Lágrimas Peroladas escrita por SBFernanda


Capítulo 20
Capítulo Dezenove: Antes da Tempestade


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Quero agradecer imensamente vocês pelos comentários, pela força e compreensão de cada um pela minha demora. Obrigada por serem tão bons, MFR, Luciana Neves, Fluffy Mary, Lamia, Kaila Dragneel e RececaHyuuga.

Sejam bem vindos os novos leitores, vocês me fazem muito feliz também, assim como cada um que favorita. Vocês me fazem querer escrever mais rápido do que a minha preguiça que sempre me toma. kk

Nos vemos nas notas finais, porque tenho muito o que dizer...
Enjoy!



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Capítulo Dezenove: Antes da tempestade

Hinata queria contar logo para Naruto o que seu primo tinha acabado de dizer, mas sabia que isso não era algo que deveria contar pelo telefone. Naruto provavelmente ficaria um pouco desesperado, talvez quisesse ir pra lá, ficar ao lado dela. Tinha visto o suficiente nesses últimos dias para saber como ele estava sendo. Não poderia julgá-lo. ela faria o mesmo ou seria pior ainda.

Por isso, quando Neji saiu de seu quarto, dizendo que estaria ali para protegê-la, ela foi para o banheiro. Não tinha entrado ali desde que se lembrara de quem era e quem fora. Agora, aquelas lembranças pareciam ter sido recuperadas há muito tempo e não em dois dias. Dois dias, e ela apenas queria ficar com Naruto… seus pais ficariam decepcionados por saber o que ela fazia.

Depois de tomar banho e colocar uma calça de moleton e um camisa, sentou-se na cama e ligou para Naruto. Olhava pela janela a lua enquanto esperava ele atender. Fora no terceiro toque. Sorriu, ainda mais por perceber que ele deveria estar esperando. Contou a ele como tinha sido com Neji, exceto pela parte final, esta contaria quando estivesse com ele.

Naruto ficara tão surpreso quanto ela ao saber que o bilhete era de Hinata e ficou murmurando diversas vezes que não se perdoava por não ter percebido antes que era a letra dela. Mas a seu favor, lembrava-se que quase não a vira escrevendo antes, então não teria porque associar ou lembrar.

Ele contou que tinha ido treinar um pouco mais, contando também que tinha conseguido avançar um pouco mais com os dons de Shakko. Ambos riram ao que ele falou aquilo, afinal, o dom era de todos. Ele ficou feliz em saber aquilo, pois ele podendo fazer mais significava que sua mancha não estava interferindo tanto. Ela precisava olhar para saber como estava aquilo.

Foi quando disse que iria dormir que ouviu um suspiro meio desesperado e também de lamento por parte dele. Sorriu, sem conseguir se conter.

Queria que estivesse aqui. Que estivesse indo dormir comigo. – o ouviu dizer e aquilo fez seu coração acelerar.

– Eu também queria estar aí. - ela sussurrou, sentindo o rosto esquentar por conta daquilo.

Eu diria pra vir. Mas sei o que impede.– ele disse. Ambos ficaram em silêncio por alguns segundos. – Podemos nos ver amanhã? Preciso mesmo aparecer na empresa, mas não vou demorar. Você estará livre?

– Estarei em casa. Esperando. - sabia que ele estranharia ela não ir para a biblioteca, mas queria estar em casa. Queria pensar e realmente esperar por ele.

Ótimo. Teremos um encontro. Um longo encontro. Se prepare. Durma bem, minha hime! - a voz de Naruto passou uma grande doçura, um grande carinho, que deixou a Hyuuga completamente derretida, apenas sussurrando o mesmo para ele.

No outro dia, por volta das nove da manhã, Hinata, que estava arrumando suas coisas e também os seus livros na biblioteca, ouviu alguém bater à porta. Sua surpresa ao abrir e ver o entregador de flores foi grande. Mesmo sabendo que era de Naruto e que ele não estava vendo, corou. Sabia que o entregador tinha aquele sorriso por vê-la assim, por isso, rapidamente agradeceu e fechou a porta.

A flor escolhida era uma orquídea, por isso o “buquê” era na verdade a flor em seu vaso já. Orquídea sempre fora a sua flor preferida, mesmo que antes fosse tão difícil encontrá-la. Naruto se lembrara disso.

Sentou-se no sofá, colocando a flor em seu colo e só então tirou o cartão que havia nela para poder ler.

“Me espere pronta às 11h. Não coma nada, eu peço. Quero que esteja com fome para o que estou preparando. Confie em mim. Eu te amo. - Naruto”

Hinata riu quando leu aquilo, o que explicava porque ele pedira pra entregarem a flor em vez de ele mesmo o fazer. Não explicava tanto, já que poderia ter ligado ou mandado uma mensagem, mas ela gostou da surpresa. Levou a flor consigo para a biblioteca, colocando os livros em cima da mesa, já que não terminaria de arrumar naquele momento e só então foi para o quarto.

A orquídea ficou ao lado de sua cama e, depois de admirá-la um pouco, foi tomar um banho. Últimamente Hinata acabava demorando mais no chuveiro, coisa que era até rara, já que sempre tomava um banho rápido. Mas sempre que entrava ali, as lembranças do momento em que se lembrara de tudo voltava e ela acaba se vendo presa em devaneios.

Ao terminar o banho, ainda enrolada em sua toalha, Hinata foi se arrumar. Queria estar pronta para um encontro longo, mas não tinha nem ideia do que esperar. Não queria colocar uma calça, nem mesmo vestido. Acabou optando por uma saia longa chiffon turquesa e uma camisa branca com rendas nas mangas. O encontro seria longo, ele dissera, então optara por algo que poderia usar tanto durante o dia quanto durante a noite.

No cabelo, fez uma trança embutida transversal. Estava quase pronta quando ouviu a campainha. Estranhou aquilo. Ainda não eram onze horas. Correu escada abaixo, abrindo a porta no segundo toque. Sim, era Naruto. Ele não estava de terno, como ela imaginou que ele estaria, mas sim com uma calça social preta e uma camisa também social azul escura. Aquilo apenas fez com que os olhos dele parecessem ainda mais claro para Hinata, que ficou algum tempo sem falar nada. Nenhum dos dois falavam, apenas olhavam-se.

– Você chegou mais cedo. - ela falou, quebrando o silêncio.

– Eu sei. Me perdoe… precisava lhe ver rapidamente.

– Por quê? - ela ficou preocupada. Será que tinha acontecido alguma coisa?

– Apenas porque eu estava com saudades. - ele sorriu, sem graça. - Não vai me chamar pra entrar? Vejo que está se arrumando…

– Ah, sim… - ela deu então espaço para que ele entrasse e fechou a porta em seguida.

– Neji não está aqui? Não quero que ele fique atrás de nós… sabe como é…

– Não. - ela riu, pegando a mão dele e subindo, lentamente. - Você pode me esperar no meu quarto. Mas a porta vai ficar aberta.

– Bom… assim não caio na tentação. - ele brincou, sentando-se perto da janela dela, em uma poltrona. - Agora o que fará? Pra mim você já está pronta.

– Não descalça né? - ela riu, sentando-se na cama e calçando uma rasteirinha. Naruto a observava atentamente com um sorriso no rosto, até notar a orquídea sob o criado mudo.

Hinata, notando onde o olhar dele ia, sorriu. Trocaram um olhar cúmplice e Naruto se levantou. A pegou pela mão e a puxou para cima, a fazendo ficar em pé. No segundo seguinte ele encostava os lábios nos dela, primeiro em um beijo leve, um selinho, para logo em seguida aprofundar um pouco, mas ainda sendo um beijo casto. Ela apenas o abraçou, correspondendo ao beijo e se esquecendo de onde estavam, como sempre acontecia.

Quando se separaram Hinata estava corada e Naruto estava mais feliz. Saber que não precisava se policiar o deixava assim.

– Então, por que eu não podia comer? – ela perguntou, pegando a bolsa e pendurando no ombro.

– Isso é surpresa. – ele respondeu, sorrindo e pegando a mão dela. Ambos saíram do quarto e começaram a descer as escadas para também sair da casa. – Eu já disse que você está absolutamente linda?

– Não... – ela sussurrou, sorrindo completamente corada.

– Pois saiba... – ele começou, já do lado de fora da casa, quase no carro de Naruto. – Que você está... – ele sussurrou, encostando o nariz no pescoço dela. – Simplesmente deslumbrante.

– O-Obrigada... – ela gaguejou, estremecendo com o beijo que ele depositara ali naquele momento. – Você... está lindo também.

– Amo sua vergonha, sabia disso? – soltou antes que pudesse se conter, deixando a porta aberta para que ela entrasse.

– Naruto... – pediu, pois aquilo apenas a deixava mais envergonhada.

– Tudo bem... – ele riu, contornando o carro e entrando do outro lado. Não demorou a dar partida e dirigir silenciosamente.

– Não vai mesmo me dizer pra onde vamos?

– Não. Não seja curiosa. Não vai demorar a ver. – ambos riram baixo, por saber que não ser curiosa era algo que Hinata não sabia ser.

Pararam em frente ao restaurante quase fora da cidade, por isso a viagem até lá fora mais demorada. Hinata gostou do lugar, era pequeno e aconchegante. Olhou para Naruto, perguntando por que sentia algo tão familiar ali.

– Lembra que tinha uma hospedaria? Sabe... da primeira vez. – Hinata se lembrava, é claro. Era um lugar aconchegante, mas que sempre estava vazio. Fora ali que eles se encontraram tantas vezes antes de Hinata concordar em ir para a casa que Naruto arrumara, também afastado da cidade. – Então, com o passar dos anos o lugar foi abandonado, passando pela família até que o herdeiro atual, Chouji, transformou em um restaurante. Como vê, ainda tem muito da hospedaria, ele não quis mais que o necessário.

– Eu adorei! – e dava para perceber isso pelo olhar de Hinata. De mãos dadas os dois entraram e o local estava razoavelmente cheio, ainda mais por ser bem afastado do centro da cidade.

Ao sentarem-se em uma mesa que dava para o jardim do local, Hinata deixou-se perder em pensamentos. Quantas vezes não ficara naquele jardim, um pouco diferente na época, com Naruto? Quantas vezes a moça, dona da hospedaria, não os encobrira? Ela sorria quando Naruto a tirou dos seus devaneios e percebeu que ele sabia bem que ela estivera pensando em tudo aquilo também.

– O motivo de eu ter pedido para não comer nada foi que vamos fazer um Brunch.

– Um brunch? – ela riu. Sabia que havia muito da cultura de fora influenciando o país, mas não imaginava que ele fosse querer isso depois de fazer tudo tão tradicional.

– Sim. Mas um brunck bem japonês.

– E como seria isso? – ela riu, mas estava curiosa. Estavam sentados lado a lado, mas ela estava de costas para o balcão, de onde saíam os pedidos, enquanto que Naruto estava de lado.

Foi uma grande surpresa quando viu um pequeno carrinho ser parado ao seu lado e uma grande variedade de comida japonesa disposta ali, sendo aos poucos postas na mesa. Olhou para Naruto, que sorria abertamente e acenava.

Mesmo que fosse uma quantidade muito grande de comida, notou que Naruto selecionara alguns pratos. Ficou feliz por isso, porque mesmo sabendo que não comeriam aquilo tudo, ao menos poderia comer um pouco de cada coisa. Tudo tinha um cheiro extremamente bom.

Havia Temaki em uma bandeija, Gyoza em outra, Yakitori em outra, e este era um que Hinata não conseguia se ver comendo, mesmo sendo almoço também naquele momento, Sushi em outra e Sashimi em outra. A maioria ela simplesmente adorava. Por isso, assim que o garçom saiu, Naruto e ela começaram a se servir. Ele pegou alguns espetinhos de Yakitori, apenas rindo e acenando com a cabeça ao ver que fora o único que ela não pegara. Ele já imaginava isso, é claro.

Enquanto comiam usavam o tempo para conversar. Naruto contou as partes boas de quando ela ficou longe, evitando os momentos mais sofridos. Era algo que ela não precisava saber naquele momento tão bom. Contara exatamente como tinha conhecido Sasuke e Sakura, revelando também seus nomes verdadeiros. Hinata rira ao ouvir sobre como ele se assustara ao ver a violeta se transformar em rosa e como Sasuke e ela pareciam querer se esconder de Naruto em sua forma humana.

Houveram momentos além desses, mas apenas quando Sasuke e Sakura estavam treinando com ele, como quando os poderes dos dois falharam e acabaram presos dentro da própria bola de fogo, que por sorte naquele momento não era para destruir e queimar o oponente e sim, apenas prender. Naruto tivera que interferir nos pensamentos deles para que conseguisse libertá-los. Fora um momento até mesmo engraçado para eles, pois coisas constrangedoras acabaram sendo descobertas.

Cada narração deixava os dois mais próximos. Era como Hinata tinha dito a Neji. Eles não tinham segredo. Mesmo Naruto contando apenas coisas boas, ela sabia e sentia que ele não que contava tudo e sabia que isso se devia a duas coisas. Uma delas é que aquele momento não era propício para aquilo e a segunda é que doía nele. Via em seus olhos em todos os momentos e por isso também evitava falar.

Quando terminaram o almoço, Naruto a levou para o jardim e foi lá que passaram o resto da tarde. Surpreendendo Hinata ele tirara o telefone do bolso, ligando a câmera. Ambos gostaram daquela invenção. Naruto dizia que era bom não ter de ficar horas parados pra uma pintura e Hinata deu ênfase no quanto gostara da iniciativa dele por ter fotos dos dois.

Foram muitas fotos engraçadas no meio das mais sérias e românticas. Naruto fazia caretas e ameaçava Hinata com cócegas se ela não fizesse também. Às vezes a Hyuuga ganhava cócegas mesmo tendo feito a careta e acabava por ter mais fotos daquele tipo. Teve uma em que ela não esperava. Imitando um momento secreto dos anos anteriores, Naruto deitou-se e a puxou para junto de si. A beijou e aproveitando quando ela estava distraída demais com seus lábios, o correspondendo, o loiro tirou uma foto assim. Ficara boa, teve de concordar, corando. Mas ficara tão vermelha que não conseguira olhar pra ele durante um bom tempo.

A noite caía quando decidiram ir embora, parando apenas em uma casa de doces, Hinata escolheu a “sobremesa” deles, foi como Naruto declarou que seria aquela escolha. Nem mesmo disse nada quando começou a ir para sua casa, no que Hinata apenas o olhou e ele deu de ombros.

– Enquanto você escolhia eu avisei seu primo que estaria comigo essa noite. A não ser que pedisse com muito jeitinho para ir embora.

– Ele vai me matar, Naruto.

– Eu não deixaria. – apesar de saber que era uma brincadeira, aquilo deixava o loiro muito tenso. Ela se sentiu culpada pela escolha de palavras e suspirou.

– Um dia ainda vou pagar por fazer isso.

– O que quer dizer?

– É errado... – murmurou, ficando sem graça mais uma vez.

– Será que pode esquecer isso apenas essa noite, ou só esse momento.

– Não da pra desfazer. – ela disse, abrindo um sorriso mínimo. Ele também sorriu e pegou a mão dela. Se enrolava um pouco para dirigir com apenas uma mão, por isso Hinata soltou e deu um sorriso divertido.

Na casa de Naruto, bem silenciosa, mas muito convidativa, encontraram o jantar já pronto e servido pela empregada dele. O bolo de morango com chantilly que Hinata comprara fora para a geladeira enquanto se sentavam e comiam uma salada de Kani e palmito acompanhada Bo-zushi. Aquele era um dos pratos favoritos da Hyuuga e por isso ela deu um suspiro ao ver sendo servido. Naruto riu com aquilo.

– Acho que você quer me deixar gorda. – comentou, brincando.

– Não... quero te deixar mimada mesmo. Estou conseguindo?

– Sem sombra de dúvidas. – concordou, servindo-se e pela primeira vez ambos ficaram em silêncio. O jantar fora na sala de jantar em anexo a cozinha, sem velas e nem nada que pudesse dizer “jantar romântico”, mas era exatamente isso que estava sendo.

Havia trocas de olhares naquele silêncio. Havia sorrisos meio sem graça e também cumplices. Não conseguiam evitar sentir que precisavam estar perto. Por isso, ao terminarem, Naruto a levou para a sala, onde apenas ligou o aparelho de som e a puxou para perto de si em uma dança lenta.

.

The strands in your eyes

(Os fios de cabelo em seus olhos)

That color them wonderful

(que os colore maravilhosamente)

Stop me and steal my breath

(me param e roubam minha respiração)

And emeralds from mountains

(e esmeraldas das montanhas)

Thrust towards the sky

(dão um impulse para o céu)

Never revealing their depth

(nunca revelando sua profundidde)
.

And tell me that we belong together

(e diga-me que nós pertencemos um ao outro)

Dress it up with the trappings of love

(vista-se com os enfeites de amor)

I'll be captivated; I'll hang from your lips

(eu serei cativado; eu me pendurarei em seu lábios)

Instead of the gallows of heartache

(ao invés da forca do desgosto)

That hangs from above

(que está pendurado em cima)
.

I'll be your crying shoulder

(eu serei um ombro para você chorar)

I'll be love suicide

(eu serei amor suicida)

I'll be better when I'm older

(eu serei melhor quando estiver mais velho)

I'll be the greatest fan of your life

(eu serei o maior fã da sua vida)

.

Enquanto a música tocava e eles dançavam, a letra ia, para Hinata a assustando, mas também lhe deixando feliz. Era uma música um pouco triste, mas também profunda. Era alguém, abrindo o coração, se declarando e mostrando que a vida não fazia sentido sem a pessoa do lado. Era também uma forma de valorizar a vida do outro, e para ela, pareceu ser uma música que de fato Naruto queria que ela ouvisse.

Se assustou um pouco quando ele se afastou, o olhando um pouco confusa. Mas então o loiro se ajoelhou e seus olhos se abriram assustados. O que ele estava fazendo? Mas a resposta veio com as palavras seguintes, ainda com a música tocando.

– Você tem razão. Não é certo termos uma vida de casal sem o sermos. Assim como não é certo eu ficar longe de você um momento mais depois de tanto tempo. Eu tinha essa certeza desde o primeiro momento que você me aceitou como sou. Nos costumes de Kitsune nos apenas nos apresentaríamos como casal, depois de falar com um ancião. Mas eu escolhi ser como você é, viver nos meios dos humanos. E assim sendo, eu quero seguir um costume humano e viver para sempre ao seu lado. Aceitar casar-se comigo, Hinata?

Ela não podia acreditar, ao mesmo tempo que tinha certeza que um dia aquilo aconteceria. Nunca esperaria que fosse antes de enfrentarem Tenko. A verdade é que sabia que poderiam não sobreviver a isso, mas ambos sabiam que se isso acontecesse, não viveriam um sem um outro muito tempo. Aquela não era uma escolha desesperada, mas sim algo que já tinham adiado por muitos anos. Por isso, com os olhos marejados, Hinata o abraçou – se abaixando pra isso já que ele ainda estava ajoelhado – e o beijou antes de sussurrar:

– Sim!

Foi pouco depois do beijo deles que a música acabou. Quando as últimas notas soaram, Naruto pegou Hinata no colo, sem afastar os lábios dos dela um segundo sequer, a levou para o quarto.

...

Naruto se assustou ao sentir Hinata agitada ao seu lado. Ela estivera dormindo tão tranquilamente que apenas sentir o corpo dela em seus braços lhe dava a certeza de que ela realmente estava ali. Mas percebeu que havia algo acontecendo quando a mesma começou a dar gemidos de dor e suor começou a escorrer por seu rosto.

O kitsune se sentou na cama, a observando atentamente. Poderia estar enganado, mas tinha certeza que já vira aquilo acontecer uma única vez. Com o coração apertado e uma raiva que lhe fazia tremer ele fez a única coisa que não esperava ter de fazer nunca: entrou na mente de Hinata.

Por um instante não viu nada, mas em seguida, as imagens se formaram e ele se viu no mesmo lugar que estava antes, em seu quarto. Mas ele não estava ali ao lado de Hinata. Em vez disso, sobre sua amada havia um homem albino, os olhos completamente negros, sem nenhuma parte branca. O cabelo era longo, liso e negro e sua aura era como fumaça. Ele estava sentado sobre o corpo frágil e nu de Hinata que tentava gritar. Mas cada grito saía um pouco de sua aura branca. Sua energia vital. Era exatamente daquilo que aquele terrível homem se alimentava, ou assim parecia já que junto a um sorriso maligno, sua boca se abria e era pra lá que aquela aura ia.

Ao sentir a presença do loiro que já caminhava na direção dele, o mesmo homem virou o rosto e seu sorriso se intensificou.

– Ora, ora... veja quem finalmente apareceu, Hinata-chan. – e empurrando a cabeça da morena, fez com que ela visse. – Uma pena eu não ter podido brincar com ela da mesma forma como você o fez agora a pouco. Mas terei outra oportunidade. – o loiro avançou, mas o homem o fez parar, agarrando o pescoço de Hinata. – Não seja mau educado, não foi assim que lhe ensinei. Vim apenas mostrar que sei onde está. E em breve... nos veremos. Não serei tão misericordioso. – dizendo aquilo o homem saiu de cima de Hinata e caminhou para o lado oposto de Naruto. – Ah... antes que eu me esqueça. Eu sabia que escolheria esse nome... Naruto.

Assim que o homem desapareceu, Naruto se viu encarando Hinata, que tinha acordado sem fôlego e assustada. Ele a abraçou e deixou que ela chorasse. As coisas estavam começando a piorar. Assim como na natureza uma tempestade acontecia, na vida deles uma chegava. Engasgada, Hinata soltou o nome dessa tempestade:

– Tenko.


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Notas finais do capítulo

Muitos me pediram mais momentos românticos, então eu juntei esse final planejado com um encontro mais detalhado. Tipo, esse momento estava planejado, mas seria mais rapidamente. Então, a pedidos, eu detalhei mais. Espero que tenham gostado.

A música se chama "I'll be" e é do Edwain McCain (http://youtu.be/hvNssZFXq1I)

Agora, notícias tristes. Pelas próximas 2 semanas eu terei de me ausentar. Antes que queiram me matar, eu explico: provas da faculdade. A tia Feh precisa de notas boas pra terminar isso logo, então... dedicação total. Se eu conseguir, sábado tento escrever e postar, maaas... não dou garantias. Por favor, não me abandonem.

PS: Nova fanfic pra quem quiser aconpanhar - http://fanfiction.com.br/historia/600408/Five_Years/



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