Lágrimas Peroladas escrita por SBFernanda


Capítulo 5
Capítulo Quatro: A lenda Naruto




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Capítulo Quatro: A lenda Naruto

 

Sakura e Sasuke observavam o loiro ao longe, percebiam que ele estava meditando, apesar de não estar na forma de Kitsune. Eles estranharam aquilo, nunca o viam fazer isso no meio das pessoas, mas claramente era o que fazia naquele dia. Nem mesmo os repentinos sinos que soavam fortes conforme as horas passavam tinham-no feito estremecer. Era surpreendente o tempo que Naruto conseguia ficar em seu transe.

Já era quase manhã e ele ainda estava daquele jeito. Os amigos tinham ido junto com as outras pessoas para o ponto mais alto da cidade, para verem o primeiro nascer do sol do ano que começava. Não sabiam por que o loiro preferia ficar ali, era sempre ali, mesmo que não desse para ver como do ponto “oficial” da cidade. Nunca perguntaram, afinal, pelo que conheciam dele, nunca seria respondido também, ou já teria sido contado antes.

Vários minutos se passaram, Naruto permaneceu sentado ali sozinho. Seu meditar já havia acabado havia tempo, porém ele nem mesmo se mexera. Não tinha encontrado uma resposta às suas dúvidas e não era a primeira vez, isso era comum quando o assunto era Hinata. Ele passou as mãos pelos cabelos, frustrado. Cada uma das Kitsunes que havia encontrado lhe dissera a mesma coisa, ela não se lembraria de nada. Além do mais, Naruto nem era a forma como ela o conhecia. Nada fazia sentindo em sua mente.

Sentiu então alguém atrás de si. Não precisava se virar para saber quem era, conhecia aquela presença melhor do que a sua própria, mas precisava conferir… e a olhar. Hinata estava com um vestido branco e de mangas compridas que ia até os joelhos. Linda, sempre linda com aqueles cabelos longos e soltos. Estava visivelmente corada por estar ali e quando seus olhos encontraram os dele, ela desviou para o chão, ainda mais sem graça.

— Hinata? — ele chamou, mesmo tendo certeza que era ela. A jovem se aproximou, encostando-se a uma árvore, próxima a pedra onde Naruto se sentava.

— Uma visão muito bonita — ela comentou em um tom muito mais baixo que o usual. De fato era. Era um precipício, porém, se olhasse para cima, veria o céu com clareza e o sol surgindo por trás de uma montanha, mais distante do ponto onde todos estavam. — Sakura me disse que estava aqui — ela tentou explicar. Os olhos azuis estavam fixos nela. Queria saber mais o motivo de ela estar ali. — Fui muito rude mais cedo, queria pedir desculpas.

— Não precisa… — ele disse automaticamente. Ambos ficaram em silêncio por alguns segundos até que o loiro a olhou novamente, com certa intensidade. — Por quê? Digo, meu nome parece tê-la assustado, eu me pergunto o motivo.

— Ah, é apenas uma bobagem, mas acabei me deixando levar por ela — Aquilo a deixou sem graça novamente. E mais uma vez Naruto queria muito saber o motivo. Se levantou e ficou de frente para a Hyuuga.

— Me diga, eu prometo que não me chatearei — ele disse, meio que a obrigando a olhar para si, já que não havia muito para onde ela desviar o olhar. — Por favor. Você veio até aqui apenas pra me deixar mais curioso? — A viu sorrir. Quase suspirou de alívio.

— Sabe, N-Naruto… — Seu nome parecera sair com certo sacrifício. — Eu gosto de ler, não é atoa que trabalho na biblioteca, meu tio diz que eu praticamente moro lá. E li uma história muito interessante com o seu nome. — O loiro quase sorriu. Ela lera a história que eles tinham lido há tantos anos atrás, tinha quase certeza.

— Conte-me sobre ela — pediu, sentando-se novamente e dando espaço para que a jovem também o fizesse. Faltavam poucos instantes para o nascer do sol, mas era uma noite clara de lua cheia, não havia qualquer dificuldade para eles se verem ali.

— Bem… — Hinata pegou uma mecha de seu cabelo e começou a torcer ali enquanto narrava. — Era de um jovem filho de um senhor feudal, ele se chamava Naruto, tinha tudo o que queria com o pai, porém um de seus parentes mais próximos, que não é bem identificado na história, é um senhor muito inteligente e… bem, mau. Esse senhor não possui nome, é apenas chamado de mestre por Naruto toda a história. Isso porque é ele quem ensina artes mágicas para Naruto. No início Naruto, não sabia o motivo daquilo, pensava que era apenas para se tornar forte, mas depois a mancha negra começou a se apoderar de seu coração.

— Isso é bem… intenso não é? — o loiro comentou a olhando. Hinata estava sem graça, mas ele não estava rindo dela ou da história. Era exatamente a história que eles tinham visto muitos anos atrás e ela dissera que ele era Naruto. Porém, a diferença é que ele sabia que mexeria com algo maligno quando encontrara Tenko. — E você se assustou com medo de que eu fosse esse Naruto?

— Ah não. No final da história Naruto encontra uma jovem, aparentemente simples, mas que na verdade é uma herdeira das terras feudais vizinha e que vaga perdida já que sua magia, branca, não é bem aceita no meio de todos.

— Como assim? — ele se assustou. Não lembrava daquilo na história. Sim, é verdade que não tinha um fim, mas…

— São duas partes. É algo bem antigo. A segunda parte conta de uma jovem que nasceu com uma magia, porém não a usou para o mal, como o mestre. Ela cura Naruto.

— Então é um romance? — ele não podia deixar de perguntar. Havia coincidência demais em uma história só.

— Oh não. — Ela riu a ideia. — É apenas uma lenda. — Ele ficou sem entender, mas ela não continuou, em vez disso desviou o olhar para a floresta que ele, Sasuke e Sakura costumavam ficar. — Já ouviu falar dos espíritos das raposas que vivem ali? — ela perguntou baixo, as bochechas corando. A cada instante ela conseguia instigar mais a curiosidade do loiro, que afirmou em resposta. — Dizem que elas são protetoras dessas terras. Segundo o livro, foi isso o que a jovem fez. Ela curou Naruto transformando-o em uma Kitsune e, assim, ele poderia usar seu novo coração, sem manchas, para proteger as terras que ele tanto amava. Porém, ele não poderia ficar com a jovem, pois não era de sua espécie mais. Jurou que um dia descobriria um modo, mas nunca mais se ouvira falar sobre isso. Dizem que as raposas podem escolher serem boas ou más, mas todas, no início, carregam consigo a promessa de Naruto.

— Por isso quando uma Kitsune se apaixona é apenas uma vez e para sempre — ele murmurou, agora entendendo. Não era apenas uma lenda aquilo que Hinata descobrira, era toda a história da origem das Kitsunes. Ela o olhou, primeiro, surpresa, depois sorrindo. — Como sabe tanto, Hinata?

— Faço um curso sobre as lendas e mitos locais. E vai ficar surpreso em saber que não somos só nós que temos as Kitsunes como guardiãs… — Ela suspirou e olhou para o céu. Naruto sabia que o sol estava nascendo, já era hora e o tom avermelhado do nascer do sol estava refletindo na pele de Hinata, exatamente como naquela noite...

— Kyuubi, eu não posso! Tenho que encontrar meus pais lá em cima. — Ela ria enquanto o seguia até o precipício. O céu estava vermelho alaranjado, faltavam segundo apenas. A visão tirou o fôlego de Hinata, que parou no mesmo instante.

— Você vai. Mas quero assistir todos os nasceres e pores do sol com você, pra sempre — ele disse, a abraçando por trás e apoiando o queixo no ombro dela, que sorriu e não discutiu mais. — Eu te amo, Hinata. Farei o que for preciso para estar com você sempre.

A surpresa de ouvir aquelas palavras fez a jovem se virar, o rosto corado e um grande sorriso no rosto. Ele não deixou ela dizer nada, ao ver os raios do sol no rosto dela, a puxou, beijando-a de uma forma calma e acolhedora, que poderia expressar todo aquele sentimento. Algo que ele queria fazer cada dia.

— Nunca me cansarei de ver isso — ela comentou e Naruto acordou de seu devaneio. Apesar de ela estar falando do sol, ele falava dela quando acrescentou:

— É, nem eu. — Suspirou e sorriu, desviando o olhar apenas quando ela o olhou. — Então, você aceitaria me contar mais sobre essas lendas? Sou um curioso nato quanto a isso e você parece ser bem inteligente.

— Apenas com uma condição… — Ela esperou e ele afirmou. — Você me ajudará a descobrir o que são verdades para montar o meu projeto. Quem sabe, com sorte, não vemos uma das Kitsunes?

— Com sorte veremos… — ele sussurrou. Queria contar tudo pra ela, mas queria mantê-la protegida. Um dia teria de contar, mas quando?

Olhando para Hinata, ele soube que isso só aconteceria se ela voltasse a amá-lo como há tantos anos atrás. E era algo que ele estava disposto a fazer.


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