Amor Est Posse escrita por Asnate


Capítulo 1
Amor Est Posse


Notas iniciais do capítulo

Eu não curto muito Twilight, mas acho interessante a história e esse universo. Como minha amiga secreta gosta de fanfics que exploram lados que são mais excluídos entre os escritores, aqui estou eu com uma história sobre Sulpicia e Aro. Aliás, eu me apaixonei por esse nome, é uma pena que eu saiba o quanto pessoas com nomes diferentes sofrem, se não seria o nome da minha filha.

Barbara, BOAS FESTAS!! Te desejo felicidades, muita paz e que suas conquistas programadas para o ano que vem (ou as que não foram alcançadas esse ano) aconteçam. Esse é o momento para refletirmos como vivemos nesse ano e no resto da nossa vida, para que no próximos os erros não se repitam. Beijos!



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Amor est posse

300 a.C – Grécia

Encontravam-se em um período conturbado grego, os surtos migratórios na Grécia tornavam-se constantes. Com isso, os planos dos Volturi em sua eterna busca pelo poder pareciam ameaçados. Em uma breve reunião, os líderes Aro, Marcus e Caius perceberam que com tantas pessoas indo e vindo, seria difícil controlar os vampiros e deixar a existência da espécie escondida ao conhecimento humano. Era hora de interferir.

Por quase 1 século, os Volturi se prontificaram a interferir e vigiar os vampiros que surgiam, buscando também deixar claro o poder que possuiam e o dever que os outros clãs tinham em respeitá-los. Não era fácil, ainda mais com as guerras que surgiam de vem em quando, já que o estado grego desejava conquistar mais territórios e dominar mais povos. Os três líderes comandavam diversas dessas missões do exército, foi a saída que viram para poder vigiar de perto tudo que acontecia. E foi assim que tudo começou.

Desde que Marcus estava com Didyme e Caius com Athenodora, Aro percebeu que precisava achar alguém. Pensando no clã, ele viu que se houvesse algum desentendimento entre eles, não teria quem o apoiasse, diferente dos outros dois. Não poderia contar nem mesmo com sua irmã, Didyme certamente ficaria ao lado de Marcus. Achar uma vampira poderia trazer problemas, já que haveria a ligação dela com o clã antigo e talvez outros relacionamentos passados. Precisava achar alguém ainda jovem, um humana que não tivesse vivido muita coisa e que não tivesse ao que se apegar.

Sulpicia era o encaixe perfeito ao que Aro buscava. Após conquistarem um novo território, Aro se viu encantado pela beleza da mulher, os olhos negros contrastavam com sua pele pálida e andavam em harmonia com os cabelos castanhos dela. Suas bochechas rosadas acabaram por completar o encanto aos olhos do homem. Ela era orfã, não tinha família por onde morava, tudo que Aro queria. Foram dias gastos seguindo-a, axaminando Sulpicia para ter certeza que ela estava apta a ser dele.

Inocente e tranquila, Sulpicia passeava pelo jardim da Grécia. As flores lhe traziam certa calma, pois parecia que sua vida não gostava da serenidade. Meses depois da morte de seus pais, sua terra fora invadida e conquistada pelos gregos. Muitas foram as mortes, seu corpo tremia ao lembrar do ataque e do chão molhado de sangue e sujo pelos corpos espalhados. No final, a bravura em defender a terra não adiantou de nada, continuavam nas mãos dos gregos. Aquele jardim, para Sulpicia, fora a única coisa que aquele povo havia trazido de bom para sua terra. Além de Aro.

O nobre do exército passara os últimos dias seguindo seus passos, mas ela fingiu não perceber. Sabia que alguns se encantavam por seu jeito inocente e não quis mudar isso. Ao invés de passar o dia em casa, procurava passear pelo centro, com o intuito de achá-lo. Era como se algo nele fosse diferente dos demais, algo que o fazia mais misterioso e até sombrio. Ela gostava disso. Desse jeito misterioso e intigrante, lhe atraia. Bastava saber quais eram suas intenções.

“Pensando muito, minha cara?” A voz grossa e rouca atrás de si fez com que Sulpicia andasse um pouco para frente, por causa do susto. Pensava que estava sozinha por lá, muitos não visitavam o jardim por ser obra dos gregos. Quando virou-se, deu de cara com Aro. Seus olhos estavam bem negros e ele lhe encarava com uma feição tranquila, enquanto ela estava atordoada. O que ele fazia ali?

“É pensando que se faz a Grécia.” Respondeu fraco, se ele não fosse o que era talvez nem tivesse ouvido. “Mas o que te traz até aqui?” Não conseguiu conter-se, a curiosidade falava mais alto.

“A paisagem daqui é bela, não acha?”

“Sim, os gregos escolheram bem as flores.” Sulpicia demorou um pouco para responder, encarava o homem a sua frente, prestando atenção em seus traços e na expressão em seu rosto. Não dava para identificar o que ele sentia, ou o que pensava. Seu rosto estava calmo e quase indiferente, se não fosse pelo pequeno sorriso. E assim passaram duas semanas, sempre se encontravam no mesmo jardim e ficavam a admirar as flores e conversarem. Era estranho para Sulpicia, algo em Aro a intrigava, mas por algum motivo ela estava gostando daquela sensação.

Certo dia, estranhou quando ao invés de cumprimentá-la, Aro apenas sentou-se ao seu lado. Ele disse:

“Eu voltarei para Pisa, tudo já está controlado por aqui e precisam de mim. Mas eu quero que você vá comigo, Sulpicia.”

Naquele momento, a vida de Sulpicia mudou completamente. Ao aceitar viver com Aro, veio a responsabilidade de ser a companheira do líder dos vampiros, de um chefe de guerra. Tudo isso sendo uma pobre humana, sem o poder que precisava e desejava. Não precisou de muito tempo para que o anseio de se tornar vampira crescesse em si, ela não queria ser inútil e fraca. Mas ela também queria um filho. O desejo de ser mãe era algo presente em si desde muito tempo, mas já sabia a opinião de Aro.

Viver naquela torre estava cansando-a, era sempre a mesma coisa, não podia fazer nada por causa do medo de Aro dela ser machucada por outros clãs. O único que falava com ela era Carlisle, um novo membro dos Volturi e que costumava conversar com ela, tentando distraí-la daquele lugar. Percebia certos olhares estranhos dele para si, mas sabia que mesmo se houvesse algum sentimento por parte de Carlisle, ele não faria nada. Havia um grande respeito por Aro, Marcus e Caius naquele lugar.

Em uma das vezes que passeava pela torre, encontrou Carlisle pelos corredores. A ideia de pedir um filho para Aro ainda permanecia em sua mente e ela sentia que precisava falar com alguém, livrar-se das incertezas e buscar conselhos. Poderia conversar com Didyme, mas ficava com receio dela acabar por contar ao vampiro. Era irmão dela, afinal. A única pessoa que confiava além dela era Carlisle, ele sempre fora muito gentil e buscava maneiras de agradá-la, deixá-la feliz. Era algo extremamente adorável.

Puxou seu braço levemente e olhou para ele, que entendeu a mensagem. Os dois seguiram para um local mais afastado, em que poderiam conversar sem serem atrapalhados por ninguém. Sempre iam para lá quando precisavam falar sobre algo sério. Ou melhor, quando Carlisle precisava. Ela não tinha muito o que falar.

Sentaram-se e o vampiro ficou esperando Sulpicia começar a falar. Enquanto isso, analisava o lindo rosto daquela mulher. Carlisle sabia que nada poderia fazer para tê-la, Aro realmente a amava, tentar algo seria como pedir para que o esquartejassem e queimassem seu corpo. Não era uma boa ideia no momento. A mulher parecia perdida e com vergonha de dizer, o que fez-lhe pensar que talvez, por uma ironia do destino, ele fosse correspondido. Uma alegria tomou seu corpo, mesmo ele tentando evitar ao máximo que essas esperanças crescessem e tomassem forma. Sabia que a chance era muito baixa, Sulpicia realmente gostava de Aro também, não havia espaço para Carlisle.

“Eu... Quero pedir a Aro para termos um filho, mas eu sei que ele não vai querer.” Mesmo reprimindo sua atitude, surgiu uma dor de onde deveria ser o coração pulsante do vampiro. Por isso não criava esperanças, sentimentos em vampiros era algo extremo, e isso fazia com que qualquer dor fosse grande demais.

“Não tente, deve haver um motivo para ele não querer lhe dar esse filho. Tenho certeza que não é puro capricho, Aro faria-lhe tudo que pedisse.”

“Eu só queria entender o que seria esse motivo, eu não entendo porque não posso ter um filho. É um desejo básico para todas as mulheres.” Quando viu, lágrimas já escorriam sob a pele branca de Sulpicia.

“Não chores por isso, Sulpicia.” Tentava acalmá-la com algumas palavras, mas a mulher encontrava-se em um choro desesperador. “Venha cá.” Delicadamente, puxou a cabeça da mulher para seu peito, alisando os cabelos macios dela. Sulpicia sentia-se necessitada de afeto, por isso levou seus braços ao tronco do outro e o abraçou. Aos poucos, seu choro ia cessando, mas o carinho em sua cabeça continuava lá. Até que a porta se abriu.

Aro procurava pela esposa em todos os cantos da torre e encontrava-se com uma cara extremamente brava pela cena, ainda mais por saber dos sentimentos de Carlisle por sua esposa. A raiva tomou seu corpo, nada importava mais do que afastar aquele homem de Sulpicia. A verdade é que havia uma insegurança por parte de Aro, ele sabia que não podia dar tudo que a esposa queria e que não estava sendo um bom companheiro, por isso temia que Carlisle conseguisse roubar o seu lugar. Sulpicia era sua posse, ninguém deveria tocá-la.

No excesso de raiva, rapidamente pegou o corpo de Carlisle, jogou a cabeça dele na mureta da varanda e depois atirou seu corpo torre afora. Mesmo sabendo que aquilo nem o machucaria de verdade, sentiu-se mais aliviado. A mulher olhava para tudo extremamente assustada. Os olhos do marido estavam vermelhos, fazendo-a lembrar do chão de sua cidade após ser invadida pelos gregos. O ambiente parecia tenso, ela não conseguia reagir. Como humana, mesmo que soubesse de que não mataria um vampiro com aquilo, não deixou de se preocupar. Estavam quase no topo da torre, era um altura enorme. Os olhos dela estavam cobertos pelo medo e preocupação, o que deixou Aro mais irritado. Ele socou a parede diversas vezes, fazendo buracos. Segurou Sulpicia pelo braço mais forte que o costume, machucando-a sem nem perceber. Aquilo a deixou com mais medo ainda, via que Aro estava mergulhado na raiva e não queria que ele agisse por impulso. Para contornar a situação, o abraçou.

Aro foi relaxando por um tempo, mas ainda não conseguia se controlar totalmente. Um dos pontos irritantes em ser um vampiro era exatamente esse, não era fácil controlar as emoções, tudo era itensificado com aquele veneno que corria em suas veias. Nada saia de sua cabeça tão facilmente e tudo aquilo só colaborava para que seu desejo de sair dos braços de sua amada e acabar com a vida daquele vampiro surgisse com mais força a cada segundo. Mas estava intrigrado, o que eles estavam fazendo naquele lugar?

“O que fazia aqui com ele?” Perguntou rude, não conseguiu evitar.

“Eu... Estava pensativa sobre uma coisa que iria falar para você. Não queria causar problemas... Só fiquei com medo do que você iria me dizer.”

“Diga-me, o que te afligia?” A raiva foi substituida por preocupação, não queria ver sua amada sofrendo, principalmente se isso tivesse a ver com ele.

“Eu quero ter um filho com você”.

A frase saiu rápida e em bom som. Aro já tinha conhecimento do anseio de sua mulher, mas não poderia realizar tal desejo. Era muito difícil aquilo acontecer e mesmo se conseguissem, as chances dela não aguentar as dores e acabar morrendo antes mesmo do parto começar era muito grandes. Não poderia correr o risco, seria doloroso demais perdê-la por causa de um capricho. E além do mais, a criança poderia vir a ter problemas na frente. Não, ideia fora de questão.

“Não há nem a possibilidade de eu considerar essa hipótese, esqueça.” Disse curto e grosso, não queria nutrir esperanças em Sulpicia, ela precisava entender que não havia chances daquilo acontecer.

“Mas por que não? Todos os casais tem filhos, é o desejo de toda mulher gerar uma criança! Você não tem o direito de me privar disso, já não basta eu precisar ficar trancada nessa torre todos os dias?” As lágrimas caiam novamente pela pele pálida da humana, ela não conseguia aceitar que um sonho de toda a vida fosse jogado fora por causa de Aro.

“Eu sou um vampiro, Sulpicia. As coisas não são iguais aos casais que você convivia. Os vampiros não são iguais. Você quer andar lá fora? Mas quem irá lhe proteger? Esses seus braços finos e seu rosto inocente?” Aro apertava as bochechas da mulher com uma mão, enquanto a outra segurava seus braços firmemente. “Ao contrário de você, eu não faço nada por puro capricho. Você está segura aqui, não lá fora. Há muitas pessoas que querem me atingir, eu não me perdoaria se algo acontecesse com você por minha causa. E é exatamente por isso que nunca teremos um filho.”

“Você não pode me impedir de ter um filho! Se eu quiser, eu terei.” Gritou a mulher, tentando ao máximo se soltar do vampiro. Perda de tempo, ele era incontáveis vezes mais forte.

“É aí que você se engana novamente.”



E foi tudo muito rápido. Depois disso, Sulpicia sentiu-se mole. Sua visão estava turva, uma dor surgiu em seu pescoço e foi se espalhando por todo o resto do corpo. E depois, veio a dor da morte. Um pescoço quebrado e sua vida foi embora, ela não era mais humana. Não poderia gerar filhos, esteve a mercê do que Aro falou. Seu maior desejo ia embora junto com o que lhe restava de humano. Uma vampira se formava em seu corpo, junto a isso também vinha o aumento de seus sentimentos. Era como se ela sentisse demais. Amava demais, tinha raiva demais.

E Aro sabia disso. Ele sabia que precisava fazer algo, não se arrependia de ter transformado-a, mas percebeu que não era o momento certo. Ainda tinha Carlisle, o medo dela ficar com raiva demais e acabar trocando-o pelo outro consumia o líder dos vampiros. E foi quando ele tomou uma decisão. Não podia perder Sulpicia, não só por causa de si mesmo, mas por causa do clã. Ela sabia demais e importava demais para ele, era uma doce ameaça para sua soberania. Ela ficaria na torre, não poderia sair ao menos que lhe fosse permitido. Montaria uma guarda apenas para protegê-la e vigiá-la, nem mesmo uma agulha tocaria seus finos dedos, nada que pudesse machucá-la, mesmo sendo uma vampira. O poder de Corin faria Sulpicia se sentir satisfeita com aquela vida.

Quando Didyme morreu, tudo ficou pior na visão de Aro. Marcus ficou destruído e ele temeu que o mesmo acontecesse consigo se Sulpicia fosse morta. O plano teve início. Ela e a esposa de Caius ficavam protegidas na torre e tudo estava sobre controle deles. Mas será que valia a pena? Fazer um relacionamento ser em volta do que uma pessoa quer, era saudável? Bom? Até onde a posse poderia lhe levar? Aro descobriria com o tempo, ainda havia toda a eternidade pela frente, ele poderia esperar.

I have died every day waiting for you
Darling don't be afraid
I have loved you for a thousand years
I'll love you for a thousand more


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado da história, não ficou muito legal porque eu escrevi tudo hoje e se fizesse o que realmente tava pensando, ia das uns 20k e eu não tava com tempo. aí saiu um básico. Prometo que algum dia eu ainda paro pra escrever mais detalhadamente!!

E não faça o mesmo que Aro em seus relacionamentos!



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