I Need You escrita por Péricles


Capítulo 9
Retornos


Notas iniciais do capítulo

Ahá.
Não me atrasei tanto assim, tuts tuts.
Tudo bem, apenas alguns dias, mas pelo menos não foi uma semana não é?
Bem, como eu prometi no capítulo anterior, a partir de agora a Fic vai ficar mais elétrica e dramática, a começar por alguns retornos nesse capítulo. Tudo o que eu posso dizer é que eu gostei de escrever esse capítulo, pois James e Gina começam a se entender.
Por isso, boa leitura.



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— Então, James, está pronto?

O rosto do garoto exibia um misto de nervosismo, excitação e medo.

— A-acho que sim.

— Lembre-se: Basta você inclinar o corpo para a frente para descer e para trás para subir. Se caso você precisar dar uma freada brusca, puxe o cabo da vassoura para cima, ok?

— T-tudo bem.

— Pronto para tentar?

Gina lançou o feitiço Wingardium Leviosa na vassoura de James, levantando-a a poucos centímetros do chão. Uma vez, ela viu em um filme trouxa um pai ensinando a filha a andar de bicicleta empurrando ela por algum tempo e depois, soltando-a e deixando ela pedalar sozinha, por isso resolveu fazer o mesmo com James. Daria um pequeno impulso com a varinha para ele ir para frente e logo depois retiraria o feitiço.

O sol gelado que havia aparecido no início da manhã havia desaparecido, e algumas nuvens cinzas no céu anunciavam que em breve poderia nevar, além do vento frio que os atingia no rosto como tapas. James olhou para ela com determinação, apesar do nervosismo ainda estar presente em seu rosto, e fez o sinal positivo com a cabeça.

— Tudo bem, Boa Sorte - ela desejou.

Com a varinha em punho, Gina movimentou-a para a esquerda e a vassoura de James se moveu para aquela direção, lenta no início, mas acelerando logo depois com o impulso do garoto. Ela retirou o feitiço enquanto James dava pequenas voltas ainda a poucos centímetros do chão.

— Isso aí - ela gritou - Muito bem, James.

Ele continuava dando algumas voltas perto do chão, sorrindo de orelha a orelha. Estava montado na velha Cleansweep 11 de Gina, uma vassoura veloz, porém meio antiga que ela usava nos jogos da escola. Vendo os incentivos de sua instrutora e tendo herdado a rebeldia típica de um Potter, James resolveu arriscar e voar mais alto, transformando os centímetros de distância em metros e fazendo o coração de Gina ir parar na garganta.

— James, espera... - ela tentou chamar, mas ele já estava muito alto.

Visto do chão ele era apenas um pontinho que voava em círculos, inicialmente pequenos, depois maiores, até que por fim, arriscava mais e mais, dando voltas ao redor do gramado que ficava a alguns minutos de caminhada da Toca. Gina imediatamente se surpreendeu com a agilidade com que ele voava. Ele parecia um passarinho agitado, voando de um lado para o outro, rodeando árvores, fazendo-a se lembrar de Harry em Hogwarts em seus jogos de Quadribol. Às vezes, ele acenava para Gina, que acenava de volta com um sorriso nervoso e um medo enorme de que ele despencasse do alto.

Por fim, James resolveu pousar. Com uma curva fechada em direção ao chão, ele aterrissou em alta velocidade fazendo Gina sacar a varinha para o caso dele cair, porém no último minuto o garoto puxou o cabo da vassoura, desacelerando até seus pés tocarem a neve fofa.

— Você viu isso? - ele perguntou. Seus cabelos foram bagunçados pelo vento e ele sorria feito louco. Vendo-o, Gina se lembrou da primeira vez em que roubou a vassoura de Fred para voar, e lembrava-se de ficar tão frenética quanto ele.

— Eu vi. Você foi incrível, James. Meus parabéns. - Gina o parabenizou, caminhando até ele e o abraçando - Mas por favor, não tente mais me matar do coração, tudo bem?

James riu.

— Tudo bem. Podemos tentar de novo?

Um pingo de neve caiu no nariz dele.

— Infelizmente não - respondeu ela, limpando o pingo com o dedo - Está começando a nevar e o almoço deve estar quase pronto.

— Ah - James se decepcionou.

— Mas ei, podemos continuar amanhã. - Gina tentou anima-lo.

— Mas amanhã é Véspera de Natal.

Ela havia se esquecido completamente. Hoje completava exatamente um mês desde que ela voltará para a Inglaterra. Os dias se passaram tão rápido com toda a sua agonia por não ter o que fazer, que ela se esqueceu completamente do Natal. Por Merlin, ela nem havia comprado novos presentes desde o incidente no Beco Diagonal.

— Oh, certo - falou ela - Então, que tal continuarmos depois do Natal? Podemos praticar com as bolas e eu posso te ensinar algumas táticas.

— Já? Você acha que eu estou pronto? - perguntou ele.

— Sim. Eu pensei que levaria algumas aulas para te ensinar a voar, mas pelo que eu vi, seu voo está perfeito. E aí, será que você consegue esperar o Natal passar?

— Eu acho que sim - respondeu ele, dando de ombros.

— Ótimo, agora vamos voltar que eu estou congelando - ela passou um braço ao redor dos ombros de James enquanto ele carregava a vassoura e os dois caminharam de volta para a Toca.

Estar com James despertava um sentimento estranho em Gina. Uma vontade enorme de protege-lo e de mima-lo com tudo que ela tinha ao alcance. Ela sempre foi boa com crianças, mas nunca passará uma manhã inteira com nenhuma delas, e James era o primeiro. Com ele, ela queria mais alguma coisa, uma coisa distante e quase impossível. Ela ainda tentava decifrar o porquê de estar sentindo aquilo, quando a ficha caiu como uma bigorna em sua cabeça: Gina queria um filho.

Sentiu seu rosto enrubescer logo que pensou isso. Como ela poderia ter um filho, se não tinha nem um namorado? Como ela poderia sequer ter essa ideia? Culpou novamente sua idade por tal pensamento, já que a maioria das mulheres que ela conhecia que tinham a mesma idade que ela, ou estavam grávidas ou já tinham um filho. Gina lembrou de Luna e da sua felicidade por estar grávida. Será que ela estava pronta para aquilo? Mesmo que estivesse, como poderia alcançar aquela felicidade?

Mal reparou que já haviam chegado na Toca. Assim que passaram pelo pequeno portão de entrada, Gina percebeu que eles tinham visita, pois conseguiu vislumbrar um vulto desconhecido na janela da cozinha. Ela abriu a porta e se surpreendeu.

— Liza? Emma? - ela perguntou, atônita.

As duas amigas se viraram, sorrindo.

— Gina - gritou Emma, fazendo a Sra. Weasley tampar um lado de seu ouvido.

As duas se levantaram e correram em direção a ela, empurrando James para o lado e esmagando-a num abraço de urso. Ela estava confusa. O que suas amigas de escola estavam fazendo lá?

— Por Merlin, que saudade que nós estávamos de você. - falou Liza.

Elas soltaram Gina e ela teve alguns milésimos de segundos para processar tudo aquilo. Deu uma boa olhada em suas antigas amigas da escola. Emma tinha cabelos castanhos claros e olhos verdes, enquanto Liza tinha cabelos negros e olhos azuis. Ambas vestiam elegantas blusas de frio, calças jeans e botas.

— Eu... não sei o que dizer - declarou Gina.

— Eu sei que nós fizemos uma bela surpresa para você - gabou-se Emma, fazendo Gina perceber que ela ainda continuava esnobe desde a época da escola.

— Ah, pode apostar que eu estou surpresa - respondeu Gina, irônica. - Quando vocês chegaram aqui?

— A Meia Hora - respondeu a Sra. Weasley, que estava parada com as costas apoiada na pequena pia, lançando um olhar para Gina que dizia claramente "se eu passasse mais cinco minutos sozinha com essas duas, haveria um grande derramamento de sangue".

— Certo - respondeu Gina, lançando seu olhar de "desculpe-me" para sua mãe. - Então... Vamos nos sentar.

Gina se sentou na cadeira que ficava na ponta da mesa, enquanto Liza ocupava a cadeira da direta e Emma a da esquerda. A Sra. Weasley voltou a preparar o almoço enquanto James continuava parado na porta, segurando a vassoura de Gina.

— Ah James, querido. Por que você não sobe e guarda a vassoura no meu quarto? Lá também tem alguns livros sobre Quadribol, se você quiser - falou Gina.

— Tudo bem - James subiu as escadas, correndo.

— Ah meu Merlin, Gina é o seu filho? - perguntou Liza.

— Não ele é... - "filho do homem pelo qual eu suspirava na escola"— Neto de uma amiga da minha mãe. Estou ensinando-o a jogar Quadribol.

— Ah esse esporte deu certo para você, hein - falou Emma, enquanto arrumava o cabelo encarando o seu reflexo em um pequeno espelho de bolso - Liza e eu achávamos que você iria quebrar a cara nisso, mas olha só.

Gina deu o maior sorriso falso que conseguia.

— Acho que não deu tão certo assim, não é - continuou Liza - Você voltou para a Inglaterra e ainda mora com sua mãe.

Gina amava suas amigas, mas estava quase azarando-as.

— Por opção minha - respondeu ela, tentando soar o mais calma possível - Mas me contem, o que houve com vocês? - perguntou, ansiosa para mudar de assunto.

— Bem - começou Emma, orgulhosa - Você está olhando para a esposa de um dos Maiores Empresários Bruxos da Grã Bretanha.

— Não me diga. Parabéns, Emma - parabenizou Gina, realmente feliz pela amiga.

— E - continuou Emma - Que está decepcionada com você por não perceber que a esposa desse Empresário está grávida de 3 meses.

Emma levantou e abriu o zíper de sua blusa de frio, relevando uma barriga de grávida. Gina encarou a barriga da amiga, se lembrando de seus pensamentos de alguns minutos atrás, depois olhou para Emma, que sorria, extremamente feliz.

— Por Merlin, meus parabéns de novo - Gina se levantou e abraçou a amiga.

— Obrigada. Eu estou tão feliz, só não acredito que fiquei grávida depois da Liza - reclamou Emma.

— Como assim? Liza, você tem um filho? - perguntou Gina, soltando Emma e encarando a amiga.

— Dois, na verdade - declarou Liza - Gêmeos. Brian e Peter, ambos de um ano e alguns meses.

— Meus parabéns para você também. Oh, meu Merlin, a vida de vocês duas está tão perfeita. - falou Gina.

— Nem tanto - respondeu Liza, adquirindo um tom sombrio - Eu estou me divorciando.

— Lá vamos nós de novo - falou Emma, se sentando.

— Sério, por quê? - perguntou Gina, se sentando também.

— Estou com uma grande suspeita de que ele está me traindo.

— Liza, querida, quantas vezes eu tenho que dizer? Seu marido não está te traindo - falou Emma, impaciente

— Ah não? Então como você explica as saídas dele de casa regularmente, passando o dia fora? Além do mais, quando ele voltava não me dava nenhuma satisfação da onde estava ou com quem, e sempre estava cheirando a algum perfume feminino.

— Com você paranoica desse jeito não me admira que ele saísse as vezes - declarou Emma.

As duas começaram a discutir enquanto Gina assentia com a cabeça. Ainda estava digerindo a ideia de que suas amigas da escola estavam se casando ou se divorciando, ambas com filhos e suas vidas aparentemente, perfeitas. Começou a sentir uma grande tristeza crescer.

As amigas passaram a tarde batendo papo e contando para Gina o quão perfeitos foram esses últimos cinco anos. Elas comeram o almoço servido pela Sra. Weasley e Liza e Emma encheram a comida de elogios, fazendo com que Molly começasse a gostar um pouco mais delas. A neve começava a cair em fortes rajadas do lado de fora, e aos poucos a luz do dia ia sumindo. Por fim, elas anunciaram que estava na hora de irem embora.

— Já abusei demais da minha babá - contou Liza

— E meu marido está quase chegando em casa. - falou Emma.

— Tudo bem então. Sério, estou muito feliz por vocês duas - declarou Gina.

— Obrigada querida. Desejamos que você seja feliz, também.

— Apareçam amanhã para a Ceia de Natal - convidou a Sra. Weasley - Daremos uma pequena festa.

— Que ótimo - animou-se Liza - Vocês vão poder conhecer os meus meninos, eles são lindos.

— Provavelmente o meu marido terá algum jantar de natal com o ministro, mas tentaremos vir - declarou Emma.

Elas se despediram, e Gina ficou parada na soleira da porta vendo suas amigas aparatarem. Estava escurecendo e a neve caia continuamente, enquanto uma confusão acontecia dentro dela. Estava muito feliz por todas as suas amigas estarem construindo suas famílias, contudo, por outro lado, estava triste por não estar nem perto disso.

— Gina, se você pretende sequestrar James, use o celeiro como cativeiro. Caso o contrário, acho que está na hora de leva-lo embora para a casa. - falou a Sra. Weasley.

— Sim, já irei leva-lo. E que ideia foi essa de convida-las para o natal? Pensei que não gostasse delas.

— Eu posso não ter gostado delas quando vieram passar as férias de verão com você no quinto ano, mas eu não resisto a quem elogia minha comida. - bradou ela.

Gina riu e subiu as escadas, entrando em seu quarto. James estava largado no tapete com diversos livros sobre Quadribol o cercando. Estava tão entretido na leitura, que nem se importou por Gina tê-lo abandonado durante toda a tarde.

— James, hora de ir para a casa. - anunciou Gina.

— Mas Já? - perguntou ele, olhando para ela suplicante. - Por favor, me deixe ficar mais um pouco.

— Eu adoraria ter você aqui por mais um tempo, mas sua vó já deve estar se preocupando. Além do mais, seu pai e seu vô devem estar saindo do trabalho agora mesmo.

— Mas eu queria ficar - contou James, encarando o chão, triste.

Foi como se um peso esmagasse o coração de Gina.

— Então faremos o seguinte. Eu te levo na sua casa e você poderá perguntar a seu pai se ele o deixa passar a noite aqui, tudo bem?

James se animou.

— Tudo bem.

Os dois guardaram os livros na prateleira, conversando animados sobre os planos para a noite, pegaram os casacos e caminharam até a estradinha para aparatarem.

— Tia Gina - chamou James.

— Sim?

— Eu gosto de você. Obrigado por ser tão legal comigo - e então, James a surpreendeu envolvendo Gina num abraço. O coração dela derreteu. Mesmo nevando e ventando, o abraço de James envolveu-a em uma sensação aquecedora e ela não soube como reagir. Antes que conseguisse se conter, uma lágrima rolou pela sua bochecha.

— J-James, eu... - gaguejou ela - Eu é que agradeço, querido.

Ele a soltou e sorriu, com seus olhinhos verdes enquanto mostrava pequenas covinhas no canto de sua boca. Os dois continuaram a caminhar até a estradinha, e lá deram as mãos e aparataram. Como estava escuro e nevando, aparataram direto no quintal do chalé dos Potter. Os dois subiram os pequenos degraus e tocaram a campainha.

Rapidamente a porta se abriu e uma Lilian Potter aflita os atendeu.

— Gina, oh... - ela falou - Por favor, não... não é uma boa hora.

— Está tudo bem, Sra. Potter? - Gina perguntou, preocupada.

— O que aconteceu, vovó? - perguntou James.

— James? - chamou uma voz feminina as costas de Lilian.

Uma mulher estava ali. Ela encarava James, com os olhos cheios de lágrimas. Era uma mulher oriental, com cabelos longos e lisos. Estava esquelética e parecia que não dormia a dias.

— Quem é você? - perguntou o garoto.

Lilian se ajoelhou em frente a ele e colocou uma mão em seu ombro.

— James, querido... Essa é a Cho Chang... Ela... é sua mãe.


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Notas finais do capítulo

Tcharam
Bem Dramático, né?
Espero que tenham gostado, vejo vocês no próximo capítulo.
o/