Um pequeno raio de sol passava por uma fresta da janela incidindo diretamente sobre seus olhos fechados, estavam na primeira semana da primavera e o dia já começava agradável, Hinata abriu os olhos bem devagar ainda se acostumando a claridade, olhou ao seu lado na cama e viu seu marido Naruto dormindo como uma pedra já que seu trabalho como Hokage lhe cansava muito, sorriu e vestiu um roupão para descer até a sala e depois para a cozinha onde provavelmente Doji já estava preparando o café da manhã para a família.

 

- Bom dia Doji-san – cumprimentou Hinata a atarefada empregada.

- Bom dia Hinata-sama – retribuiu ela – está uma linda manhã não é?

- De fato está – respondeu ela sentando-se – e hoje é o primeiro dia da Yukie como gennin!

 

Doji enxugou as mãos e sentou-se na cadeira ao lado de Hinata, a líder do clã sabia que ela queria conversar sobre algo sério.

 

- Hinata-sama, eu posso ver claramente que você não está tão tranqüila sobre isso quanto quer que pareça – disse ela de forma direta – o Mizura-kun também me contou que esse sensei não parece ser alguém confiável, então realmente é certo deixa-la seguir em frente?

 

Hinata parou para pensar sobre isso por alguns segundos, seu intimo também se fazia essa pergunta constantemente e diferente de Naruto que confiava plenamente no sensei escolhido e na capacidade da filha ela ainda tinha duvidas sobre isso.

 

- Eu diria que estou com o coração na mão sobre esse assunto – começou ela – mas Naruto sempre diz que um dia de qualquer forma ela terá que crescer e se ela quiser realmente ser uma grande ninja deverá se acostumar com dificuldades e falhas o mais cedo possível.

- Mas não acha que está cedo demais para deixar Yukie sair por ai cumprindo missões, correndo riscos e lutando?

- Yukie tem um ímpeto dentro dela que se desenvolveu cedo demais, ainda me lembro de quando ela era uma menininha tímida – Hinata fez uma expressão saudosa – mas a medida que foi crescendo ela foi se tornando exatamente como o pai, e se ela realmente se tornar uma ninja como o pai eu terei muito orgulho disso.

- Eu compreendo Hinata-sama, acho que estou me metendo demais nesse assunto.

- Não se preocupe com isso Doji-san, aqui você não é só uma empregada, é parte da família, e por falar nisso o Mizura já acordou?

- O meu filho acordou a quase meia hora, ele deve estar sentado no jardim como faz as vezes.

 

Hinata agradeceu pela xícara de café e subiu novamente para os quartos, foi até o quarto de sua filha que agora divida o quarto com Hajime, agora que ele não acordava mais a noite e dormia tranquilamente era bom deixar Yukie cuidando dele a noite, ela gostava disso por que podia cantar musicas de ninar pra ele.

Ao abrir a porta lá estava Yukie dormindo profundamente em sua cama toda esparramada como se tivesse um sono agitado, Hajime ainda dormia em seu berço, Hinata foi até ele e depois de acariciar sua cabeçinha ela foi acordar Yukie.

 

- Acorde meu anjo, já está na hora – pediu ela gentilmente – você não vai querer se atrasar pro primeiro dia não é?

- Eu vou quebrar a sua cara Kouta... – resmungou ela dormindo.

 

Hinata conteve o riso, Yukie estava pegando todas as manias do pai, inclusive de se mexer durante a noite ou falar dormindo.

 

- Se você continuar dormindo o Kouta vai se tornar chuunin e você vai ser gennin o resto da vida – disse Hinata nos ouvidos da menina.

 

Ao ouvir essas palavras a menina praticamente vôo da cama pousando no meio do quarto, só quando seu cérebro ligou completamente que ela ficou atordoada.

 

- Que horas são mamãe? – perguntou ela assustada.

- O suficiente pra tomar um banho, se trocar e comer algo rápido – respondeu Hinata observando a filha pálida.

 

Dois segundos depois Yukie já não estava no quarto, tinha desaparecido e um barulho de trombada se ouviu no corredor e dois corpos caindo no chão, quando Hinata foi olhar o que tinha acontecido viu Yukie e Naruto caídos no chão um sobre o outro como se tivesse acontecido um atropelamento humano.

 

- O que vocês dois estão fazendo? – perguntou ela.

- Eu vim acordar essa danadinha! – respondeu Naruto coçando a cabeça em resposta a dor.

- Papai baka! – gritou Yukie – sai de cima de mim!!!

 

A menina praticamente chutou o pai que caiu de bunda no chão atordoado e em seguida ela desceu correndo as escadas direto pro banheiro pra tomar banho, Naruto ainda atordoado olhou pra Hinata sem entender nada e depois os dois começaram a rir.

 

- Ela puxou o seu lado da família! – disse Naruto rindo muito.

- Você tem certeza? Eu me lembro que você foi igualzinho no seu primeiro dia de academia! – rebateu ela – você entrou pela porta tropeçando e caiu bem em cima do Hiruka-sensei!

- Agora que você mencionou eu to me lembrando – disse Naruto depois que Hinata o ajudou a levantar – e no intervalo eu me lembro de ter esbarrado numa certa menina de olhos perolados que gaguejou muito quando disse “sinto muito”

- Você lembra disso mas não lembra da matéria ensinada não é? – disse ela abraçando-o – mesmo assim eu não quero que mude em nada!

 

Eles se beijaram apaixonadamente e depois de um tempo Naruto lembrou que ainda havia muito o que se fazer naquela dia.

 

- Podemos terminar isso depois amor, por enquanto eu quero muito comer ovos com bacon!

- Já é um progresso! – brincou Hinata – antes o seu primeiro pensamento era um prato de lamen!

 

Não demorou muito para que eles também se juntassem a mesa para tomar o café da manhã, Yukie contava empolgada tudo o que tinha feito no dia anterior e os seus planos para esse dia, a família ouvia tudo atentamente e davam conselhos para encaminhá-la, Yukie ouvia tudo enquanto comia apressadamente, mas por algum motivo Mizura não se juntou a eles pra comer, permaneceu no jardim o tempo todo sozinho, mas quando Yukie passou por ele finalmente o rapaz se alertou.

 

- Já está indo irmãzinha? – perguntou ele.

- Já to atrasada! Tenho que chegar logo ou o sensei vai brigar comigo!

- Eu te acompanho, assim pegamos um atalho – disse ele se levantando.

Yukie vibrou de alegria e adorou a idéia do seu irmão acompanha-la até onde seu sensei a esperaria com o resto do time, da janela do quarto Hinata observava os dois se afastarem.

- O que deu nele? – perguntou ela preocupada.

- Ele está preocupado com Yukie – respondeu Naruto – ele tem medo que ela deixe de ser como é hoje.

 

 

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Os dois primeiros a chegarem foram Mikoto e Kouta junto com Koudaku, os dois estavam sentados em frente ao templo que servia de moradia pra Benkei, o horário de começarem os treinos estava chegando e nem sinal de Yukie.

 

- Onde será que ela está? – reclamou Kouta – já deveria ter chegado!

- Acalme-se, ela ainda não se atrasou – disse Mikoto indiferente – e o sensei nem ta aqui.

 

Um minuto depois a menina chegou pulando entre as arvores, ela aterrissou ao lado dos companheiros ofegante se apoiando nos joelhos.

 

- Parece que você chegou a tempo – comentou Mikoto.

- Eu não diria isso – a voz de Benkei estava bem atrás deles.

 

Os dois gennins que estavam sentados sobre uma pedra se viraram e tomaram um susto enorme em ver seu sensei a um metro de distancia atrás deles, Yukie que não o tinha visto ali antes ficou espantada com a forma como ele surgiu.

 

- Você está atrasada menina – disse Benkei de braços cruzados – e como castigo vai trabalhar no telhado do templo sozinha.

- Mas ela só se atrasou dois minutos! – justificou Mikoto – e o senhor nem estava aqui!

- Eu estava, eu estava sentado no centro do templo esse tempo todo, vocês nem se deram ao trabalho de olhar lá dentro.

 

Kouta ficou assustado com isso, ele sabia que seu olfato ainda não estava perfeito mas ele deveria ser capaz de sentir o cheiro do sensei e também tinha Mikoto que era boa em sentir chakra.

 

- Você quer que eu conserte esse telhado todo sozinha? – perguntou Yukie surpresa com a ordem.

- Exatamente, quem sabe isso coloque um pouco de músculos nesses braçinhos finos – ele deu uma gargalhada e entregou um martelo pra menina – tem pregos e telhas novas ao lado da escada, pode começar.

 

Yukie ficou encarando Benkei por um tempo, seu olhar parecia uma mistura de raiva com indignação, logo em seguida ela saiu pisando fundo e foi ao telhado começar os reparos, seus dois amigos a olhavam como se estivessem sentindo muita pena dela.

 

- É melhor que não tenham esquecido que vocês também vão trabalhar – disse Benkei cortando a tristeza deles – peguem as tabuas restantes e concertem o piso, vocês têm até a tarde pra isso!

- Você só pode ta brincando! Que tipo de treinamento é esse? Só estamos concertando sua casa!

- Exatamente, pensem nisso como a única missão rank D que vocês farão, deveriam estar me agradecendo!

 

Sem outra alternativa Mikoto e Kouta foram cumprir a ordem dada por Benkei, enquanto Kouta arrancava as tabuas velhas Mikoto ia pregando as novas no lugar e o cãozinho trazia novas tabuas com dificuldade, mas quem mais sofria era Yukie que sozinha tinha que fazer o que os outros três faziam.

Benkei depois de observá-los por um tempo simplesmente deixou-os trabalhando, ele foi até o meio do mato que cercava o templo e andou por entre as arvores.

 

- Você é bom em ocultar sua presença mas é péssimo pra esconder essa intenção assassina que você dirige a mim – disse Benkei.

 

De trás de uma arvore Mizura apareceu, ele parecia bem furioso e encarava Benkei com ódio.

 

- O que pensa que está fazendo com essas crianças? – perguntou ele.

- Qual dos dois o mandou? A mãe paranóica ou o Hokage lesado?

- Nenhum dos dois! Eu vim por conta própria porque eu não confio em você!

- Tanto faz, não se meta nos meus assuntos – disse Benkei dando as costas pra ele.

 

Mizura não suportou esse tipo de comportamento e jogou uma kunai na direção da nuca dele, a kunai acertou em cheio e se cravou fundo no osso e um pouco de sangue saiu pelo ferimento, mas Benkei parecia nem ter sentido o ferimento, Mizura encarou aquela cena bizarra muito assustado e sem entender, Benkei tirou a kunai da nuca sozinho e segurou a arma coberta de sangue.

 

- Você tem sorte que não morro com qualquer besteira – disse ele – ou do contrario você agora estaria bem encrencado.

- Eu joguei de uma forma que até um gennin poderia esquivar – disse o outro – mas você a recebeu de propósito, que truque é esse?

- Eu sou uma relíquia do passado do qual as pessoas temem só de ouvir falar – respondeu ele – e se continuar se metendo comigo eu enfiarei essa kunai no seu pescoço sem remorsos.

- Você por acaso é humano? – perguntou Mizura – porque o que você está fazendo com aquelas crianças não parece coisa de um ser humano.

- Não me insulte tanto assim seu vermezinho!

 

Benkei desapareceu em chamas verdes que pareciam as chamas fantasmagóricas do inferno, Mizura achou esse cara bizarro demais e decidiu voltar pra casa, mesmo que tivesse que deixar Naruto contrariado ele descobriria quem era esse cara.

 

 

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- Então o que é tão importante moça? – perguntou Shikamaru olhando os vários tubos de ensaio sobre a mesa do laboratório.

- Eu gostaria de esperar a Sakura-san pra te explicar – disse Shida enquanto organizava alguns papeis.

 

O rapaz suspirou com seu jeito entediado, mas ao mesmo tempo ele olhava tudo atentamente como se já procurasse qualquer pista do que poderia ser o assunto que Shida pudesse ter com ele e Sakura, depois de um tempo ele quebrou o silencio.

 

- Então você já se adaptou a Konoha? Afinal já faz alguns meses que você está aqui não é?

- A parte mais difícil é andar por ai e perceber que as pessoas lhe olham torto e que esperam que cometa um deslize pra ser botada pra fora – respondeu ela – por isso prefiro passar o dia todo aqui e só voltar pro meu apartamento a noite.

- Não está pensando em desistir não é? Você tem feito um excelente trabalho aqui.

- Talvez seja essa a razão de tudo – comentou ela pesarosa.

 

Shikamaru tentou entender as palavras dela, era fácil entender planos complicados de vilões insanos mas era extremamente difícil compreender uma mulher, quando ele já estava desistindo Sakura chegou.

 

- Desculpe a demora, tive que deixar meus filhos na academia hoje – disse ela tentando justificar-se – você disse que tinha um assunto importante não é?

 

Só agora Sakura reparou que Shikamaru também estava presente, Shida explicou que também pediu a presença dele e Sakura logo deduziu que algo sério tinha acontecido.

 

- Ontem pela tarde eu estava revisando os exames do estado de saúde dos sobreviventes daquele caso – começou ela – comigo estavam mais três médicos e um chuunin que estava encarregado de trazer o material de testes.

- Mas ainda não disse o que era tão importante pra nos fazer vir aqui a essa hora – questionou Sakura – algo de errado com os exames?

- Enquanto eu checava os exames o chuunin começou a puxar conversa sobre meu trabalho, ele perguntou se era possível que os sobreviventes manifestassem algum poder especial depois que o selo se estabilizasse, eu respondi que não porque o nosso objetivo era neutralizá-lo.

- E o que veio depois disso? – perguntou Shikamaru.

- Ele perguntou se eu sabia como criar o selo, veio com varias indiretas e coisas sobre como seria bom usa-lo pra algo produtivo – explicou ela – eu tentei desconversar mas um dos médicos comentou que eu tinha a receita do selo amaldiçoado básico já que eu trabalhava pra Hyroi.

 

Sakura e Shikamaru se entreolharam, a medida que Shida ia explicando o que ocorreu naquela tarde eles iam entendendo onde ela queria chegar.

 

- Eu fiquei preocupada com isso e pensei em levar meu material de pesquisa pra outro lugar – continuou ela – mas eu achei que isso poderia ser perigoso e mantive tudo dentro do cofre no laboratório.

- E por acaso alguém mexeu no seu material? – Sakura estava temerosa sobre isso.

- Quando eu cheguei hoje bem cedo tudo estava exatamente como eu deixei, mas tenho certeza que alguém mexeu nas minhas pastas.

- Mas se tudo estava como você deixou como pode ter certeza? – perguntou Shikamaru.

Shida foi até o cofre do laboratório e desfez o selo que protegia a tranca e depois digitou a combinação abrindo o cofre, de dentro retirou uma volumosa pasta contendo todo o material escrito da pesquisa dela e os exames dos sobreviventes, colocou tudo sobre a mesa e mostrou a eles.

- Eu fiquei com medo que alguém pegasse o material e tirasse do cofre, por isso pus uma substancia na borda de cada pagina – explicou ela – essa substancia é inodora e incolor mas fica vermelha quando exposta a qualquer luz que não seja a luz solar.

 

Sakura começou a folhear o material e viu que todas as paginas tinha uma listra vermelha na borda, o que indicava que alguém tinha mexido nelas, logo Shikamaru fez uma expressão de preocupação prevendo a futura dor de cabeça.

 

- Alguém esteve aqui durante a noite, abriu o cofre e retirou minha pasta de dentro, como a única luz disponível era a luz das lâmpadas isso ativou a reação, alguém com certeza leu esse material e possivelmente fez copias.

- Temos que avisar ao Naruto imediatamente – disse Sakura apressadamente – o que tem aqui não da pra produzir o selo amaldiçoado mas qualquer cientista capacitado poderia criar inúmeras variações do original a partir disso!

- Antes de causar um alvoroço deixe isso com minha equipe de investigação – pediu Shikamaru – será mais fácil descobrir quem fez isso se uma investigação cuidadosa e sigilosa for iniciada.

- Mas e se a formula sair de Konoha enquanto isso? – perguntou Shida preocupada.

- Quanto mais movimentos o culpado fizer mais fácil será de encontrar alguma pista, mas temos que ter cuidado pra não trocar os pés pelas mãos e agir sem pensar.

- Eu vou lhe dar os nomes de todos os que estavam aqui naquela tarde – disse Shida anotando num papel.

- Só isso não será o bastante, preciso dos nomes de todos que sabem como abrir aquele cofre e de qualquer um que poderia entrar livremente no hospital de madrugada.

 

Sakura e Shida providenciaram o que Shikamaru pediu, não era a toa que ele era o líder do centro de investigação de Konoha, antes dele sair se voltou para ela.

 

- Por favor ajam como se nada tivesse acontecido, se o espião pensar que não descobrimos o que ocorreu ele pode relaxar e escorregar, e não contem a mais ninguém sobre isso.

 

 

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- Hei garota, quando quiser desistir basta falar – avisou Benkei encostado a uma arvore.

 

Ele olhava as crianças trabalharem duro já a 4 horas, todas exaustas e famintas e mesmo assim não paravam de trabalhar trocando todo o piso do velho templo, Yukie era a que mais sofria trocando as tabuas do telhado sozinha, suas pequenas mãos estavam machucadas e seus joelhos doíam muito, mesmo que em seu interior ela estivesse no limite ela simplesmente não desistia ou reclamava.

Benkei em seu recanto de descanso apenas observava, ele estava até impressionado com a firmeza daquelas crianças, outros gennins recém formados já estariam reclamando a horas da fome, do calor e do cansaço, mas eles continuavam trabalhando parando apenas pra recuperar o fôlego.

 

- Por que o sensei está nos fazendo trabalhar pra ele? – reclamava Kouta – não deveria estar nos ensinando ninjutsu?

- Meus pais dizem que existe um significado por trás de tudo – comentou Mikoto enquanto pregava mais uma tabua.

- Olha só o koudaku! Ele já ta com a gengiva ferida de tanto arrastar tabuas com os dentes!

 

Felizmente para eles eram as ultimas tabuas, 5 minutos depois eles finalmente terminaram o trabalho e Benkei apareceu no mesmo instante para inspecionar o resultado.

 

- Estão meio tortas e algumas estão rangendo – disse ele enquanto andava por toda a superfície.

- Da um tempo, não somos carpinteiros – disse Mikoto visivelmente exausta..

- Quando eu terminar com vocês desejarão ter sido – brincou ele – e você ai em cima só vai parar quando terminar entendido?

 

Yukie apenas colocou a cabeça através de uma brecha e encarou o sensei bem irritada.

 

- Nós vamos ajudar a Yukie-chan, ela já fez mais da metade! – disse Kouta.

- Não se atrevam ou vão levar uma surra – avisou Benkei.

- Mas sensei, isso é muito pesado pra ela! – protestou Mikoto.

- Se ela não agüentar uma reforma não vai agüentar uma luta – disse ele – quero que ela veja o quanto é fraca.

 

E assim ele sumiu novamente, Yukie que ouvia tudo estava realmente zangada, Mikoto e Kouta subiram no telhado ao lado dela.

 

- Eu sou fraca né? Vou mostrar pra ele! – disse ela pegando o martelo e pregando uma nova tabua.

- Mas Yukie-chan, você já ta com a mão toda vermelha, isso que ele ta fazendo é muito cruel – disse Kouta inconformado – fale com seu pai e diga a ele o que o sensei está fazendo, tenho certeza que ela vai dar um jeito nisso.

- Eu não vou falar nada pro papai! Eu vou mostrar que nenhum Uzumaki é fraco e vou terminar isso nem que leve o dia todo, eu vou ser forte de qualquer jeito!

- Belas palavras pirralha, será que tem fibra pra mantê-las? – questionou Benkei aparecendo de surpresa mais uma vez.

 

Como se fosse um ato involuntário Yukie arremessou o martelo em seu sensei e acabou atingindo uma certa área inapropriada, o homem mascarado gemeu e saiu bolando pelo telhado caindo direto no chão, apenas um som abafado foi ouvido.

 

- É agora que ele te mata – disse Mikoto pálida.

 

 

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- Então você não vai me dizer como conseguiu deixar suas mãos assim? – perguntou Hinata enquanto passava a pomada curativa do clã Hyuuga.

- Eu exagerei no treino – respondeu Yukie tentando disfarçar.

- E esse olho roxo também foi no treino?

- Isso foi o sensei que ficou uma fera comigo! – respondeu ela rindo como se tivesse sido algo engraçado.

 

Ela estava rindo exatamente como Naruto ria quando aprontava alguma em sua infância, Hinata apenas suspirou se conformando que sua menininha inocente agora já era uma molequinha ninja que lhe daria muito trabalho e alegria.

 

- Escute minha filha, você está feliz mesmo? Você não precisa passar por tudo isso se não quiser sabia?

 

A menina apenas parou pra pensar sobre isso, enquanto sua mãe lhe fazia curativos nas mãos ela pensava sobre essa pergunta.

 

- O oni-chan também me perguntou isso quando ele me levou até o treino – disse ela – perguntou se eu estava feliz e se era isso mesmo que eu queria.

- E o que você respondeu pra ele?

- Eu respondi que era exatamente isso que eu queria, eu quero ser como você mamãe, e como o papai também!

 

Hinata sorriu e abraçou a filha que devolveu o abraço, em seguida uma pequena luz verde se formou sobre o dedo de Hinata e tocando o olho esquerdo da filha que estava roxo ela conseguiu faze-lo voltar ao normal.

 

- Até agora eu só aprendi a desinflamar machucados – disse Hinata – pedirei a Sakura-san pra me ensinar mais!

- Obrigado mamãe, prometo me esforçar pra ser uma grande ninja!

- Apenas não faça nada impossível – pediu Hinata abraçada a filha.

 

Enquanto as duas estavam na sala Naruto recebia Benkei no seu escritório na casa, o ninja mascarado como sempre parecia mal humorado com tudo aquilo, já Naruto parecia estar se divertindo com o resultado.

 

- Porque deu um soco no olho da minha filha?

- Porque ela não é um homem pra eu acerta-la no mesmo lugar que me acertou – respondeu Benkei com a voz arrastada.

- Deve ter doido pacas não é? – Naruto riu e depois voltou ao assunto principal – o que achou deles?

- Infelizmente são moleques que não desistem, considerando que são 2 anos mais novos que a media eles são esforçados e competentes – respondeu ele – obriguei a fazerem um trabalho forçado e apesar de algumas reclamações eles cumpriram bem o trabalho e se esforçaram pra termina-lo.

 

Naruto aparentou estar bem satisfeito com isso, ele não tinha nenhuma duvida de que eles conseguiriam “sobreviver” ao Benkei e conquistar o direito de formarem uma equipe, seu maior orgulho era saber que Yukie mostrou ter muita força de vontade.

 

- Como Hokage eu quero lhe dizer que espero um bom trabalho e que vocês completem todas as missões daqui pra frente – disse Naruto – mas como pai eu quero lhe pedir que cuide bem da minha filha, ela é meu tesouro mais inestimável.

- Se você gosta tanto assim dela porque deixa-la em minhas mãos?

- Acho que você precisa aprender algumas coisas com eles – respondeu Naruto rindo.

 

Benkei fez um chiado com a boca e sumiu em sua chama verde, logo depois que ele se foi Mizura apareceu pela janela.

 

- Com tantos jounins excelentes porque logo esse cara pai? – perguntou o rapaz.

- Quando eu me tornei jounin eu conheci o Benkei durante uma reunião dos jounins no prédio Hokage, ele ficava num canto isolado de todo mundo, depois que me tornei Hokage a vovó Tsunade me contou quem ele realmente era e fiquei bem surpreso.

- Eu ainda não sei nada sobre ele – disse Mizura.

- Eu ainda não posso te dizer quem ele é, mas ele é bem antigo, ta por ai desde a época do nidaime!

- Ele é tão velho assim?? – perguntou Mizura assustado – deve ser mais velho que a vovó Tsunade!!

- Quando a ANBU se desfez ele foi o único que sobrou pra realizar aquelas missões sujas das quais ninguém se orgulha, então eu pensei em tira-lo dessa vida lhe dando um time pra cuidar e ensinar.

- Ele não parece nem um pouco entusiasmado com essa idéia – comentou Mizura – e ele não parece ter nenhum dos princípios dos ninjas de Konoha, me preocupo com o que ele vai ensinar a Yukie.

- Eu estou mais interessado com o que ela pode ensinar a ele – respondeu Naruto sorrindo – agora chega de papo que o trabalho não pode parar!

 

 

Continua.