A Saga da Nova Geração escrita por zariesk


Capítulo 64
Capitulo 54 – Contos de Guerra: Sunagakure.


Notas iniciais do capítulo

e lá vamos nós com mais uma parte da guerra, dessa vez é a vila da areia que defendrá seu povo contra os invasores.
essa primeira parte não está tão dramatica quanto na batalha anterior mas sei que pode agradar a muitos!



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O vento soprava no país que carregava seu nome, as areias do deserto dançavam no ar formando pequenos redemoinhos, dunas moveis e muralhas que bloqueavam a visão dos que tentavam enxergar ao longe qualquer ameaça que viria, todos os ninjas estavam atentos a qualquer mensagem enviada pelos ninjas patrulheiros que tinham como missão alertar assim que as tropas do norte se movimentassem, enquanto aguardavam Gaara pensava em todas as estratégias que precisaria empregar para proteger sua vila, uma delas lhe preocupava muito e por isso se perguntava se era certo confiar na sorte ou em fatores tão aleatórios, de tão concentrado não percebeu sua esposa sentando ao seu lado até ela oferecer um cantil com o suco especial feito pelos ninjas médicos que visava conservar por mais tempo as energias dos ninjas.

- Não fique tão tenso, se os seus subordinados o virem assim ficarão tensos também – aconselhou Natsuri – você é o ninja mais forte da vila, eles precisam ver você imponente para que sintam confiança na sua força.

- Você tem razão, só estava pensando se foi realmente sábio deixa-lo ir na frente – disse ele – tenho medo que essa decisão custe vidas inocentes.

- É melhor se arrepender de ter feito algo do que de não ter feito, pelo menos por ter feito você sabe o que poderia ou não ter acontecido – explicou ela – aquele sujeito não é confiável mas sua força é inquestionável, se ele fizer o que tem que fazer...

- Desculpe interromper Kazekage-sama, chegou esse comunicado da vila da rocha – avisou um ninja mensageiro – pela distancia entre nossas vilas calculo que foi enviada a duas horas.

Gaara pegou o pergaminho oferecido pelo chuunin e o leu, as expressões dele variavam muito enquanto lia o conteúdo e isso deixava tanto Natsuri como o chuunin curiosos sobre o assunto.

- A batalha no país da terra começou e as forças do inimigo são impressionantes, aqui diz que um dos lideres inimigos invocou 5 monstros gigantescos para a batalha e a situação ficou critica – explicou Gaara – eles nos avisaram pra tomar cuidado com possíveis invocações do mesmo tipo por aqui e que devemos guardar reservas de ninjas para esse tipo de emergência.

Gaara convocou dois jounins responsáveis por coordenar as formações de batalha e depois passou a explicar a situação para eles, num instante eles convocaram todos os oficiais e elaboraram planos para evitar esse tipo de surpresa.

- Temos mil ninjas protegendo a vila internamente, vamos trazer para cá 300 deles para reforçar a linha de defesa – explicou Kankurou – eles vão se juntar a mais 200 da nossa própria força de ataque e esperar na metade do caminho entre a vila e nosso forte, assim se algo monstruoso surgir aqui vamos ter reforços prontos pra lutar.

- Vou precisar que você os lidere pessoalmente, se eles forem necessários em outro lugar você tem permissão pra movê-los como achar melhor – pediu Gaara.

- Tudo bem, não sou bom para linha de frente mesmo, eu trabalho melhor como suporte – comentou Kankurou animado – que falta faz a Temari aqui, ela ia adorar liderar a linha de frente.

- Cuidado com o que deseja cunhado, ela pode atender seu pedido – avisou Natsuri.

Gaara e Kankurou olharam para trás e viram Temari de pé e sorrindo marotamente, ela trazia na testa a velha bandana da areia e presa ao cinto a bandana de Konoha, após ver que teve a atenção de seus irmãos ela pulou sobre eles para abraçá-los ao mesmo tempo.

- Temari!? O que está fazendo aqui!? – perguntou Gaara surpreso.

- Isso é jeito de receber sua irmã mais velha!? Eu vim correndo de Konoha até aqui para ajudá-los e vocês parecem que não me querem por aqui!! – gritou ela furiosa.

- Não é isso! É que pensamos que você ia lutar por Konoha, lá é seu lar agora! – justificou Kankurou – lutar por seu marido e sua filha!

- O Naruto me mandou para cá como representante da vila para assuntos externos – explicou ela – eu sei muito bem que essa foi a desculpa que ele arranjou para me deixar lutar por Suna agora que sou de Konoha, ele sabia o quanto eu estava preocupada com vocês.

- Então tenho que agradecê-lo depois – disse Gaara sorrindo – finalmente a família está completa.

- A Lyna também voltou Temari-san, finalmente minha filha voltou pra casa!! – comemorou Natsuri.

- Então ela voltou mesmo!? Que maravilha! – agradeceu Temari – a Shikumi também estava preocupada com a prima!

Nisso 3 jovens ninjas da folha chegaram até onde eles estavam, pareciam exaustos por causa de uma longa corrida, assim que Temari olhou pra trás resmungou algo, os outros ficaram sem entender nada.

- Temari-sama! Por que veio tão rápido e nos deixou pra trás!? – perguntou a menina chorando – e se tivéssemos nos perdido no deserto? E se o inimigo nos pegasse!?

- Eu não pedi pra que viessem atrás de mim, nem sei se o Naruto sabe! – reclamou ela – além disso eu não preciso de meninas choronas que não sabe se cuidar sozinha.

A menina parecia ter petrificado de horror para depois cair em prantos enquanto seus companheiros riam ou balançavam a cabeça em negativa.

- Vocês são do time dela não é? Quando se tornaram chuunin eu não tive chance de conhece-los – perguntou Gaara.

- Deixe que eu os apresento agora, a chorona aqui é a Suzuki, apesar de chorona ela é boa com shurikens e kunais – explicou Temari indignada – o loirinho com cara de retardado é Yamanaka Yanagi e sabe usar genjutsus muito bons, o outro que parece sempre prestes a morder alguém é Inuzuka Murata, o pulguento do lado dele é o oboro.

- É um prazer conhecer o único homem que colocava medo na Temari-sama – cumprimentou Yanagi – Shikamaru-san geralmente sai de fininho quando ela mostra seu afeto pelos outros.

- Temari-sama é tão cruel conosco, nunca nos leva a sério e sempre reclama de tudo! – falou Suzuki contendo o choro – mesmo quando nos tornamos chuunins ela só disse “bom trabalho” e pronto!

- Ela só é assim com quem se importa, quando ela não se importa com alguém ela o ignora completamente – explicou Kankurou – vocês vão ver que quando mais precisarem dela ela estará lá protegendo-os como uma leoa!!

A sombra assassina de Temari cobriu os 4 que imediatamente se esconderam atrás de Gaara enquanto temari tinha um olhar psicótico no rosto fazendo o mais jovem dos irmãos desviar o olhar.

- Se você estiver disponível vou precisar de você na linha de frente Temari – pediu Gaara.

- Tudo bem, vou varrer os inimigos pra você e de noite vamos jantar juntos com a Lyna-chan – brincou ela.

De repente um outro mensageiro veio correndo, ele parecia muito nervoso e preocupado.

- Kazekage-sama, as jinchurikis escaparam e estão vindo pra cá! – gritou ele.

- Elas escaparam!? O que a equipe da barreira estava fazendo!? – perguntou Gaara nervoso.

- As duas juntas quebraram a barreira, e eram tão rápidas que nenhum time conseguiu alcança-las! – explicou o mensageiro.

Nem bem 10 segundos se passaram e todos sentiram o forte chakra das jinchurikis, num instante as duas apareceram na área ao redor do forte onde o exercito se concentrava.

- O que você está fazendo aqui Lyna? Eu fiz tudo isso para mantê-la longe do perigo – disse Gaara com nítida decepção na voz.

- E eu passei um ano longe de casa pra me tornar forte pra proteger o papai e a mamãe! – justificou-se – se eu não lutar por que eu passei por tudo aquilo então!?

- Você está 10 anos adiantada pra dar sermão em seus pais mocinha! – reclamou Natsuri – e quanto a você! Eu tenho certeza que você obrigou a minha filha a fazer tudo isso!

Ela apontava uma kunai para Sari que nem reagiu diante da ameaça, entre os jinchurikis criados por Nagato ela era a segunda mais poderosa, ironicamente só estava atrás de Yuzuhina que era uma veterana criada ainda a moda antiga, Lyna por outro lado era a mais fraca e precisava de proteção, precisava ser vigiada, mas hoje ela estava agindo como se fosse uma verdadeira guerreira a anos.

- Se negar isso a ela você está negando o crescimento pelo qual ela passou nesse tempo, não a obrigamos a se juntar a nós, ela escolheu isso – explicou Sari – Nagato sempre nos deu a opção de desistir e voltarmos para nossas famílias, se escolhêssemos esse caminho ele apagaria nossas memórias e selaria nosso poder definitivamente, Lyna escolheu ficar e lutar por seus pais.

As palavras de Sari junto com a determinação que a menina de apenas 11 anos mostrava faziam Gaara refletir sobre tudo, no passado ele era atormentado pelo destino imposto de ser uma arma para a vila, por não ter aprendido a amar ou ter sido amado, precisou passar por um inferno para conhecer a pessoa que lhe mostrou o caminho certo, e agora diante dele estava a menina que desde cedo já trilhava esse caminho, se era certo ou não confiar essa responsabilidade a ela ainda era cedo pra determinar.

- Lyna, se você lutar verá pessoas morrendo, verá algo que jamais conheceu na vida – explicou Gaara – enquanto estivermos lutando eu terei a responsabilidade de cuidar de todos e não poderia ajudá-la, acha que pode carregar nas costas a responsabilidade de lutar mesmo quando as pessoas ao seu redor estão morrendo?

- Eu não sei... só sei que prefiro estar aqui do que segura na vila, prefiro lutar do que não fazer nada – explicou ela.

Com essas palavras ditas a areia da cabaça de Gaara saltou para fora num jato e se transformou numa massa que despencou sobre Lyna, todos viram abismados a menina ser esmagada por uma tonelada de areia num instante, antes que Natsuri pudesse sequer gritar a areia explodiu e embaixo dela estava a menina toda arranhada mas sem ferimentos sérios.

- Eu precisava saber se você poderia mesmo lutar – disse Gaara recolhendo a areia – antes de sumir você não conseguia sequer esquivar da areia.

- Você precisava vê-la nos treinamentos, era a nossa mascote! – brincou Sari – tudo que fazíamos ela dava um jeito de fazer errado e ficar toda embaraçada, como aquela vez com as cordas que...

- Sari onee-sama!! Para de falar essas coisas!! – gritou a menina toda rubra – Nagato-sama disse que eu já sou uma boa ninja!

- Então mostre isso no esquadrão 18, você se juntará a eles e irá fazer tudo o que o capitão ordenar – avisou Gaara – de agora em diante você é uma gennin da areia e protegerá sua nação!

Com essas palavras Lyna ficou radiante, Temari muito satisfeita pegou sua bandana da areia e entregou a ela para por na testa, assim que a menina pôs a bandana Natsuri começou a chorar de emoção.

- Vocês três vão cuidar da Lyna na batalha, se algo acontecer a ela eu arranco o couro de vocês – ameaçou Temari numa conversa em particular – se falharem vão estar mais seguros com o inimigo!

Com suas vidas em riso eles juraram proteger a sobrinha da sua sensei, assim que as formalidade foram cumpridas Lyna foi levada ao esquadrão 18 e apresentada aos membros que no mesmo instante ficaram mais animados para lutar.

- Você vai aceitar seguir nossas ordens? – perguntou Gaara.

- Contanto que não me dêem nenhuma ordem estúpida... – respondeu Sari.

- Então você ficará no esquadrão da Temari na linha de frente, peço ao menos que não aja de forma a colocar aqueles ao seu redor em perigo.

Sari curvou-se e seguiu para o tal esquadrão onde logo chamou muita atenção, enquanto ela jogava papo fora com os homens do esquadrão Temari se juntou a Gaara para uma conversa.

- Tudo bem aceitar ajuda daquele que lhe matou uma vez? Não sabemos que intenções essa nova akatsuki pode ter por trás dessa ajuda.

- A ajuda deles não é mais suspeita do que a ajuda do Haraka, com aquele sujeito no campo de batalha tenho medo do que pode acontecer – comentou Kankurou.

- O Haraka!? Você deixou o Haraka sair da prisão!!?? – perguntou Temari abismada – você ficou maluco Gaara? Depois do Sasori o Haraka é o pior criminoso da nossa historia e seu crime foi ainda nessa década!

- Eu não o deixei sair, ele saiu por conta própria e veio até nós para lutar na guerra – respondeu o outro sem se alterar – eu estou ciente dos riscos e das conseqüências, mas nesse momento não posso abrir mão de alguém como ele, além disso Genichiro, Kotone e Oguri também estão por ai.

Temari não conseguia acreditar no que ouvira, os outros não eram tão ruins como Haraka mas eram igualmente detestáveis e assustadores, eram os monstros que a vila da areia possuía em suas fileiras, alguns eram leais aos lideres como a Oguri que era líder da ANBU e a era a mais velha das 3 irmãs do deserto, Kotone era um rapaz misterioso e sombrio que vivia no cemitério da vila e se encarregava de cuidar dos mortos, além disso ele possuía uma tarefa que ninguém mais na vila queria e por isso era passada entre os descendentes da família, junto com Genichiro que era apenas terrivelmente suspeito eles eram a elite que ninguém queria por perto.

- Bem, receio que se a vila cair eles também cairão, então acho que estão motivados o bastante – comentou ela – mas é seguro mesmo confiar neles? Com exceção da Oguri os outros ou são criminosos ou parias da sociedade!

- Assim como eu já fui um dia – respondeu Gaara – eu já fui tão ruim ou pior que eles, por isso lhes dei a chance de provarem seu valor.

Com essa resposta Gaara reuniu todos os capitães para uma ultima revisada nos planos de guerra, e assim que chegou a noticia de que os inimigos tomaram uma cidade que tinha sido evacuada antes eles mobilizaram as tropas para o combate, restava agora saber se todas as divisões especiais cumpririam suas funções.

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- Já reparou que ele se veste igual aos caras da akatsuki!? Quer dizer. Se botasse umas nuvens vermelhas naquele manto eu diria que estamos diante de um legitimo akatsuki! – comentou um dos ninjas.

- Reze para ele não te ouvir idiota, Haraka nunca se conformou com Sasori entrando pra akatsuki e saiu para caçá-lo pessoalmente, depois que confirmamos a morte de Sasori é que ele voltou para a vila – explicou o jounin mais velho – esse cara é do tipo que não tolera a traição ou qualquer coisa que desonre o orgulho da areia!

- O que? Mas ele é um dos piores criminosos da areia! Foi ele quem matou metade dos nossos conselheiros a 10 anos! – disse o outro espantado.

- Conselheiros esses que estavam sendo investigados por corrupção e traição, nunca provamos nada e isso só passava de suspeitas muito fortes – continuou o outro – com todas essas suspeitas que levavam a becos sem saída e muita desconfiança na cúpula de comando o Haraka simplesmente não esperou a investigação ser concluída e matou todos os suspeitos, depois disso ele se entregou, confessou o crime e foi sozinho para a prisão da vila e ficou lá até hoje.

- Mas afinal ele é maluco ou o que? Comete o crime e ele mesmo se pune?

- Ele simplesmente tem um senso de justiça acima de qualquer ética ou ordem de comando, para ele a vila e o nosso orgulho vale mais que qualquer lei ou a vida de qualquer um individualmente.

O jounin veterano continuou a explicar sobre aquele que ia na frente afastado de todos sem dizer uma única palavra além de respostas curtas para qualquer ordem dada a ele, atrás dele 50 ninjas usando capas amarelas para se camuflarem no deserto faziam a viagem para o local onde se encontrava o alvo.

- Ei Haraka, precisamos fazer uma pausa – gritou um dos chuunins.

Assim que essas palavras foram ditas todos os 50 ninjas pararam em meio a algumas dunas, Haraka que estava vários metros distante parou sobre uma duna.

- Aquele cara vai entregar nossa posição ficando ali! Eu vou arrastá-lo pra cá agora!

- Nem pense nisso, nem sequer é saudável chegar perto dele, toca-lo então é sentença de morte – avisou o veterano – Haraka é o usuário de shakuton mais forte da historia, se você chegar a menos de 5m dele já pode sentir os efeitos, por isso ele está andando afastado de nós.

- Shakuton? O elemento calor que pode vaporizar tudo? – perguntou ele surpreso – eu conheci um usuário dessa técnica, só de colocar a mão na água ele evaporou toda a água do tanque num segundo! Ouvi dizer que isso pode evaporar até o sangue dos inimigos!

- Por isso ele usa aquela capa que é a prova de fogo, o shakuton não apenas evapora líquidos, ele pode incendiar materiais inflamáveis ou derreter objetos, além disso quando ele era criança não dominava direito esse poder e por isso cresceu cheio de queimaduras, ele é feio como o diabo por baixo das bandagens!

Assim que os ninjas terminaram de preparar seus equipamentos e re-abastecer com água eles caminharam por vários quilômetros até finalmente alcançarem seu alvo, uma cidade que um dia antes tinha sido evacuada por ser a mais próxima da fronteira, agora ela era usada como base pelas forças inimigas, no momento restava só uma pequena parte dos soldados pois toda a força principal de combate tinha marchado para Suna 6 horas antes, a missão desse time era garantir que mais ninguém ia se juntar a essa força mais tarde.

- Vamos seguir com o plano e combinar nossos jutsus, você está pronto Haraka?

- Cumprirei o meu dever agora – respondeu ele com uma voz rouca.

Dos 50 ninjas mais da metade se reuniu numa fila horizontal e passaram a sincronizar e reunir o máximo de chakra que podiam, em 5 minutos todos eles estavam com seu chakra sincronizado para agir exatamente ao mesmo tempo e com a mesma intensidade.

- Fuuton! Sunaraishi! (Tempestade de areia) – todos eles juntos sopraram uma grande rajada de vento rente ao solo.

O jutsu combinado em larga escala levantou uma nuvem de areia colossal em alta velocidade que avançou para a vila tomada, antes da nuvem chegar ao seu destino Haraka que tinha se posicionado na frente dela soprou um chakra alaranjado que se juntou a nuvem de areia formando uma nuvem de areia hiper aquecida, quando a nuvem chegou na vila os soldados desprotegidos começaram a se debater como se estivessem em chamas, a areia que já era ruim o bastante agora queimava a carne e matava como se fosse o inferno materializado, uma verdadeira chacina aconteceu quando dos 2.000 homens apenas 300 sobreviveram ao inferno de areia e ainda assim tinham partes do corpo queimadas.

- Os sobreviventes são os que usavam versões mais simples da armadura anti-chakra – explicou o observador do grupo – provavelmente a armadura reduziu pela metade a onda de calor, mas foi o suficiente pra fazer o metal delas ferver!

- Mas ainda assim será difícil mata-los com ninjutsus – explicou o jounin – agora vamos para o combate direto, vamos cuidar para que o Kazekage-sama não tenha que se preocupar com reforços inimigos aparecendo do nada!

Os ninjas avançaram ferozmente sobre os sobreviventes que ainda estavam desorientados pelo ultimo ataque, Haraka era o mais dedicado a matar inimigos, quando estes se aproximavam dele sentiam uma onda de calor absurda e não conseguiam sequer ataca-lo, já haraka quanto os tocava fazia todos os fluidos do corpo evaporarem instantaneamente transformando-os em múmia sem uma gota de água no corpo, alguns até rachavam de tão secos, quando inimigos pensavam em atacá-lo de longe com arcos ou lanças ele produzia pequenas bolas de fogo laranjas que flutuavam a sua volta, quando ele movia o braço as esferas térmicas voavam na direção do inimigo e os queimavam de dentro para fora, em apenas meia hora de combate eles eliminaram toda a resistência e se apossaram da vila, após a rápida vitória iniciou-se o trabalho de recolher corpos e junta-los do lado de fora da vila.

- Capitão!! Venha ver isso rápido!! – gritou um chuunin.

O jounin veterano correu seguindo o homem, após a correria ele estava diante de um deposito, quando as portas foram abertas o capitão e todos os ninjas que estavam com ele ficaram abismados e aterrorizados.

- O que significa isso!? A vila foi evacuada um dia antes! – disse ele revoltado – não tem como nosso pessoal não ter se certificado que não tinha mais ninguém!

Diante dele os corpos de quase 50 pessoas, entre eles crianças e velhos também, provavelmente famílias inteiras que por alguma razão estavam trancadas no deposito, quando os ninjas da areia lançaram o ataque as famílias foram pegas pela nuvem escaldante e morreram da mesma maneira que os soldados: se debatendo enquanto cozinhavam vivas e seus corpos eram queimados pela areia quente.

- t-ta-talvez eles tenham voltado depois por alguma razão, e quando voltaram foram pegos pelos soldados – disse um pensando na possibilidade – ou talvez os soldados os trouxeram por acaso, podem tê-los encontrado no caminho.

- Isso é culpa sua seu desgraçado! Você os matou junto com eles! – gritou um chuunin revoltado.

O chuunin impulsivamente atacou Haraka com uma katana, ele não teve dificuldade pra segurar a lamina que num instante ficou tão quente que se tornou impossível segura-la, depois outros ninjas pularam sobre o chuunin emotivo.

- Não é culpa dele que pessoas inocentes estivessem aqui, o que aconteceu foi uma fatalidade da qual ninguém poderia prever ou evitar – argumentou o capitão.

- Quando a guerra acabar eu pedirei ao Kazekage-sama para me executar – disse Haraka para o rapaz com as mãos queimadas – até lá não posso entregar minha vida, ainda posso eliminar mais inimigos da nossa vila.

- Você fará algo melhor que isso, vai viver para construir um santuário em honra a essas vitimas inocentes! – disse o capitão – assim que a guerra acabar é isso que você fará, e eu também pagarei pelo crime de ter ordenado um ataque sem me certificar de todas as variáveis!

Haraka não respondeu mas ficou entendido que ele aceitaria a culpa e punição, os soldados então reuniram os corpos das vitimas inocentes no único pequeno templo que havia na cidade e todos juntos começaram a orar pelas primeira vitimas dessa guerra.

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Os soldados do norte determinaram que era um total desperdício tentar tomar um país que era só um deserto, não valia o esforço fazer isso ou pelo menos que deixassem por ultimo a conquista do país do vento, enquanto marchavam pelas dunas as quais não estavam nem um pouco acostumados todos os soldados da 1º divisão reclamavam a mesma coisa, além do próprio terreno ainda tinha o problema do vento que nem os visores conseguiam impedir de cegarem os olhos, com todas essas dificuldades eles nem chegaram perto de notar a emboscada que esperava por eles.

- Eles finalmente chegaram, fiquem todos prontos – avisou Oguri.

- Eles parecem estar equipados para combate a distancia, aquelas armas parecem rápidas no disparo e com longo alcance – observou um dos seus subordinados – vamos precisar ser mais rápidos que eles para evitar perdas.

- Eu vou providenciar isso, apenas preocupem-se em criar a abertura que preciso – disse a capitã.

Oguri fez os selos e bateu a mão no chão para chamar suas invocações, pouco tempo depois os soldados ouviram o som de feras ao seu redor e imediatamente se armaram esperando um ataque, eles pretendia fazer uso do terreno aberto para combater a distancia com suas armas que mais pareciam metralhadoras de kunais, mas quando viram com o que estavam lidando o medo inicial simplesmente os impediu de agir a tempo, no mesmo instante eles foram cercados por dezenas de ninjas montando hienas gigantes que avançavam velozmente, os soldados que conseguiram se recompor começaram a atirar, mas a agilidade e velocidade das feras superavam sua pontaria e quando chegavam perto de acertar os ninjas bloqueavam com suas espadas curtas enquanto as hienas tão grandes como cavalos continuavam cercando a avançando.

- Defesa circular, façam uma defesa circular seus idiotas!! – gritou o líder da divisão.

Os soldados se posicionaram num circulo, os soldados da frente agachados para que os de trás também tivessem uma linha de tiro, com isso eles passaram a atirar em todas as direções ao mesmo tempo sem parar e os primeiros ninjas foram alvejados, com isso eles pararam de se aproximar mantendo uma distancia segura embora continuassem a correr ao redor deles formando um circulo também.

- Não tenham medo, permaneçam dentro da formação que esses ninjas nunca nos pegarão! – gritou o capitão.

Quando uma sombra passou por cima deles a confiança na formação já não era mais tão grande, quando olharam pra cima viram uma criatura que só poderia ter saído de algum conto do deserto por ser surreal demais, a criatura cavalgada por uma ninja da areia usando mascara de pano juntou uma bola de fogo em seu bico e a disparou contra o exercito que estava todo amontoado num circulo apertado, assim que as chamas alcançaram o alvo explodiu jogando todos para o mais longe possível, aqueles que tiveram a sorte de sobreviver a explosão logo perceberam que na verdade foram os mais azarados quando os ninjas cavalgando hienas os atacaram e as feras lhes mutilaram até a morte.

- Capitã Oguri, sei que vencemos essa batalha rapidamente mas perdemos 8 dos nossos homens quando nos usou para encurrala-los – reclamou um jounin da areia – se vamos trabalhar juntos precisa entender que nós jounins e chuunins não nos consideramos peças descartáveis para estratégia da ANBU!!

- Respeito sua opinião mas não ligo para ela, enquanto estiverem sob meu comando farão exatamente o que eu mandar e se for necessário eu sacrificarei todos vocês para obter a vitória – respondeu ela indiferente.

- O que você está falando!? Desde quando essa é a vontade do Kazekage-sama!? – gritou ele puxando-a pelo colarinho – não existe nenhuma vitória que valha o sacrifício de seus subordinados.

- Então está dizendo que a vida de alguns poucos ninjas é mais valiosa do que as vidas daqueles que estão nos abrigos rezando para a guerra acabar? – rebateu ela – o próprio Kazekage nos ordenou a vir aqui acabar com o máximo de inimigos que pudéssemos, nós somos armas da vila contra essa ameaça e eu mesma sou tão dispensável quanto vocês, a diferença é que entendo isso e sei que é mais do que necessário, por outro lado se você não está disposto a morrer pela vila será melhor que volte pra lá e se esconda no abrigo como os outros civis, quando entender isso talvez lute melhor do que antes.

A mulher deixou o homem para trás, era hora de re-organizar a equipe e avaliar a situação melhor, assim que ficou sozinha a grande invocação metade pássaro e metade leão sentou ao lado dela.

- Sua irmã está morta, agora você é a ultima das 3 irmãs do deserto – comentou a criatura.

- Eu já esperava, quando ela foi capturada pelo inimigo era certo que o único jeito de pará-la era matando-a – disse Oguri.

- Foram ninjas de Konoha, meu irmão menor lutou ao lado dela quando ela foi derrotada, isso não te incomoda?

- Não, ela estava no caminho deles, não tenho por que achar ruim.

- Assim como sua irmã mais nova? Você mesma a usou naquela batalha, não te incomoda você a ter deixado para trás pra retardar o inimigo sabendo que ela não dava conta?

Ela não respondeu, preferiu desfazer a invocação e ficar sozinha, ninguém fora da ANBU a entendia, como ela precisava lidar com todos os sacrifícios que precisava fazer a cada missão, como ela carregava a culpa por cada vida perdida, como era doloroso pra ela ao ponto de que somente se tornando insensível a isso é que é possível suportar.

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Os ninjas da areia aguardavam qualquer sinal de que seu inimigo apareceria, as informações diziam que um grande destacamento de soldados avançava para aquele rochedo que era um dos poucos lugares onde eles poderiam se abrigar e montar acampamento, defender aquela posição dificultaria o avanço das tropas inimigas, pensando nisso a divisão de inteligência da vila mandou 200 ninjas para defender o rochedo, todos esses ninjas usavam capas da cor da rocha para se camuflar enquanto esperavam, numa caverna os lideres discutiam os planos, já os subordinados vigiavam uma pessoa que eles não gostavam de ter por perto.

- O que será que ele pode fazer? O Kazekage disse para contarmos com ele para deter o inimigo – comentou um chuunin – mas se ele é tão bom por que nunca ouvi falar dele?

- Anúbis não é um cara muito popular na vila, ele nem sai do cemitério! – comentou outro – mas também, sendo guardião dos mortos ele tem o pior trabalho da vila!

- Guardião dos mortos? Eu me lembro de algo sobre isso na aula de historia, não é um cargo que o nidaime Kazekage criou?

- Exatamente, o nidaime Kazekage tinha um kinjutsu que ele usou durante uma guerra, dizem que esse kinjutsu era tão assustador que jamais foi usado novamente – explicou o mais velho – mas para o caso de uma emergência uma única família da nossa vila ficaria responsável por transmitir o kinjutsu de uma geração para a outra, o Kotone também conhecido como Anúbis é o atual usuário desse kinjutsu.

Os dois passaram a observar o rapaz de pele escura e cabelos negros e lisos, ele usava um manto cinza e trazia nas costas algo que lembrava um pequeno sarcófago onde tinha uma cruz egípcia e o símbolo da vila, de repente o rapaz alertou-se.

- O inimigo está vindo, e são milhares! – gritou o vigia.

Todos os ninjas se puseram em prontidão quando o alerta foi soado, mal se posicionaram e um tiro de canhão foi disparado contra eles explodindo uma rocha aleatória, logo o exercito do norte surgiu no horizonte marchando impiedosamente pelo deserto.

- Essa deve ser a primeira leva de inimigos que pretendem atacar a vila – explicou o jounin líder – nossa missão é derrotá-los ou segura-los aqui o máximo possível, se tudo que tentarmos falhar vamos explodir o rochedo usando todas as tarjas explosivas que plantamos por toda a estrutura.

Nenhuma palavra foi dita, se a derrota se tornar inevitável a ordem é detonar as tarjas mesmo com eles dentro do rochedo, mas todos mantinham a esperança de que poderiam vencer.

- Kotone-san, pode liberar o seu kinjutsu, o Kazekage deu autorização – avisou o jounin sério.

- Quem decide não é o Kazekage, e sim os espíritos de nossos ancestrais – respondeu ele – se eles concordarem com nossa causa nos ajudarão, do contrario todos seremos amaldiçoados.

Anúbis abriu a caixa em suas costas e removeu um objeto feito de ébano que estava dobrado, após remontar o objeto todos viram algo semelhante a uma harpa com incomuns 12 fios.

- Entendam que se eu usar o Jibakurei no Isasoi (chamado dos espíritos da terra) eles podem se voltar contra nós se nossos corações e almas não corresponderem a suas expectativas – avisou ele – se isso acontecer aceite ser devorado ou do contrario uma maldição pior se abaterá sobre nossa vila.

Os ninjas ficaram em silencio, muitos ali não tinham a coragem de testar sua fé nos ancestrais e as palavras “devorados vivos” não agrava ninguém, mas sentindo que esse era o único meio possível eles concordaram, nada poderia ser pior que ver sua vila queimar pelo ataque inimigo.

Tendo a aprovação de todos Anúbis começou a tocar a harpa e os ninjas viram que cada corda correspondia a um dos dozes selos básicos do ninjutsu, então aquela complexa melodia na verdade era um jutsu obscuro, tão obscuro que o céu sobre eles escureceu e a terra se remexeu como se fosse vermes furiosos se erguendo, mas o que eles viram era mais assustador, centenas de múmias se ergueram da areia do deserto em frente ao rochedo, junto com as múmias estranhos espíritos flutuavam no ar, era uma cena clássica de algum filme de terror.

- Esse é o Shugorei no Mamori (acordo do espírito protetor) se não formos dignos nossas almas se juntarão a eles – explicou Anúbis – mas se formos eles lutarão conosco nessa guerra.

- O que são essas múmias? De onde elas vieram? – perguntou um ninja temeroso.

- São os corpos mumificados de todos os jounins da nossa historia, sempre que um jounin morre seu corpo é entregue a família do Kotone-san – explicou um jounin veterano – esse kinjutsu usa nossos mortos para a guerra, mas os mortos possuem vontade própria, se eles acharem que não vale a pena abrir mão de seu descanso por nós eles nos devorarão.

Os espíritos voltaram para a terra e as múmias começaram a se mover, todas elas seguiam para onde o inimigo estava, Kotone explicou que isso era o sinal que os ancestrais reconheceram o valor deles e por isso iriam lutar, alguns não concordavam em usar os mortos, outros viam nisso um sinal de que sua geração fora aceita pela anterior.

- O que são aquelas coisas? – pergunto um soldado?

As múmias aproximavam-se devagar, mas quando finalmente estavam numa distancia curta ela se moveram com grande agilidade saltando velozmente sobre suas presas, as múmias dotadas de garras e dentes afiados mutilavam seus inimigos, estes contra-atacavam mas era quase inútil corta-las ou perfura-las, logo as 500 múmias de antigos jounins combatiam os quase 2.000 soldados, elas lutavam até serem incapazes de se moverem, os soldados por outro lado morriam ou agonizavam e desesperados debandavam em todas as direções.

- Temos que honrar nossos ancestrais, vamos lutar também! – gritou um jounin.

Vários ninjas se juntaram a batalha, a moral deles elevada pelo fato de lutarem ao lado de uma antiga geração que os acolheram, no alto do rochedo os poucos ninjas que ficara observavam a cena emocionados.

- Não lamente Kotone-san, seu nome Anúbis significa o guardião dos mortos, mas não são os corpos que importam, são os espíritos que continuaram eternos – disse o veterano para ele – vamos carregar os espíritos deles de forma que se algum dia nós nos tornamos essas múmias poderemos proteger a próxima geração!

- Por décadas minha família carregou o peso desse kinjutsu, me pergunto se o nidaime-sama teve orgulho de usa-lo – comentou Kotone – será que os seus ancestrais sentiram orgulho dele?

Kotone continuou tocando a grande harpa mudando a forma como as múmias atacavam, quando ele recebera essa missão do Kazekage ele perguntou se era certo incomodar os mortos para lutar, o Kazekage respondeu: “se me fossem oferecidas 2 vidas eu não hesitaria em usar as duas pelo meu povo” e com isso ele entendeu o propósito de cada geração.

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- Vocês não acham que ela está diferente? Ela fica quietinha ali no canto, nem parece uma criança de 11 anos! – comentou uma chuunin.

- A coitadinha deve ter passado por grandes horrores nas mãos daquele maldito da akatsuki, ainda me lembro de quando fomos salvar Gaara-sama naquele dia horrível – comentou um jounin – mas ela está segurando essa barra numa boa!

A chuunin chateada foi até Lyna que estava sentada sobre a areia ao lado da barraca, ela parecia concentrada ou apenas triste.

- Lyna-chan, não precisa ficar nervosa, provavelmente não encontraremos nenhum inimigo – disse ela tentando animar a menina – pode confiar em nós e no seu pai para cuidar de tudo, ai você vai poder ficar em paz com sua família.

A menina ficou olhando para a mulher com uma expressão de duvida, por um tempo a chuunin não entendeu por que a menina parecia tão acanhada sem dizer nada, mas logo ela imaginou o motivo.

- Nem me apresentei, desculpe! Meu nome é Yasu – disse ela sorrindo.

- Yasu-san, eu realmente quero lutar, meus irmãos estão lutando por ai, eles ficariam com vergonha de mim se eu fosse a única a não lutar – respondeu a menina.

- Seus irmãos? Mas você é filha única!

- Meus irmãos jinchurikis, Nagato-sama fez de nós uma família – respondeu ela animada – a Sari onee-sama e a yuzu onee-sama sempre cuidaram de mim, o Ryko nii-sama me ensinava um montão de coisas e o Jikuta-nii e Eria-chan sempre brincavam comigo!

O jounin que ouvia a conversa ficou surpreso com a forma como ela falava, antes os jinchurikis eram vistos como parias da sociedade, aberrações ou no mínimo delinqüentes, também carregavam um ódio no coração pela forma como eram vistos e sempre foram solitários, irritados e perigosos, mas agora aquela menina na frente dele era doce e gentil e nem parecia diferente das outras crianças, parecia impossível acreditar que ela carregava dentro de si um monstro de poder gigantesco.

- Lyna-chan, eu queria lhe perguntar uma coisa sobre seu bijuu – disse ele se aproximando – o quanto você o controla? Existe algum risco dele se libertar?

- Eu não sou tão boa como os outros mas Nagato-sama disse que não preciso me preocupar com meu bijuu – respondeu ela – ele disse que por ser filha do antigo jinchuriki eu tenho o dom natural de usa-lo e que a nova versão não trazia problemas.

- Nova versão? Aquele homem modificou o bijuu?

- Os bijuus agora não têm mente ou consciências, se tornam parte de nós – disse ela – e quando nós morrermos nossas consciências se tornarão as deles e por isso os bijuus não serão mais malignos.

Isso era o mesmo que dizer que ela se tornaria o bijuu quando morresse, o jounin ficou indignado por Nagato ter imposto esse destino a uma menina tão adorável, mas Lyna além de não parecer revoltada parecia totalmente ciente e satisfeita com esse destino.

- Tem algo vindo, sinto um cheiro estranho no ar – comentou Murata – e não é cheiro humano, parece mais um bicho!

O pequeno cão Oboro também latiu em resposta, com isso os 18 ninjas que integravam o pelotão se alertaram, Lyna subiu sobre a barraca e passou a se concentrar procurando qualquer coisa estranha, dois chuunins avançaram pra cima de uma duna para olhar melhor ao redor.

- Vêem alguma coisa? – perguntou o oficial.

- Nada, nem sinal de tropas inimigas, e os rastreadores? – perguntou o homem de volta.

- Sinto uma presença estranha, é como se fosse algo enorme e ao mesmo tempo tão ínfima... – disse Yamanaka Yanagi – mas com certeza está se aproximando!

Todos ficaram atentos e nervosos, os dois chuunins sobre a duna usavam binóculos para olhar qualquer movimento distante, procuravam qualquer avanço de tropas e nada, porém os dois rastreadores do time sentiam a tal presença e ela ficava mais clara a cada instante, até que um minuto depois a presença era tão nítida que eles podiam dizer até o numero.

- Meu deus, são milhares! Será que estão invisíveis? – perguntou Yanagi.

- Mesmo invisíveis um exercito faria algum barulho, não ouvimos nada! – disse Yasu.

De repente os dois chuunins sobre a duna afundaram na areia até a metade do corpo e começaram a gritar como se estivessem sentindo uma dor infernal, um outro ninja correu para ajudá-los e quando chegou lá viu que a areia sob eles se agitava como a água infestada por piranhas, logo a areia se abriu e um enxame colossal de escaravelhos gigantes saiu da terra terminando de devorar os dois que tinham pego e agarrando a nova vitima, os escaravelhos eram do tamanho de um gato e tinham uma casca lustrosa negra como a noite, após comerem suas vitimas até os ossos o enxame avançou na direção do acampamento feito uma onda viva.

- Estavam vindo por baixo da areia, por isso não os víamos! – gritou o jounin – temos que avisar o Kazekage-sama!!!

Mas era impossível deixar aquele lugar, a onda se espalhava cada vez mais ao redor deles obrigando-os a fugirem em uma única direção, mas era só uma questão de tempo até serem apanhados e por isso precisaram pensar num plano.

- Lyna, você consegue moldar a areia como seu pai!?

- Consigo sim! – respondeu ela enquanto corria.

O jounin explicou para ela o que deveria ser feito e logo eles pararam de correr, Lyna bateu suas mãos no chão e a areia ao redor deles se elevou na forma de um pilar com quase 20m de altura, mover tanta areia consumiria muito chakra de uma pessoa normal mas para Lyna parecia algo simples, todos os ninjas que foram salvos por ela começaram a entender em quê Nagato estava pensando quando criou esses jinchurikis.

- Ok, escapamos por enquanto mas ainda estamos cercados por um mar de insetos carnívoros – comentou Murata – como vocês costumam lidar com isso por aqui?

- Escaravelhos normalmente são necrófagos e não atacam humanos – explicou o jounin – mas já que são deste tamanho e adestrados...

- Então o ideal seria achar quem os comanda não é? – perguntou Yanagi – vou procurar por alguém incomum.

- Eu estou sentindo um chakra igual ao da Sari onee-sama daquele lado – avisou Lyna.

Yanagi concentrou-se na direção apontada por ela e sentiu um chakra poderoso, após apontar a direção e a distancia Suzuki atirou uma kunai explosiva sobre o ponto indicado e após explodir um homem se levantou da areia, parecia um dos guerreiros do norte mas seu corpo era coberto por uma carapaça negra e vários chifre, garras e ferroes emergiam do corpo.

- heheheh eu pretendia avançar até o Kazekage sem ser detectado, mas já que vocês apareceram serão o aperitivo dos meus meninos! – disse o homem satisfeito – sintam a agonia de serem devorados vivos!

O homem besouro mergulhou na areia novamente enquanto os escaravelhos começaram a escalar o pilar de areia, os 15 ninjas sobre ele começaram a se preocupar.

- Enviem uma mensagem para o Kazekage-sama! Precisamos alerta-lo sobre esse homem! – ordenou o jounin.

- Mas o responsável pelas comunicações foi devorado agora a pouco!

O jounin rangeu os dentes, além de estarem ilhados estavam sem comunicação e o tempo deles se esgotava, a areia escorregadia da base do pilar não retardava os insetos o suficiente e era impossível sair dali sem passar por eles, dois ninjas tentaram usar katon contra os escaravelhos mas as criaturas se mostraram imunes ao fogo, Suzuki usou suas kunais e shurikens mas a casca dura dos insetos repelia ataques convencionais.

- Se vocês abrirem caminho mesmo que por um instante talvez o oboro possa chegar até o Kazekage – disse Murata – ele é pequeno mas é muito rápido!

O plano parecia bom e por isso todos concordaram e pegaram suas tarjas explosivas e jogaram todas no caminho, assim que as explosões começaram um caminho foi aberto entre os insetos atordoados e com isso o cão boxer pulou do pilar e saiu em disparada, uma pequena parte do enxame começou a persegui-lo mas aparentemente não iriam alcança-lo.

- Agora precisamos tentar nos salvar de virarmos refeição – ordenou o jounin – alguém tem alguma idéia?

- Eu não deixarei aquele homem fazer mal ao meu pai! – gritou Lyna ficando nervosa.

A menina puxou de sua bolsa ninja algo que seria fisicamente caber lá, um bastão vermelho com um leque feito de folhas verdes preso em uma de suas pontas, assim que terminou de se armar ela passou a enviar chakra para a arma, uma boa quantidade desse chakra que uma pessoa comum teria dificuldades em usar.

- Toppū no Ōgi (leque das ventanias) ativar! – gritou ela empunhando a arma com determinação.

Continua.


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Notas finais do capítulo

a estreia da lyna no campo de batalha! em breve veremos a sari lutando como muitos certamente queriam ver!
parece que não vou escapar de fazer 2 caps por vila, a guerra vai ser mais longa do que eu idealizei!