Lágrimas Peroladas escrita por SBFernanda


Capítulo 3
Capítulo Dois: Hinata


Notas iniciais do capítulo

Agradeço os comentários. Vocês são mesmo uns amores!

Enjoy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/575604/chapter/3

Capítulo Dois: Hinata

 

Depois da notícia que Hinata estava de volta, todo o treinamento não importou mais e os amigos não se importaram com isso. Tinham passado tanto tempo à procura da jovem junto com Naruto, que aquele era motivo de todos comemorarem. Não era atoa que Sakura estava quase pulando de felicidade.

Eles foram de carro até à cidade. Sakura na frente, com Sasuke, e Naruto colado aos dois em seu próprio carro. Ainda havia muito movimento, era início da noite, por isso demoraram mais do que o normal para chegar até o destino. Naruto não se surpreendeu com o lugar em que Hinata estava. Abriu um grande sorriso ao ler “Biblioteca Pública”. Era mesmo a cara dela.

— Quer que nós… — Sasuke começou a falar, mas, antes que ele terminasse, o loiro negou. Queria a ver sozinho, já bastava ter sido Sakura quem a viu primeiro.

Enquanto o loiro caminhava lentamente para uma das grande janelas de vidro da biblioteca, seus amigos se encostavam no carro e o observaram. Eles o conheciam há muito tempo e realmente nunca o tinham visto daquela forma. Sua alegria era contagiante, assim como sua ansiedade.

Naruto apoiou as mãos na janela e esquadrinhou o local. Não havia sinal dela. Será que Sakura se enganara? Mas não, ele podia sentir. Seus olhos se prenderam em um vão entre as estantes e então, como que para se mostrar a ele, ela apareceu. Seus cabelos azulados meio jogados no rosto enquanto seu braços estavam cheios de livros. Um senhor, que deveria trabalhar ali, foi a seu socorro, pegando alguns. Ela sorriu para ele e Naruto prendeu a respiração.

Há tanto tempo que sonhava com aquele sorriso e agora estava ali, há poucos metros de distância. O rosto corado, apenas por conta do esforço que fizera segurando tantos livros. Havia vida novamente. Ela estava viva de novo e, por isso, Naruto estava vivo também.

— É mesmo você… — ele sussurrou, encostando a testa no vidro. — Minha Hinata.

— Sabe… você deveria entrar — Sakura disse, parada ao seu lado. Pela primeira vez ele não percebera a aproximação e tomou um susto. — Você não quer conhecê-la? Digo, de novo?

— Não acho que seja o momento, Sakura. — Ele se forçou a desgrudar o olhar da amada e colocou as mãos nos bolsos. — Não sei nada da vida dela agora. Por isso, preciso de você.

Os amigos se entreolharam. Por que ele não descobria perguntando? Então se lembraram que Naruto era assim. Ele não fazia nada sem pensar, não mais. E Hinata era sua prioridade no momento… Desde aquele dia.

— Fique aqui e aprendam — a rosada disse divertida e os deixou ali. Novamente ele fixou seu olhar na amada. Se pudesse ficaria ali, apenas a olhando o tempo inteiro, mas logo que Sakura se aproximou, ele se afastou.

— Ué? — Sasuke o seguiu sem entender. — Por que não está lá babando?

— Não posso correr o risco. Ela não lembra de mim e eu quero fazer certo, Sasuke. Não posso correr o risco de perdê-la de novo. — Ela não voltaria, ele pensou. O amigo nada disse e, por isso, ambos ficaram quietos ali durante vários minutos.

Enquanto o tempo passava, a biblioteca ia esvaziando, até que Sakura saiu junto de Hinata, que deu adeus ao senhor que estava fechando a porta. Naruto, por mais que tentasse, não conseguia desgrudar os olhos dela.

— Então até amanhã, Sakura-chan. Foi bom lhe conhecer. — Aquela voz! Naruto quase foi até ela e a abraçou quando a ouviu. Seu coração não conseguia acreditar, ao mesmo tempo que tudo em seu ser lhe confirmava aquilo que demorara anos pra acontecer.

— Igualmente, Hinata. — Sakura acenou, parando ao lado de Sasuke. Hinata sorriu, olhando primeiro o casal e em seguida seus olhos encontraram os de Naruto. No mesmo instante ela corou, abaixou a cabeça e se apressou em sair dali.

Ele riu ao ver a reação dela e os amigos o olharam sem entender. Percebia que eles não tinham entendido, mas a felicidade do loiro era tanta que não conseguiu parar de rir.

— Ela reagiu exatamente da mesma forma como da primeira vez que nos vimos — dizendo isso ele se jogou conta o carro, passando as mãos pelo rosto. — Ela não mudou nada. Por tudo que há no mundo… eu a amo! — E riu então de si mesmo por dizer aquilo aos dois.

Ele não vira, mas seus amigos sorriam quando o viam daquela forma. Era como se tudo enfim se encaixasse. Até mesmo o ar ficara mais leve com esse encontro.

— Conte-me desse primeiro encontro ou não lhe conto o que descobri — disse Sakura. Naruto a encarou sério, mas, em seguida, riu.

— Vamos, vamos para minha casa, lá contaremos tudo. — Não esperou uma confirmação, apenas entrou no carro e seguiu para casa, sabendo que os dois estariam lhe seguindo.

Apesar de Naruto morar meio afastado do centro da cidade, eles não demoraram pra chegar lá, muito menos para se acomodarem cada um em seu lugar preferido, ficando Naruto em uma poltrona grande e preta e os amigos em um sofá da mesma cor. Quando Sakura o apressou ele se acomodou onde estava e fechou os olhos, deixando que sua fala viesse de acordo com suas lembranças.

Tenko tinha mandando que possuísse um humano como parte do treinamento, mas ele não gostava muito daquela ideia. Tinha até tentado, mas a mente humana se defendia automaticamente e ele percebera que aquilo não apenas seria difícil, como também muito estranho.

Por isso, em vez de possuir um humano, ele assumira a forma física de um. Não tinha muitas ideias de como deveria ser. Mas escolhera uma boa idade. 22 anos, um jovem adulto. Tinha cabelos loiros e curtos, olhos azuis, porque gostava de azul. Seu corpo assumira uma forma própria a partir daí, sendo musculoso, mas não muito, como ele era em sua forma natural.

Roubara algumas roupas de uma loja. Ninguém notara aquilo, nem mesmo quando ele começou a andar com elas nas ruas. Parou na praça, onde se sentou e, por pura curiosidade, começou a observar os humanos. Eles eram diferentes do que tinha imaginado, muito mais interessantes.

Foi assim que ele a viu pela primeira vez. Não saberia dizer o que aconteceu para aquela simples humana te chamar a atenção daquela forma. Ela nem era tão linda assim, mas quando a viu, foi como se fosse. Ele levantou, andando até quase onde ela estava, mas parando a uma distância segura. Ela estava vendendo flores… Não, ela estava distribuindo flores. Não cobrava por elas, o que era estranho, sempre via humanos cobrando por tudo. Seu sorriso parecia atraí-lo ainda mais. O que era aquilo? Quem era ela? Ele estava começando a se assustar.

Foi quando pensou em fugir que ela o olhou. Seu rosto ficou vermelho e ela abaixou a cabeça, se afastando rapidamente. Era como se ela tivesse se assustado também. Ele queria pará-la, mas não sabia como. Quando percebera, ela já tinha fugido.

— Eu voltei ali todos os dias, até a encontrar novamente — comentou Naruto após narrar o acontecido. — Naquela época, eu achava que era a atração que Tenko tanto falava, mas depois compreendi melhor.

— E como vocês se falaram pela primeira vez? — Sakura era um pouco mais romântica do que Naruto imaginaria que ela fosse.

— Ah, ela me ofereceu uma rosa. Pediu desculpas por ter fugido, mas que nunca a tinham olhado daquela forma. — Ele ria com as lembranças. Ria apenas pelo fato de elas não doerem mais. — Mas chega de lembrar — disse sério e então Sakura sorriu. — Me conte tudo.

— Bem, eu me aproximei perguntando se ela sabia quem trabalhava ali para me ajudar. Ela trabalha ali. — riu ao ver a cara de surpresa de Naruto. — Ah, qual é. Será como se sempre estivesse ali, lembra? — ela citou o que algumas antigas raposas tinham dito a eles anos atrás. — E realmente é assim. Segundo ela, está terminando a faculdade de Biblioteconomia. Eu nem sabia que isso existia! Mas disse que está fazendo um curso também, que gosta ainda mais, mas não quis me contar do que é. — Naruto fez uma careta. Queria saber tudo, até o curso. — Ela mora a pouca distância dali, o que é bem interessante, porque segundo o que nos contou é exatamente onde ela morava antigamente. — Isso não o surpreendeu. Ela voltara para a mesma cidade, afinal. — Segundo ela, seu pai morreu quando ainda era jovem e nunca conheceu a mãe.

— Você descobriu isso tudo em uma primeira conversa? — Sasuke estranhou e Sakura sorriu.

— Esse é meu poder de Kitsune, amorzinho, se esqueceu? Eu consigo fazer qualquer um se abrir sem problemas. Não é atoa que nesse novo mundo estou como Psicóloga. É bem… apropriado.

Nenhum dos dois podia discordar daquilo. Cada Kitsune possuía um poder mais forte do que qualquer outro, um que era capaz de afetar até mesmo outras Kitsunes mais fortes e, principalmente, humanos. Esse era o de Sakura.

— Então é como se ela tivesse nascido e vivido a vida toda aqui — refletiu Naruto enquanto Sakura afirmava com cabeça. — E todos também sentem isso? — Novamente a rosada confirmou com um aceno. — O sacrifício foi mais forte e poderoso do que eu pensava. Só não nos afetou por sermos o que somos.

— Minha grande pergunta pra você é… — começou Sasuke, se inclinando e então sorriu para o amigo. — Como abordará a garota?

Isso era algo que ele não revelaria, nem mesmo a Sakura. Por isso, expulsou os dois antes que a rosada insistisse e ele acabasse com toda a surpresa. Porque com Hinata era assim, até mesmo pra ele era sempre surpresa.

Quando Naruto foi deitar, não havia nem mesmo o ar pesado dos pesadelos. Tudo o que aparecia em sua mente eram aqueles lindos olhos, cabelos, sorrisos e rosto rosado que agora veria todos os dias.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lágrimas Peroladas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.