A Saga da Nova Geração escrita por zariesk


Capítulo 32
Capitulo 29 – Dialogo.


Notas iniciais do capítulo

postando incrivelmente rapido mais um cap dessa fic!!
feliz ano novo para todos, me apressei pra postar esse cap no primeiro dia do ano!!!



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As vilas habitadas por ninjas são conhecidas como vilas ocultas, mas não por que não se saiba onde elas ficam e sim por que tudo sobre elas é oculto do povo comum, um aldeão comum poderia ser vizinho de uma vila ninja a vida inteira e jamais suspeitaria sobre o que ocorre atrás daqueles muros que ele pode ver pela janela.

Mas existe uma única vila que verdadeiramente oculta-se do povo, é a vila da nevoa escondida por um nevoeiro que quase nunca desaparece, para piorar ela fica dentro de uma vale de difícil acesso e nem sequer consta em algum mapa dentro do seu próprio país, quando alguém quer contratar os serviços dos ninjas da vila simplesmente vão até um dos vários postos ao redor do vale e deixam lá o seu pedido e o pagamento com um dos guardas, raras vezes um cliente ou mesmo um visitante pisam os pés dentro da vila.

Agora um trio de ninjas avançava velozmente pelo vale afim de encontrar a tal vila que em outros tempos jamais permitira uma invasão assim, a única vantagem que esses ninjas tinham era um par de olhos perolados que conseguia ver além da nevoa.

- Juro que se soubesse que ela usaria um shunshin no jutsu eu nunca teria concordado com isso! – repreendia-se Hitto – coloquei aquelas crianças em perigo e agora até Hinata-sama tem que se arriscar!

- Não é culpa sua Hitto-san, eu é que subestimei a capacidade de reação da Mizukage – disse Hinata concentrada no caminho – ela já tinha avisado pra não nos metermos nesse assunto mas ignorei o aviso acreditando que quando a verdade viesse a tona ela nos perdoaria.

- Mas machucar crianças é demais até pra esse povo! – reclamou Kuni que tinha sido chamada para ajudar – além disso eles realmente querem por gennins da folha em perigo e arriscar uma guerra contra a vila inteira?

- Você não compreende como funcionam as relações entre as vilas, eu já fui o pivô de um incidente internacional que poderia resultar em guerra mas graças ao sandaime e ao meu tio Hizashi nada mais grave aconteceu, com acusações falsas e provas plantadas eles podem facilmente manipular a situação a favor deles.

Com mais algum tempo eles finalmente puderam avistar a vila ao longe, a medida que se aproximavam reduziam a velocidade para que não fossem tomados como atacantes e isso lhes custava mais tempo, mas quando finalmente pararam diante do portão principal alguém já esperava por eles.

- Seja bem vinda Hyuuga Hinata, a Mizukage-sama me ordenou a guiá-los pela vila.

A expressão que Hinata fez ao ver quem era o tal guia certamente era algo que indicava indignação, intencionalmente ou não a Mizukage enviara a única pessoa fora de Konoha que tinha um byakugan, Ao que era líder da divisão de investigação e reconhecimento encarava a líder Hyuuga com um sorriso zombeteiro, porém a situação não permitia qualquer discussão sobre o doujutsu roubado, cumprindo seu papel Ao guiou os três pela vila até o local onde a Mizukage esperava por eles.

- Realmente os tempos mudaram – comentou Ao enquanto andava a frente deles – você que possui uma linhagem avançada com o sangue mais puro entrando em nossa vila com as próprias pernas, no passado já teríamos extraído esses belos olhos e dissecado seu corpo completamente em busca de outros segredos.

- Peço que limite-se a cumprir seu dever, estou me segurando pra não arrancar de volta esse olho direito que roubou de nós – ordenou Hinata com uma voz fria.

Ao sorriu em resposta, sabia que nem mesmo com toda a fúria do mundo ela seria louca de tentar algo com milhares de ninjas ao seu redor, isso significaria apenas mais dois felizardos ganhando um byakugan cada e talvez se os outros também tivessem algo interessante seriam usados também.

- Afinal de contas pra onde você está nos levando? – perguntou Kuni – não parece que estamos indo para a sede da vila.

- A Mizukage não está lá, ela foi para uma das nossas áreas de treinamento – respondeu ele – parecia muito empolgada com aquelas crianças.

- O que você quer dizer com isso?! – perguntou Hitto nervoso.

Antes que Ao pudesse responder um estrondo foi ouvido ao longe, quando todos voltaram sua atenção na direção do barulho viram um enorme pilar de lava se erguendo, em seguida o pilar foi tomando a forma de um dragão serpenteando no alto de uma colina.

- Mas que droga! Eu falei pra ela não se empolgar tanto assim! – gritou Ao assustado – vamos logo antes que ela reduza as crianças a carvão!!

Ele foi o primeiro a saltar, Hitto quase teve que arrastar Hinata que se encontrava paralisada observando o grandioso jutsu que se elevava da terra.

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- Eu pensei que você estava brincando quando disse que queria lutar conosco! – disse Hantei assustado.

Os dois times tinham sido levados para uma das áreas de treinamento da vila, uma colina com o topo plano e cheio de grandes poças de água e quase nenhuma vegetação, o nevoeiro que encobria a vila era bem mais fraco naquele ponto e permitia visibilidade normal.

- Ora vamos, gennins talentosos como vocês certamente seriam um bom entretenimento para mim – respondeu ela displicentemente – se vocês estão preocupados com a diferença de nível eu prometo não usar minha kekkey genkai!

- Mesmo sem o ferrão um escorpião não é inofensivo – disse Mikoto sobre a oferta.

- Então eu declaro a vitória de vocês se conseguirem me acertar um golpe – propôs ela – um único golpe e eu me rendo, podem lutar como acharem melhor.

As crianças avaliaram as opções, chegaram a conclusão que um único golpe não parecia algo impossível e decidiram entrar no jogo, Mei ao ouvir a afirmativa sorriu como uma criança sorriria ao saber que iria ao parque de diversões.

- Então podem vir quando e como quiserem criança – disse ela se colocando em posição de luta.

Hantei, Konoe e Yukie foram os primeiros a atacar enquanto os outros se preparavam pra utilizar suas melhores técnicas, koudaku se transformou numa copia do seu dano e ambos se posicionaram nos flancos, Sora puxou seu pergaminho e começou a desenhar o melhor que podia, Mikoto apenas liberou seus insetos aguardando uma brecha.

Yukie criou 5 clones para atacar a Mizukage de todos os lados mas ela se defendia habilmente de cada golpe, Hantei fazia os selos para um jutsu katon e Konoe liberava uma serpente de sua manga, todos os golpes sincronizados para aproveitar as brechas criadas pelos bunshins de Yukie que atacavam freneticamente, porem tudo foi inútil quando um gêiser de água subiu dos pés da Mizukage destruindo os clones e bloqueando todos os ataques.

- Um jutsu de alto nível mesmo em meio a tantos golpes – avaliou Hantei – só podia ser um dos 5 kages.

- O que foi crianças? Esperavam que algo tão simples desse certo? – perguntou ela sorrindo.

Yukie que também tinha sido arremessada pra cima caia agora perto de Konoe que a ajudou a levantar, os outros que esperavam sua vez de atacar simplesmente não conseguiram nem se mover diante daquele jutsu defensivo.

- Assim não da nem pra começar – avisou Mikoto – alguém aqui faz idéia das habilidades dela?

- Ela domina perfeitamente três elementos e pode fazer duas fusões elementais – respondeu Konoe recuando com Yukie – e pelo jeito seu taijutsu é muito forte.

- Você é bem informada, de fato eu tenho três elementos – explicou Mei satisfeita – katon, suiton e doton, combinados eles formam o futton (acido) e youton (magma), quanto ao meu taijutsu ele é o segundo mais fraco entre os kages mas ainda assim é melhor do que de qualquer criança.

- Está nos dando essas informações por que sabe que não podemos ganhar mesmo sabendo de tudo isso? – perguntou Yukie.

- Estou dando por que quero saber até onde vocês chegam – respondeu ela – seu primeiro ataque foi extremamente eficiente, tive que usar toda a minha habilidade para me proteger de tudo aquilo!

- Toda a sua habilidade? Não seria mais certo dizer “toda a minha habilidade que posso usar no momento”? – Mikoto perguntou seriamente.

Mei ficou sem entender onde ela queria chegar, os outros gennins também não estavam entendendo mas logo Yukie e Kouta captaram o significado.

- Não tem como 6 crianças pressionarem um kage ao ponto dele ser encurralado – explicou Mikoto – você estava limitando seu chakra e com isso a força máxima que pode usar não é?

A primeira reação de Mei foi incredulidade, aquela menina conseguiu perceber isso com uma simples rodada de ataques, certamente quando se desenvolvesse mais ela teria uma mente analítica incrível, percebendo isso Mei apenas sorriu e agradeceu a chance de conhecer melhor essas crianças.

- Você sabe até isso? Tem razão menininha Aburame – respondeu Mei com a mão sobre o rosto – estou limitando minha força ao nível jounin comum, depois de tantos anos contendo meu chakra isso se tornou natural pra mim!

- Do que vocês estão falando? – perguntou Sora confuso.

- Um ninja de nível jounin sempre contém seu chakra para não gastar mais que o necessário – explicou Kouta – assim quando eles liberam o máximo seu poder praticamente dobra, foi algo que a Hinata-san estava nos ensinando ontem.

- Então era esse o truque novo que vocês estavam aprendendo? – perguntou Hantei inconformado.

- Então só resta saber quanto chakra ela estava usando até agora – disse Yukie observando bem ela com o byakugan.

- Se você quer tanto saber eu estava usando só um terço – respondeu ela – só posso usar minha kekkey genkai quando aumento para 50%, com 100% eu poderia facilmente destruir metade da vila, todos os kages são assim, quanta força vocês estavam usando até agora?

Obviamente as crianças estavam usando tudo a sua disposição, a questão agora era ir além dos limites para tentar acertar um único golpe em alguém centenas de vezes mais poderoso que eles, era um desafio que parecia atiçar o sangue deles.

- Então agora vamos fazer de tudo pra acertar esse golpe! – gritou Hantei – se pudermos fazer isso vamos vencer a ultima prova com certeza!

Novamente as crianças se prepararam pra lutar, dessa vez Sora foi o primeiro a atacar enviando suas feras desenhadas pra cima da Mizukage enquanto Konoe e Yukie foram bem atrás usando as feras como cobertura, Mei contra-atacou disparando um poderoso katon que explodiu as feras imediatamente e continuou seguindo até as meninas, Konoe protegeu Yukie e a si mesma com um jutsu suiton idêntico ao que Mei usou antes, a Mizukage ficou espantada com o jutsu que parecia ser uma copia do seu e quase não viu Yukie atravessando a muralha de água com um rasenga preparado na mão, o golpe quase atingiu a Mizukage se ela não tivesse saltado para trás evitando ter o mesmo destino que o chão atingido pela menina.

- Então você consegue mesmo usar o rasenga? Nunca esperei ver a marca registrada do Hokage nas mãos de outra pessoa!

Mas tudo isso foi uma mera distração, quando Mei percebeu dói furacões vinham de ambos os lados tentando esmaga-la entre eles, era Kouta e koudaku usando o gatsuuga, quando o golpe atingiu ouviu-se um estrondo e muita poeira subiu.

- Pegaram ela? – perguntou Hantei de prontidão.

- Que nada, ela nos enrolou de novo! – respondeu o menino depois que ele e seu cão voltaram pro lado dos amigos.

Quando a poeira baixou havia um domo de rocha sólida em volta da Mizukage, nas laterais do domo haviam as marcas do gatsuuga, assim que a ameaça acabou a rocha recolheu-se e ela estava intacta.

- Eu reconheço a força de vocês, um segundo a mais que eu demorasse e teria sido atingida em cheio.

- Bem, usar um jutsu daqueles tão rápido também é algo que só um kage poderia fazer não é? – disse Yukie.

- Até agora eu tenho ficado só na defensiva – disse Mei – acho que está na hora de tomar a iniciativa.

Fazendo os selos rapidamente Mei fez a terra ao redor das crianças se elevar como se quisesse cair por cima deles, num instante todas as crianças saltaram pra direções diferentes, agora estavam separadas, Mei fez uma nova seqüência de selos e cuspiu um turbilhão de água que avançava tentando encurralar todos eles contra uma parede que se elevou.

- Não da pra desviar disso? O que vamos fazer? – gritou Kouta nervoso vendo o turbilhão se aproximando rapidamente.

Yukie saltou para a frente e fez dois bunshins, no mesmo instante as três começaram a fazer o rasenga e quando estavam no alcance atacaram o turbilhão com três rasengas ao mesmo tempo, o impacto foi poderoso o bastante pra desfazer o turbilhão e jogar a menina para trás fazendo-a se chocar contra a parede.

- Me lembre de nunca mais fazer essa besteira – pediu a menina sendo aparada por Sora.

Mas a situação a que chegaram apenas fazia Mei acreditar que havia algo de muito especial neles, e ela não imaginava serem suas linhagens ou técnicas especiais, ela simplesmente sabia estar diante de uma geração que superaria a sua.

- Eu não estipulei limite de tempo mas creio que vocês não podem continuar mais – disse ela satisfeita – eu posso afirmar com certeza que vocês são os gennins mais fortes que já vi na vida.

- Mas nós ainda não desistimos! – gritou Sora criando um pássaro com seu ninjutsu – ainda falta acertar o golpe!

- E o que vocês esperam fazer? Se essa luta fosse pra valer eu teria derrotado vocês no primeiro movimento, não pensem realmente que vocês tinham alguma chance!

- Em Konoha nos ensinam a criar nossas próprias chances – disse Mikoto apontando sua mão aberta na direção dela.

Mei ouviu o som de insetos rastejando atrás dela, quando se virou testemunhou um exercito de formigas arrastando tarjas explosivas até os pés dela.

- “Essa menina! Ela aproveitou a colisão do rasenga com meu turbilhão para mover esses insetos até aqui!” – avaliou Mei.

As tarjas explodiram gerando muito impacto, obviamente os gennins não esperavam vence-la com isso pois antes mesmo da poeira baixar aquela parede de água giratória protegia a Mizukage.

- “Perto, mas não o bastante” – pensou Mei – “em todo caso eles realmente conseguiram me encurralar!”

Mas ela não teve tempo de pensar no que fazer a seguir, ela sentiu uma presença e percebeu que tinha esquecido algo que eles prepararam antes, o pássaro de tinta trazia Hantei pelo único ponto aberto da parede de água, o menino já havia saltado e antes que a Mizukage pudesse desativar o jutsu e se esquivar ela foi atingida por um chute bem no topo da cabeça, com o impacto ela perdeu o controle sobre o jutsu e quando este se desfez Hantei pulou pra longe dela.

- Nós conseguimos! Realmente acertamos um golpe nela! – comemorou Yukie – alguém me diga que não estou sonhando!!

- Só se todos estivermos! – disse Kouta tão empolgado quanto ela.

A Mizukage parecia atordoada, não pelo golpe em si mas pela situação que se encontrava, aqueles gennins foram pressionando-a até que ela precisou se defender de um golpe perigoso, uma vez presa em sua própria defesa eles desferiram um golpe que seria perigoso caso fosse pra valer, porém ela não era muito de aceitar numa boa.

- Isso doeu moleque!! – gritou ela fazendo os selos – Youton! Goukaryuuga no jutsu (grande dragão de chamas infernais)

Imediatamente o chão tremeu e depois rachou atrás dela, logo em seguida um pilar de magma se ergueu produzindo um enorme dragão, que aguardava apenas um movimento da mão dela para avançar e esmagar as crianças que estavam paralisadas de pânico.

- Mizukage-sama!! O que diabos pensa que vai fazer?? – gritou Ao que acabara de chegar.

No instante que ela ouviu a voz do seu subordinado ela percebeu que estava a ponto de matar os seis gennins, desfazendo o jutsu o dragão de magma perdeu sua forma e formou uma poça de metal e rocha derretida.

- Meu deus, eu perdi a cabeça! – disse ela horrorizada com o próprio ato.

As crianças ao perceberem que foram salvam simplesmente desabaram, seus corpos além de exaustos pela grande luta que tiveram também não agüentaram a carga de adrenalina, logo em seguida o trio de ninjas de Konoha chegaram ao local e constataram a destruição que se encontrava, Hinata correu para abraçar sua filha que quase chorava de medo da Mizukage.

- Vocês estão todos bem? Tem alguém ferido? – ela bombardeava o grupo com perguntas.

- Eu sinto muito Hinata-san, jamais pretendi machuca-los – explicava-se Mei – eu só queria...

Mas ela não completou a frase por que logo em seguida foi esbofeteada por Hinata que liberava de uma vez todo o ódio que sentiu por ter visto aquilo, a Mizukage ficou incrédula e sem reação não acreditando no que havia acontecido ali.

- O que você tinha na cabeça para desafiar crianças para uma luta?! – gritou Hinata bufando – crianças não têm noção do perigo, elas não sabem se controlar quando se excitam! Você estava a ponto de incinerá-las apenas por que seu joguinho saiu do seu controle!!

A Mizukage passou a mão na parte do rosto atingida mas nada disse sobre isso, Kuni e Hitto cuidaram de afastar Hinata e esperar qualquer possível reação, Hinata aos poucos voltava sua respiração ao normal.

- Eu aceito minha culpa por isso – disse Mei estranhamente calma – realmente eu nunca esperei que eles me acertassem, a tensão do momento me fez vê-los como inimigos e perdi o controle.

Mei voltou-se para os gennins que ainda tremiam um pouco, os jovens ficaram surpresos de vê-la se curvar diante deles em respeito.

- Vamos tentar esquecer esse acidente – pediu ela – em troca vocês poderão jantar comigo no melhor restaurante da vila.

As crianças apenas acenaram com a cabeça como se apenas quisessem sair dali, Mei pediu para Ao levá-los a sede da vila enquanto ela voltava a falar com Hinata.

- Eu me mijei – disse Kouta olhando a bermuda que vestia.

- Então você teve sorte – disse Sora totalmente vermelho de vergonha.

- Vocês poderiam ter guardado isso pra si mesmos – reclamou Konoe.

Assim que elas se foram a situação mudou completamente ali.

- Eu sinto muito tê-la acertado Mizukage-sama – disse Hinata se curvando em respeito – como mãe e amiga das mães dessas crianças eu me desesperei.

- Eu compreendo e aceito suas desculpas já que aceitaram as minhas – disse ela – mas já que veio vamos tratar de um certo assunto que foi o motivo pelo qual eu a atrai até aqui.

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A sala da Mizukage era muito parecida com a sala que Naruto usava, mas o que havia de diferente era a varanda de vidro da qual se podia visualizar melhor a vila abaixo deles, o nevoeiro chegava só até ali dando a sensação de estarem sobre as nuvens, a mesa também era maior e circular onde repousava um bule cheio de chá quente servido por uma secretaria que logo foi dispensada, na sala estavam só Hinata e mei, do lado de fora Hitto e Kuni aguardavam o resultado.

- Se você queria falar comigo podia simplesmente ter convidado – disse Hinata meio desconfortável na cadeira – eu teria respondido imediatamente.

- Talvez tenha sido pelo mesmo motivo pelo qual não veio diretamente a mim – disse a Mizukage – desde que você teve seu encontro com Yoritomo que um ou dois capangas dele te vigiam, aparentemente ele não confia em você seja pra o que ele planeja.

Hinata não havia percebido, talvez fosse por estar em terreno completamente desconhecido ou talvez por acreditar ter enganado-o bem o suficiente, em todo caso ela percebeu que um passo em falso e tudo seria perdido.

- Então você armou tudo isso para que eu viesse até a vila por conta própria ao invés de me expor?

- Eu vou ser direta com você Hinata, eu deixei bem claro ao Naruto que se ele se metesse nos assuntos desse país eu daria uma resposta a altura, jamais pensaria em fazer mal a aquelas crianças pra atingi-lo mas se for preciso eu mando o recado por você!

- Mas ainda não o fez, significa então que está disposta a me ouvir?

- Só por que não gosto de sujeira em meu quintal – respondeu a outra tomando um pouco de chá – se alguém está armando uma jogada e planeja usar a minha vila eu com certeza quero saber do que se trata.

- Infelizmente eu deixei todos os papeis e relatórios no quarto do hotel – disse Hinata meio nervosa – vim pra cá tão rápido que nem pensei nisso!

- Eu pensei nisso também, pode entregar a ela Sumiko.

A menina que já aguardava atrás de Hinata moveu-se um pouco assustando a Hyuuga, com sua capacidade de agir totalmente despercebida ela poderia estar ali desde o inicio.

- Aqui estão todos os papeis que estavam em sua mala – disse Sumiko entregando as pastas – e aqui está o maiô dela.

- PORQUE VOCÊ PEGOU ISSO?? – gritou Hinata envergonhada.

- Fiquei curiosa pra saber o que você vestiria nas nossas praias – respondeu a Mizukage rindo – planejei isso antes do nosso pequeno desentendimento, devo dizer que não combina com o nosso clima.

- Eu já percebi isso – disse Hinata vermelha pegando o maiô das mãos de Sumiko e guardando dentro do seu kimono – podemos voltar ao assunto??

A Mizukage fez um gesto para que ela prosseguisse, Hinata então separou uma pasta contendo todas as informações que a central de inteligência de Konoha havia juntado sobre o caso e entregou para Mei ler.

- Esse é um relatório sobre o caso envolvendo o Zabuza – observou ela – o que aquele magnata do mar que o contratou tem haver com esse caso quase 20 anos depois?

- Não está ligado diretamente mas tem influencia sobre esse caso – explicou Hinata – Gatou tinha pactos secretos com varias guildas mercantes do seu país, sabe qual era o objetivo principal deles?

Mei começou a folhear o relatório em buscas de respostas, percebeu que ele tinha ligação com os antigos lideres das varias famílias que comandavam os negócios no país da água, mas hoje em dia as famílias eram outras.

- Isso ainda não explica a ligação entre aquele caso e o atual interesse da nossa nação.

- Se os comerciantes dominassem a rota mais eficiente entre vocês e o continente como isso afetaria a vila da nevoa?

- Ficaríamos dependentes deles pra tudo – pensou Mei adivinhando o raciocínio de Hinata – seja para enviar nosso próprio pessoal ao continente, comprar tudo de que precisamos, eles teriam controle total sobre o país.

- Eu não seria burra de achar que você não sabia disso Mizukage-sama – disse Hinata – então por que concorda com o plano de dominação do país das ondas?

- Por que essa é a vontade do nosso daimyo! – respondeu ela alterando um pouco a voz – não cabe a vila ninja questionar os desejos do seu país, só servi-lo! Expliquei isso ao Naruto e sei que você como líder de um clã exigente entende isso melhor que ele!

- Você está certa quanto a isso, como líder do meu clã eu tenho que pensar neles como prioridade, mas eu não os comando para beneficio próprio a troco de prejudicar os outros, se fizer o que eles planejam você só estará ajudando uns e prejudicando outros.

- Essa conversa foi perda de tempo – disse Mei se levantando – agirei conforme a vontade do meu país e não aceitarei a intromissão de Konoha, volte para casa.

- Foi graças a esses pensamentos unilaterais que vocês permitiram ao Uchiha Madara dominar o seu país! – disse Hinata também se levantando.

Mencionar esse nome travou Mei completamente, até hoje a vergonha que manchava o nome do seu antecessor que fora dominado por Madara acompanhava o titulo de Mizukage, foi graças a aquele monstro que Mei sofreu tanto quando criança e seu país mergulhou numa era sombria, ela lutava justamente para consertar os estragos que Madara fez nas relações do país da água com o resto do mundo.

- Enquanto continuarem pensando só em si mesmos jamais mudará esse país não importando o que faça – continuou Hinata – você só vai conseguir estabelecer laços com os outros paises quando aprenderem a colaborar com eles!

Mei voltou a se sentar na sua cadeira, era o sinal de que ela ouviria o que Hinata tinha a dizer, esta agradeceu aos deuses pois estava a um passo de encerrar as relações com a Mizukage.

- O que Konoha pede é que eu ignore a vontade do meu país para poupar um outro – continuou Mei – você tem idéia do que aconteceria conosco se contrariássemos o nosso daimyo?

- Seu daimyo não tem vontade própria, ele é completamente dominado pela força dos nobres, empresários e políticos desse país – disse Hinata séria – se eles obtiverem sucesso será só um passo para eles controlarem todas as decisões do daimyo, e tendo vocês na palma da mão esse país seria só um negocio para eles.

Era irritante pensar que mais uma vez alguém manipulava as cordas detrás das sombras, Madara fazia isso manipulando o Mizukage anterior, quando descobriram que alguém controlava seu líder a vila iniciou uma revolta interna, ainda assim as ambições de um único homem quase destruíram o país.

- Mei-san, sei que é uma decisão difícil de se tomar, nunca esperei que você agisse contra o seu país – continuou ela – mas se você continuar obedecendo cegamente só o que vai conseguir é destruir essa nação, acha que os outros kages deixariam barato um país tão suspeito quanto o seu dominar outro livremente?

- Considerando que eu decidisse seguir seu conselho, o que espera que eu faça?

- Isso eu não sei, a realidade do país da água é diferente do país do fogo.

A Mizukage encostou-se em sua cadeira olhando pro teto, estava pensando um tudo o que ouviu e tudo o que poderia fazer, após um tempo ela decidiu-se.

- Sumiko, reúna a divisão de inteligência e mande-os investigar as atividades de TODOS os nossos nobres, políticos e comerciantes – ordenou ela.

- Isso... pode levar um tempo – respondeu a garota.

- Vocês têm 3 meses, façam rápido mas com cuidado.

- Eu agradeço Mizukage-sama – disse Hinata curvando-se.

- Não agradeça ainda, se eu ver que não existe outra alternativa para nosso país prosperar eu vou seguir as minhas ordens – explicou ela – e se Konoha ficar no meu caminho não hesitarei em tira-los a força.

- Se chegarmos a isso garanto que Konoha não interferirá.

A Mizukage acompanhou Hinata até a saída da vila, no caminho comentou sobre suas expectativas para a prova e o que achava do potencial daquelas crianças, no final chegaram a decisão de esquecer os incidentes desse dia.

- Ainda bem que foi você a vir negociar no lugar do seu marido – comentou a Mizukage – Naruto não tem o menor jeito para isso não é?

- Infelizmente não, ele não sabe separar as emoções da racionalidade.

- Como alguém assim consegue manter Konoha funcionando? – perguntou ela espantada – não tem como uma vila funcionar com um líder tão sem noção!

Hinata sorriu do espanto da Mizukage, muitos realmente perguntavam como Naruto conseguia manter Konoha de pé, qualquer um que o veja embolado com papeladas e levando horas pra entender a explicação do orçamento ou manutenção da vila acharia que ele jamais deveria sentar naquela cadeira.

- Quem administra a vila são as varias divisões de Konoha, o Naruto-kun só toma as decisões – explicou Hinata – ele decide “o que fazer” mas quem decide “como fazer” são os lideres das divisões.

- E isso funciona? O que acontece quando eles não entram em acordo? E se houve uma revolta ou conflito entre as divisões?

- Não tem risco disso acontecer, todos aqueles escolhidos para liderar as divisões são pessoas em quem depositamos total confiança, e todos só pensam no bem da vila, por isso não existe conflitos que põem em risco o funcionamento de tudo.

- Mas ainda assim é necessário um líder firme que possa impor sua vontade quando necessário!

- O Naruto-kun não precisa impor sua vontade, todos escolheram segui-lo por vontade própria – continuou Hinata – Naruto é um símbolo, ele pode não ser o cérebro da vila mas é a engrenagem que faz a maquina funcionar.

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- O clima melhorou bastante aqui – comentou Nagato enquanto saltava pelas torres.

Ele e Konan voltavam pela primeira vez a vila da chuva desde que a akatsuki tinha sido eliminada, de vez em quando Konan voltava a ter contato com o país mas nunca adentrou o território desde que se mudara pra vila do redemoinho.

- Tem sido assim ultimamente, chove todos os dias mas apenas por uma ou duas horas em horários alternados – respondeu o rapaz que os acompanhavam.

O trio chegou até a base de uma colina onde varias torres se sustentavam, Nagato encostou a mão na rocha e essa se abriu revelando uma grande caverna, logo que entraram Konan jogou vários papeis vermelhos que se incendiaram fornecendo luz para o ambiente.

- Está tudo exatamente como deixamos – observou Konan – todo o equipamento que guardávamos para eventualidades.

- E aqui está o que eu queria – disse Nagato abrindo uma grande caixa – bastões de ferro negro que eu usava para criar os 6 caminhos, e bastante por sinal!

Nagato pegou um dos bastões e usando seu chakra moldou na forma de uma perfeita katana com bainha e tudo, depois jogou para o rapaz que aguardava na entrada, este ficou impressionado com o artefato.

- Essa é sua – disse Nagato – você permaneceu fiel mesmo após abandonarmos a vila, o mínimo que posso fazer por você é restaurar a ordem desse país.

- É uma honra servi-lo, desde que eu era um simples gennin vocês me escolheram – respondeu ele ajoelhado – foi graças a Pein-sama que nossa vila livrou-se daquele tirano.

- E você pretende fazer o mesmo com o atual líder da chuva? – perguntou Konan – ele é do mesmo tipo que o Hanzo, embora muito inferior a ele.

- Ele é só um peixe pequeno se passando por tubarão, eu poderia acabar com ele facilmente mas não pretendo repetir os erros do passado – respondeu Nagato – além disso depor o líder dessa vila só traria o risco de uma nova guerra civil, o país está se recuperando e qualquer mudança na maré pode por tudo a perder.

- Eu aguardo o dia em que Pein-sama voltará a ser nosso deus! – disse o outro animado – assim poderemos mostrar as outras nações que não somos...

- Esqueça essas idéias de revolução! – pediu Nagato – não é entrando em conflito com as outras nações que vocês crescerão, façam isso trabalhando duro e nunca desistindo que vocês conseguirão alcançar qualquer coisa!

Konan tirou de seu manto um grande pergaminho e com ele armazenou todo o equipamento da sala: dezenas de bolsas ninjas, todo tipo de armas exóticas, livros e pergaminhos, e o material do pequeno laboratório; tudo armazenado no grande pergaminho cujo selo era mais avançado que as versões anteriores.

- Isso deve dar por um tempo – disse Konan – quando puder junte mais equipamento que viremos buscar quando o nosso acabar, faça isso bem devagar pra não levantar suspeitas.

- Como quiser tenshin-sama (anjo), tenho dois amigos de confiança na ANBU, se precisarem de qualquer coisa basta pedir.

- Você é um rapaz esforçado Hitogumo – elogiou Nagato – por enquanto eu não posso lhe contar nada mas quando chegar a hora virei para buscar você e seus amigos.

O milagre da ressurreição de Nagato já havia se espalhado pelo mundo desde que os kages começaram a caçá-lo por causa dos bijuus, muitos procuravam formar alianças com ele para tirar proveito do enorme poder que ele guardava, mas no fim Nagato usava essas conexões para conseguir o que precisava para seu plano mestre, agora que estavam devidamente equipados ele deixaram a vila da chuva para executar a próxima etapa do plano.

- Temos que nos mover devagar Nagato – sugeriu Konan – cada passo que você der será seguido de perto pelos kages, eles não acreditam de forma alguma que você está do lado deles.

- Eu sei bem disso, farei bem devagar e com cuidado – respondeu ele – mas o ultimo passo com certeza vai provocar a ira de pelo menos um deles, porém eu terei que levar isso até o fim!

Eles prosseguiram por quase um dia inteiro sem parar até deixarem o país da chuva, já na fronteira tiveram a infelicidade de topar com uma patrulha de 2 times da rocha e tiveram uma difícil luta, ao final tiveram que continuar sem fazer a pausa que desejavam, duas horas depois tiveram que parar de qualquer jeito.

- Apenas me dê 15 minutos – pediu Konan encostada a uma arvore – assim que eu recuperar o fôlego podemos prosseguir.

- Diferente de mim que morri e renasci você continuou dando duro nesse mundo – observou ele – não exija demais de si Konan.

- Ora, eu só tenho 50 anos! Ainda tenho muito pela frente – disse ela sorrindo – se aquela velhota da Tsunade consegue se manter na ativa eu também posso!

- Não estava me referindo a sua idade que por sinal o tempo foi bem generoso com você, já que não parece ter mais que 40 – disse ele meio sem graça – estava me referindo a tudo o que você já viveu nessa vida, não posso culpá-la por querer um descanso.

- Só vou descansar quando aquele mundo pelo qual eu, você e o Yahiko sonhávamos finalmente surgir diante de nós – disse ela se levantando – nem que no mesmo dia eu morra!

Ela tentou andar mas seu peito doeu e ela se ajoelhou no chão, imediatamente Nagato correu até ela e tocando seu peito com o chakra esverdeado ele percebeu o que havia de errado com sua amiga.

- Seu coração está falhando! – disse ele sério – sempre que você usava sua técnica do anjo de papel existia esse risco, você era quase invulnerável mas pagava caro por isso!

- O Itachi lutou muito mais e num estado muito pior – disse ela já se recuperando.

- Mas diferente dele eu não pretendo te sacrificar pelo meu sonho, o nosso sonho! Eu ganhei a chance de revê-la e não vou perdê-la agora!

Sem se segurar ele a beijou como sempre desejara fazer desde sua outra vida, Konan no inicio estava abismada com o gesto do seu amigo mas acabou correspondendo o beijo que só durou alguns segundos.

- Desculpe – pediu ele – não sei o que deu em mim.

- Nós ficamos doidos? Uma velha de 50 anos seduzindo um garoto de 14 – disse ela sorrindo – sabe o quanto eu vou arder no inferno por causa disso? O Yahiko nunca iria nos perdoar!

- Eu sei que você gostava dele e nem quero substituí-lo.

- Não estava falando disso, me referi ao fato de que não posso e nem quero ter uma relação com uma criança! – disse ela nervosa.

- Posso dar um jeito nisso depois que voltarmos pra casa.

- O que você está pensando? Não me venha com nenhum dos seus jutsus malucos nunca testados! E também não sei se estou preparada pra...

Para fazê-la parar de falar Nagato a beijou mais uma vez, só o suficiente para que ela se se conformar e se se acalmar, sem trocar mais nenhuma palavra por todo o caminho eles prosseguiram para o seu esconderijo mais próximo, antes de pensarem em uma vida feliz um ao lado do outro eles ainda tinham muito trabalho pela frente.

Continua.


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Notas finais do capítulo

espero não ser preso por pedofilia ou qualquer outra coisa!!!
mas na pratica nagato nem é mais criança!
deixa pra lá, logo estarei postando novamente, aguardo comentarios e reviews!!
feliz ano novo!