros das crianças os dentistas estão lá, junto com os que se escondem debaixo da cama e o bicho papão. Todos muito perigosos.

E também tinha o problema com o Papai Noel, ele tinha sido um bom garoto o ano inteiro, um verdadeiro anjinho se você desconsiderar aquela vez que ele quase inundou o banheiro, e aquela que ele saiu rolando na grama depois de ter chovido muito, e aquela que ele colocou pimenta na massa do bolo que a mãe dele estava fazendo... Mas vamos relevar, é natal! Então sim, ele tinha sido um bom garoto e esperava ganhar presentes, mas e se o Papai Noel não o achasse? Ele não estaria na sua casa esse ano. O pequeno Percy tinha enviado uma carta explicando o que tinha acontecido, uma bela cartinha em caligrafia infantil dizendo que ia passar o natal na casa do seu pai, não da sua mãe como era de costume, mas e se a carta não chegasse ao Polo Norte? E se o Papai Noel não achasse seu novo endereço? Ia ser uma grande tragédia!

Ah, e claro: o medo de voar de avião! Não o julgue, o pequeno Percy tem medo de altura. Então, sentado na poltrona ao lado da janela, ele olhava desesperado para o teto esperando o momento de decolar, ele ainda não se sentia pronto, mas decidiu que se fosse para sofrer, que o sofrimento viesse logo. Belo pensamento para um menino de 7 anos, eu admito.

O pequeno Percy estava tão concentrado em achar coragem para estar ali que nem percebeu que agora tinha companhia até escutar um voz feliz e aguda.

- Olá. - Foi tudo o que se escutou.

Ele, é claro, olhou assustado, e para sua surpresa a dona da voz era uma garotinha loira de trancinhas,muito magra e franzina, usando um vestidinho rosa claro e com grandes olhos cinzas.

- O gato comeu sua língua? - Disse ela com toda a presunção se estar usando uma " fala de gente grande", porque você sabe, os adultos adoram perguntar isso para as crianças, mal eles sabem que gatos odeiam línguas de crianças.

- Não comeu não. - Percy apressou em se defender.

- Então por que você não me respondeu? - A garotinha quis saber um pouco manhosa e um pouco risonha.

- Porque minha mãe me disse pra não falar com estranhos. - Viu, ele é um bom garoto.

- Mas eu não sou uma estranha!- A menininha é bastante persistente, que fique bem claro.

- É sim. - Ele replicou.

A pequena menina parecia prestes a responder algo, mas ela parou para pensar antes de dizer o que quer que fosse dizer.

- Tem razão, você não sabe meu nome. - Então ela olhou para os lados como se fosse contar um grande segredo e sussurrou entre risadinhas- Meu nome é Annabeth Chase, e o seu?

Agora ele não tinha mais desculpas, ela tinha se apresentado, não era mais uma estranha.

- Percy Jackson. - Ele disse meio desconfortável.

- Oi. - Annabeth tentou novamente, eu já disse antes, ela é bastante persistente, e não gosta de ser ignorada.

- Oi. - Ele finalmente respondeu e ela ficou quieta.

Então Percy voltou ao que estava fazendo, tentando enganar o medo e criar coragem quando aquela voz o interrompeu de novo.

- Quantos anos você tem? - Ela o olhava com aqueles grandes olhos.

-7, e você? - Ele não queria conversar,mas garotos bonzinhos eram educados, e ele era um bom garoto, ou ao menos tinha que deixar o Papai Noel achando que era.

- Legal, eu tenho 7 também. - Ela disse sorrindo. - Pra onde você está indo?

- Passar o natal na casa do meu pai, e você ?

- Passar o natal na casa da minha mãe. - Annabeth respondeu prontamente e continuou perguntando várias coisas sobre a vida do pequeno Percy, e ele, é claro respondia educadamente e completava com um " e você", não importava o quanto a pergunta era indiscreta, e bem, a garota era bem indiscreta e parecia não ter problemas em dividir sua vida com um estranho. Oh, não! Erro meu. Ele não era um estranho, não pra ela, ele era Percy Jackson,lembra?

E isso continuou até a aeromoça avisar que eles iam decolar e Percy voltar a morrer de medo. E então, veio a pergunta crucial:

- Você tem medo de altura?

Percy respondeu na maior inocência do mundo que sim, e ela, na maior inocência também , riu dele, o que mais ela poderia fazer? Consolá-lo? Quem fazia isso?

- Para de rir de mim. - Ele disse emburrado.

- Mas você tem medo de altura. - Annabeth se justificou ainda rindo.

- Não é engraçado.

- É sim.

E quando o avião começou a sair do chão Annabeth parou de rir e ofereceu sua mão.

- Segura minha mão e conta até 10! - Ela mandou.

Percy não discutiu e fez o que ela mandou, ele fechou os olhos e contou, não até 10,mas até 53, até poder ouvir a voz dela de novo.

- Já pode abrir os olhos. - Annabeth informou.

Ele abriu, largou a mão dela e constatou que ainda estava vivo. Bom, isso é bom.

- Obrigado. - Percy agradeceu tímido.

- Por nada. - Ele a escutou dizendo.

Talvez seja interessante dizer que naquele natal o Papai Noel conseguiu achar a casa do pai de Percy, que infelizmente o dente dele caiu na manhã de natal, mas felizmente ele não teve que ir ao dentista e que na volta Annabeth foi ao seu lado novamente, mas ele também descobriu que seus pais não moravam nas mesmas cidades, o pai dele morava naquela mesma cidade onde desembarcaram, mas a mãe da garota morava a 50 quilômetros dali, em uma pequena cidade, e que ela ainda tinha que pegar outro vôo para chegar na cidade onde o pai morava.

Eles se encontraram novamente nos outros dois anos, mas isso não vale a pena contar, vamos pular para aquele natal em que ambos tinham uma década vivida na sua história.

Percy já estava bem crescidinho,todos os seus dentes de leite tinham caído e ele não acreditava mais em Papai Noel, menos dois itens na sua lista de preocupações. Mas a péssima notícia é que ele ainda tinha medo de altura, e outra pior ainda: ele não sabia o que fazer.

Nos últimos anos ele tinha segurado na mão de Annabeth, fechado os olhos e contado até dez ( ou mais, se precisasse), mas agora ele tinha dez anos, e como sua mãe dizia já era um homenzinho, e homenzinhos não têm medo de nada e nem seguram na mão de suas amiguinhas quando têm medo. Ao menos era o que ele achava.

Mas por fim Annabeth apareceu, menos uma preocupação, ela sempre chegava atrasada.

- Olá. - A garota ainda era magra demais, tinha grandes olhos cinzas e cabelos loiros, mas dessa vez usava calça jeans,uma blusa grande que parecia ter sido comprada em uma cidade turística e suas habituais trancinhas.

- Oi! - Ele respondeu feliz.

- Como foi seu ano? - Ela perguntou mas não deu tempo para ele responder, Percy sabia que ela gostava de falar, mas nesse momento ela parecia querer falar mais que o normal. - O meu foi muito ruim, meu pai casou de novo e minha madrasta é uma bruxa, é sério, você tem que ver o jeito que ela fala... - E isso continuou por um bom tempo, até ela terminar de contar e Percy dar um resumo do seu ano.

Mas na hora de decolar, quando Annabeth estendeu sua mão para ele, Percy recusou, disse que não precisava mais, que já era um homenzinho, ela riu e disse que tudo bem. Ele poderia não saber, mas ela estava contando em sua mente: 1,2,3... Foi o tempo necessário para Percy mudar de ideia e agarrar sua mão apertando forte. Ela riu internamente, mas não disse nada.

- Obrigado. - Percy disse sincero. - Mas não conte isso pra ninguém. - Ele ameaçou.

- Seu segredo está a salvo comigo. - Ela disse entre risadinhas.

Aos doze anos aquela amizade natalina foi testada, porque é claro, quando você é um garoto de 12 anos você tem duas opções: ou você odeia o sexo oposto e é " descolado" ou você é amigo das garotas e é criticado por isso, tendo que aceitar as piadinhas idiotas e maldosas dos outros garotos.

E quando se é uma garota de 12 anos, todos, ou pelo menos a maioria, dos garotos são idiotas ou infantis, essa é a verdade.

Então quando Annabeth quis saber o motivo de Percy estar tão sem graça aquele ano e de não estar conversando com ela ele respondeu a simples frase: " porque você é uma garota", e aquilo explicou tudo, ele era um idiota.

Mas aquele idiota ainda era a pessoa que a fazia companhia naquele avião, e aquela garota ainda era a pessoa que o ajudava a superar, mesmo que momentaneamente o seu medo, então quando ela, depois de muito hesitar, estendeu sua mão na hora da decolagem, ele a segurou e contou até 47.

Aos 14 anos as coisas começaram a ficar complicadas, eles estavam seguindo rumos diferentes e aquilo dificultava na hora das conversas. Annabeth sabia física e estava fazendo curso de francês, passava o tempo lendo e adorava passar as noites de sexta desenhando, já Percy tinha conseguido entrar pro time de natação, tinha pegado recuperação em física ( e matemática), gostava de esportes e adorava sair nas sextas a noite. Era a típica história da nerd e do popular, vai falar que nunca leu isso?!

Mas talvez as coisas se complicaram realmente quando eles estavam com 16 anos, porque foi nessa viagem de natal que Annabeth finalmente parou de ver Percy como o garotinho medroso de 9 anos atrás e reparou que ele estava muito diferente, os olhos verdes pareciam mais bonitos e mais brilhantes, como se ele tivesse adquirido um confiança maior em si mesmo e estivesse vivendo uma boa fase da sua vida, os cabelos rebeldes que ela sempre quis arrumar agora pareciam bem desse jeito, o sorriso irônico ficava bem nele e ela tinha que confessar,as aulas de natação o fizeram bem.

- Droga. - Annabeth exclamou em voz alta.

- O que foi Annie? - Percy perguntou preocupado.

- Nada, acho que esqueci algo em casa. - Ela mentiu, e por sorte pareceu dar certo.

- Era importante?

- Não, não era, esquece. - E ela disse isso pra sim mesma, afinal, ela tinha que esquecer aqueles pensamentos, eles eram amigos que se viam no avião em uma viagem para passar o natal na casa dos pais, eram só isso e não poderiam ser nada mais, mas qual é... Tinha algo de errado em achar o amigo bonito? Ou até mesmo atraente? Annabeth não sabia, então para o bem dela era melhor não pensar mais nisso, mas por todos os deuses de todas as mitologias, ele era tão bonito.

- Annie. - Percy a chamou tirando ela dos seus pensamentos.

- O que é? - Ela perguntou tímida. O quê? Eles se conheciam a nove anos e era agora que ela ficava tímida?

- O avião vai decolar.- Percy disse constrangido. Ela demorou um pouco mas entendeu o que ele queria dizer.

- Ah sim. - E estendeu sua mão para que ele pudesse segurar. Apesar de tudo ele ainda tinha medo de altura.

Mas quando ele segurou a mão dela as bochechas de Annabeth coraram, e ela ficou nervosa e com uma sensação de frio na barriga, dessa vez ela também fechou os olhos e contou até 10.

Aos 17 anos uma tragédia aconteceu, era assim que Percy chamava aquilo, tragédia, porque após dez anos Annabeth não apareceu. Ele via aquilo como praticamente uma traição, estava magoado e o pior: desesperado. Annabeth o tinha deixado sozinho naquele avião! Ela sabia que ele tinha medo de altura, sabia que ele precisava dela, não poderia nem ao menos ter mandado um recado avisando que não ia viajar? Mas aí ele se lembrou, nunca tinham trocado os números do telefone, aquela era uma amizade de natal e parece que eles tinham preferido manter assim.

- Burro, burro, burro. - Percy se xingava em voz alta.

Na hora que o avião decolou ele roubou o ursinho da menininha que estava ao seu lado e o apertou com força, mas logo a mãe da menina o pegou de volta e brigou com Percy. Qual é? Ele precisava mais que ela.

Depois que eles decolaram ele reparou o quanto Annabeth fazia falta, ela conversava com ele e não deixava que ele se lembrasse que estavam voando, muitas vezes ele passava horas tão agradáveis ao lado dela que parecia que o vôo tinha menos horas do que realmente tinha, e por mais estranho que pareça, ele sempre queria que durasse mais. Agora ele parecia solitário, mais solitário do que já se lembrava de ter estado.

Annabeth não era o tipo de garota " bonita", mas Percy percebeu que a considerava bonita, talvez fosse sua maneira animada de falar ou o jeito que seus olhos cinzas brilhavam quando ela estava feliz, de algum modo ele gostava da aparência dela, e de algum modo percebeu que sentia falta de olhar pra ela e de falar com ela.

Ele não parou de tentar encontrar os motivos para a garota não ter ido na viagem, ela sempre ia, e a verdade era que Percy tinha um novo item na sua lista de preocupações: Annabeth Chase.

Então foi difícil, mas Percy conseguiu convencer sua mãe a deixar ele pegar um avião para a cidade de Annabeth para poder procurá-la.

Ele pegou o vôo que ela sempre pegava e dessa vez teve que segurar a mão de um menino de seis anos que riu dele a viagem inteira, mas certos sacrifícios eram necessários, e ele estava disposto a correr esse risco por Annabeth, ao chegar no aeroporto ele percebeu que não era o nome da cidade que Annabeth tinha falado, aquela era uma grande cidade e Annabeth morava em uma outra cidade, muito, muito, muito menor que aquela depois de alguns quilômetros. A família dela devia gostar de cidades pequenas.

Quando ele chegou lá ele finalmente percebeu a idiotice que tinha cometido, como ia achar a garota? Já que estava sem recursos resolveu perguntar para uma mulher que passava na rua se ela conhecia alguma Annabeth Chase.

- Conheço sim, ela mora no final da rua, em uma casa amarela.

Como aquela mulher sabia disso? Percy não tinha ideia, porém agradeceu a sorte. Mas o problema? Tinha pelo menos três casas amarelas no fim da rua, e a de Annabeth era realmente a última das últimas casas amarelas da rua. Ela definitivamente morava no fim do mundo,ou da cidade, ou da rua...

Ele tocou a campainha nervoso, esperava que ela atendesse mas não foi isso que aconteceu, no lugar dois garotinhos idênticos que deveriam ter 7 anos de idade abriram a porta .

- Annabeth Chase mora aqui? - Percy se antecipou.

- Mora sim. - Eles responderam desconfiados e ficaram parados na porta o encarando.

- E eu posso falar com ela? - Percy perguntou.

- Não.- Eles responderam juntos e saíram correndo batendo a porta na cara do garoto.

Ele estava em dúvida se tocava a campainha novamente ou não quando a porta se abriu de repente e uma pessoa começou a explicar.

- Desculpa meus irmãos eles são... Percy?!- Ela interrompeu sua frase no meio quando percebeu quem estava parado na sua porta.

- Oi. - Ele disse acenando.

- O que você está fazendo aqui? - Ela perguntou encabulada.

- Bom, se você não quiser eu vou embora.

- Não, não, não. Fica. Eu só estou surpresa. Como descobriu onde eu moro?

- Não foi tão difícil. A primeira pessoa que eu perguntei me deu seu endereço. Tem certeza que você confia nessas pessoas?

- Mas o que você ta fazendo aqui?

- Bom, eu tinha que saber porque você me abandonou naquele avião, só pra você saber eu quase apanhei de uma menina de 3 anos e um menino de 6 me irritou a viagem inteira, e ele riu de mim.- Percy falou fazendo uma carinha manhosa e Annabeth riu dele.

- Desculpa, eu peguei um resfriado e meu pai achou melhor eu não ir.

- Espera, você me abandonou por um simples resfriado?

- Não foi um simples resfriado, foi um super resfriado, ta?! - A garota se defendeu.

- Mesmo assim.

- Para com isso Percy. Quer entrar?

- Pode ser. - Ele respondeu, mas já estava praticamente dentro da casa.

Talvez seja interessante dizer que eles finalmente trocaram os números dos celulares e conversaram mais durante o ano, ficando cada vez mais próximos. Ah, e eles se seguem no Twitter, são amigos no Facebook e... Acho que deu pra entender.

Mas o mais importante talvez tenha acontecido no outro natal, quando ambos estavam com 18 anos e tinham muitas preocupações. Eles já eram quase adultos, é justo que eles tenham muitas preocupações. Mas uma em especial os incomodava naquele momento. A de Percy? Annabeth Chase! A de Annabeth? Percy Jackson!

Porque a vida é assim, ela faz com que as pessoas se apaixonem pelas pessoas que se sentam do seu lado no avião. Ou pelo menos ela faz com que a garotinha loira falante se apaixone pelo garoto medroso, e vice-versa, porque sim. Não precisa de explicações.

Ela não precisava de motivos para pensar nele, ele não precisava de razões pra gostar de conversar com ela, ela não precisava de justificativas para querer estar com ele, ele não precisava de argumentos para querer vê-la. Simplesmente não precisava de explicações, então eu não vou tentar explicar como esse sentimento surgiu, não vou tentar explicar como os olhos deles se iluminam ao receber uma mensagem um do outro, não vou tentar explicar como o desejo de se verem pessoalmente era enorme, quase uma necessidade, não vou.

Mas talvez eu tenha que explicar o motivo dos dois, mesmo querendo tanto ver um ao outro, estavam temendo por esse momento: eles são idiotas. Tudo bem, talvez eu esteja exagerando, mas vamos lá. É aquela velha história de não posso me apaixonar pelo meu amigo para não correr o risco de perder a amizade. É nobre, egoísta e clichê, mas é a verdade.

- Oi. - Annabeth disse tentando não parecer hesitante ou assustada,ou pior, apaixonada.

- Oi.- Percy respondeu do mesmo jeito.

E então aquela conversa constrangedora sobre o clima e sobre o tempo aconteceu, sabe? Aquela:

" Tudo bem?", " Tudo, e você?", " Bem também" ( pausa) " Você acha que chove?", " Não sei, parece que sim", " É" ( pausa eterna) .

E então eles voltaram a pensar em suas preocupações, que estavam justamente ao seu lado. A vida é irônica. Ou bela. Porque quando o avião começou a decolar Annabeth ofereceu sua mão para Percy segurar, a qual ele aceitou prontamente, mas na metade da sua contagem, que geralmente ia até uma média de 50, ele abriu os olhos e fez o que talvez fosse um ato de coragem ou de loucura: ele a beijou.

E no final, acabou sendo um ato de coragem, o que se confirmou pelas bochechas coradas e as mãos dadas pelo resto da viagem. É, eles estavam apaixonados.

Mas aqui está o momento que eu tinha pra contar, foi quando eles estavam com 25 anos, com carreiras já estabelecidas e muitas, muitas preocupações.

Mas também foi quando ela estendeu a mão pra ele segurar na decolagem e ele ao invés de fechar os olhos e contar até 50, olhou diretamente nos olhos dela e perguntou se ela queria se casar com ele.

Foi quando ela disse sim.


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Notas finais do capítulo

Feliz Natal...