Do you wanna steal a Tardis? escrita por little wolf boy


Capítulo 1
One


Notas iniciais do capítulo

Enfim, Giu, demorei mas terminei. O seu presente! Realmente espero que goste, e não hesite em soltar os cachorros para cima de mim caso tenha algo que não te agrade! Feliz natal mais uma vez ♥

*Eu realmente espero que você pegou o sentido da sinopse (Love is a promise), porque eu estou aqui me esforçando para pensar que essa sinopse é boa*



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Theta foi acordado por um pequeno choramingar, tão baixo que mal se podia ouvir sobre o som do vento uivando lá fora. Abriu os olhos rapidamente, encarando por alguns segundos o teto desprovido de cor, ainda um tanto imerso no sonho do qual fora tirado.

Era um dos sonhos bons, aqueles em que ele pegava uma Tardis e via cada uma das estrelas e um asteroide tinha até acenado para ele, embora Theta soubesse bem que asteroides não podiam acenar. Um soluço lhe lembrou do motivo pelo qual tinha sido acordado, e o menino olhou para os lados, afastando uma mecha do cabelo muito claro que lhe caía nos olhos.

— Koschei? — sussurrou, tentando não acordar ninguém. O choramingar parou, sendo substituído por um ruído abafado, como alguém colocando a mão em cima da boca mesmo que o som continuasse a vir, e Theta sabia que era ele. — Eu estou indo aí, tudo bem? — disse baixinho, saindo da cama e andando na ponta dos pés até a fonte do barulho.

O dormitório de sua classe era gélido, já que eles dormiam num dos últimos andares, e ele vestia um pijama fino, então tratou de se enfiar debaixo das cobertas quentes assim que alcançou a outra cama, tremendo um pouco pelo frio que experimentou.

— Koschei? — chamou mais uma vez, sua voz abafada. Procurou com as mãos até que pudesse encontrar a do outro menino e, ao achá-la, a apertou de forma tranquilizadora, como que para mostrar que estava ali. — Está tudo bem. Eu estou aqui, viu? — disse, sorrindo um pouco e chacoalhando a mão dele para demonstrar o que dizia.

Os olhos de Koschei finalmente encontraram os seus, vermelhos e cheios de lágrimas, embora pudesse ver pouco pela luz escassa do luar. Theta sempre achara os olhos dele muito bonitos: Grandes e de um violeta claro muito belo, ele não podia se impedir de encarar um pouco quando o viu pela primeira vez, um garoto tímido e silencioso com quem ninguém conversava.

Theta era diferente, no entanto. Esperando para ser chamado para a temida iniciação na Academia de Senhores do Tempo — olhar dentro do Cisma Destemperado — seu único modo de superar o nervosismo era conversar com as outras crianças que aguardavam junto dele e Koschei foi uma delas. Theta acabou colando no garoto até que tivesse de lhe acenar uma boa sorte quando este foi chamado.

Quatro meses depois e Theta era o único que ainda se atrevia a falar com Koschei, e mesmo Mortimus, um de seus amigos mais compassivos e sábios, lhe dava olhares receosos quando ele trazia o garoto assustado para estudar com eles. Murmuravam pela academia que Koschei tinha sido um daqueles que ficaram loucos ao ver o Cisma Destemperado. Ele estava sempre dando olhares assustados para qualquer um que passasse por ele e batucando os dedos num ritmo interminável de quatro batidas, e os alunos se perguntavam por que não tinham lhe levado embora, murmurinhos seguindo o menino para onde ele fosse.

Theta sabia que não era verdade, apesar disso. Sabia que o comportamento paranóico não vinha de olhar o Cismo, e discutia ferozmente com qualquer um que ousasse falar mal de seu amigo. Porque Theta sabia como era ter medo do escuro e ter medo do futuro, e era esse entendimento que o permitia passar a mão pelos ombros do garoto até que ele estivesse deitado em seu peito, chorando baixinho. Theta sorriu um pouco, abraçando o menino um pouco mais apertado. Ele queria que alguém tivesse feito isso por ele quando ele estava chorando sozinho.

— Tudo bem, viu? Eu estou aqui agora — murmurou, dando tapinhas nas costas do garoto. — Eu estava pensado, Kos, que nome você vai escolher quando você se formar? — perguntou, tentando desviar o assunto. Esse era um tema recorrente entre os estudantes, o título que você adota ao se formar, aquele que você leva para sempre, além de apelidos para casa ou para escola. Quase como seu nome de verdade. — Eu acho que eu vou me chamar o Banana. Porque bananas são muito gostosas, não é verdade? E sempre boas de se levar para uma festa.

Isso conseguiu arrancar uma pequena risada abafada do garoto, e Theta sorriu ao ter seu objetivo alcançado. Koschei saiu de seu esconderijo no peito magro de seu amigo e se levantou um pouquinho, se arrumando até ter a cabeça apoiada no ombro dele, já que era o mais baixo dos dois. Seus olhos ainda estavam vermelhos e um tanto marejados, mas uma felicidade tímida estava começando a tomar conta de suas feições.

— Mas, de verdade Theta, qual nome você quer escolher? — indagou, o tom baixo para não acordar nenhuma das outras pessoas. Theta pareceu considerar um pouco a questão, a expressão séria, antes de dar um sorriso brilhante que se enquadrava muito melhor em seu rosto de criança.

— Eu quero usar Doutor. Porque doutores curam e ajudam pessoas, sabe? Eu quero fazer isso, e talvez ver algumas galáxias diferentes no meio do caminho — respondeu, contando o sonho que mantinha desde que era muito pequeno. — Você pode vir comigo, se quiser. Pegar uma Tardis e viajar para todos os planetas que existem! — exclamou, se virando para o amigo, um sorriso contagiante em sua rosto enquanto estendia os braços, tentando mostrar a grandiosidade do que pretendia fazer.

— Promete que vai me levar? — perguntou, a voz esperançosa e os olhos arregalados. Theta lhe deu um sorriso, rolando os olhos como se ele fosse o maior idiota do mundo.

— Bobo! É claro que eu vou, Kos. Com quem mais eu compartilharia todas essas coisas legais? — Iindagou, não esperando uma resposta, mas Koschei a deu do mesmo jeito.

— Bem, você poderia levar o Mortimus, a Ushas, a Rani, o Magnus… — respondeu, citando os estudantes que compunham o grupo de amigos de Theta enquanto levantava os dedos para os contar. Theta rolou os olhos mais uma vez.

— Bem, nenhum deles é meu melhor amigo no mundo inteiro! — exclamou como se fosse óbvio, se jogando para cima dele e o abraçando antes que ele pudesse falar outra coisa.

Koschei corou um pouco com o abraço inesperado, algo quente pulsando dentro de seu peito, mas seus pensamentos sobre isso foram distraídos quando Theta começou a lhe fazer cócegas, rindo tão alto que acordou todos os estudantes e trouxe o supervisor, ainda com robes de dormir, para ver o que estava acontecendo. Theta não se arrependeu, ainda assim, dando um último sorriso travesso para Koschei, na cama ao seu lado, antes de ir dormir.

Ele ainda não havia percebido, mas o mesmo sentimento quente e bonito pulsava em seu peito também.


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