A Saga da Nova Geração escrita por zariesk


Capítulo 62
Capitulo 52 – Contos de Guerra: Iwagakure.


Notas iniciais do capítulo

começando agora a sequencia de capitulos sobre a grande guerra ninja contra o povo do norte, a primeira batalha será com a vila da rocha!
devido a enorme dificuldade em tentar narrar batalhas de larga escala eu preferi me concentrar nos grupos de elite ou os personagens chaves da guerra, tambem usarei jutsus mais generalizados sendo que somente os dignos de nota serão descritos mais detalhadamente.
aproveitando tambem quero re-anunciar a nova fic que postei semana passada, já tenho uma ideia para o segundo cap embora eu vá esperar diminuir o ritmo dessa guerra para posta-lo, aqui está o link dela: http://www.fanfiction.com.br/historia/148699/Contos_Shinobis



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A terra tremia quando os milhares de pés golpeavam a rocha em sua marcha poderosa em direção ao seu objetivo, o exercito reunido pelo norte para atacar o país da terra era uma visão digna do terror que inspirava, quase 10 mil homens compunha a força devastadora que a vila da rocha teria que enfrentar muito em breve, força essa que dominou um grande templo esculpido na lateral de uma montanha e que agora servia de base para o exercito de Yuden, os monges encontrados no local foram prontamente massacrados por permanecerem mesmo quando o Tsuchikage avisara pra se retirarem, essas foram as primeiras vidas ceifadas pelo horror da guerra.

 

— Capitão Drako, enviamos um esquadrão de batedores como solicitou, 100 homens estão se dirigindo a vila da rocha para checar a situação – informou um oficial – mas se me permite questionar não acha desnecessário enviar soldados pra linha de frente quando sabemos o que nos espera?

— Aqueles homens eram meros soldados rasos, recrutas de ultima hora – explicou o grande homem – eles serão emboscados e massacrados, mas graças a isso saberemos onde eles estão vigiando e que tipo de armadilhas prepararam.

 

O oficial curvou-se e se retirou para distribuir novas ordens, o homem chamado Drako estava sentado na estatua de Buda que fora destruída só por curtição dos invasores, eles não aceitavam as divindades veneradas no sul e fariam questão de apagá-las, dominar esse templo também foi uma forma de demonstrar seu poder sobre os deuses.

 

— Não desperdice recursos inutilmente Drako – reclamou um outro cavaleiro – nosso numero é mais que o dobro do deles mas sabemos muito bem que um único ninja vale mais que uns 5 soldados nossos, cada homem vai contar nessa guerra!

 

Drako encarou o homem a sua frente com desdém, o cavaleiro que lhe repreendia trazia duas espadas largas presas nas costas e um ar altivo mas sem demonstrar arrogância desnecessária, era um exemplo perfeito de disciplina militar.

 

— Meu caro Brian, enquanto eu estiver aqui nem todos os ninjas da rocha terão alguma chance de vitória – disse Drako orgulhoso – quando passarmos as defesas deles eu liberarei o meu verdadeiro poder e os esmagarei, uma vez que a batalha comece nós venceremos em um único dia!

— Prefiro sempre imaginar o piro cenário e me preparar para ele para que assim estejamos definitivamente prontos para tudo – disse Brian dando as costas a ele – além disso você sabe o que virá depois que alcançarmos aquela vila, lembre-se que somos a primeira força a entrar na batalha.

 

Drako sabia bem qual era o plano mestre da invasão e sentiu um arrepio ao lembrar do que aconteceria nos momentos finais da batalha, era a única coisa que o assustava mesmo ele tendo em mãos um grande poder, enquanto os lideres da força invasora se preparavam o grupo batedor avançava pelas terras desse país, ao longe eles podiam ver uma floresta petrificada que diziam ser obra do shodaime Tsuchikage, essas florestas petrificadas estavam por toda parte no país da terra e diziam que em seu interior podia-se encontrar homens presos nessas arvores de pedra, troféus das vitórias do homem que fundou a vila da rocha.

 

— Que coisa agourenta, são arvores mas não possuem folha alguma, são meramente troncos e galhos sem vida – analisou o batedor pelo binóculos – temos mesmo que passar por ali?

— Temos que analisar todas as rotas que nossas forças podem tomar para chegar lá – respondeu o líder do grupo.

 

O grupo recolheu seu equipamento e seguiu em frente, 100 soldados que mal tinham 3 meses de treinamento completados, entre eles só uns 5 soldados mais experientes e dois ninjas dominados, nada que oferecesse grande ameaça embora eles próprios não se considerassem apenas peças descartáveis, acreditavam estarem lutando por sua pátria.

 

— Qual é o tamanho dos pássaros desse país? – perguntou um dos soldados.

— Os condores e abutres podem ter mais de 2m de envergadura – respondeu outro soldado – vi isso no livro de geografia que nossos pesquisadores escreveram.

— Bem, não sou especialista mas pela minha perspectiva aquele ali deve ter bem uns 5m – apontou o soldado.

 

O outro olhou para cima e viu a ave em questão, realmente era bem grande e voava em círculos sobre eles de uma grande altura, curioso ele pegou o binóculo pra dar uma olhada.

 

— Deve ser algum pássaro maluco que tem ninho naquela floresta – comentou ele – só está curioso por toda essa movimentação!

 

Olhando pelas lentes ele focou melhor o que observava, realmente era muito grande pros padrões das aves locais, mas após uma olhada mais cuidadosa ele começou a se preocupar, quando a ave começou a diminuir sua altitude a cada volta que dava ele ficou branco de medo.

 

— Ou aquilo é uma harpia ou já estamos sob ataque do inimigo! – gritou ele.

 

Quando os soldados começaram a correr ou se organizar para lutar Arata sorriu animada, ela tinha a função de eliminar qualquer grupo pequeno que avançasse e esse era um belo alvo para ela, após se preparar ela deu um vôo rasante e despejou bombas de todos os tipos sobre eles, a destruição criou o pânico e os soldados começaram a se dispersar para evitar serem pegos num novo bombardeio, mas quando todos começaram a correr em direções diferentes uma muralha circular se formou em volta deles confiando-os, então numa ultima passada Arata despejou suas bombas mais fortes que fizeram as paredes tremerem, após o bombardeio ela pousou sobre a muralha contemplando seu trabalho bem feito.

 

— Espero que tenha sobrado algo inteiro pra analisarmos – rezou Hiroki – desde que ela casou com aquele sujeito do clã bakujin a 10 anos ela virou uma verdadeira terrorista explosiva.

— Por que não diz de uma vez que você ta zangado é por ela ter casado aos 15 anos? – brincou Eiji – você tem é inveja da sua irmãzinha ter perdido a virgindade antes de você, 7 anos antes pra ser exato!

— Cale-se a abra a muralha! – ordenou o outro revoltado.

 

Ainda rindo Eiji usou seu hijutsu e abriu uma entrada na muralha, além dele e de Hiroki outros ninjas entraram par investigar, alguns vomitaram ao verem os corpos destroçados vitimas da garota que estava empoleirada sobre eles.

 

— É seu dia de sorte Hiroki, tem um vivo aqui – gritou Eiji.

— Embora a definição de “vivo” seja muito vaga para ele – disse o outro vendo o homem sem uma perna e um braço – vou ter que cura-lo antes de mandá-lo pra interrogatório na vila.

 

Hiroki passou a curar o soldado quase morto no chão, só o suficiente pra garantir sua sobrevivência para ser levado pra vila e interrogado, enquanto isso longe do local do ataque 4 ninjas observavam a situação e dois deles retornaram para a base provisória do exercito para informar o ocorrido, após uma hora o relatório foi entregue a Drako.

 

— Preparem armas de longo alcance, parece que eles têm táticas de bombardeio – ordenou ele para os lideres de pelotões – nós moveremos o exercito em blocos de 500 homens numa linha vertical, Brian! Comece a organizar os soldados e prepare os ninjas para avançar junto com cada bloco!

 

O outro cavaleiro negro seguiu as ordens e passou a distribuir equipes que organizariam tudo, cerca de uma hora depois todas as tropas do norte estavam prontas para marchar, 10 grandes blocos com centenas de soldados seguiram seu caminho a passos rápidos na direção da vila da rocha, com uma determinação inabalável eles marchavam seguindo o primeiro bloco onde os lideres audaciosamente comandavam a linha de frente.

 

 

******************************

 

 

Eles contemplavam o horizonte como se aguardassem por algo que as pessoas normalmente rezam para não ver, o platô erguido com a força desses shinobis abrigava um clã inteiro, um clã que sabia que seu destino era uma luta que não venceriam mas mesmo assim eles sorriam e festejavam por que seu sacrifício daria a vitória para seus irmãos de vila, olhando por um certo ângulo era como se a vitória fosse realmente deles.

 

— Por que escolheu trazer todos conosco meu amor? Certamente há outros meios de organizar uma defesa para a vila – questionou Fuyuki.

— Nosso clã é o mais resistente do mundo, podemos lutar por horas sem parar ignorando dor e cansaço, nossa forma faz com que possamos lutar sem precisar de ninjutsus, somos os melhores pra proteger a vila pelo lado de fora – respondeu Gouken orgulhoso e decidido – vamos lutar até que a ultima gota de vida deixe nossos corpos e vamos fazer esses miseráveis chorarem feito mulherzinhas (sem ofensa querida) quando olharem pra trás e verem que não restou muitos de pé pra seguir em frente, e quando eles passarem pelo muro e verem o que tem do outro lado...

 

Os outros membros do clã começaram a gargalhar, os 50 ninjas que acompanhavam o clã Ishimaru começou a compartilhar da empolgação dos seus compatriotas.

 

— Nossas crianças e adolescentes além daqueles que apenas se uniram ao nosso clã em matrimonio vão estar a salvo na vila, quando essa guerra acabar eles terão orgulho de crescerem para serem os futuros guardiões e todos irão reverenciá-los como heróis que serão!

 

Todos os ninjas gritaram exaltados e suas vozes alcançaram o outro lado do muro fazendo aqueles que esperavam imaginarem o que os motivava tanto, Fuyuki perdeu qualquer duvida que ainda tinha e agora desejava poder lutar ao lado do seu marido nessa guerra.

 

— Nosso filho e minha sobrinha estão lá em casa agora, sua irmã mais velha cuidará deles por nós – disse Gouken – eu só queria que minha irmã estivesse aqui conosco pra essa festa!

— Tenho certeza que Mariko-dono esteve quebrando ossos em algum lugar por ai – comentou Fuyuki divertindo-se – só espero que não sejam ossos de aliados nosso!

 

Quando o exercito do norte surgiu no horizonte todos os ninjas se prepararam pra batalha, Gouken pegou seu enorme machado e a enorme lança e as prendeu nas costas, cada um dos Shinobis do clã Ishimaru preparou suas armas para a batalha que viria, os ninjas aliados se prepararam para lançar ataques a distancia e defesas contra os mesmos que viriam do outro lado e mesmo que aquele numero gigantesco de inimigos fosse intimidante até para o mais bravo homem todos eles tinham a certeza que cumpririam seu dever para com a vila.

 

— Totalmente previsível que ninjas da vila da rocha fizessem uma defesa de pedra para nos bloquear – comentou Drako – qual o tamanho dessa muralha?

— Algumas dezenas de quilômetros – respondeu Brian – o mais impressionante foi terem feito isso do dia pra noite.

— OK! Vamos mover o exercito e contornar esse muro, não há por que gastar esforço tentando derrubá-lo – ordenou Drako.

— Não acha que isso sim seria terrivelmente previsível? – perguntou Brian – imagine nosso exercito finalmente chegando do outro lado e dando de cara com uma gigantesca armadilha, depois nos imagine sendo atacados por trás por aquela força reunida bem ali em desafio para nós, certamente não será nada agradável.

 

Drako parou para pensar sobre o assunto e irritado concordou com o outro, contornar essa muralha era o mesmo que virar uma esquina numa rua escura sem saber o que há do outro lado.

 

— Ordene que os blocos 3 e 4 se reúnam aos nossos na linha de frente, depois mande os blocos da retaguarda marcharem cada um por um lado dessa muralha – ordenou ele – vamos atacar por ambos os lados e pelo centro, assim que derrotarmos o que eles botaram ali para nós vamos derrubar esse maldito muro!

 

E assim foi feito, as duas fileiras verticais de soldados reunidos se dividiram, os últimos blocos seguiram para onde terminava a muralha em ambas as direções, os blocos da frente se organizaram e começaram a avançar, assim que se aproximaram mais Brian com uma luneta viu a insígnia que estava estampada nos uniformes daqueles homens.

 

— Aquela é a marca do clã Ishimaru – disse ele lendo o livro de informações vitais.

— Nunca ouvi falar, o que diz ai sobre eles? – perguntou Drako.

— Alguma coisa sobre “objetos irremovíveis” e “montanhas furiosas” mas eu não entendi isso direito – respondeu ele – a informação mais destacada aqui é “fiquem longe deles”

 

Drako olhou para ele com uma cara de “você ta me zuando?” e segundos depois ouviu um grito e um som abafado seguido de sangue e poeira, quando olhou para o lado o soldado que estava próximo tinha sido esmagado por uma grande pedra que abriu uma cratera e a forrou com o corpo da sua vitima.

 

— Que merda foi essa!? – perguntou ele incrédulo.

— Estão atirando rochas senhor! – gritou o soldado com um binóculos.

— Isso é obvio, é o que se espera dos ninjas da rocha seu idiota! O que não falta para eles são ninjutsus que fazem isso!

— Eles estão usando as mãos senhor! Estão jogando as rochas em nós como se estivessem atirando pedrinhas num lago!

 

Drako ficou ainda mais surpreso e olhou para o céu, de repente ele viu vários pontinhos vindo na direção do seu exercito e segundos depois os pontinhos se revelaram uma chuva de rochas feito meteoros, num instante as rochas atingiam tudo que estava em seu caminho esmagando soldados e destruindo armamentos pesados, os soldados simplesmente começaram a correr feito loucos para todas as direções para não serem atingidos pela chuva mortal.

 

— Que loucura cara, esses ninjas são homens das cavernas ou o quê? – perguntou Drako achando engraçada a situação.

— Organizem-se de uma vez, contra-ataquem!! – gritou Brian para seus subordinados.

 

Recuperando a disciplina os soldados prepararam as grandes armas que carregavam, pareciam canhões modernos de longo alcance, uma vez disparados eles atiravam esferas explosivas que percorriam toda a distancia que os separava da linha de defesa, num instante os ninjas começaram as manobras defensivas, um esquadrão inteiro se posicionou e juntos dispararam o maior jutsu fuuton que podiam combinar, as centenas de laminas de chakra e vento formaram um turbilhão sobre eles cortando as esferas explosivas fazendo-as detonar ainda no ar, fogo e fumaça caíram sobre eles mas sem causar danos consideráveis.

 

— Não surtiu efeito capitão! – gritou um soldado.

— Armas tipo B agora – ordenou ele.

 

Uma nova seqüência de armas foi posta em posição, dessa vez eram armas que disparavam dezenas de lanças longas de uma vez só, juntas elas atiraram tantas lanças que o céu escureceu sobre os ninjas, e mais uma vez um novo grupo tomou posição, dessa vez eles combinaram seus jutsus suiton e fizeram uma bolha densa ao redor do platô que absorveu a maior parte do ataque, no entanto muitas lanças passaram e algumas atingiram alguns ninjas, logo a equipe medica começou a agir sobre ordem de Fuyuki que quando entrava em serviço mudava completamente se tornando uma pessoa confiável e imponente dando ordens e agindo para salvar seu povo.

 

— Removam os feridos para trás do platô, ninjas de barreira criem uma em torno do posto médico para isolá-lo – ordenou ela – Gouken-sama, poderia me emprestar seis dos seus homens para proteger o posto médico?

 

Era isso que Gouken amava nela, normalmente Fuyuki era como um pássaro delicado e tímido que tentava se esconder do olhar de todos entre os braços dele, mas quando ela precisava salvar vidas se mostrava uma verdadeira leoa protegendo suas crias, assim que uma grade barraca foi montada atrás do platô uma barreira foi erguida ao redor dela e em volta da barreira seis homens do clã Ishimaru montavam guarda.

 

— Eles se cansaram de brincar a distancia e agora querem algo mais direto – comentou um ninja que observava os movimentos deles – sabem o que isso significa!?

 

Os ninjas gritaram e metade deles pulou do platô para uma batalha campal devastadora, hordas de centenas de soldados do norte avançavam com lanças apontadas para a frente, os ninjas da rocha avançavam com armas enormes e maciças que poderiam cortar ou esmagar búfalos facilmente, assim que os dois lados se chocaram um som ensurdecedor de metal quebrando foi ouvido de longe, as lanças praticamente só arranhavam os corpos poderosos e estes giravam suas armas retorcendo armaduras e jogando corpos longes, um único ninja do clã Ishimaru conseguia abater uns 10 soldados antes de cair morto perfurado por lanças ou retalhado por espadas, após a primeira onda de impacto outro grupo pulou do platô para reforçar a batalha, quando viram que ainda teriam que enfrentar uma onda esmagadora os soldados recuaram arrastando quem ainda poderia ser salvo e deixando para trás muitos corpos que cobriam o chão, os ninjas da rocha que estavam feridos demais para continuar a lutar foram levados para o posto médico, quando curados os suficientes se juntariam a defesa do posto ou voltariam pra linha de frente.

 

— Nada mal, agora entendi por que mandaram não chegar perto deles – comentou Drako – esses ninjas são mais duros de matar do que um dinossauro!

 

O capitão que até aquele momento observava tudo de uma elevação seguiu para a frente, Brian o acompanhou enquanto os soldados que estavam inteiros começaram a vibrar por seu líder estar indo para a batalha, Gouken que até aquele momento não tinha feito mais que mandar algumas lanças de volta para eles se entusiasmou ao ver aqueles dois homens decididos caminhando para a linha de frente.

 

— Parece que a luta de verdade começa agora! – disse ele pegando suas armas.

 

 

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Com seus sentidos ampliados ele podia sentir tudo o que acontecia no campo de batalha, seu chakra se remexia para entrar em batalha assim que a guerra começou a poucos quilômetros dali, Kasuga que normalmente não liga para lutas agora esperava ansiosamente por isso, talvez o fato de que gastara toda sua infância treinando pra isso fosse o que o impelia a lutar, por isso do alto de uma das arvores petrificadas ele aguardava que os inimigos chegassem ao alcance dele, mas algo mais lhe chamou a atenção, uma garota que parecia nervosa e aflita, tão distraída em pensamentos que não o notou chegando perto.

 

— Está preocupada com a guerra? – perguntou ele bem próximo ao ouvido dela.

 

A garota virou-se subitamente com um salto, ela devia ter por volta de 15 anos e provavelmente era só uma chuunin, ao prestar atenção em quem lhe perguntava ela tentou dar uma resposta mas gaguejava mais que tudo e tropeçava nas palavras, com isso Kasuga riu.

 

— Não precisa ficar nervosa, pode confiar em mim para protegê-la! – disse ele apontando para si mesmo.

— Eu estou com medo de falhar e que o inimigo chegue até a vila – disse ela baixando a cabeça – meus pais estão lá no abrigo, meu irmãozinho é um gennin e está protegendo os muros internos da vila, eu não posso falhar aqui!

— Então eu lutarei nessa guerra não pela vila inteira e sim por você – disse ele sério – é mais fácil manter o foco para quilo que você entende, dizer que vou salvar o mundo inteiro ainda é demais pra mim, mas pelo menos uma família eu posso salvar.

— Kasuga-sama.... – disse ela com os olhos brilhando.

 

Os ninjas da rocha começaram a se movimentar e a garota se juntou a eles, nisso Ryko sentou-se ao lado do companheiro.

 

— O que você falou foi muito bonito mas se foi apenas um meio de conquista-la eu vou te bater pra valer – disse o monge.

— Bem, não vou negar que depois que essa guerra acabar eu vou chamá-la pra um encontro – respondeu ele sorrindo – mas eu falei sério quando disse aquilo, vou derrotar cada um desses cretinos para que a família dela não tenha que chorar a perda dos filhos ou que ela não tenha que chorar ao ver o lar destruído.

 

Ryko sabia bem do que ele falava, os pais de Kasuga que na época ainda eram adolescentes foram vitimas da guerra anterior, sobreviveram mas perderam parentes e seus lares, quando tiveram o filho se mudaram para longe do que já foi um campo de batalha, Kasuga nasceu em tempos de paz mas sempre viu os pais lamentando as vidas perdidas e relembrando a terra perdida, Ryko por outro lado não tinha nenhum motivo em particular para lutar exceto sua crença de que o mundo precisa encontrar seu devido equilíbrio, ser uma força que luta para preservar esse equilíbrio é algo que ele considera uma dádiva divina.

 

— O inimigo está se aproximando, está na hora de todos tomarem posição – avisou um jounin para os dois.

— Tudo bem, já sabemos o que fazer – respondeu Ryko.

— Que fique bem clara uma coisa, ninguém aqui confia ou sequer gosta de vocês, para nós vocês são meramente intrusos convenientes – avisou o jounin – o Tsuchikage pode ter ordenado para lutarmos juntos mas não tenho a menor intenção de protege-los ou depender de vocês.

— Parece justo, basta apenas que não nos atrapalhem e vamos cuidar de tudo – respondeu Kasuga – mas se daqui pra lá aprendermos a confiar um no outro talvez possamos proteger nossas costas.

 

Kasuga seguiu em frente se juntando ao resto da formação preferencialmente ao lado da garota com quem conversou antes, Ryko o observou intrigado.

 

— Acho que o fim do mundo se aproxima – comentou ele se levantando – pra ele estar tão certinho hoje só pode significar o apocalipse!

 

Ryko também tomou o caminho para o campo de batalha, os ninjas da rocha estavam se reunindo na periferia de uma das florestas petrificadas que ficavam adjacentes a muralha erguida, eles seriam a defesa que impediria que eles simplesmente passassem, no momento que a força invasora estava próxima Kasuga saltou da maior arvore da floresta e quando atingiu o solo este começou a tremer, erupções repentinas expeliram jatos de lava em todas as direções dispersando aqueles que não eram pegos e carbonizados vivos, assim que a confusão do primeiro ataque diminuiu um lago de lava bloqueava o caminho que antes estava livre e agora a única rota viável era pela floresta rochosa.

 

— Incrível, ele usa o mesmo youton no jutsu que Houshi usava – disse surpreso o mais velho dos ninjas reunidos.

— Não é de se surpreender, nós podemos usar quase todas as técnicas que nossos antecessores usavam – explicou Ryko – embora não sejamos tão poderosos quanto eles temos truques novos e mais garantias de controle que eles.

 

Para demonstrar sobre o que ele falava Ryko subiu sobre uma arvore e começou uma seqüência de selos e o céu sobre eles escureceu de repente, em seguida os ventos se tornaram mais violentos e os raios começaram a cair aleatoriamente sobre o campo de batalha atingindo vários soldados, ver os dois juntos era como ver o inferno e o céu se encontrando para destruir seus inimigos.

 

— Gonbi no Kirin era a divindade que controlava as tempestades – explicou o jounin mais velho – o único bijuu entre os nove que não era maligno, era um ser adorado pelos nossos antepassados e que os favorecia controlando o clima!

 

Kasuga saiu do lago de lava e Ryko desceu da arvore ficando ao lado do companheiro, os ninjas mais jovens simplesmente vibraram de euforia em ver os poderosos aliados que conseguiram e se juntaram a eles na linha de frente, os inimigos que ainda estavam atordoados pelos ataques anteriores lutavam pra se organizar e oferecer resistência mesmo que um terço deles tinha sucumbido a destruição infernal e celestial.

 

— Acho que não podemos deixar só os jovens se divertirem afinal de contas! – disse o jounin mais velho.

 

Com isso todos os ninjas da rocha partiram pra batalha, mesmo os mais jovens que não tinham a experiência da guerra pareciam mais imponentes uma vez que foram inspirados pelos velhos símbolos da vila da rocha em uma nova encarnação da sua mesma geração.

 

 

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— Ahhh que saco! Se eles vão vir que venham logo! – reclamou Kurotsuchi nervosa – a batalha já começou na muralha e eles me colocam nesse fim de mundo esperando por eles!

— Hehehe você quer disfarçar mas eu sei muito bem que toda essa empolgação é só para se vingar do vovô Tsuchikage – brincou Akatsuchi – afinal foram esses malditos do norte que o levaram.

 

A mulher de olhos esverdeados e cabelo negro balançava as pernas irritada por ter que esperar, mesmo sendo adulta ela agia mais como uma criança mimada hiperativa.

 

— Tomara que o cara que o matou esteja entre esses malditos – disse ela com um olhar mortal – não que eu não goste do atual Tsuchikage mas o vovô faz uma falta danada!

 

Enquanto a neta do velho Tsuchikage reclamava um dos homens da vigilância viu as tropas inimigas se aproximando, assim que a visão foi reportada todos se animaram pra lutar, inclusive Kurotsuchi que sorriu como uma maníaca sádica preste a exercitar seu mau habito.

 

— Espero que eles durem bastante pra eu extravasar minha raiva – disse ela caminhando calmamente para a frente.

— Não tem exercito que dure o suficiente pra tanto – brincou o rapaz gigante.

 

Apenas os dois avançaram diretamente, os outros ninjas simplesmente os seguiam de longe evitando entrarem no caminho deles, Kurotsuchi e Akatsuchi eram os equivalentes dos sannins lendários da vila da rocha embora o que faltasse em prestígio tinham de sobra em poder.

Os primeiros inimigos chegaram logo até eles atacando com tudo usando lanças, a primeira leva delas simplesmente se chocaram contra Akatsuchi sem sequer incomoda-lo, girando o punho ele varreu os inimigos de sua frente, logo um grupo de ninjas dominados apareceram, sem perder tempo ele usou sua técnica única e criou pela boca um ser enorme feito de pedra, o golem atacou os ninjas esmagando-os enquanto que seu criador se envolveu em rocha sólida e saiu girando imitando o ataque do clã Akimichi passando por cima de todos que teimavam em ficar no seu caminho.

Kurotsuchi era mais suave na sua luta mas igualmente mortal, com seu ninjutsu ela cuspiu uma substancia que era muito mais concentrada que soda caustica, ao atingir a pele de seus inimigos ela derretia a carne até que os ossos ficassem expostos enquanto suas vitimas gritavam em agonia, um deles mais sortudo conseguiu se aproximar por trás dela e lhe golpeou com uma espada, mas a lamina simplesmente quebrou ao ricochetear numa pele de aço, girando o corpo ela o acertou com a perna metálica e o som de ossos esmigalhando foi a ultima coisa que se ouviu dele antes do corpo voar pra muito longe, quando o esquadrão sobre comando deles entrou na batalha o inimigo não teve tempo sequer de reagrupar antes de serem massacrados.

 

— Algum ferido aqui? Se tiver alguém ferido ajudem a recuar para a vila! – ordenou Kurotsuchi.

— Dos 80 companheiros que trouxemos só perdemos um, temos dois feridos gravemente e 5 com ferimentos moderados – relatou um chuunin.

— Os feridos gravemente devem ser levados de volta para a vila, os outros serão tratados aqui mesmo pelos ninjas médicos – disse ela – assim que nos re-organizamos vamos ajudar o clã Ishimaru a defender a muralha.

— Não foi essa a ordem do Tsuchikage-sama – alertou o grande ninja.

— Que se danem as ordens, o clã Ishimaru não pode segurar a luta inteira sozinhos! – reclamou ela – sua mãe era desse clã, não quer ajudar a proteger seus familiares?!

— Se eu me meter na briga deles é capaz deles me darem uma surra – brincou ele – confie no Gouken que ele vai esmagar qualquer coisa que o enfrente.

 

O grandão simplesmente sentou no chão e pegou um lanche que trouxe escondido em sua mochila ninja, enquanto o assistia comer Kurotsuchi ficou furiosa imaginando que se a mãe dele era do clã Ishimaru o pai certamente deveria ser do clã Akimichi, irritada pela despreocupação dele ela simplesmente se sentou ao seu lado e o usou como encosto pra descansar da batalha.

 

 

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— Você parece ser do tipo que ama batalhas – comentou Drako.

— Pra falar a verdade nem tanto, mas eu adoro um confronto contra alguém que valha a pena – respondeu ele – será que você é um adversário digno?

— Quando eu te derrotar e empalhar sua cabeça como troféu você saberá.

— Não falei sobre força, a muitos anos lutei contra Maito Gai de Konoha, tivemos uma luta fenomenal onde demos o melhor de nós e no final recuamos com um empate – disse Gouken – não importa se você é mais fraco ou mais forte, quero saber se você é um adversário do qual me lembrarei no futuro ou na outra vida!

 

Drako não deu a mínima para a questão proposta pelo adversário, para ele o conceito de lutar por honra, orgulho ou pura determinação não fazia sentido, para ele as lutas serviam unicamente para a vitória, assim que os dois homens se analisaram bem eles atacaram ao mesmo tempo, Drako usando um machado de duas laminas e Gouken sua lança poderosa, quando as duas armas se chocaram a onda de impacto derrubou os espectadores próximos.

 

— Essa não é uma luta para nos metermos! – avisou um chuunin da rocha recuando.

 

Os soldados também recuaram, não valia a pena ser decepado ou empalado por engano só por estar próximo, de modo que eles preferiram voltar suas atenções para os shinobis próximos, enquanto os lideres de seus respectivos lados mediam forças os guerreiros se matavam na grande batalha.

 

— Ande logo e use toda a sua força! – exigiu Drako – eu quero esmagar qualquer esperança que tenham ainda!

— Somente quando você me mostrar que merece vê-la! – respondeu o outro.

 

Drako avançou de novo com um golpe horizontal girando o machado tentando cortar seu inimigo pela cintura, Gouken recuou um passo e cravou sua lança no chão para travar o movimento do machado, em seguida o usou como apoio para saltar sobre o oponente e acerta-lo na cabeça com o seu punho derrubando-o violentamente no chão, quando pegou sua lança de volta ele tentou crava-la no corpo do Drako e só não conseguiu por que este saiu bolando, após se afastar um pouco este pegou impulso e saltou para trás.

 

— Diabos, você é mais forte do que eu mesmo! – reclamou Drako.

— Ainda é cedo pra você determinar isso não acha? Afinal você ainda não mostrou o truque que esconde!

— Por que acha que tenho algum truque para mostrar?

— Você já viu a nossa força, sabe que ainda há milhares de ninjas atrás dessa muralha para enfrentar após passar por nós e mesmo depois de perder um terço do seu exercito você ainda tem confiança de que vai vencer a guerra – analisou Gouken – sabemos que vocês possuem armas secretas para usar nessa guerra, é algo que vocês trouxeram ou vocês mesmo são as armas?

 

De uma hora pra outra Drako começou a gargalhar e aplaudir a dedução de Gouken, após se recuperar do surto cômico ele explicou a situação.

 

— As duas opções estão corretas, eu mesmo sou uma grande arma do exercito, Brian também embora em menor escala, mas a arma mais poderosa que eu possuo ainda vai mostrar suas garras assim que eu terminar os preparativos!

 

Após dizer isso Drako começou a rosnar algo e seu corpo passou a emanar uma quantidade absurda de chakra, era tanta energia que Gouken precisou firmar bem os pés no chão para não ser empurrado pra trás, depois todo o chakra liberado se concentrou num pequeno ponto e pulsou antes de se recolher para o corpo do seu inimigo, quando Gouken conseguiu enxergar o que estava dentro daquela massa de chakra ficou impressionado, Drako havia se transformado num hibrido de humano e dragão, seu corpo estava revestido por escamas verdes, garras cresceram em seus dedos e chifres intimidantes ornamentavam sua cabeça reptiliana além da cauda que balançava com esporas afiadas.

 

— Impressionante! Mesmo sem uma analise eu já posso imaginar que tipo de força você tem agora! – elogiou Gouken

— Isso é só o aperitivo, o melhor ainda estar por vir! – rosnou ele soltando fumaça pela boca – ei você! Venha até aqui! Tenho uma tarefa pra você!

 

Ele falava com o soldado mais próximo que teve a péssima idéia de usar uma vala como abrigo pra assistir a luta de perto, mesmo com medo o soldado correu até seu líder, assim que ficou ao seu lado ele bateu continência, Drako porém não ligou pra isso e o agarrou pelo pescoço, após cravar uma garra em seu peito o corpo do soldado começou a brilhar e depois explodiu se transformando em uma mera massa de carne e sangue espalhada por toda a parte, Gouken não entendeu o que estava acontecendo.

 

— Você matou seu próprio soldado só para me mostrar algum jutsu bizarro? São ainda mais doentes do que pensei! – disse Gouken revoltado.

— De fato a tarefa dele era ser um sacrifício, mas é pra algo maior – respondeu Drako – essa invocação exige um sacrifício fresquinho, ele veio a calhar pra isso.

 

Drako soltou um urro digno de um dragão verdadeiro e toda a massa ensangüentada que já foi um homem vivo antes se reunia na forma de um selo semelhante ao que se usa no kuchiyose no jutsu, após brilhar e explodir uma enorme nuvem de fumaça ocultou as formas daquilo que foi invocado, mas assim que ela foi diminuindo Gouken sentiu pavor pela primeira vez na vida.

 

— Isso não é possível! Essas coisas não podem existir de verdade! – gritou ele recuando.

 

Após essas palavras o que se ouviu foi uma seqüência de urros que chegaram a atordoar os homens próximos, os urros foram ouvidos nitidamente mesmo do outro lado da muralha onde toda a força militar da vila da rocha aguardava pelo resultado da batalha, mesmo o Tsuchikage sentiu calafrios quando o som cessou completamente.

 

— Gouken-san, o que diabos está acontecendo do seu lado!? – perguntou Tenraishi preocupado.

 

 

Continua.


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Notas finais do capítulo

eu realmente queria fazer tudo em um cap só mas me empolguei tanto que mal cheguei na metade e já tinha 12 paginas!!
uma nota explicativa: no manga o bijuu de 5 caudas (gonbi) é um ser que parece uma mistura de unicornio com golfinho (exatamente isso que ta escrito) e manipula o yugeton (vapor), seu jinchuriki anterior chamava-se Han, porém eu achei isso muito estranho e vago e alterei um pouco, na minha fic o gonbi é o lendario kirin que dizem ser um animal sagrado que parece um unicornio com escamas douradas capaz de manipular as forças da natureza, mais conveniente para a fic!