O céu escuro pelas nuvens exalava a mesma tristeza que cobria a terra naquele momento durante o velório que era realizado sobre o prédio Hokage naquela tarde enfadonha, o velório reunia apenas as pessoas próximas a aqueles que repousavam nos caixões dispostos juntos, lá os pais cercavam os caixões, um pouco atrás os colegas de academia, os poucos ninjas próximos aos membros do time e o próprio Hokage junto com sua esposa, a cerimônia de despedida estava próxima do fim e em breve eles seriam enterrados, após a dolorosa despedida os ninjas presentes levaram os caixões para o cemitério, apenas os pais testemunhariam o enterro, quando finalmente os caixões deixaram o terraço do prédio que Naruto e Hinata puderam falar com eles.

- Sinto muito por minha filha não ter vindo – disse Hinata sentida.

- Tudo bem Hinata-sama, eu entendo como ela se sente – respondeu o pai de Tsuyoshi – mais do que isso eu sou grato a ela por tudo que fez pelo meu filho nesse ano que ficaram juntos.

- Se eu puder fazer algo por vocês não hesitem em falar – disse Naruto igualmente triste – aquelas crianças eram especiais pra mim também.

- “O time é sua segunda família” não é? – lembrou a mãe de Yuzuru – só lamento que eles não tenham nem podido viver direito!

A mulher se apoiou no marido que pediu licença ao Hokage para seguir em frente, os únicos que não demonstravam conformação eram os pais de Suseri, ao verem o corpo da filha com queimaduras horríveis a mãe entrou em pânico e quase surtou, o pai praticamente invadira o escritório do Hokage exigindo vingança pela filha recebendo um simples “não” como resposta, somente após os dois dias que separaram a chegada dos corpos até o velórios é que a situação ficou mais tranqüila, eles não culpavam Yukie diretamente mas deixavam claro a insatisfação por ela, na vila chegaram a circular boatos de que ela tentara se matar e por isso ninguém a via nesses dois dias, Naruto e Hinata bem como o resto da família tentavam desmentir os boatos rapidamente.

- Você vai acompanhar o enterro não é? – perguntou Hinata.

- Sim, hoje eu não vou voltar pro escritório – avisou Naruto.

- Eu vou tentar fazer a Yukie vir também, ela ao mesmo pode querer se despedir – disse Hinata.

- Não a force, e nem tente consola-la – pediu Naruto – quando ela estiver pronta pra encarar isso ela vai nos dizer.

Hinata seguiu para casa enquanto Naruto acompanhava os pais dos gennins até o cemitério, por onde os caixões iam seguindo as pessoas observavam pelas janelas de suas casa, a morte de gennins durante as missões tinham se tornado bastante raras pois desde a primeira vez que as vila se uniram os ninjas passaram a ter respeito pelos seus adversários, sempre houveram batalhas entre ninjas de vila diferentes mas na ultima década era raro chegarem ao ponto de se matarem, mas a brutal morte de três crianças em uma missão simplesmente revoltou a vila inteira.

******************************

No clã Hyuuga a situação não era menos tensa e triste, parecia que todo o clã estava de luto em respeito a sua futura líder que sofria sozinha em casa, todos tinham testemunhado o desespero de Yukie quando ela destruiu o próprio quarto em um ataque de desespero e precisou ser contida por três membros do clã, Sakura foi chamada para dar algum remédio a ela e isso gerou os boatos sobre a tentativa de suicídio por toda a vila.

No momento a casa principal permanecia fechada só com Yukie e Hajime nela, o pequeno garoto fazia companhia a irmã que estava deitada na cama o tempo todo sem dar qualquer resposta, aparentemente o sono finalmente a vencera e ela cochilou com o irmão deitado ao lado dela na cama.

- Você cresceu bastante, mas ainda parece a mesma pirralha – disse uma voz zombeteira.

Yukie abriu os olhos e se viu num lugar sinistro e gelado, parecia um pântano arruinado por alguma guerra, a frente dela havia uma arvore tombada e sobre ela alguém que ela não esperava ver, imediatamente ela reconheceu os trajes que ele vestia mas sem a mascara demorou a notar quem era, o rosto lembrava a caveira de alguma criatura bestial mas o chakra era inconfundível.

- Olá sensei, eu morri e fui pro inferno? – perguntou ela se levantando do chão – nem tinha percebido, não que faça alguma diferença.

- Você está em seu inferno pessoal que existe dentro de sua alma, isso acontece quando você perde a vontade de viver e se entrega a sua escuridão – respondeu ele – eu senti sua presença e vim ver pessoalmente, o que aconteceu pra te deixar nessa fossa?

Yukie sorriu, por algum motivo ela se sentia em paz e satisfeita em conversar com ele, saindo daquele chão gelado ela subiu a arvore tombada e sentou ao lado dele, ela podia ver que haviam outros seres por perto mas ela não conseguia discerni-los, Benkei explicou que eram outros demônios querendo pegar a alma dela.

- A alguns dias os gennins sob meu comando morreram numa missão – começou ela – os gennins que eu tanto amava como irmãozinhos, que confiaram em mim e eu falhei com eles.

- Então você já é jounin e tinha um time sob comando? Quanto tempo se passou? Aqui no inferno não existe tempo!

- Já se passaram 6 anos desde aquele dia – respondeu ela – eu, Kouta-kun e Mikoto-chan sentimos sua falta mas seguimos em frente, você tinha que ver o tanto de coisas que fizemos!

- Já encontrei gente que vocês mandaram pra cá, quem diria que os pirralhos que estavam chorando por um demônio como eu estariam agora mudando o mundo, irônico que eu até sinto vontade de voltar lá e dar uma olhada.

- Desculpe por ter falhado com o senhor, sensei – disse ela triste – não só falhei em ajudá-lo como também falhei em me tornar uma ninja digna do seu respeito.

- Imagino que você fez tudo o que pôde por eles não é? Lutou até o fim pra ajudá-los – continuou ele – me diga: você sente orgulho deles? Arrepende-se de ter vivido com eles por esse breve tempo?

- Mas é claro que não! Eu não trocaria por nada a alegria que eu sentia quando eles me chamavam de Yukie-sensei! É justamente por amá-los tanto que eu não posso me perdoar! – gritou ela exaltada.

- O inferno não é lugar para alguém que tem amor no coração, saia desse abismo e faça algo por eles – ordenou Benkei – transforme a dor da perda em força para seguir em frente, transforme o sofrimento em força pra mudar aquilo que te faz sofrer, essa é a melhor maneira de honrá-los!

Yukie surpreendeu-se pela forma como ele falava, parecia que a tratava como uma igual com respeito, seria por que ela se tornara adulta ou porque ele a compreendia?

- O que você tem feito aqui no inferno? – perguntou ela.

- Reuni seguidores e montei uma facção pra dominar o inferno – respondeu ele – quando você morrer vou aceita-la em minhas fileiras.

- Que honra! – brincou ela – mas eu ainda preciso melhorar muito enquanto viver.

- Estou esperando aquela guerra que me prometeram, alguém andou interferindo e não rolou nada! – reclamou ele.

- Obrigado por me ajudar sensei – agradeceu ela – eu acho que se não tivéssemos conversado eu acabaria morrendo mesmo.

- Não tenha pressa de morrer, e vê se me deixa orgulhoso e mande pra cá aqueles que te ferraram!

Yukie despertou daquilo que parecia um mero sonho, mas ela tinha certeza que era mais que isso, assim que tentou se mexer ela notou o Hajime abraçado a ela dormindo profundamente, ela sorriu e acariciou o cabelo dele para depois lhe dar um beijo na testa, dessa vez ela não ficaria zangada por ele estar em seu quarto, depois de cobri-lo adequadamente ela separou um vestido e foi se trocar, antes que terminasse ela ouviu sua mãe entrando em casa abatida, mas tão logo notou Yukie se movimentando pela casa o ânimo dela melhorou um pouco.

- Yukie minha querida, você está bem? – perguntou ela preocupada.

- Ainda não mas não tenho tempo para ficar me lamentando – respondeu ela.

- Eu vim ver se você queria ia ao enterro, mas no caminho fui pensando nisso e percebi que não...

- Eu irei sim, preciso dar adeus a eles corretamente, só me dê um tempo.

Não demorou para ela por um vestido simples adequado para a situação, logo ela estava indo com Hinata para o cemitério da vila onde o primeiro passo dentro daquelas terras foi o mais difícil, logo ela avistou os pais dos garotos ao redor do lugar onde seriam enterrados um ao lado do outro, assim que ela foi vista Naruto sentiu alivio.

- Eu não tenho palavras para pedir perdão pelo meu fracasso – disse Yukie se curvando diante de todos eles – nada no mundo me faria mais feliz que dar minha vida para que eles sobrevivessem, se eu tivesse sido mais forte...

- Não lhe culpo pelo que aconteceu Yukie, meu filho sempre teve orgulho de fazer parte desse time – disse o pai de Yuzuru – eu sempre tentava impor a ele a minha vontade mas desde que você começou a ensina-lo ele se tornou um garoto capaz de seguir o próprio caminho, não tenho arrependimentos.

Tanto a família de Yuzuru quanto de Tsuyoshi tinham ninjas em suas gerações e por isso entendiam perfeitamente o que se passava, mas a família de Suseri nunca teve nenhum ninja e seus pais eram humildes, por isso eles mostravam claramente insatisfação e revolta, Yukie se pôs a disposição deles para apanhar se necessário.

- Minha filha te idolatrava, queria ser igual a você – disse a mãe de Suseri – ela sempre falava com alegria de tudo o que fazia pelo time 11, então eu não posso odiá-la Yukie-san.

- Apenas me diga, nós agimos certo permitindo a ela ser uma ninja? – perguntou o pai – ela teria sido mais feliz se fizesse outra coisa da vida? Nós seriamos felizes assim?

- Eu não sei uma resposta para isso, eu fui muito feliz em minha vida como ninja, se eu tivesse morrido não teria arrependimentos – respondeu ela – não posso garantir o que sua filha pensava, mas eu sinto que ela não se arrependeu.

Após a curta cerimônia os caixões foram cobertos pela terra, cada família depositou fores sobre os túmulos e Naruto sabendo o que Yukie gostaria de fazer encomendou um buquê para cada um, após todos se retirarem finalmente ela ficou a sós com sua família.

- Depois precisamos conversar sobre o que aconteceu, mas isso pode esperar – disse Naruto – como você está agora?

- Eu vou ficar bem, precisei ir ao inferno e voltar pra acordar – respondeu ela – o Benkei-sensei foi bem legal em me ouvir.

- Hãã? Você falou com o Benkei? – perguntou Hinata.

- Foi esquisito pra mim também – completou Yukie – mas ele me mostrou que eu não tinha tempo pra ficar chorando, eu precisava fazer alguma coisa por eles.

- Você não precisa se apressar, descanse um pouco – pediu Naruto – você não precisa se forçar a nada.

- Não estou me forçando, se eu ficar parada vou acabar me deprimindo de novo – explicou ela.

Na saída do cemitério eles encontraram Hantei parado de pé encostado ao portão, ele trazia um buquê de flores mais discreto, assim que viu Yukie ele estendeu o buquê para ela que aceitou imediatamente, Naruto e Hinata seguiram em frente deixando-os a sós.

- Eu soube que você tinha saído do clã, imaginei que viria aqui – comentou ele.

- Pois é, minha mãe falou que corre uns boatos de que tentei me matar – respondeu ela – eles precisam ver que não tenho intenção de morrer fácil.

- Você está tentando fingir estar bem para não preocupar ninguém, mas eu sei o que se passa ai dentro Yukie – insistiu ele – você passou dois dias em choque na sua casa, ninguém se recupera de uma hora pra outra.

- Acho que esse pedaço de mim ficou lá junto com o sensei – respondeu ela – eu não vou fingir que não estou sofrendo, eu nunca vou deixar de sentir saudades, mas eu não quero ficar chorando quando eu sei que eles lamentariam me ver assim.

Quando Yukie pensou em dizer mais alguma coisa ela sentiu uma presença chegando, logo ela viu Kouta montado sobre koudaku correndo na direção dela, Mikoto vinha logo atrás, assim que Kouta a alcançou pulou sobre ela enquanto a Aburame observava tudo.

- Yukie-chan! Porque isso tinha que acontecer com vocês!? – disse Kouta revoltado – eu deveria estar lá pra te ajudar!

- Kouta-kun, eu sei que você pensa que ta consolando ela mas não ajuda muito assim – comentou Mikoto.

Assim que Kouta saiu de cima da amiga Mikoto abraçou Yukie, Kouta deixou o exagero de lado e a abraçou também, eles nem conseguiam imaginar como se sentiriam caso um deles morresse.

- Vamos ficar com você até se sentir melhor – disse Mikoto.

- Já me sinto bem melhor ao ver vocês.

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O tempo foi passando, ao longo de meses alguns conflitos estouraram perto da grande muralha, alguns ninjas de todas as vilas continuaram desaparecendo e isso preocupava a todas as nações, recentemente uma grande ataque custou a vida do senhor feudal do país do relâmpago forçando a vila da nuvem a agir imediatamente, segundo as informações os ninjas da vila do metal apoiaram os inimigos e por isso uma tensão imensa cresceu naquele país, Konoha é claro não ficara de fora de todos os conflitos.

Dentro da vila a tensão era outra, havia indícios de que vários paises estavam se desentendendo e isso poderia gerar uma nova guerra, Naruto trabalhava exaustivamente para impedir isso.

- Você fez muito bem Yukie, trouxe tudo e mais um pouco – elogiou Shida checando as caixas – aqui tem material pra fazer quase todo tipo de pesquisa com drogas.

- Foi fácil conseguir isso, os criminosos que guardavam a fortaleza não eram durões – respondeu ela sorrindo – mas me impressiona que eles tenham tantas substancias perigosas em posse deles.

- Estão se preparando pra guerra que virá, desde que todos os paises entraram em tensão política tudo ficou mais agitado.

Yukie pegou o relatório de Shida e fez menção de deixar a ala médica quando ela a chamou mais uma vez.

- Eu soube que essa foi a primeira vez que você liderou uma missão com outros ninjas – comentou Shida – e que eram chuunins novatos, correu tudo bem?

- Não achei que conseguiria no inicio – confessou Yukie – quando o meu pai me apresentou ao esquadrão e vi que eram todos bem jovens eu quase tremi de medo, acho que eu não estava tão preparada assim pra ter vidas sob minha responsabilidade novamente.

- Mas você completou a missão com êxito não foi? Trouxe todos de volta e não falhou, eu estava preocupada com você por que ouvi falar que você não estava realizando missões em grupo, prefere trabalhar sozinha.

- Dois meses após aquilo eu recebi a missão de capturar um nukenin da nevoa, além de mim outros dois jounins foram convocados, tivemos uma dura luta e o Keigo se machucou seriamente, ao vê-lo caído no chão eu fique paralisada e quase fui pega também, no final nós vencemos mas eu senti que isso iria acabar acontecendo sempre.

- Mas a missão de agora provou que você superou o trauma.

- Não superei nada, apenas não me deixei dominar por isso – respondeu ela – minhas noites tem se alternado entre sonhos agradáveis de quando estava juntos e pesadelos daquele dia maldito.

Yukie deixou a ala médica e se dirigiu ao prédio Hokage para dar o relatório da missão, enquanto percorria os corredores notou uma conversa que lhe chamou a atenção pois um dos que falavam mencionou o nome dela, curiosa sobre o que falavam ela se escondeu num canto e prestou atenção na conversa.

- Pois é cara, o Hokage descobriu quem mandou matar o time da Yukie – disse um deles – quem diria que aquela missão era uma armadilha!

- Do que você ta falando cara? Não foram os ninjas da rocha que mataram o time dela? Era só uma missão como qualquer outra!

- Não é o que parece, após o ocorrido o Tsuchikage enviou uma carta de condolências ao Hokage dizendo que puniria os ninjas envolvidos – explicou o outro – e disse que investigaria as circunstancias da missão, aparentemente ele desconfiou de algo.

- E como você pode dizer que alguém quis matar o time dela?

- Ontem o meu time estava investigando a movimentação das guildas criminosas, o meu capitão ouviu um criminoso falando sobre uma guerra envolvendo rocha, folha e som, quando questionado sobre isso ele disse que sabia que ia acontecer por que o chefe dele tinha armado um golpe pra fazer essas vilas lutarem e que ele tinha dado o primeiro passo 6 meses atrás.

- E o que isso tem haver com o time da Yukie?

- Qual time passou por uma missão envolvendo nossa vila, a vila da rocha e a vila do som exatamente 6 meses atrás? – perguntou ele como se fosse obvio – ta na cara que alguém armou aquela missão pra causar uma tragédia entre nossas vilas e o time da Yukie pagou o pato!

Ao ouvir isso Yukie travou completamente onde estava, inúmeras imagens passaram por sua mente e entre elas o modo estranho como Naruto estava agindo com ela como se quisesse mantê-la afastada de qualquer coisa relacionada a aquele caso, aparentemente Hinata e Mizura também sabiam que algo estava errado, todos sabiam menos ela, assim quem os dois ninjas terminaram a conversa e seguiram seus caminhos ela correu direto pro escritório do seu pai, não adiantaria nada perguntar a eles, precisa ouvir direto da fonte principal.

Quando ela invadiu o escritório de forma tempestuosa Naruto quase botou o coração pela boca, a garota chegou até sua mesa e colocou as duas mãos sobre ela encarando o pai furiosamente.

- Eu já descobri o que vocês estavam tentando esconder de mim! – disse ela furiosa – eu quero saber exatamente o que aconteceu!

Naruto precisou de um tempo para entender o que ela queria dizer mas logo chegou a conclusão de que ela ouviu alguém falar sobre aquele assunto, em seu interior ele desejava esganar quem tivesse aberto a boca.

- O que você pretende fazer após saber? – perguntou ele.

- Como diabos eu saberia o que vou fazer!? – começou ela – EU NÃO FAÇO IDEIA DO QUE VOU FAZER!!

Naruto sentiu todo o ódio dela fervilhar até no chakra, em seu interior a kyuubi se remexeu gargalhando.

- Nós investigamos o ocorrido e chegamos a conclusão que alguém pretendia disseminar um conflito entre os paises envolvidos, o objetivo era fazer Konoha se juntar ao som para destruir a rocha pelo ataque.

- E pra isso usaram o meu time!? – perguntou ela desesperada.

- Teria sido qualquer um, a decisão de enviar seu time foi um capricho meu e da Hinata – revelou ele – é quase improvável que eles soubessem quem seria enviado e mesmo assim o resultado seria o mesmo.

- Quem estava por trás disso? – perguntou ela.

- Você não precisa saber disso, saber essas coisas só lhe fará mal.

- É claro que eu preciso saber! Se você não me contar eu vou passar o resto da vida pensando nisso!

Naruto sentiu medo do que ela disse, toda essa raiva misturada ao sofrimento estavam fazendo-a parecer o Sasuke na sua fase mais negra, contar a verdade daria a ela uma fonte de ódio, mas não contar faria isso fermentar dentro dela até ela não agüentar mais.

- Uma guilda criminosa estava por trás disso, segundo os boatos um político poderoso e influente é o líder dessa guilda.

- Então eu vou pegar esse desgraçado e faze-lo pagar por isso! – disse Yukie.

- Você não pode ir atrás dele, não existe nenhuma prova de que ele é mesmo um criminoso e nem de que ele estava envolvido nisso – alertou Naruto – mexer com uma autoridade e ainda mais sem provas é um crime grave!

- Mas você sabe que ele é culpado não sabe!? O que você precisa pra fazer justiça!?

- O que você quer é vingança e não justiça, deixe isso comigo que faremos o possível.

- É claro que quero vingança! Se um tipo como esse pode brincar com a vida das pessoas por interesse próprio que outra forma de justiça pode existir senão a vingança!?

- Eu estou lhe avisando, fique fora disso Yukie! – avisou Naruto sério.

- Não vou ficar de fora nunca! Eram meus alunos, eram minhas crianças!!

- NÃO OUSE ME DESAFIAR MOCINHA, EU AINDA SOU SEU PAI E PRINCIPALMENTE O SEU HOKAGE!!! – gritou Naruto em fúria.

O chakra de Naruto se agitou ao ponto de ser sentido fora da sala, Yukie recuou assustada como nunca se assustou diante do seu pai, Naruto percebendo o pavor dela tentou se controlar respirando fundo, quando finalmente havia se acalmado Yukie parou de tremer.

- Eu sinto muito Yukie, eu não posso deixá-la tomar isso em suas mãos – disse Naruto mais sereno – se você sair por ai caçando culpados você vai fazer a mesma coisa que Sasuke fez, você estaria se destruindo assim!

A garota sentou-se no sofá e começou a chorar como nunca chorou na vida, Naruto não resistiu a vê-la assim e sentou-se ao seu lado oferecendo seu colo para se apoiar.

- Nós sofremos tanto por isso, eles morreram por que alguém queria lucrar com isso! – disse ela em meio ao choro – por que tinha que ser assim!?

- Eu sei como você se sente, eu já passei por uma perda tão grande quanto a sua – disse Naruto passando a mão sobre o cabelo dela – não importa quem tenha sido ou como tenha sido, toda morte parece sem sentido para quem fica, ainda mais se amamos a pessoa que se foi.

- Eu não posso aceitar isso, não posso! – gritou ela revoltada.

- Não precisa aceitar, apenas siga em frente – disse ele – se pudéssemos aceitar algo assim não seriamos humanos, mas também não podemos deixar algo assim nos consumir.

A garota ainda ficou um tempo ali com ele e depois tomou o caminho de casa, Naruto se ofereceu pra ir com ela mas ela pediu pra ficar sozinha, intencionalmente ela tomou o caminho mais longo e foi pensando em tudo, precisava organizar a cabeça pra não enlouquecer.

- Yukie? Você está bem minha querida? – perguntou Hinata ao ver o rosto da filha.

- Vocês estavam escondendo isso de mim esse tempo todo.

- Então você já soube? Seu pai e eu decidimos que isso só lhe faria mal e nós estávamos certos – respondeu Hinata ao perceber do que se tratava – nós pretendíamos lidar com isso da maneira correta.

- E qual seria a maneira correta? Investigar e esperar que seja lá quem for se entregue? Ai depois fariam o que? O julgariam e ele provavelmente escaparia impune porque a justiça não pode tocar os poderosos! – reclamou ela – será que se alguém tivesse agido antes os meus gennins ainda estariam vivos!?

Não havia uma resposta para isso e Hinata calou-se, a verdade é que ela sabia exatamente como sua filha se sentia porque ela tinha perdido seu pai Hiashi praticamente do mesmo jeito, uma conspiração que almejava usurpar dele o comando do clã, uma única pessoa achou que a vida de outras não valia nada e que tinha o justo direito de fazer o que quisesse, Hinata odiou esse homem ao ponto de matá-lo com as próprias mãos ativando o selo pra vê-lo morrer em agonia, ela jamais confessou que sentiu satisfação em ver aquele homem morrer.

Os dias foram passando e Yukie se mantinha cada vez mais distante dos amigos e da família, mesmo Hajime em sua inocência já percebera que sua irmã estava mais sombria, não se divertia mais e quase não se envolvia com ninguém, Naruto constantemente conversava com ela para tentar tira-la dessa situação.

- Boa tarde Yukie, passeando pelo clã Uchiha? – perguntou Sasuke ao vê-la no seu jardim.

- Acho que faz muito tempo que não venho aqui – respondeu ela.

- Desde que os meninos se graduaram na academia.

Nesse momento Sakura apareceu na janela para saber quem os visitava, ficou satisfeita em ver Yukie já que isso estava preocupando tanto o Naruto.

- Oi tia, como vai o bebê? – perguntou Yukie animada.

- Só tem 3 meses querida, ainda vai demorar um pouco pra dar trabalho como o Daiki e o Suichi – respondeu Sakura com a mesma empolgação.

- Mas eles eram gêmeos, estavam marcando território ai dentro! – brincou Yukie.

Sasuke riu da piada, desde que descobrira a gravidez de Sakura a um mês ele estava com um humor que ninguém testemunhava com freqüência, Naruto brincava sobre a determinação do Sasuke em reerguer o clã sozinho sem esperar pela ajuda dos seus filhos.

- E então? Veio fazer uma visita social? Se for o caso a convido pra chá e bolo – continuou Sasuke depois que Sakura voltou pra dentro – ou veio tratar de outra coisa?

- Eu gostaria de saber se podemos ter uma conversa particular – perguntou ela séria – do tipo que fica só entre nós.

Sasuke sabia que havia algo muito errado, Yukie nunca foi boa em disfarçar que não gostava de ficar próxima a ele, não que ela o repudiasse como muitos na vila mas ela simplesmente não tinha simpatia por ele, se ela queria conversar só podia ser sobre uma coisa.

- Não posso prometer que não contarei ao seu pai o que conversarmos aqui – respondeu ele sinceramente – mas posso prometer que lhe darei uma resposta sincera seja ela qual for.

- Tudo bem para mim, por que você deve ser a única pessoa nesse mundo que me entende completamente – continuou ela – eu já me decidi sobre o que farei.

*****************************

Era madrugada em Konoha e a lua se escondia sobre densas nuvens, as pessoas dormiam em suas casas e os poucos ninjas responsáveis pela guarda se abrigavam do frio como podiam, o pequeno bosque que ficava atrás do clã Hyuuga estava mais escuro do que nunca e isso incomodava Hantei que atendia ao chamado dela, quando Yukie lhe mandou a mensagem foi bem especifica sobre ir vê-la somente na madrugada, isso fazia Hantei pensar o que ela estava aprontando, quando finalmente a viu ela contemplava o céu como se fosse possível para ela ver as estrelas atrás da nuvens, ele sabia ser impossível pois isso estava além do alcance de qualquer byakugan.

- Obrigado por ter vindo – disse ela ao notá-lo.

- Você me chama para conversar as duas da madrugada, tinha que ser importante não é?

Ela pulou nos braços dele e começou a beijá-lo, fora nesse mesmo bosque que ela o pediu em namoro, uma atitude totalmente inusitada que ninguém esperava, o que parecia ser uma brincadeira de adolescentes no entanto se transformou numa relacionamento verdadeiro, quando finalmente satisfizeram a saudade que sentiam um do outro é que ela começou a falar com ele.

- Você alguma vez esperou que chegássemos a namorar de verdade? – perguntou ela encostando a cabeça em seu peito.

- Quando sua mãe me chamou para conversar o tio Konohamaru me olhou com uma cara de como se fosse a ultima vez que fosse me ver – respondeu ele rindo – foi ai que tive que decidir se levaria isso a sério ou não.

- Ela me perguntou se eu estava disposta, eu respondi que sim contanto que você quisesse.

- Ou seja: ela me encarou esperando eu dar uma resposta que você generosamente jogou pra mim.

Os dois começaram a rir, ambos achavam aquele relacionamento estranho pois namoraram escondidos por alguns meses e só depois criaram coragem pra contar a todos, no inicio era estranho mas depois foram se acostumando até se tornar natural embora só tivessem intimidade maior quando sozinhos, na frente dos outros agiam mais como amigos muito próximos do que como namorados.

- Quando você disse que queria ficar comigo, você o fez por que realmente queria ou por que se sentiu obrigado? – perguntou ela com uma profunda duvida.

- Eu senti mais medo do seu pai do que de todos os inimigos que já enfrentei, mas eu nunca deixaria que me obrigassem a isso, eu realmente queria ficar com você – respondeu ele.

Yukie se acomodou mais sobre seu corpo, estava feliz pela resposta dele.

- Eu vou sempre me lembrar desse sentimento depois que eu me for – disse ela.

- Quando você se for? Do que está falando?

Hantei segurou os ombros dela e a fez encara-lo, ele pode notar tristeza no olhar dela.

- Vou deixar Konoha hoje, enquanto eu for uma ninja da folha jamais poderei vingar meus alunos que morreram injustamente – respondeu ela limpando as lagrimas – eu não quero trazer problemas a Konoha e a minha família por isso mas não posso deixar passar como se não tivesse importância.

- Você ficou louca!? Deixar Konoha é o mesmo que se tornar uma nukenin, você vai obrigar seu pai a caçá-la desse jeito! – gritou ele – você quer destruir todo o seu futuro?

- Não tenho futuro se não fizer isso, sempre vou continuar presa ao passado sendo atormentada por isso – respondeu ela – acha que minha carreira, meu orgulho e minha felicidade valem mais do que isso? Eu não acho.

- E quanto as pessoas que você vai deixar pra trás? Seus amigos, sua família... seu irmão se tornou gennin e eu o aceitei como meu aluno! – discutiu ele – sabe o quanto ele fica falando sobre se tornar um ninja como a irmã?

- Então eu estarei fazendo um favor a ele, vou garantir que não aconteça com ele o mesmo que aconteceu aos meus meninos – continuou ela.

- Por que você queria saber se eu a amava!? Por que está me contando isso se você planeja me abandonar!? – perguntou ele revoltado.

Ela começou a chorar, mas ao mesmo tempo ela sorria como se lembrasse de algo bom ao mesmo tempo que sofria.

- Por que eu precisava saber o que estava perdendo, eu precisava saber se minha determinação em seguir em frente era mais forte – respondeu ela chorando – e como eu pensei a dor de perdê-los é mais forte!

Hantei viu em seus olhos toda a dor que ela estava sentindo, ele entendeu que Yukie se culpava por viver feliz enquanto o futuro dos seus alunos foi arrancado violentamente deles e que o responsável por isso estava por ai satisfeito planejando novos meios de ganhar poder, ele entendeu que para ela ignorar isso era o mesmo que dizer que seus alunos são descartáveis diante de uma mera estabilidade, ele podia entender mas não podia aceitar.

- Eu não vou deixar que faça isso! Nem que eu tenha que lutar com você e amarra-la em casa! – gritou Hantei.

- Obrigado por dizer isso Hantei-kun – respondeu ela sorrindo – eu não vou me esquecer disso, cuide bem do meu irmãozinho.

Depois de dizer isso ela simplesmente desapareceu numa nuvem de fumaça, ele logo entendeu que era um kage bunshin e que provavelmente a verdadeira Yukie já estava bem longe, ela simplesmente mandou o clone para se despedir dele.

- Isso foi muita sacanagem de sua parte Yukie – disse ele revoltado correndo para o clã Hyuuga.

********************************

Ela já podia ver o muro da vila, assim que o cruzasse estaria num caminho sem volta para uma vida incerta e errada, seu senso lógico dizia para se apressar mas os passos lentos pareciam uma ultima resistência contra a idéia e a mochila nas costas parecia mais pesada do que de costume, quando o clone dela se desfez todas as memórias e sensações vividas foram transferidas e Yukie sentiu de tudo, desde a excitação pelo beijo até o coração despedaçado pela separação, agora ela tinha mais motivos para seguir em frente.

- Se continuar assim você vai ser capturada antes de deixar a vila – brincou Kouta encostado a uma arvore – seria a fuga mais fracassada da historia!

- Então vocês já sabiam? – perguntou ela sorrindo encabulada.

- O Sasuke-san lhe deu um dia para mudar de idéia, se não o fizesse ele avisaria seu pai – explicou Mikoto – e ele nos pediu pra ficar de olho em você caso tentasse ser mais esperta.

Os dois juntos com koudaku caminhara até ela, Yukie não fez menção de que pretendia passar a força por eles, da mesma forma seus dois companheiros não pareciam interessados em prende-la.

- Vocês não pretendem me impedir não é? – perguntou ela.

- Seria fácil para nós impedi-la, mas o que isso mudaria? Creio que se a impedíssemos as coisas jamais voltariam a ser como eram não é? – questionou Mikoto – eu prefiro vê-la partir do que tê-la ao meu lado sem nossa amizade, seria uma presença vazia.

- Eu concordo com ela, o time 4 acabaria de vez se não fossemos mais amigos, se tivéssemos que ficar vigiando-a pra não fugir ou que você não nos perdoasse por impedi-la – continuou Kouta.

- Eu sinto muito por isso, se pudesse ser diferente...

- Mas saiba de uma coisa, se você se tornar nossa inimiga eu juro que a verei como uma – avisou Mikoto séria – não terei piedade se estivermos de lados opostos.

- Nossa, você falou como sua mãe agora! – brincou Yukie meio assustada – você precisa dar uma chance ao Sora-kun pra ele te ajudar a relaxar!

- i-isso não é da sua conta! – disse Mikoto toda rubra.

- Vá logo de uma vez! – disse Kouta dando um tapa nas costas dela – se eu tiver que persegui-la a mando do Hokage vai ser difícil você escapar!

Yukie abraçou os dois ao mesmo tempo e depois se abaixou para abraçar koudaku que se encostou em sua perna, após a despedida ela rapidamente saltou pelo muro desaparecendo na floresta do país do fogo, sua vida a partir dali nunca mais seria a mesma, mas a cada passo dado pra longe da vila em direção a sua vingança fazia seu coração aliviar um pouco.

No clã Hyuuga uma perturbação anunciou o inicio dos problemas, Hantei que praticamente invadira o clã tentava chegar a força na porta da casa de Naruto, mesmo arrastando dois hyuugas que montavam guarda.

- Eu já disse que não tenho tempo pra explicar droga! – gritou Hantei fazendo força.

- E eu já disse que você não pode invadir a casa de Hinata-sama no meio da madrugada! – disse um dos que o seguravam.

No meio da confusão Neji surgiu na frente deles, só sua presença foi mais que suficiente pra conter a situação, os dois hyuugas largaram Hantei que quase travou diante dele.

- O que veio fazer aqui Sarutobi Hantei? – perguntou ele inflexível – e ainda mais perturbando o sossego de todo o clã!

- Yukie está fugindo de Konoha! – gritou ele desesperado – vocês precisam impedi-la antes que seja tarde demais!

- Já sabemos disso – falou Naruto aparecendo na porta.

A situação mudou completamente, Neji que não sabia de nada olhou para Naruto como se esperasse dele alguma ordem, notou também que sentada no sofá da sala estava Hinata chorando muito enquanto Hajime tentava consola-la, alguém precisava tomar o controle da situação.

- Eu vou organizar uma equipe de busca Hokage-sama – avisou Neji.

Seguindo Neji os outros dois hyuugas foram embora deixando o rapaz livre diante do Hokage, assim que o rapaz recebeu convite para entrar ele viu a situação melhor.

- Ela deixou uma carta na mesa da sala, disse que vai atrás de quem planejou a morte de seus alunos – explicou Naruto mostrando a carta – como você soube?

- Ela deixou um clone para conversar comigo, como ela teve coragem de fazer isso comigo!? – respondeu ele indignado.

- Mãe, a nee-sama nos abandonou? – perguntou Hajime chorando.

- Claro que não meu amor, nós vamos trazê-la de volta! – disse Hinata abraçando o filho.

Pouco tempo depois Sasuke apareceu na porta deles, o time de busca já tinha sido organizado e partiram imediatamente com a ordem de capturá-la e traze-la de volta antes que deixasse o país do fogo, um aviso também tinha sido emitido para os postos das fronteiras, mas ninguém nunca chegou a encontrá-la.

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- Devo dizer que essa foi uma historia bem interessante – comentou Inamoto após ouvi-la – mas porque você se tornou uma criminosa? Não faz sentido você se meter em tantos problemas com as outras vilas.

- Eu nunca cheguei a descobrir quem era meu alvo, meu pai jamais me deixou chegar perto dessa informação – explicou Yukie – então o único jeito seria me infiltrando no submundo, mas se eu simplesmente saísse perguntando além de poder obter uma informação falsa eu estaria arriscando a alertar meu inimigo sobre mim.

- Então você quer pega-lo com as calças arriadas não é? Uma estratégia interessante – brincou o outro.

- Eu não quero simplesmente mata-lo, eu quero destruí-lo em todos os sentidos e no final se possível eu quero entregá-lo pessoalmente ao meu mestre lá no inferno – disse ela com rancor na voz – só assim eu sentirei que meus alunos foram vingados, depois disso eu vejo o que faço com minha vida.

- Bem, enquanto me pagar irei até o inferno com você, mas já que meio que somos amigos farei um desconto no preço – brincou ele – afinal quando eu for lá pra baixo vou querer ter um amigo, e seu mestre parece ser bem legal!

- E vocês dois, se queriam ouvir era só pedir! – gritou Yukie para a porta.

Shiro e Shushi despencaram de um canto e entraram no quarto encabulados, eles sempre tiveram curiosidade sobre ela mas nunca tiveram coragem pra perguntar.

- Graças a você eu consegui minha liberdade, então eu ajudarei Yukie-sama até a morte – disse Shushi – por que você é a pessoa mais importante para mim.

- Eu também! – gritou Shiro correndo pra abraçá-la.

- ai ai ai ai ai!!! Meu chakra!! – gritou Yukie sentido a sucção.

- Opa! Desculpe! – disse o menino envergonhado.

- Se eu pudesse jamais envolveria vocês no meu problema, mas não posso fazer isso sozinha – disse Yukie – então conto com vocês para me ajudar.

Todo mundo voltou aos seus quartos para dormirem, no dia seguinte eles já se moveriam para a próxima etapa da missão, Yukie pegou as três bandanas dentro da caixa e beijou cada uma como se estivesse dano um beijo de boa noite para seus alunos.

Fim do especial.